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Univeridade Lusófona de Cabo Verde

Licenciatura em Direito
Disciplina: História do Direito
Direito – 2° Semestre
Professora: Msc. Jocilene Gomes
AULA: CONQUISTA DA PENÍNSULA PELOS ROMANOS –
PERÍODO ROMANO
CONQUISTA DA PENÍNSULA PELOS ROMANOS – PERÍODO ROMANO

• Conquista Romana – Os romanos invadem a Península Ibérica em


busca de novos territórios, e isso ocorre em duas fases:
a) Fase da conquista (ate o séc. 19 AC);
b) Fase da romanização – é conhecida como a fase da assimilação e
progressivo conhecimento das formas de vida e dos direitos
romanos.
• Os romanos na fase da conquista tentam subjugar os povos locais,
extrair o máximo possível de riquezas das sucessivas regiões
anexadas.
CONQUISTA DA PENÍNSULA PELOS ROMANOS –
PERÍODO ROMANO
• Ao longo desta primeira fase os povos começaram a adaptar-se a
civilização romana;
• Na fase da romanização ao contrário do que na conquista, os romanos
fizeram os habitantes da Península de fazer participar da sua
civilização e instituições políticas, administrativas e do seu direito;
• Nesta fase os romanos possuem a preocupação com a economia e com
questões militares;
• A conquista da Península demorou dois séculos, em que se passaram a
aceitar passivamente os costumes e a cultura romana.
CONQUISTA DA PENÍNSULA PELOS ROMANOS –
PERÍODO ROMANO
• A conquista da península teve início com a II Guerra Púnica em 218
a.C e terminou em 201 a.C, quando legiões romanas desembarcaram
em Ampúrias, no extremo norte da Catalunha, ao mesmo tempo que os
cartagineses comandados por Aníbal então rei de Cartago passavam os
Alpes e invadiam a Itália;
• A Segunda Guerra Púnica é a mais famosa entre a série de conflitos
ocorridos entre Roma e Cartago na Antiguidade.
• Enquanto Roma ainda se desenvolvia como um grande império na
Europa, a cidade de Cartago gozava de grande prosperidade no Mar
Mediterrâneo.
CONQUISTA DA PENÍNSULA PELOS ROMANOS –
PERÍODO ROMANO
• Nesta senda os romanos tentaram de defender abrindo uma frente em
Hispânia sob a dominação dos cartagineses a quem dessa forma
cortavam pela retaguarda os apoios logísticos;
• Em 212 a.C os romanos desceram ao longo da costa até a zona
meridional da península em que sofreram uma derrota que poderia por
em causa a sorte nas áreas ocupadas;
• A reconquista teve inicio em 209 a.C com desfecho em 202 a.C, com a
vitória dos romanos da II Guerra Púnica e assim ocorre a expulsão dos
Cartagineses da Península.
CONQUISTA DA PENÍNSULA PELOS ROMANOS –
ANÍBAL REI DE CARTAGO
CONQUISTA DA PENÍNSULA PELOS ROMANOS –
MAPA DA PENINSULA
CONQUISTA DA PENÍNSULA PELOS ROMANOS –
ROTAS DE INVASÃO
CONQUISTA DA PENÍNSULA PELOS ROMANOS –
MURALHA ROMANA
CONQUISTA DA PENÍNSULA PELOS ROMANOS

• Segundo Mario Júlio Almeida da Costa, os romanos apenas eliminaram um


concorrente, nos interiores da península as coisas se tornavam cada vez mais
difíceis. Como exemplo, os Lusitanos só foram subjugados em 137 a.C
quando da morte de Viriato.
• Houve lutas civis em Roma, entre Mario e Sila, e algumas tribos se
aproveitaram da situação para terem de volta a sua independência. Exemplo
Mario Júlio salienta a sublevação dos Lusitanos, sob o comando de Sertório,
general do partido de Mário que abandonou Roma após a vitória de Sila.
• Com o assassinato de Sertório em 72 a.C a península passa a aceitar
pacificamente o jugo romano, com excepção dos cantábricos e dos ástures,
que só foram vencidos pelo imperador Augusto entre os 29 e 19 a.C.
A ROMANIZAÇÃO DA PENÍNULA IBÉRICA

• A medida que a conquista avançava, as populações peninsulares


começaram a adoptar muitos dos seus hábitos e costumes;
• Considera-se então que a romanização da Península como produto de
três elementos:
 Assimilação lenta da cultura e da civilização dos romanos;
 Concessão da latinidade aos habitantes da Península (esfera jurídica);
 Concessão da cidadania romana aos súbditos (esfera jurídica).
A ROMANIZAÇÃO DA PENÍNULA IBÉRICA

• ASSIMILAÇÃO DA CULTURA E CIVILIZAÇÃO ROMANA


 As formas de vida, as práticas, as ideias, as atitudes mentais e a própria
língua integrava a cultura e a civilização;
 Esse processo verificou-se através de uma série de fatores que se
tornaria difícil enumerar de forma exaustiva;
 Fatores de especial importância:
- Ação das legiões romanas – o caráter insubmisso da população indígena
exigiu permanência prolongada de legiões romanas em ponto do
território. Vários desses acampamentos foram a base de povoações
florescentes e depois grandes cidades.
A ROMANIZAÇÃO DA PENÍNULA IBÉRICA

- Ação dos funcionários administrativos colonos – numerosos colonos


que vinham de Roma e do resto da Itália atraídos pela fama das
riquezas peninsulares;
- Abertura de estradas – Fazia progredir dia após dia o volume de
transacções comerciais entre romanos e peninsulares. Então a
necessidade de uma larga rede de estradas que facilitasse o transporte
de mercadorias e a livre circulação de comerciantes e negócios;
- Superioridade da técnica romana, na construção de pontes, viadutos, a
quem os indígenas prestavam activa colaboração tomando um
contacto directo com a técnica romana;
A ROMANIZAÇÃO DA PENÍNULA IBÉRICA

- Desenvolvimento do regime municipal, através da introdução de sistemas


romanos de administração local, sobretudo do regime municipal;
- Culto religioso também é um fator que unia a população romana e
autóctone na observância dos mesmos preceitos litúrgicos. Primeiramente
as divindades greco-latinas, em seguida a obrigatoriedade ao culto ao
imperador, invenção de Augusto e depois o Cristianismo que passa a ser a
religião de todo o império Romano.
 A romanização jurídica – foi um passo importante para a romanização que
ocorreu de forma rápida e eficaz nas zonas do Sul do que do norte em
consequência das dificuldades de comunicação e da natureza dos seus
habitantes.
A ROMANIZAÇÃO DA PENÍNULA IBÉRICA

• A romanização jurídica opera-se em duas fases: A concessão da latinidade e


cidadania romana.
 A CONCEÇÃO DA LATINIDADE
 Há nesta fase a distinção entre cidadãos, latinos e peregrinos.
 CIDADÃOS – São as pessoas livres estes tinham capacidade jurídica plena em face
ao ius civile: gozavam do direito de contrair matrimônio e constituir família legitima
(ius connubii), direito de celebrar negócios jurídicos de natureza patrimonial (ius
commerci), direito de votar nos comícios (ius suffragii), direito de ascender as
magistraturas do Estado (ius honorum), faculdade de alistamento nas legiões do
exército (ius militae).
A ROMANIZAÇÃO DA PENÍNULA IBÉRICA

 OS PEREGRINOS – São os habitantes da província submetidas ao


domínio romano, não dispunham de nenhum dos privilégios dos
cidadãos. Eram considerados hostis, estrangeiros ou inimigos não
podendo desfrutar de qualquer proteção jurídica do direito romano;
Depois de submetidos reconhecia-lhes a liberdade pessoal de se
regerem pelos seus direitos nacionais; Se subordinavam ao ius
gentium.
 OS LATINOS – Subdividem-se em latinos antigos (latini veteres),
latinos coloniais (latini coloniari) e latinos junianos (latini iuniai);
A ROMANIZAÇÃO DA PENÍNULA IBÉRICA

• Os latinos antigos tinham direito ao comércio, ao direito ao voto, adquiriam a


cidadania romana automaticamente e fixavam em Roma a sua residência
definitiva;
• Os latinos coloniais – eram os antigos habitantes da península que gozavam
do direito ao voto e ao comércio.
• Tanto os latinos antigos como os coloniais passariam a categoria de cidadãos
desde que desempenhassem certos cargos públicos da terra a que pertenciam.
• Temos os latinidade maior e latinidade menor – no primeiro caso basta que o
latino tivesse sido decurião que ascendia a categoria de cidadão, no segundo
caso pressupunha o exercício de algumas funções como oficial de cavalaria
do exército romano.
A ROMANIZAÇÃO DA PENÍNULA IBÉRICA

 LATINOS JUNIANOS – O nome deriva da circunstância da


respectiva situação jurídica haver sido definida pela Lex
Iunia Normana (19 dC) – integravam nessa categoria antigos
escravos que alcançavam a liberdade e a civilidade; Durante
a vida estavam equiparados aos latinos coloniais, mas
morriam como escravos;
 Sua condição híbrida envolviam consequências jurídicas
importantes no que concerne ao direito sucessório.
ALCANCE DA LATINIDADE DOS POVOS
PENINSULARES
 Gozavam de direito de voto;
 Substituição dos sistemas jurídicos indígenas pelo sistema romano;
 Possibilidade de aplicar o direito romano a todas as suas relações
jurídicas de conteúdo patrimonial;
 Ordenamento em matéria de obrigações e direitos de crédito, direitos
reais e direito sucessório;
 Litigar em Tribunais Romanos;
 Não tinham acesso aos direitos de família, estava proibido celebrar o
casamento no ius civile, mas sim nas tradições autóctones.
A CONCEÇÃO DA CIDADANIA
• Primeiramente já possuíam a latinidade pelo imperador Vespasiano;
• A constituição de Carcala foi em relação ao conjunto do império um
dos fatores de romanização de maior relevo, em que concedeu aos
cidadãos romanos a cidadania generalizada em 212 DC;
• Transformaram toda a população em cidadãos livres e com todos os
direitos.
FONTES DO DIREITO ROMANO
• A península hispânica, se revela bastante rica em inscrições romanas,
especificamente na península de Bética que abrangia a região Sul do rio Guadiana,
maio ou menos Andaluzia; Predominam leis relativas a fundação de colônias e
municípios;
• Portugal – Ficaram famosas as tábuas de Aljustrel, decorre de tarem sido
descobertas nessa região mineira do Alentejo, corresponderia as antigas minas de
Vispasca.
• Estes últimos conheceram um grande incremento após a concessão da latinidade
por Vespasiano e seguiram basicamente uniforme duas tábuas de bronze de Adriano
(117-138) - organização administrativa, regime municipal ordinário, aspectos
jurídicos e técnicos;
• Decretos de magistrados, senatusconsultos e constituições imperiais;

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