Você está na página 1de 14

I.

A ANTIGUIDADE ROMANA
I.1. Os primeiros habitantes da Itália.

A Itália é uma península europeia que penetra profundamente na parte central do mar
mediterrâneo. Suas costas não são muitos favoráveis; grandes extensões eram antigamente
impróprias para a navegação. O solo era bem mais fértil do que a Grécia.

No séc. VI a.C. encontravam-se os primeiros habitantes da Itália distribuída da seguinte maneira:


os gauleses, ao centro, intrusos e latinos na zona ocidental, sabinos e umbrios nas montanhas
apeninas e samnitas nas costas do adriático e ao sul os gregos.

Os etruscos, oriundos da Ásia Menor, alcançaram o nível de cultura bastante elevado. O alfabeto
grego, seu idioma ainda ate aos dias de hoje, quase desconhecido, pois dele podemos traduzir
umas duzentas palavras.

I.2. A fundação de Roma. –

A fundação de Roma tem conservado uma lenda segundo a qual Enéias, príncipe troiano tem
fugido de sua cidade destruída pelos gregos, teria chegado ao Lacio e casado com a filha de um
rei latino. Proclamado rei de Alba Longa, seus descendentes herdaram-lhe depois a coroa.

Segundo as antigas tradições latinas os romanos, desejando esposas, raptaram as jovens sabinas.
Tal fato desencadeou uma guerra entre os dois povos, mas quando ia começar a luta as jovens
intercederam junto aos parentes e a seus esposos romanos conseguindo a paz.

I.3. Período da realeza. –

Nos primeiros tempos Roma foi governado por reis, tradicionalmente o primeiro rei foi Rómulo
que teria desaparecido durante uma tempestade, os outros foram Pompilio, Tulo, Tarquinio,
Servio. Pompilio foi um monarca pacífico e prudente. Márcio fundou o porto de hóstia.
Tarquinio foi emprendedor e autoritário, urbinizou Roma. Servio foi construtor das muralhas que
fortificaram Roma.

I.4. Patrícios e plebeus.


A população romana durante o período da realeza estava dividida entre patrícios e plebeus. Os
patrícios constituíram uma classe aristocrática. Os plebeus haviam passado para o domínio
romano por ocasião das primeiras conquista; eram considerados homens livres, mais não tinha
direito de cidadão, não participavam da assembleia popular e não tomavam parte nas festas
religiosas dos patrícios. Existiam os que tinham condição especial de clientes, aqueles que
estavam sob protecção de uma família patrícia. Recebiam terras para cultivar, eram assistidos em
caso de demandas judiciais e eles eram fiel aos Patrícios que os protegiam.

I.5. A república patrícia.

Após a revolução contra Tarquinio e a abolição da realeza, o poder já era exercido por dois
magistrados, denominado cônsules, eleitos anualmente. Os cônsules comandavam os exércitos,
convocavam e presidiam senados e celebravam os sacrifícios do culto público. Dividiam
funções; um dirigia guerra (cônsul romano) o outro cuidava da administração (cônsul togatus).
Andavam com escolta de doze leitores. Os patrícios compreenderam que não poderiam
desenvolver a política guerreira e imperialista que desejavam sem o concurso dos plebeus. Os
plebeus conseguiram os mesmos direitos políticos dos patrícios. A lei canuleia permitiu o
casamento entre patrícios e plebeus.

I.6. A expansão romana. –

Roma gradativamente, foi conquistando a Itália. No século V a.C., quando os romanos já haviam
tomado a margem direita dotibre aos etruscos, os gauleses invadiram a península itálica,
atravessando a Etruria e saquearam Roma. Exigindo um resgate de 1000 libras de ouro. Na
primavera do ano 280 a.C. chegou Pirro à Itália com uma bem organizada infantaria, grande
cavalaria e muitos elefantes de combate. Os romanos foram vencidos nas primeiras batalhas, pois
não sabiam lutar contra os elefantes e a sua cavalaria os temia. No ano seguinte apesar de os
Pirros vencerem tiveram grandes perdas. Dirigiu-se Pirro para a Sicília; ao regressar, foi vencido
pelos romanos, que não tiveram, então, dificuldade para a conquista do sul da Itália.

I.7. As guerras púnicas.


No norte de África, perto da actual Tunis, estava situada Kart-hadasht, fundada por fenícios. Os
gregos a denominavam Karchedon e os romanos, latinizando o nome, a chamavam de Cartago.
Cartago era uma cidade rica e poderosa. Tornou-se famosa pelos templos e banhos públicos e
imenso e seguro porto. Por causa de historiadores romanos sabemos pouco de Cartago, como
inimigos, sempre pintaram os cartagineses como traidores, cruéis e corrutos. A expressão fides
púnica (fé cartaginesa) era empregada em Roma como sinonimo de traição.

A primeira guerra púnica tem inicio na Sicília, quando tropas mercenárias romanas dos sul da
Itália se apoderam de Messina em 264 a.C. os soldados romanos pediram auxílio ao Senado. Ao
tempo, Hierão pediu a ajuda de Cartago. Os romanos conseguiram ocupar quase toda a Sicília.
Roma não possuía então uma frota suficiente para enfrentar as galeras cartaginesas: conseguiram
os romanos lançar ao mar 120 navios providos de uma inovação técnica: as pontes corvinas.
Estas pontes permitiam, com os ganchos agudos que possuíam nas extremidades, a passagem dos
soldados romanos para o navio inimigo. Conseguindo o cônsul Duilio duas grandes vitorias com
o uso das pontes corvinas, o senado romano animou-se a levar a guerra à África, enviando
quarenta mil homens sob o comando de Atilio Regulo que chegou a sitiar Cartago, sendo, no
entanto, derrotado e aprisionado.

I.8. A segunda guerra púnica.

Após a primeira guerra púnica, Cartago conheceu dias difíceis. Seus soldados, descontentes por
não receberem pagamento, promoveram uma revolta que durou mais de três anos, sendo no final
abafado cruelmente por Amílcar. Antiga colónia fenícia estava dividida em duas facções: uma
dirigida pela família dos Barcas, favorável à continuação da guerra contra Roma e de tendências
democráticas; e outra, dirigida pelos grandes comerciantes, de espírito aristocrático, alarmados
com os possíveis prejuízos decorrentes de um novo conflito.

Amílcar invadia a Espanha para obter homens e dinheiro, a fim de fortalecer o poderio
cartaginês novamente ameaçado pelos romanos. Morreu em combate. Seu filho Aníbal assumiu o
comando do grande exército invasor. Aníbal foi levado ao templo de Baal-Haman para que
jurasse vingança contra Roma. Aníbal cumpriu a promessa.

Alarmado com os sucessos de Aníbal, Roma resolveu designar um ditador. Foi eleito Fábio
Máximo que adoptou uma nova táctica guerreira: as tropas romanas passaram a acompanhar o
exército de Aníbal, cansando-o com pequenas escaramuças e evitando sempre uma batalha
decisiva, ao mesmo tempo que os camponeses recebiam ordens de destruir os campos e refugiar-
se nas cidades.

A vitória de Aníbal tornou difícil a situação de Roma. Siracusa rebelou-se e o rei da Macedónia,
Filipe V, iniciou uma serie de operações militares na Iliria. A vitória de Cipião na Espanha
induziram o senado romano a atacar Cartago, directamente de África.

I.9. Consequências da segunda Guerra Púnica.

A segunda guerra púnica modificou profundamente o panorama política e social do


Mediterrâneo Ocidental. Itália sofreu sensíveis modificações; os romanos estavam altamente
militarizados, acostumados à violência e à aventura. A vida civil e laboriosa foi difícil, sobretudo
nos campos devastado e despovoados. Roma enche-se de desocupados e a escravidão fácil dos
milhares de cativos comprados ou capturados superou o trabalho livre, o sistema político da
Itália foi modificado, muitas cidades perderam direitos imposto pela Roma, o regime politico
romano fez-se mais severo.

I.10.A destruição de Cartago.

Roma começou a intervir na Grécia, Síria e Egipto, cujo as rivalidades não permitiam uma
coligação contra poderosa cidade. No século III a.C. os romanos conquistaram Macedónia,
Grécia e Síria. Cartago refazia como metrópole comercial. Catão famoso pela sua austeridade e
severidade em seus discursos terminava com a frase “Cartago deve ser destruída”. Os romanos
aproveitaram-se de um conflito entre Cartago e o rei da Numídia. Os Cartagineses alarmados
com a presença dos romanos, visto que não queriam uma nova guerra e nem estavam em
condições para tal entregaram aos invasores todo material bélico. Receberam assim ordem para
abandonar a cidade para se estabelecer em outro lugar. Resistiram durante dois anos e finalmente
a sua cidade foi completamente arrasada e os sobreviventes foram vendidos como escravo em
Roma.

I.11.Crise Politica e Social.

As lutas sócias em Roma. As grandes conquistas territoriais modificaram profundamente


organização política, social e económica de Roma. A antiga igualdade dos patrícios e plebeus foi
substituída pela sociedade de carácter aristocrático onde os patrícios e plebeus enriquecidos
formavam uma nobreza. Os cidadãos romanos exerciam funções públicas importantes que
estavam em mãos de um grupo de famílias nobres como aristocracia dos governantes. A
sociedade romana era dividida em nobre e equestres. Este regime oligárquico que tratava
duramente os desprotegidos de fortuna que se baseava no trabalho escravo provocara lutas civis
que destruíram a república.

I.12.Reforma agrária dos Gracos.

O pequeno agricultor despojados de suas terras por dividas ocasionada pela concorrência dos
produtos estrangeiros e trabalho escravo nos latifúndios passou a servir como simples
trabalhador avulso e fazer parte dos desocupados de Roma. A miséria das classes inferiores,
provocadora de revoltas de escravos e de plebeus pobres, preocupara profundamente dois
tribunos da plebe, Tibério e Caio. Os Gracos tentaram reagir contra a oligarquia que enfraquecia
a economia romana. Tibério propôs uma lei de que ninguém deveria possuir mais de 310 acres
de terra, possibilitando o arrendamento dos cidadãos pobres e empréstimo para o inicio de
trabalho agrícola mais sem sucessos.

I.13.As lutas Civis.

Cila no oriente na luta contra mitridates na qual saiu vitorioso Mário apoderou-se de Roma, Cila
foi considerado inimigo público e o seu exército que devia reconquistar Grécia e Ásia foi
abandonado quando tentava forçar Atenas. A ditadura de Cila reconduziu o Senado ao carácter
aristocrático antigo e a administração da justiça retornou a aristocracia senatorial, diminui a
influência dos tribunos. Cila ao entrar em Roma como senhor absoluto estabeleceu uma ditadura
militar vitalícia. A oligarquia senatorial foi superada pelas influências dos dois militares Pompeu
e Crasso e assim Roma veria uma nova forma do governo.

I.14. O primeiro triunvirato

No ano 60 a.C. Pompeu, Crasso e Júlio César realizaram conspiração contra a república. A
aliança secreta de três políticos romanos “ primeiro triunvirato” foi um golpe fatal nas
instituições republicana de Roma e no prestígio senatorial. César era dono da política romana,
distribui terras entre os veteranos do exército.
I.15. Conquista de Gália

A Gália romana governada por César era constituída por diversas tribos divididas por rivalidade
o que facilitou a conquista romana. A primeira conquista foi o sudoeste. Vencendo o herói
vercingetorix César adquiriu um prestigio militar extraordinário que possibilitou o destino da
republica romana e transformou-a numa monarquia absoluta favorável a revindicações
populares.

I.16.O governo de César.

Durante a ausência de César, Pompeu havia tentado minar-lhe o prestígio junto ao Senado e
Crasso morrerá no Oriente lutando contra os partos. Em 52 a.C., Pompeu foi nomeado como
cônsul sine collega e depois César recebeu ordem de licenciasse suas tropas e voltasse a Roma.
César depois de ocupar Roma destruiu as tropas Pompeanas. Dirigiu a Espanha onde dominou as
tropas ali estabelecida. César conseguiu derrota-los em farsalia, na Grécia. Pompeu refugiou-se a
Egipto junto a Cleópatra e Ptolomeu. Ptolomeu querendo agradar César assassinou Pompeu.

I.17.A ditadura e as reformas de César.

Ao regressar a Roma César foi proclamado ditador vitalício. César seria um monarca absoluto,
hábil e dotado de grande tino administrativo.

Principais reformas foram: Limitou o poder dos governadores das províncias e concedeu
cidadania aos gauleses cisalpinos, Reduziu o poder do senado ao de simples conselho consultivo,
Distribuiu trigo e dinheiro aos soldados, Fundou colónias e Encarregou o sábio Sosigenes de
reformar o calendário.

I.18.O assassínio de César; suas consequências.

As reformas de César tornaram possíveis em virtude da diminuição dos privilégios políticos da


antiga aristocracia e não perdoava a destruição de certas tradições republicanas e de seus
prestígios. César depois de negar a um Senador o pedido de perdão para um desterrado, os
conjurados atacaram-no e assassinaram-no com 23 punheladas. César no testamento deixou os
seus bens e seu dinheiro ao povo romano, Marco António provocou a exaltação da multidão que
amotinada, incendiou as casas dos conjurados obrigando-os a fugir.
I.19.O segundo triunvirato.

Como sucessor político de César, Marcos António teve de enfrentar a concorrência de Lépido,
Antigo Governador da Gália Transalpin, e de Octávio, neto de uma irmã de César e seu filho
adoptivo. Um ano depois de coligarem-se, formando segundo triunvirato, oficialmente
reconhecido pelo Senado. Os novos triúnviros desencadearam contra seus inimigos tremanda
depressão, na qual pereceu o famoso Cícero. Os senhores absolutos do poder, resolveram de
comum acordo que Lépido ficaria na Itália enquanto Octávio e Marco António iriam à Grécia
esmagar os exércitos organizados por Brutus e Cassio, assassinos de César. Onde Brutus e
Cassio, vendo se perdidos se suicidaram. Octávio regressou a Roma e António foi ao Egipto para
castigar Cleópatra por ajudar exército de Brutus. Marco acabou se apaixonando por rainha
egípcios e acabou se esquecendo do objectivo.

I.20.O governo de Octávio. O império.

Octávio, que passara a dominar se Augusto (o glorificado), fingiu conservar a forma republicana
de governo. Como general chefe tinha direito a nomear quem quisesse para os posto militares;
como tributo, cônsul, pretor, questor e censor, controlava o poder civil. Augusto embelezou
Roma com magníficas construções, vestia-se como um cidadão comum. Reformulou o exército
por cidadãos romanos e habitantes das províncias. Os funcionários prefeitos para auxiliar no
governo-geral do império aconselharam o príncipe, que eram pessoas de inteira confiança que
foram Agripa e Mecenas. Agripa, vencedor da batalha de Actium, era um hábil general e
Mecenas um estudista e diplomata.

A evolução do principado; os imperadores do patriciado romano, da burguesia italiana e os


italianos das províncias no poder

Os sucessores de Augusto.

No século (14 d.C.), faleceu Augusto, foi proclamado imperador seu enteado Tibério. Os
sucessores deviam pertencer a mesma família (Tibério, Calíngula, Cláudio e Nero)

Tibério recebeu mesmo poder de seu antecessor, tornou-se impopular e, para defender-se das
conspirações e revoltas, cercou-se de delatores e espiões. Calíngula foi débil mental que tentou
fazer seu cavalo predilecto cônsul e pretendia ser um deus. Cláudio não foi um pobre de Espírito,
seu governo foi razoavelmente útil. Nero foi educado pelo filósofo Séneca, era dotado de índole
perversa e de pouca inteligência, não vacilou ao assassinar a própria mãe para livrar-se da tutela.

Os Antoninos.

Antonino Pio, o primeiro Nerva, foi um bom administrador e governou com certo espírito liberal.
Seu sucessor foi espanhol Trajano, desenvolveu um sistema de crédito rural, ampliou o porto de
Ostia, construiu o de Ancona, conquistou Dacia, a Arménia e a Mesopotâmia.

Adriano, Antonino Pio e Marco Aurélio

O imperador que sucedeu a Trajano, seu filho adoptivo Adriano, preferiu o desenvolvimento
cultural e material do império. Adriano ordenou a reconstrução da semidestruída Jerusalém com
intuito de transforma-la numa bela cidade greco-latina na Palestina, símbolo da fusão das ideias
romanas com helenismo. Os judeus consideraram uma injúria. A repressão de Adriano foi
severíssima. Antonino Pio da família gaulesa, foi um homem superior, o seu governo visou o
bem público. Estimulou as artes e as ciências e cuidou da boa administração da justiça. Marco
Aurélio imperador e filósofo, viveu numa época perturbada por invasões dos germanos, pestes,
terramotos, inundações e más colheitas. Apesar de ser mais culto dos imperadores perseguiu os
cristãos. Cómodo seu sucessor, preocupado com combates de gladiadores, fez mau governo.

O império militar e as influências orientais. A crise do III século. A monarquia burocrática

O enfraquecimento do senado, ausência de um princípio de autoridade e desorganização da vida


económica fizeram com que cada regiões passassem a escolher imperador. O exército romano
era composto de homens de todas as raças do império. Principais imperadores: sétimo severo,
caracala e heliogabalo. A crise do século III, os agricultores explorados com rudeza, numerosas
minas deixaram de funcionar, as insurreições isoladas foram facilmente abafadas.

II. A SOCIEDADE ROMANA


II.1. A vida privada na Roma

A vida familiar - a família romana sob a absoluta autoridade de seu chefe, o pater famílias, cuja
influencia só cessava com a morte. Era ao mesmo tempo o juiz de todas as questões domésticas,
o sacerdote do culto de lar e o único senhor do património familiar. A mulher casada possuía
melhores privilégios do que a mulher grega, era consultado sobre diversos assuntos, fazer visita e
diversões públicas. A matrona romana era um símbolo dos antigos costumes. O casamento era
feito sem conhecimento mútuo dos noivos. Os patrícios celebravam a cerimonia nupcial como se
fosse um ato religioso, com a presença de sumo pontífice. Nas outras classes era privado, compra
simbólica da noiva. A cerimónia nupcial era festiva. Nas vésperas a moca consagrava aos deuses
seus brinquedos e a sua túnica de menina e no dia do casamento usava véu e uma grinalda de
flores. Depois da cerimónia finge o noivo raptar a noiva e leva para sua nova habitação, lhe
entreva fogo e água, símbolo de culto doméstico. Outra modalidade do matrimónio que era
casamento livre. A mulher não ficava ao património do poder do marido, pertencia ainda a
família paterna e gozando de liberdade; poderia dispor seus bens livremente. Nos finais da
república o divórcio foi muito frequente, Ovídio casou-se três vezes, César e António quatro e
Pompeu cinco.

Quando nascia uma criança o pai tinha o direito de enjeita-la. Ao aceita-la dava-lhe o nome no
nono dia (se fosse menino) ou no oitavo (se fosse menina). Os meninos recebiam, três nomes: o
praenomen (Marcus, Quintus, Publius), o nomen da gens a que pertenciam (Julius, Cornelius) e
o Cognomen da família (Cícero, Scipio, Graco). As meninas eram designadas apenas com o
nome gentílico do pai (Livia, Cornélio, Otavia, Júlia), o que foi causa de inúmeras confusões.

A habitação - a primitiva habitação romana lembrava bem as simples e modestas casas dos
lavradores e agricultores etruscos. O lugar de culto doméstico e a cozinha era ao mesmo tempo
dormitório. Com o desenvolvimento da cidade passaram a ter uma serie de aposento menores
dispostos, passou a ter o aspecto mais decorativo. Mais tarde começaram a imitar habitações
gregas. Agora já possuem andares superiores. As Pompeia e Herculano são típicos e famosos. O
mobiliário mais comum era composto de mesas e de diversos tipos de leitos, usados juntos as
mesas ou para dormir e de cadeiras, arcas e cofres. A iluminação a noite era simples tocha ou
archotes. Mais tarde lâmpadas de óleo com um ou vários bicos.

II.2. A vida social

O trato social em Roma - os romanos costumava fazer visita pela manha. Convêm notar que em
Roma as visitas de cortesia eram numerosas e frequentes; não se limitavam a determinadas
ocasiões como aniversários, doenças, nomeações para cargo públicos, casamento. Visitava e
recebia frequentemente. Na Roma imperial ao cair da tarde eram comuns as reuniões nos
passeios públicos, protegidos pelas árvores. Os banhos públicos pouco tempo antes da refeição; o
imperador Cláudio era muito apaixonado pelos jogos até escreveu um livro sobre esse jogo.

Educação em Roma - a educação é caracterizadamente familiar. A obra educativo é


desempenhada pela solicitude materna e com a autoridade paterna alfabetiza e transmite
conhecimentos de leitura, cálculos, religião e civismo. Aos sete anos os meninos ficavam com o
pai e as meninas com trabalhos e industriais domésticas, sob orientação materna. As pessoas de
condição social humilde recebiam pouca instrução. Após as conquistas da Grécia, tornou-se mais
fortes as influências helénicas. Encantados pela superioridade da cultura grega, os patrícios
contratavam professores para ensinar seus filhos. Algumas vezes eram prisioneiros gregos era
escolhido os preceptores para a orientação da juventude romana. A influência grega foi tão forte
que assinala o Prof. Ruy Bello, somente para a helenização de Roma é que a escola veio integrar-
se definitivamente na vida social dos romanos.

Os funerais romanos, aos pobres eram enterrados ou incinerados sem muitos ritos, mais as
sociedade beneficiantes construíam sepulturas condignas, conhecidas como columbarias. Os
cadáveres eram lavados com água quente, perfumado e vestido com uma toga de insígnias de que
morto era possuidor. Por influência grega colocavam moeda na boca do defunto, destino ao
pagamento de Caronte. Colocavam flores e coroas e era acompanhado por flautistas, tocadores
de trombeta carpideiras para chorar e fazer elogios do finado.

Nos funerais da nobreza o préstito dirigia-se antes de Fórum, onde fazia o discurso fúnebre. Era
acompanhado de mascaras de cera que representavam o antepassado do morto. As cinzas eram
depois recolhidas pela família e colocadas em monumentos fúnebres. O banquete fúnebre
iniciava-se para a família um rigoroso luto de nove dias e no fim faziam sacrifícios de animais.

II.3. Os jogos e os espectáculos

Os espectáculos eram destinados a comemorar as festas religiosas do culto público, perderam


com o tempo toda a sua antiga significação; muitos imperadores os usaram para granjear
simpatia popular. A expressão pão e circo resumem as aspirações do povo romano, reflecte, na
verdade, a importância que se dava em Roma aos espectáculos. Para o povo romano o
espectáculos não somente representam um divertimento mais também oportunidade para a
manifestação de suas queixas e preferências, vaiando ou aplaudindo. Os toques de trombetas
anunciavam o início dos espectáculos. Se compararmos com os jogos gregos, os jogos romanos
representam somente espectáculos brutais.

O teatro - as origens do teatro romano remotam as representações pantomímicas etruscas, já


tinham forte influencia grega. O primeiro autor de comédias e tragédias romanas foi Lívio
Andronico, de Tarento, seguido mais tarde por Plauto e Terêncio. Os principais géneros eram de
atelana (Atela, cidade osca), sempre apresentava mesmos personagens e onde não eram raras as
frases grosseiras e obscenas, e os mimos, sem personagens fixos e com temas geralmente
tomadas da vida urbana, os quais se ridicularizavam fatos verídicos, mais ou menos recente. As
comédias e as tragédias romanas são simples traduções de grego.

II.4. As associações

Uma das associações romanas mais importante eram os colégios que congregavam indivíduos de
uma mesma profissão com intuito de se protegerem contra as prepotências e adquirirem algumas
regalias, colégios de carpinteiros e de tocadores de flautas. Quando morria alguém do colégio sua
corporação intervinha para assegurar-lhe funerais de acordo com os ritos do costume e tradição.

II.5. A consciência moral

O romano era antes de tudo um homem prático e utilitário. A vida contemplativa nunca lhe
ofereceu atractivos, o que caracterizava sua índole era o desejo de realização de propósitos
concretos. Julgavam os romanos um povo bárbaro, dotado apenas de valor militar, incapaz de
apreciar os aspectos superiores da vida. As virtudes romanas eram as de carácter prático e a
varonilidade, personificada nos grandes homens e nos heróis mitológicos e da religiosidade.

III. AS INSTITUIÇÕES ROMANAS


III.1. Governo e administração

A história política de Roma atravessou três fases distintas: realeza, republicana e império.
Durante a primeira fase os romanos eram governados por um rei cuja autoridade não era,
hereditária. Ao falecer o soberano, as famílias mais importante elegiam um chefe provisório,
consentimento do senado e a indicação dos patrícios é o que originavam o novo rei. Os antigos
reis de Roma eram juízes supremos.

O senado - o senado romano representava de certa maneira a continuidade do poder supremo do


Estado. A princípio era constituído apenas por membro do patriciado mais tarde a participação
dos plebeus. As túnicas dos senadores eram ornamentadas com uma faixa de púrpura e usavam
calcado vermelho e um anel de ouro. O senado reunia-se no Fórum outras vezes em outros locais
especialmente nos templos. A votação era feita de seguinte maneira: os favoráveis lados direito e
não favoráveis esquerdos. A decisão final podia ser vetada pelos tribunos ou cônsules. Na
república o senado não possuía poder legislativo. As leis eram votadas pelos comícios e ao
Senado competia aprova-la. Durante o império a actuação do Senado foi menos influente do que
na Republica.

As magistraturas - os magistrados em Roma eram funcionárias que exerciam as funções do


poder executivo. Os ditadores, os cônsules e os pretores, considerados magistrados superiores.
Podiam lavrar éditos, convocar e presidir senado, alistar e comandar exércitos, alem do amplo
poder coercitivo sobre qualquer cidadão. Havia magistrado de menor importância que não
possuíam imperium, gozando apenas de potesta. Que são: os questores, encarregados na
administração financeira, os edis, responsável pela polícia, arquiva, mercados e realização de
jogos públicos; e os censores, aos quais competia a elaboração de senso.

As assembleias populares - a participação directa do povo romano no governo fazia-se através


das assembleias populares que podia ser uma reunião simples na qual um magistrado prestava
informações sobre momento político. Os comícios eram anunciados com dezassete dias de
antecedidas. Por ocasião da votação os cidadãos repartiram-se por cúrias, centúrias e tribos em
determinados locais no campo de Marte. As apurações não se fazia pelo número de sufrágios
individuas, mais sim indirectamente, por cúria, centúria ou tribo.

III.2. Organização militar

Por ocasião das guerras púnicas Roma possuíam um exército 300000 homens, os que não atendia
vocação militar eram castigados e vendido como escravo. Para estes a vida militar era solução
para sua sobrevivência, podiam servir vinte anos na infantaria ou dez na cavalaria. No retorno
recebiam um lote de terra como recompensa. Cada região era formada de soldados de todas
tribos, divididos em três categorias: hastati, príncipes e triarii. Hastati, soldados mais jovens
armados de lanças, prestavam-se nas primeiras posições, seguidos dos príncipes e dos triarii,
soldados mais experientes.

III.3. O direito e a justiça

O direito romano foi um dos legados mais importante deixados por Roma as civilizações que lhe
sucederam. O antigo direito consuetudinário, baseado no uso e nos costumes passou a ser direito
com a Lei das 12 Tábuas que é considerada a mais antiga de Roma. O sistema jurídico dos
romanos resultou não somente da necessidade de governar os diferentes povos dos países
conquistado mas, também, da natural substituição de antigos costumes por certos princípios
gerais que se foram condensando através dos éditos dos pretores.

No direito penal romano, primitivamente estavam estipuladas duas canções: a pena de morte e a
multa. Os criminosos comuns eram jogados do alto da rocha Tarpeia e os escravos e
estrangeiros, crucificados. As multas nunca excediam da metade da fortuna do réu, porem, em
casos de sentença de morte, confiscavam-se todos os bens do condenado. Os famosos
jurisconsultos romanos foram: Gaio, Ulpiano, Papiniano e Paulo, cujos responsáveis formaram
a base da antiga jurisprudência romana e possibilitaram a criação de uma filosofia do direito.

III.4. A situação económica

Nos seus primeiros anos a economia de Roma era reflexo dos seus ideais militares; para os
romanos, mais fácil e mais honroso seria o enriquecimento pelo trabalho de indústria e comércio.
O comércio romano era principalmente exercido pelos libertos e as exportações não tinham
muita importância. Produziram os romanos em grande escala objectos de metal, especialmente
artigos de luxo, pois artífices estrangeiros, estabelecidos em Roma. Os três motivos que
impediram o comércio e industria em Roma atingissem os padrões muito elevados: o aumento
gradativo do numero de escravos, impondo a actividade agrícola que não exigia qualificações
especiais, os tributos cobrados as terras conquistadas compensavam os lucros não obtidos em um
possível desenvolvimento do comercio e da industria, e os juros excessivos e a ma administração
das finanças atemorizavam os empreendimentos comerciais de vulto.

III.5. A religião. Origens e progressos do cristianismo


Caracteres gerais da religião romana - A religião romana eram essencialmente politeístas:
admitia divindade dos rios, dos bosques, do fogo, dos caminhos. O antropomorfismo, depois do
contacto com os gregos tornou-se cada vez mais acentuado, alem da forma humana atribuída aos
grandes deuses, manifestou-se ainda pelo culto dos antepassados, adorados como bons espíritos
familiares através de culto doméstico. A sua estrutura a religião romana era contratual e formal.
Contratual, porque as relações entre deuses e os homens eram baseados no interesse recíproco: o
homem propiciava sacrifícios e recebia favores. Formal porque admitia necessidade do mais
escrupuloso cuidado com os gestos e palavras que compunham as cerimónias sob pena de
ineficácia. A partir da guerra púnica muitos cultos foram introduzidos em Roma e admitidos com
ampla tolerância, como os de mitra de origem persa, e o de Ísis, egípcios.

O sacerdote e o culto - Os sacerdotes agrupavam-se em colégios e entre os mais importantes


destacavam-se; os pontífices, competia a direcção geral do culto e dos outros sacerdotes, assim
como fixação do calendário dos dias férias, os augeres que se ocupavam com a decifração da
vontade dos deuses observando o voo dos pássaros, as condições meteorológicas, e os aruspices
que examinavam as entranhas dos animais sacrificados para determinação das condições
funestas. As mulheres exerciam funções sacerdotais. No calendário romano existiam nada menos
do que 45 dias dedicados os festivais agrícolas para obtenção da protecção divina.

O cristianismo - o cristianismo foi uma mensagem de amor fraternal e de piedade. Repudiando


algumas das antigas leis judaicas e denunciando publicamente a corrupção politica e económica
existente entre os judeus, exortando-os a viverem uma vida justa para que alcançassem o Reino
de Deus, desagradou aos sacerdotes e aos escribas do templo e iniciou a maior revolução moral
da historia do mundo. O cristianismo, negando-se a admitir a César-deus, passou a ser
considerado como um perigo para o Estado. Dai as terríveis perseguições sofridas pelos
primeiros cristãos, torturados, queimados vivos, jogadas as feras nas arenas. Por causa do poder.

Você também pode gostar