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Roma antiga

O Anfiteatro Flaviano (ou Coliseu), em Roma, o maior anfiteatro já construído. A construção começou sob o governo
do imperador Vespasiano em 72 d.C. e foi concluída em 80, sob o regime do seu sucessor e herdeiro, Tito.

Os primeiros habitantes de Roma, os latinos e sabinos, integram o grupo de populações


indo-europeias originárias da Europa Central que vieram para a península Itálica em ondas
sucessivas em meados do milênio II a.C.; Velho Lácio (Latium Vetus) era o antigo território
dos latinos, atualmente o sul do Lácio; em caso de perigo, as habitações latino-sabinas
uniam-se em confederações para enfrentar seus inimigos.[b] As colinas de Roma
começaram a ser ocupadas nos primórdios do milênio I a.C.; restos arqueológicos datados
entre os séculos XIV-X a.C. são as primeiras evidências de habitação no monte Palatino.[14]
[15]
Três recintos muralhados sucessivos sobrepostos foram datados no local, dois
dos séculos VIII-VII a.C. e um dos séculos VII-VI a.C..

Fundação de Roma
Da visão mitológica:

1. A resposta mitológica à criação de Roma surgiu quando a cidade já havia virado


império mundial. Conta a lenda que Eneias, filho do rei de Troia e da deusa Vênus,
fugiu de sua cidade durante uma batalha. Acompanhado de alguns homens, seguiu
para a península itálica, onde seu filho Ascânio iniciou um povoamento chamado Alba
Longa. Dois descendentes de Eneias – Numitor e Amúlio – apareceriam mais tarde em
relatos sobre a criação de Roma.

A lenda continua: ao morrer, Sílvio Procas, duodécimo rei de Alba Longa, teria deixado dois
filhos. O mais moço, Amúlio, apoderou-se do trono, preterindo Numitor, seu irmão mais velho.
Para garantir o reinado de seus descendentes, matou Lauso, filho de Numitor, e obrigou sua
sobrinha, Reia Sílvia, a jurar castidade. Contudo, Marte, o deus da guerra, tornou Reia Sílvia
mãe dos gêmeos Rômulo e Remo.

2. Conforme a versão lendária da fundação de Roma, relatada em diversas obras literárias


romanas, tais como a Ab Urbe condita libri (literalmente, "desde a fundação da
Cidade"), de Tito Lívio, e a Eneida, do poeta Virgílio, Eneias, príncipe troiano filho
de Vénus, fugindo de sua cidade, destruída pelos gregos, chegou ao Lácio e se casou
com uma filha de um rei latino. Seus descendentes, Rómulo e Remo, filhos de Reia
Sílvia, rainha da cidade de Alba Longa, com o deus Marte, foram jogados por Amúlio,
rei da cidade, no rio Tibre. Mas foram salvos por uma loba que os amamentou, tendo
sido, em seguida, encontrados por camponeses. Conta ainda a lenda que, quando
adultos, os dois irmãos voltaram a Alba Longa, depuseram Amúlio e em seguida
fundaram Roma, em 753 a.C.. A data tradicional da fundação (21 de abril de 753 a.C.
[17]
) foi convencionada bem mais tarde por Públio Terêncio Varrão, atribuindo uma
duração de 35 anos a cada uma das sete gerações correspondentes aos sete
mitológicos reis. Segundo a lenda, Rômulo matou o irmão e se transformou no
primeiro rei de Roma.[18]

Quando Amúlio soube disso, condenou Reia Sílvia à morte e ordenou que os dois recém-
nascidos fossem lançados numa cesta ao rio Tibre. Arrastadas pela correnteza, as crianças
teriam sido encontradas na base do monte Palatino por uma loba, que passou a amamentá-los.
Nos rastros da loba, pastores da vizinhança encontraram os gêmeos e se encarregaram de criá-
los.

Da visão histórica:

Acredita-se que Roma tenha sido fundada na Região do Latium (ou Região do Lácio, na Itália
central), onde se falava o latim, língua que se alastrou pelo mundo e que deu origem, inclusive,
ao idioma português, que nas palavras de Olavo Bilac era “a última flor do Lácio”.

A região onde Roma se desenvolveu, a península itálica, era dominada pelos etruscos, um povo
que vivia ao norte de Roma, e tem uma cadeia montanhosa central com clima ameno e com
chuvas constantes. Isso significa que as terras eram férteis e propícias tanto para a agricultura
como para a criação de gado. Além disso, pela proximidade do Mar Tirreno ocupava uma
posição estratégica para o desenvolvimento do comércio. Por isso a região apresentava um
grande potencial para economia, seja com as plantações de insumos como trigo e cereais, seja
com a criação de animais ou mesmo com o desenvolvimento comercial.
2. Os primeiros habitantes de Roma, os latinos e sabinos, integram o grupo
de populações indo-europeias originárias da Europa Central que vieram para
a península Itálica em ondas sucessivas em meados do segundo milênio a.C.;[nt
2]
Velho Lácio[nt 3] era o antigo território dos latinos, atualmente o sul do Lácio. Estes
indo-europeus divergiam em origem, língua, tradições, estágios de
desenvolvimento e extensão territorial. Por se dispersarem por toda a península
Itálica, entraram em contato com outros dois povos que habitavam a região,
os etruscos e os gregos. Os etruscos assentaram-se e floresceram a norte de
Roma na Etrúria (moderno norte do Lácio, Toscana e parte de Úmbria), a partir
do século VIII a.C. onde fundaram cidades como Tarquinia, Veios e Volterra e
influenciaram profundamente a cultura romana.[9] Suas origens são desconhecidas[nt
4]
e muito do que se sabe sobre eles é derivado de achados arqueológicos em suas
necrópoles.[12] Os gregos haviam se estabelecido na chamada Magna Grécia e
fundaram colônias tais
como Síbaris, Tarento, Crotona, Cumas e Nápoles entre 750−550 a.C..[13] Estes,
assim como os etruscos, exerceram nítida influência nos povos itálicos e em
Roma.[14]
3. Roma cresceu na margem esquerda do rio Tibre, a cerca de 25 quilômetros de
sua foz, num trecho navegável do rio, portanto com acesso fácil ao mar Tirreno.
Esta região, de clima temperado, em vista da sua topografia acidentada, possui
entre as colinas circundantes alguns importantes vales que, no processo de
desenvolvimento da cidade, tornaram-se úteis para a mesma.[15][16] Além disso, por
estes vales serem, no geral, vales vulcânicos, a produtividade do solo, em vista da
presença de fertilizantes naturais como potássio e fosfatos, é elevada.[17] A cidade
tinha as vantagens de uma posição ao mesmo tempo marítima e do interior.
[18]
Situada a cerca de 20 km das colinas Albanas, que constituem uma defesa
natural, e numa planície suficientemente afastada do mar, a cidade não precisaria
temer incursões dos piratas. Além disso, tanto o próprio rio (e a ilha Tiberina[nt 5])
como os montes Capitólio e Palatino operavam como cidadelas naturais facilmente
defensáveis.[19][20]
4. O maior trunfo de Roma quanto a sua localização foi a proximidade com o rio
Tibre. Este desempenhou papel fundamental no desenvolvimento econômico da
cidade, pois as mercadorias que provinham do mar Tirreno tinham que subir pelo
curso do rio para serem dirigidas quer para a Etrúria, quer para a Campânia grega
(Magna Grécia). Desse modo era capaz de monopolizar o tráfego terrestre, uma
vez que estava situada na intersecção das principais estradas do interior da
península Itálica.[19][20] Por haver importantes salinas nas proximidades da cidade,
conseguiu transformar-se em ponto de mercado perfeito da "via do sal",
futuramente conhecida como via Salária,[2][21] da mesma forma que os rebanhos
desempenharam papel primário na economia romana deste período formativo.
5.

Constituição do Reino de Roma


A região do Lácio foi habitada por vários povos.[11] Além dos latinos (Ramnes) e sabinos (Tities),
[12]
os etruscos (Luceres)[nt 3] tiveram um papel importante na história da monarquia, já que
vários dos reis tinham origem etrusca. As famílias patrícias originais pertenciam a estes grupos
étnicos.[13][14] Na tentativa de adicionar um nível de organização para a cidade, essas famílias
patrícias foram divididas em unidades chamadas "cúrias".[10] O veículo pelo qual o os primeiros
romanos expressaram suas tendências democráticas era conhecido como uma "comitia"
(comitê ou assembleia). As duas assembleias principais que se formaram eram conhecidas
como a "assembleia das cúrias" e a "assembleia calada". As duas assembleias foram projetados
para espelhar as divisões étnicas da cidade, tal como as assembleias foram organizadas de
acordo com a cúria. O veículo através do qual os primeiros romanos expressavam seus
impulsos aristocráticos era um conselho de anciãos da cidade,[10] que mais tarde se tornou
o Senado romano. Os anciãos deste conselho eram conhecidos como "patres" (pais), e,
portanto, são conhecidos na história como os primeiros senadores romanos.[nt 4] O "Populus"
(povo) e os anciãos, eventualmente, reconheceram a necessidade de um único líder político, e
portanto, o "rex" (rei) foi eleito. O "populus" elegia o rei, e os anciãos aconselhavam o rei.

A segunda época abrange os reinados dos últimos três reis lendários. Esta época tem mais
consequências do que a primeira, que em parte, foi devido ao significativo grau de expansão
territorial que ocorreu.[9] Independentemente de procurar saber se essas lendas são
verdadeiras, é muito provável, como as lendas alegam, que uma série de conquistas ocorreu
durante o final monarquia. Como resultado dessas conquistas, tornou-se necessário para
determinar o que deveria ser feito com os povos conquistados. Muitas vezes, alguns dos
indivíduos cujas cidades tinham sido conquistadas permaneceram nesses locais, enquanto
outros vieram a Roma.[15] Para adquirir posição legal e econômica, estes recém-chegados
adoptaram uma condição de dependência em relação quer uma família patrícia, ou para com o
rei (que era também um patrício). Eventualmente, os indivíduos que eram dependentes do rei
foram liberados de seu estado de dependência, e se tornaram os primeiros "plebeus".[15]

Para trazer os plebeus de volta para o exército, o exército foi reorganizado.[17] As lendas dão
crédito desta reorganização ao rei Sérvio Túlio. Ele também é creditado para a construção
do templo de Diana no Monte Aventino, para marcar a fundação da chamada Liga Latina.[18] De
acordo com as lendas, Tullius aboliu o antigo sistema em que o exército foi organizado com
base nas cúrias hereditárias, e o substituiu por um sistema baseado na propriedade da terra.
Como parte de sua reorganização, foram criados dois novos tipos de unidade; o exército foi
dividido em "Centúrias",[19][20] e reorganizações posteriores fez o exército mais eficiente através
do uso de "tribos".[21] As centúrias foram organizados com base na propriedade, e qualquer
indivíduo, patrício ou plebeu, poderia tornar-se um membro de uma centúria.[22] Estas
centúrias formaram a base de um novo corpo legislativo chamado "Assembleia das centúrias",
embora esta assembléia não foi imediatamente acordada quaisquer poderes políticos.[23] Em
contraste, quatro tribos foram criadas que englobavam toda a cidade de Roma, e enquanto
novas tribos que mais tarde seriam criadas, essas tribos abrangeriam o território fora da cidade
de Roma. Participação em uma tribo, dissemelhante do requerimento numa cúria, era aberta a
ambos, patrícios e plebeus, sem levar em consideração a necessária qualificação de ter
propriedade.

Assembleias Romanas
Assembleia Curiata: Nas origens e durante a monarquia, os patrícios se agrupavam em
associações religiosas chamadas cúrias. A assembleia das cúrias perdeu a força com a
República.

Assembleia Centuriata: Convocada pelo cônsul, era a mais importante da República. Consistia
numa reunião do Exército, dividido em centúrias (a rigor, grupos de cem homens), e
constituído por homens de todas as classes sociais. Contudo, as classes baixas compensavem
seu armamento inferior, com um número superior de homens. Como cada centúria tivesse
direito a um voto e houvesse 98 centúrias patrícias contra 95 centúrias da plebe, a soberania
das elites estava garantida. Essa Assembleia elegia os magistrados e votava todas as leis.

Assembleia Tribunicia: Formada pelas 35 tribos romanas: 31 rurais (às quais pertenciam as
elites) e 4 urbanas (o proletariado). Essa Assembleia votava leis.

Magistraturas
Cônsules (2): Eram o poder executivo e presidir as sessões senatoriais e assembleias. Eles
também comandavam os exércitos e conduziam os cultos públicos. Um cônsul era o mais alto
cargo político da República Romana e o consulado era o mais alto posto do cursus honorum, a
ordem sequencial dos cargos públicos pelos quais os políticos deveriam passar durante a sua
carreira. Tinham mandatos de 1 ano. 753 a.C. – 509 a.C.

Questor: Cuidava das finanças

Pretores: Ministravam a justiça na cidade, no campo e nas províncias estrangeiras, das quais
muitos foram nomeados governadores.

Censores: Faziam o censo dos cidadãos, cuja conduta vigiavam. Elaboravam o Álbum
Senatorial, lista que designava as pessoas a serem recrutadas para o Senado.
Tributos da plebe: Surgiram por pressão dos plebeus a quem representavam. Tinham poder de
veto às leis contrárias ao interesse da plebe, exceto durante guerras.

Edis: Cuidavam da conservação da cidade, o que incluía policiamento, repartição dos


mercados, limpeza das ruas etc.

Ditador: Homem escolhido pelo senado durante os tempos de crise e calamidade. Obtinha
total poder em mãos.

O Senado e os períodos governamentais da Roma antiga


1. O Senado romano era um conselho político formado apenas por patrícios, sendo o
cargo de senador vitalício. Eles eram a autoridade máxima do governo republicano,
que, através dos magistrados, exerciam o controle sobre o governo e a política, tanto
interna quanto externa. Tinham muitos privilégios e alto status social. Possuíam até o
poder de estabelecer um ditador provisório, caso os cônsules desviassem dos seus
interesses.
2. O Senado era uma assembleia de notáveis - o conselho dos patres, ou chefes das
gentes patrícias - que provinha já dos tempos da realeza romana. Rigorosamente
hierarquizado, representava o poder fundamental da República (509 a. C.-27 a. C.), que
diminuiu bastante depois da implantação do Império (27 a. C.-476 d. C.), quando
passou a ser quase como a "oposição republicana", sendo os seus titulares muitas
vezes alvos a abater ou a enviar para o exílio por parte de imperadores mais hostis à
instituição. O Senado nunca alinhou com a "democratização" na República ou com as
ambições monárquicas, apoiando Pompeu contra César, "apoiou" com reservas e
hesitações Otaviano (futuro imperador Octávio César Augusto), aliado pouco convicto
dos primeiros imperadores, até que se tornou mesmo um centro de revolta
contra Nero e a sua governação.
A origem dos senadores (vitalícios) provém da sua riqueza e estatuto social, sendo
assegurado pelos censores. No início, o recrutamento era feito entre os patrícios,
nobres de linhagem antiga e tradicional em Roma; depois de 400 a. C., passou a ser
possível os plebeus, antigos magistrados curuis (patres conscriptii) integrarem o
Senado, que começou com Júlio César (49-44 a. C.) a receber também elementos
oriundos das províncias. Na origem, o Senado tinha 100 membros, 600 na época de
Sila (82-79 a. C.), 900 com Júlio César e 300 na parte final do Império. A aristocracia
senatorial foi sempre a classe social mais elevada do estado romano, mesmo nos
últimos tempos do Império. O primeiro dos senadores com o nome a constar na
listagem elaborada pelos censores (o album senatus, elaborado de cinco em cinco
anos) era designado por princeps senatus (patrício e geralmente um antigo censor),
título que pertenceu a Octávio (Augusto) e que depois esteve na base do nome do
Principado. No entanto, o Império foi funesto com o Senado, afastando-o
gradualmente da administração dos assuntos e questões de Roma, diminuindo a sua
importância enquanto assembleia política. O conflito entre o Senado e os imperadores
e as transformações súbitas das funções e da estrutura do Senado estão entre os
processos melhor documentados da história da primeira parte do Império.
Aparentemente, o Senado não detinha grandes poderes e até não se podia reunir por
sua iniciativa, por exemplo; era consultivo, não legislativo, mas o seu poder era o
supremo em Roma, portador da auctoritas religiosa (detinha também o poder
religioso), por exemplo, ou instituição máxima em termos financeiros, para além de
controlar a política externa de Roma.
Apesar das convulsões com os imperadores, o Senado, omnipotente como
dizia Políbio, não perdeu nunca os pergaminhos de classe ou ordem senatorial, de
"fina flor" da sociedade romana, com participação no governo, variável claro. A sua
participação nos assuntos internos de Roma nem sempre foi meritória, recorde-se, ou
isenta de falhas graves e trágicas até, mas a esta instituição deve Roma o brilho do seu
poder, de civilização baseada em instituições sólidas e operantes, entre muitas vitórias
fulcrais ou às primeiras formas de organização provincial.

3. O Senado romano era uma instituição política com início no antigo reino romano.
Os pré-históricos indo-europeus que se instalaram na Itália, nos séculos antes da
fundação lendária de Roma em 753 a.C., foram estruturados em comunidades
tribais. Estas comunidades, muitas vezes incluem um conselho aristocrático de
anciãos tribais. A família romana primitiva era chamada "gen" ou "clã". Cada clã
era uma agregação de famílias sob controle comum de um patriarca do sexo
masculino, chamado de pater (em latim: "pai"), que era o senhor indiscutível do
seu clã. Quando os primeiros gens romanas foram se agregando para formar uma
comunidade, os patres famílias dos clãs principais foram selecionados para o
conselho Confederal de anciãos (que mais tarde se tornou o Senado
romano). Com o tempo, contudo, reconheceram a necessidade de um único líder,
levando-o a eleger um rei romano (rex) e investir nele seu poder soberano.
Quando o rei morria, o poder seria naturalmente revertido para eles. O senado
tinha três responsabilidades principais: funcionava como repositório definitivo para
o poder executivo,[28] conselheiro do rei e como corpo legislativo em sintonia com
o povo de Roma. Os senadores romanos reuniam-se em um templo (templum) ou
qualquer outro local que havia sido consagrado por um funcionário religioso
(áugure).

Durante os anos da monarquia, a função mais importante do Senado foi a de escolher


novos reis. O período entre a morte de um rei e a eleição do próximo rei, era chamado
de interregno. Quando um rei morria, um membro do Senado (“o inter-rei") podia nomear
um candidato para substituir o rei. Depois que o Senado dava sua aprovação inicial ao
candidato, ele então era formalmente eleito pelo povo e, em seguida, recebia a aprovação
final do Senado. Nesse sentido, enquanto o rei era oficialmente eleito pelo povo, era
efetivamente uma decisão do Senado. O papel mais significativo do Senado fora as
eleições reais, era função de conselho consultivo do rei. Enquanto o rei não estava sujeito
ao conselho oferecido pelo Senado, com o crescente prestígio do Senado isto fez o seu
aconselhamento cada vez mais imprudente ser ignorado. Tecnicamente, o Senado
também poderia fazer leis, mas seria incorreto ver os decretos do Senado como legislação
no sentido moderno. Apenas o rei poderia decretar novas leis, embora ele frequentemente
envolvesse tanto o Senado, quanto a assembleia das cúrias no processo.

O senado tinha três responsabilidades principais:

1. Funcionava como repositório definitivo para o poder executivo


2. Atuava como conselheiro do rei
3. Funcionava como um corpo legislativo em sintonia com o povo de Roma.

Durante a monarquia:

Durante os anos da monarquia, a mais importante função do senado foi a de


selecionar novos reis. O período entre a morte de um rei e a eleição do próximo era
conhecida como interregnum. Quando um rei morria, um membro do senado
(o interrex) indicava um candidato para substituir o rei. No primeiro interregnum,
ocorrido após o desaparecimento de Rômulo, o senado, que então era composto por
cem homens, dividiu-se em dez decurias, cada uma regida por um decúrio que
exerceu a função de Interrex por cinco dias. Por um ano os decúrios alternaram-se no
poder até que o novo rei foi aclamado. Após o senado dar sua aprovação inicial do
candidato, ele era formalmente eleito pelo povo e, em seguida, recebia a aprovação
final do senado. Assim, apesar do rei ser oficialmente eleito pelo povo, efetivamente a
decisão era do senado. O mais significativo papel do senado, além das eleições reais,
era a de conselho consultivo do rei. Apesar do rei não estar limitado pelo conselho do
senado, o crescente prestígio do senado fez seu conselho cada vez mais influente.
Tecnicamente, o senado poderia fazer leis, apesar de que seria incorreto ver os
decretos do senado como legislação em sentido moderno. Apenas o rei poderia
decretar novas leis, embora ele muitas vezes envolvesse tanto o senado como
a assembleia das cúrias no processo. No entanto, o rei era livre de ignorar qualquer
decisão que o senado tivesse aprovado.

Assim, durante a monarquia, o senado ou conselho dos anciãos era o conselho dos
reis, sendo os seus membros — cuja escolha possivelmente se fazia pelos reis, entre
o chefe das diferentes gentes (singular gens) —
denominados senatores ou pater (pais), cujo número a princípio era de 100, e, no final
do período real, ascendeu a 300. O senado, que era convocado pelo rei, estava em
posição de subordinação diante dele. Quanto a sua competência:

 Com relação ao rei, era consultiva (este, nos casos mais importantes, devia
consultá-lo, embora não estivesse obrigado a seguir o conselho);

 Com referência aos comícios era confirmatória (toda deliberação deles, para ter
validade, devia ser confirmada pelo senado, ou seja, obter a patrum auctoritas).
Os 7 Reis de Roma:
A gente Horácia (em latim: Horatia; pl. Horatii) era uma antiga gente patrícia da Roma
Antiga e que remonta à época de Túlio Hostílio, o terceiro rei de Roma. Um de seus
membros, Marco Horácio Púlvilo foi cônsul sufecto em 509 a.C., o primeiro ano
da República Romana e, novamente, em 507 a.C.. Mas o mais famoso dos Horácios foi
certamente o seu sobrinho, Públio Horácio Cócles, que defendeu a Ponte Sublício contra Lars
Porsena em 508 a.C.

Mitologia (Ou não) Sobre os Horacios:


[Durante o reinado de Túlio Hostilio (em torno de 670 a.C.), os romanos declararam guerra
contra os albanos, seus parentes próximos. Devido a esses laços estreitos, quando seus
exércitos se encontraram no campo de batalha, Hostilio e o rei de Alba Longa decidiram
evitar um derramamento de sangue desnecessário. Como os dois exércitos tinham um
conjunto de irmãos trigêmeos, ficou decidido que esses irmãos deveriam lutar como
campeões de cada lado, Os irmãos Horácios lutaram pelo lado romano, e contra eles
estavam os irmãos Curiácios. A cidade natal do lado perdedor seria destruída.

Na batalha Inicial, os três irmãos Curiácios foram feridos. Dois dos irmãos Horácios foram
mortos. Públio, o único Horácio restante, fol deixado para lutar contra os três Curiácios. Ele
no entanto, era o único que ainda não havia sido ferido. Ciente de que não conseguiria
lutar contra três homens ao mesmo tempo, Públio se virou e correu, e os três Irmãos
Curiácios o perseguiram. Um deles, que estava pouco ferido, conseguiu perseguir Públio.
Outro, que possuía ferimentos um pouco mais sérios, acabou ficando para trás. O terceiro,
gravemente ferido, já havia caldo muito para trás.

Com os três irmãos Curiácios separados, Públio voltou-se contra o Curácio que o havia
perseguido e o matou. Então, ele encontrou ο segundo irmão e também o matou sem
dificuldade. O terceiro Irmão, gravemente ferido, não era páreo para o saudável Públio. Ao
encontrá-lo, Públilo declarou que havia matado os dois primeiros para vingar a perda de
seus próprios irmãos, e que agora mataria por Roma. Públio então enterrou sua espada no
pescoço do último dos Curácios.

Públio foi recebido em Roma com grande festa, porém, ao contrário de todos na cidade,
Camila, sua irmă mais nova chorava desconsolada. O regresso triunfal de seu irmão
significava que todos os Curiácios estavam mortos. A verdade é que, sem ninguém saber,
em segredo, ela havia noivado com um deles. Ao entender o que estava acontecendo,
Públio desembainhou sua espada e transpassou o coração de sua irmã, îlenciando as
comemorações e dizendo: "Assim morrem as mulheres romanas que choram pelo nimigo".

Públio foi preso e julgado por seu crime, sendo condenado por assassinato e sentenciado
à morte. Naquele momento, porém, o pai de Horácio deu um passo à frente e suplicou por
seu filho. Ele disse que sua filha mereceu a morte, e que se não fosse o caso, ele próprio
teria matado Públio. Além disso, ele disse que já havia perdido dols filhos, e que seria
injusto privá-lo do terceiro.

Levando em conta suas ações heróicas em batalha e as palavras comoventes de seu pai,
Públio foi absolvido de seu crime e libertado. O pai de Públio foi obrigado a oferecer um
sacrificio para expiar o crime de seu filho e a partir daquele momento, tornou-se uma
tradição da familia oferecer esse sacrifício todos os anos.]
Início do fim da monarquia:

O senado tornou-se o verdadeiro centro do governo, onde estavam os questores, pois os


magistrados cum imperium tinham interesse em consultá-lo e em seguir o seu conselho antes
de tomarem deliberações mais importantes, uma vez que, sendo o senado órgão permanente,
ficavam eles resguardados de possíveis incriminações quando retornassem à qualidade de
simples cidadãos. Graças a isso, o senado, além de enfeixar em suas mãos a direção política
externa de Roma, atuava nos diversos setores da administração pública
Alguns historiadores apontam que
o estabelecimento da
dinastia etrusca como uma das
causas para o fim da monarquia.

"Estupro
de Lucrécia" por Sexto Tarquínio
O primeiro rei etrusco e quinto rei de Roma, segundo a cronologia de Tito Lívio, Tarquínio
Prisco, foi eleito depois da morte de Anco Márcio. Sugeriu-se que Roma havia sido
conquistada pelos etruscos, mas isto é improvável. A cidade era localizada em uma
posição facilmente defensável, e seu rápido crescimento teria atraído pessoas de toda a
região. A política liberal da cidade de estender cidadania provavelmente criou uma
oportunidade para um líder habilidoso para ganhar o trono. O reinado dos primeiros quatro
reis foi distinto dos últimos três. Os primeiros reis foram eleitos. Entre os reinados dos três
últimos reis, no entanto, a monarquia tornou-se hereditária, e, assim, o Senado tornou-se
subordinado ao rei. O fato de que a monarquia se tornou hereditária (não é tão óbvio
apenas olhando o parentesco entre os três reis), bem como da falta do intervalo
interregno. O fato de que os auspícios não regressavam para o Senado nas mortes
daqueles reis constituiu uma séria erosão da autoridade do Senado, porque impedia o
Senado de eleger um monarca da sua escolha. Esta violação da soberania do Senado, em
vez de uma tirania intolerável, foi provavelmente o que levou os patrícios no Senado para
derrubar o último rei. O rei pode ter procurado o apoio dos plebeus, mas os plebeus
estavam, sem dúvida, cansados do contínuo serviço militar e do trabalho forçado na
construção de obras públicas e, provavelmente, estavam amargurados por sua falta de
poder político. Também o drama do suicídio de Lucrécia teria sido usado pelo Senado
como pretexto para justificar revolução. Em 509 a.C., terminou os 244 anos da dinastia
etrusca. Os aristocratas declararam deposto o rei ausente e proclamando a República.

Início e a história do senado durante a república


O senado tornou-se, especialmente na fase republicana (509–27 a.C.), a mais alta autoridade
do Estado, que os senadores exerciam em carácter vitalício. Nesse período, o senado romano
fiscalizava através dos questores os cônsules (autoridades executivas máximas), controlava a
justiça, as finanças públicas, as questões religiosas e dirigia a política externa, incluindo a
componente militar – vital num momento de conquistas expansionistas.

Durante a República Romana, o Senado Romano era uma instituição política de grande
importância. Aqui estão algumas informações sobre o Senado Romano durante esse período:

 O Senado era composto por membros chamados senadores, que eram escolhidos por
sua posição social e influência política.

 Inicialmente, o Senado era um órgão consultivo, mas ao longo do tempo adquiriu


poderes executivos e legislativos significativos.
 O Senado era responsável por tomar decisões importantes sobre questões políticas,
militares, financeiras e legais.

 Os senadores eram considerados a elite da sociedade romana e desempenhavam um


papel crucial na governança da República.

 O Senado tinha o poder de nomear e destituir magistrados, declarar guerra, fazer


tratados e controlar as finanças do Estado.

 Durante a República, o Senado era composto por cerca de 300 membros, embora esse
número pudesse variar ao longo do tempo.

 Os senadores serviam vitaliciamente, o que significa que ocupavam seus cargos até a
morte, a menos que fossem expulsos por má conduta.

 O Senado Romano era conhecido por sua influência política e por suas decisões terem
um grande peso na governança do Estado.

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