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As origens de Roma
 
Monarquia Romana (780-509 a C)
No ponto de vista da historiografia, é mais fácil do que diz respeito à Grécia pois tem
mais fontes históricas.
Outro detalhe, é o fato de que os romanos falavam latim e usavam o alfabeto,
produzindo muitas obras e elas chegaram para nos pelos monges copistas
medievais, portando, uma sociedade baseada na escrita. Muitas obras se perderam,
assim como não despertaram interesse nos copistas.
 
Ainda assim, os vestígios históricos para além das escrita existe o cotidiano, como
as estradas os romanos criaram uma malha de estradas para se deslocar por todas
as regiões romanas.
A região do Vesúvio após o desastre deixa petrificado muitos vestígios.
 
A língua nós foi deixada também, o latim. O sistema jurídico também nos foi
deixado, essa organização fica bem estabelecida no lex e jus, marcando o mundo
jurídico;
 Lex - lei
 Jus - justiça
 
Como Roma se originou? Em especial a cidade apareceu no mundo antigo?
Começa com o desenvolvimento de instituições políticas assentadas dos cidadãos
que reivindicam parentesco com os fundadores mitológicos.
Roma cresce em torno de suas instituições. Na medida que ela ganha amplitude por
volta de 509 a.c dá fim a monarquia e funda a República.
 
A monarquia 750-509 a.c vigora por pouco tempo, eles organizaram suas
instituições para guardar poder, nunca desenvolveram um sistema parecido com a
democracia. Os romanos ficaram em regimes aristocráticos.
Se comparar Roma com Grécia, a Grécia tinha as pólis com autonomia de uma
cidade para outra, isso não ocorre com Roma, que sempre fica submetida a um
poder central da cidade de Roma.
 
O escravismo foi institucionalizado pelos romanos, eles criaram um mercado. A
depender da região, o tratamento dos escravos mudava.
Foi uma sociedade que se constituido em torno da escravidão principalmente no
império.
 
Roma surgiu como?
Mitologicamente surgiu da guerra de dois irmãos Rômulo e Remo, daí Marte ser o
Deus protetor romano.
 
Hoje se sabe que surgiu, sobretudo do séc. XIX a historiografia e a arqueologia
fizeram muitos avanços. A fundação se deu realmente em 750 a.c na região do
latium uma pequena aldeia de cabanas de argila era uma pequena cidade latina,
quase um vilarejo com casas simples.
Não era uma aldeia isolada, onde Roma surgiu era bem localizado em termos
geográficos, com outros povos como os faliscos e os etruscos.
 
Estabelecido às margens do rio tigres tinha comércios com os povos ao redor.
Viviam como agricultores e pastores.
 
Essa pequena aldeia passa a crescer demograficamente, a sociedade fica mais
complexa, a região que mais travou contato foi os etruscos pela proximidade. Havia
ainda vasos áticos da península Ática mostrando comércio grego com a aldeia.
 
Motivos que alavancaram Roma são múltiplos, a localização geográfica estratégica
às margens do rio tigre e vias naturais para o sul da Itália e para os etruscos.
Contato com outros povos também foi importante para a cultura romana.
 
A Etrúria tem papel importante na cultura romana, os gregos mais tarde também
influenciam com a cultura helênica.
A dominação etrusca teve laços com o sul da Itália. Havia muitas similaridades com
as construções etruscas e romanas. Laços comerciais fortes, assim como política e
social. Aquele vilarejo ganha espaço Roma constrói um muro que cerca toda a
cidade.
 
A vida social romana nesse período monárquico. Como as gens - famílias romanas,
que chegaram até a República. Um grupo de pessoas que se ligam a um
antepassado comum. Essas gens romanas também incluíam os chamados clientes
eram pessoas agregadas a família submetidos ao patrono, faziam parte em troca de
proteção eles trabalhavam e sustentavam a família. Essa lógica da família romana
que tem um chefe, os clientes, atravessa a Idade Média e chega ao nosso mundo.
Isso era comum no mundo latino, uma rede de relações que pode acionar a seu
favor quanto mais clientes mais poder o patrono tinha.
O patrono exercia seu poder aos familiares, aos escravos e aos bens inanimados,
pertencia tudo aos domínios do chefe.
 
Na monarquia estavam dedicados à agricultura, não era uma cidade tão rica, mas
com caráter aristocrático daí os termos patrícios grandes proprietários que criam
poder.
Cúrias as instituições religiosas para criar laços entre os nobres.
 
Monarca era assessorado por um senado, que vem de senil os homens mais velhos
que aconselhavam o rei, e vêm de famílias aristocráticas influentes ou velhos
sacerdotes - Roma sempre teve essa sociedade aristocrática -
Assembleia curiatica
 
Integração de latinos e sabinos - descrito em uma lenda o rapto das sabinas -
Os primeiros reis de Roma foram os etruscos, basicamente o primeiro foi servio
Túlio, que fez algumas obras públicas e o primeiro muro de Roma, além de dividir a
área urbana em 4 grupos. Organizou ainda entre poder.
Outro que mais chama atenção é Tarquínio o soberano foi o 3 rei etrusco que reinou
Roma edifício o templo ao deus júpiter ele foi deposto da condição de rei por um
grupo de aristocratas romanos após o abuso de seu filho sexto Tarquínio que
abusou de Lucrécia, filha de um aristocrata romano. O patriciado revoltado o
expulsou, isso é uma lenda.
As explicações é Tarquínio se aproximou dos mais pobres o que gera uma
indignação do patriciado revoltada as políticas que beneficiam os plebeus. - a
mentalidade aristocrática sempre foi muito presente -
 
A tensão entre aristocratas e plebeus está em todos os períodos.
 
Os romanos, depreciavam seus inimigos.
 
A arquitetura é uma influência que se mistura inicialmente dos etruscos e depois dos
gregos (muito posterior).
Massimo Palotino pesquisa a cultura etrusca. Faz escavações na região de eleitia
uma cidade etrusca.
Dentro dos achados em plaqueta de argila aparece eleitia - uni. Que corresponde à
união de deuses gregos e romanos. Desde a península itálica os romanos
incorporaram os gregos.
 
Organização política e militar Romana, foi copiada dos etruscos, mas as aprimoram
com o tempo - como o que se chamava de exército profissional (legiões romanas).
 
Roma surge por três tribos:
Ramnenses - latinos
Ticienses - sabinos
Luceres - etruscos
 
Todas indo-europeias que vieram do norte. Vão se fundindo ao passar do tempo, um
dominado o outro.
 
Foi em 509 a.c encerrado o período monárquico, os patrícios aristocratas tomam o
poder. Com a monarquia etrusca superada a República dura de 200 a 300 anos, um
processo expansionista que leva ao império romano.

 17/10
 
A República Romana
 
A tradição teria sido fundada em 509 a.c
A historiografia confirma que a monarquia etrusca foi derrubada da passagem do
séc. 6 para o séc. 5 a.c
Latinos se referem a um contexto de uma região que é a do lation.
 
O senado esse colegiado de homens mais velhos foi feito muito depois, e na
transição toma o poder.
 
Patrícios e Plebeus e uma tensão muito forte desde o início da república romana. E
como eles ficaram divididos e entram em tantos conflitos?
 
 1 explicação; fica claro que o patriciado eram famílias mais antigas com
acesso a terras férteis. Depois chega os plebeus que não têm acesso a essas
terras e afastados das decisões políticas.
 
 2 explicação; acredita que por meio de documentos que esses dois grupos
lutaram juntos contra os etruscos, conviveram juntos desde o início. Porém,
com a República proclamada e o consulado tomando conta do poder, os
patrícios pedem o poder. Portanto, conviveram juntos, mas após a expulsão
dos etruscos serem expulsos minaram o poder dos plebeus.
 
Embora os romanos tenham deixado muita documentação escrita ainda é no séc. V
a.C dado isso as diversas interpretações sobre essa divisão.
 
Os primeiros tempos da república os patrícios detinham os poderes políticos e
somente eles chegavam a altos cargos.
Como os membros do senado, os senadores eram do patriciado. Os cônsules
tambem, cargos que não estavam abertos.
O patriciado vem do pater, do pai, daqueles que tem um pai. Ligado por sangue.
Constituíam o que chamamos de elite. - posteriormente tem acesso a escravos -
eles se beneficiam muito desse momento da república com as terras mais férteis, os
camponeses poderiam se tornar seus escravos por dívidas.
 
Os plebeus são pequenos comerciantes, artesãos, pequenos agricultores sem
acesso a política.
 
Demonstrando essa diferença, como o patriciado exercia seu poder sobre os
plebeus. - que estavam insatisfeitos por estarem prejudicados -
Esse conflitos resulta em lutas por seus direitos - negados pelos patrícios -
 
No séc. 4 a.c muitas revoltas plebeias ocorrem contra os patrícios. Surgindo até uma
espécie de nobreza nobilitas (nobreza) tanto de patrícios como de plebeus. Não
eram todos, apenas o que "melhor se saíram". O patriciado era representante da
monarquia, e os plebeus que acumularam dinheiro tem acesso a uma parte disso
constituindo essa classe. - pode ser com o comércio de escravos, o plebeu que se
envolveu com o comércio das legiões romanas comercializando nos locais de guerra
abastecendo as tropas.
Era preciso ainda que esse comerciante fosse parente de alguém que ocupava os
cargos, mesmo que não se provasse que o dinheiro fazia surgir.
 
450 a.c basicamente as leis deixam de estar assentadas nas tradições e passam a
estar escritas. Esse é um ponto de inflexão da estrutura jurídica romana.
Ela era antes com base na passagem oral, com argumentos da tradição, com a lei
escrita ela passa a estar disponível a todos em Roma, quase que um processo de
positivação da lei objetiva.
Sendo as leis das 12 tábuas, disponíveis a todos na cidade todos vem, não importa
sua classe.
 
Dessas 12 tábuas chegou fragmentos delas.
 
A abolição da escravidão por dívida, por um tempo foi permitido na República, a
partir de 450 a.c tem a abolição. Como se deu? Por pressões vindas dos plebeus
que mais sofriam com isso. Nessa data ainda foi criado um cargo do tribuno da
plebe, também por pressão dos plebeus. Foi um cargo importante e estratégico para
os direitos/interesses dos plebeus chegando a 10. Seu poder poderia vetar coisas,
por vezes foram comprados.
 
Parte das conquistas são pelos plebeus que chegaram aos nobilitas que passaram a
ter voz política, que representavam o grupo que vinha.
 
As fronteiras passam a ser divididas com essas leis, e com acesso às leis. Porém,
ainda tem divisão entre pobres e ricos romanos. Romanos muito ricos e romanos
muito pobres.
 
Os cargos não duravam anos a fio e sim por alguns meses, para que ele não
acreditasse possuir aquilo.
 
Organização da estrutura política;
 
Senado que parte a escolha dos dois cônsules, no qual cada um regulariza o outro.
 
Questores tesoureiros da república, faziam as contas para equalizar o saldo, quanto
era produzido.
Edis zelavam pelos edifícios públicos que e do que precisavam ser melhorados.
Pretores encarregados da justiça, juízes etc.
Censores cuidavam dos contratos, também observavam os hábitos morais romanos.
Pontífice máximo - chefe do sacerdote - eram politeístas -
 
As mulheres ficaram excluídas da vida política. Em Roma havia ainda dois tipos de
cidadania. A cidadania plena, exclusiva dos patrícios e a cidadania parcial dos
plebeus, mas até um escravo alforriado poderia se tornar um cidadão parcial.
Essa divisão foi muito usada sobretudo nas conquistas de expansão. Uma estratégia
bem articulada pelos romanos.
 
Se invadem uma região, oferecem ao povo essa cidadania parcial se apoiarem a
guerra. Ou na elite analisavam os que poderiam apoiar, ofereciam a cidadania plena.
 
Passaram a se aventurar para o sul da península itálica, o processo durou 127 anos,
fazendo acordos, ou guerras duras, como com o povo samnitas nativa da península.
No sul havia colônias gregas e esse deslocamento colide com as colônias gregas.
Quando dominam ela como um todo, a partir disso passam a dominar partes do
mediterrâneo no norte da África com culturas muito diferentes.
 
A organização social ainda que pouca permite que vejamos, de uma maneira geral o
desenvolvimento se deu no séc. 3 a.c até o século 4 a.c era o pequeno proprietário
rural. A agricultura mais que o comércio durou até o século IV a.c
No momento de expansão o Estado passa a possuir muitas terras, a grande
propriedade é uma tendência. Os grandes proprietários engolem os pequenos.
 
Com a expansão Romana, surge o ager público que percorre as regiões dominadas
e permite que os que desejaram e puderam com um aluguel usar as terras. Os mais
ricos faziam isso.
Essas terras conquistadas foram abandonadas, o Estado Romano concede pelo
aluguel, mas não tinham documentação e os proprietários alugavam terras ao lado e
com o tempo anexava seu espaço.
Engolida pelos grandes proprietários, menor migra para as cidades prestando
serviços de artesão e comércio.
 
O problema é que essas cidades ficam cheias, no séc. II a.c os pequenos
proprietários diminuíram e os grandes cresceram na mesma proporção.
Nunca saiu do campo de visão dos romanos, eles sempre defenderam e
preservaram a proprietária privada, nunca questionaram o conceito.
 
Etruria e Sabina cidades sob o domínio romano, agricultura e vinho
Sanio pastoril e brecia também. Nas cidades romanas tem centros comerciais
importantes, comércio ativo nas praças.
Como as cidades se desenvolveram com as especificações, vieram de escravos que
praticam e ensinam suas profissões ocorrendo uma diversificação da especialização
- couro, tinturaria, ferreira, arte em tábua, vasos -
 
Tanto nos campos como nas cidades o trabalho de homens livres dividia espaço
com o de escravos. Ainda modesta em números, quando se domina a península
itálica o número de escravos cresce. O auge disso é no império.
 
Escravos: os tratamentos variam muito, os mais fortes para trabalhos braçais, os
com profissão para desenvolvimento, mulheres para uso sexual.
 
Ergartula é no solo, foram encontrados no campo, eram prisões no qual o dono via
eles de cima. Sendo o principal castigo aos que fugiam ou não realizavam suas
funções.
 
Os escravos mais bem tratados eram os que tinham profissões.
 
Os escravos urbano também tinha uma experiência menos da truculência da
escravidão. O escravo urbano era a extensão do senhor, podendo até representá-lo.
Pecúlio posse da terra permitida pelo senhor, algumas conquistaram isso e a
alforria.
 
Se ocupa de manufatura, áreas domésticas até comércio.
 
No séc. I a.c o aumento de escravos cresceu muito - período expansionista quase o
fim da república - existiam romanos com mais de 100 escravos, isso era uma
distinção social.
210 a.c foi um dos primeiros registros de escravos com altos números - na Espanha
Romana -
Os escravos institucionalizaram a escravidão, chegando a haver mais escravos que
cidadão. Podendo ocorrer rebeliões a qualquer momento, com o tempo passou a se
introduzir o trabalho livre.
 
Muitas alforrias, tendo escravos adotados mantendo relações econômicas e
obrigações morais com o antigo senhor, manumissão.

 24/10
 
A República Romana e a conquista da península itálica
 
Agora falando de uma república, que  é controlada pela classe aristocrática, grupo
que passa a decidir integralmente os rumos de Roma.
A plebe em determinado momento percebe que está em desvantagem, adquirido
uma "consciência de classe", resultando na reação de pressionar a aristocracia por
direitos.
 
A República Romana:
 
O senado é  composto pelos chefes das grandes famílias do patriciado. A
quantidade de terras e de escravos corresponde ao seu poder (quanto mais
recursos, mais controle).
Eles poderiam garantir as tradições romanas, a religião, analisavam as
contas/finanças públicas da república. A política externa também cabia ao senado
com decisões estratégicas e também administrava as províncias afastadas do
núcleo citadino.
O  Ditador no senado era para decidir e colocar em ordem situações tensas - a
noção de ditadores atual é carregada dos eventos do séc. XX.
 
Magistrados, diz respeito ao sistema jurídico - antes as tradições morais - agora com
leis escritas. Os magistrados são uma expressão geral neste grupo, pois existem os
subgrupos:
 
Cônsul, eram dois para evitar a concentração do poder, cuidavam das regras do
senado. Comandavam o exército, participavam com o senado para a decisão do
ditador quando necessário.
 
Pretor, cargo diretamente inferior ao cônsul, encarregado de julgar, como um juiz
hoje.
 
Sensores, faziam o censo da população. Como o senso de quem é mais rico, os
mais pobres, de quem enriqueceu - eram os que viam os homens que poderiam ser
senadores pelo poder em recursos do mesmo. Roma foi uma sociedade moralista, e
eles também analisavam isso.
 
Questor realizava a administração pública, apoiando os senadores, sendo uma
espécie de tesoureiro.
 
Tribuno da plebe, cargo criado a partir das pressões populares, com poder de vetar
propostas contrárias à população.
 
Edil próximos da população preservando instituições públicas, realizando também
vigilância nas ruas.
 
No ponto de vista os magistrados são todos que têm cargo dentro da república, ou
seja, mais genérico dado que existem uma série de cargos para a organização
complexa que Roma foi.
Uma sociedade com complexidades com contas, necessidade de obras públicas, o
que precisa ampliar para recursos sociais.
 
As assembleias:
 
 - Curiata, vem desde as monarquias. Sobrevivem na República dando continuidade
aos chefes das chamadas cúrias,  foi perdendo espaço na República e torna-se uma
assembleia menos importante frente às outras que surgem.
 
 - Centuriata passa a ter um maior protagonismo sendo a principal. Formado pelas
centúrias. Se reuniram em um grande espaço convocado pelos Cônsules.
Representava as centúrias, 5 eram principais e organizadas pelo poder aquisitivo é
uma divisão socioeconômica entre elas, mas todas faziam parte de uma centúria .
Os sujeitos iam armados tradicionalmente, alguns com melhores armas que outros.
 
Eram várias centúrias, 98 patrícia dos 95 plebeias, o que dava vantagem aos
patrícios nas decisões.
 
 - Tribunícia formada pelas tribos de Roma eram 35, grande parte localizada na área
rural 31 em torno de Roma, apenas 4 urbanas. Assim como a centúria estava sob
controle do patriciado.
 
Essas assembleias estavam dominadas pelos patrícios.
O dia a dia romana abre espaço para tensões entre os patrícios e os plebeus
(classes muito heterogêneas).
 
Os plebeus eram muito discriminados desde a monarquia.
Quando havia guerras o espólio desses confrontos sempre, ficavam com os
patrícios. Cada vez mais criava-se animosidades, as melhores armas também
estavam com o patriciado - mesmo que  na guerra estivessem lado a lado.
 
A escravidão por dívida também criava tensões, o sujeito que não conseguia pagar a
dívida acabava entregando sua liberdade. Essas tensões deflagraram revoltas.
 
Sendo 5 grandes revoltas plebéias:
 
 1 revolta 494 a.C. - primeira grande greve de caráter social, a população
revoltada saí da cidade e sobe para o monte sagrado. Havia muitos povos
querendo invadir a cidade deixando ela fraca, e as produções paradas
atrasaram tudo. Os plebeus queriam reivindicações como a implementação
de um novo cargo público o "tribuno da plebe" - o cargo era muito importante
inicialmente com 2 depois muda para 10, eles eram escolhidos pela
assembleia curiata em que patriciado tinha vantagem, ou seja, escolhiam
quem aceitasse a seus interesses. Com o tempo começa a assembleia da
plebe que passa a escolher os tribunos. O aumento era para combater a
corrupção com tribunos da plebe.
 
 2 revolta 450 a.C - nela a plebe ameaçou voltar ao monte sagrado, os
patrícios mandam alguns representantes a Atenas para aprender sobre o
governo - quando voltam os 10 decênviros que seriam juízes ou
constitucionalistas - que produzem uma constituição que resultou nas 10
tábuas depois mais 2 (12 tábuas). Sendo a lei das 12 tábuas não mais
baseadas na tradição e sim escritas para todos verem.
 
 3 revolta 445 a.C. - a lei das 12 tabuas, manteve a escravidão e ainda proibia
casamento entre patrícios e plebeus para a preservação da pureza da classe.
Os plebeus passam a pressionar contra essas leis. Foi criada uma lei que
permitia o casamento chamado de canuleia.
 
 4 revolta 367 a.C. - ela gira em torno da escravidão por dívida, as
revindicações eram sobre abolir a escravidão e para os plebeus conseguirem
ter acesso as principais magistraturas. Foi criada a lei Licínia Sextia, que não
era retroativa e quem já era escravo permaneceria. Também delimita as
terras alugadas - pela expansão da península, muitas terras da república não
eram usadas passando a alugar, porém os patrícios pagavam e conseguiam
todas - com a delimitação do espaço, abre acesso aos plebeus por uma taxa 
ao uso da terra.
 
 5 revolta 287-286 a.C. última vez que os plebeus se retiram ao monte
sagrado. Com esse episódio as decisões da plebe passam a vigorar para
toda a cidade, daí surge o plebiscito.
 
Todo esse movimento é um processo de luta política, vendo essa sociedade que os
deixa à margem passam a reivindicar direitos pois também são romanos, e merecem
fazer parte.
 
É necessário entender que Roma não desenvolveu uma experiência democrática,
um dos fatores que explica é a divisão entre patrícios e plebeus. Esses grupos
internamente brigavam sempre pelo poder, não tendo espaço para um sistema
horizontalizado.
 
Guerras Púnicas
 
Cartago mais antigo que Roma, superou a cidade fenícia Tiro, uma das mais
importantes. Cartago era um entreposto comercial, conseguiu crescer
economicamente, nela encontrava-se tecidos do oriente, jóias, perfumes, pedras
preciosas, trigo, marfim da África etc.
Cartago tinha uma grande frota naval, e usavam elefantes nos avanços militares
(estavam no norte da África). Esse domínio cartaginês colide com os interesses
romanos.
 
As guerras púnicas compõem três grandes batalhas:
 
 1 batalha 264-241 a.C.
Os cartagineses ocuparam uma parte da ilha da Sicília, já ocupada por gregos que
viviam relativamente bem, haviam ainda piratas italiotas. Gregos e cartagineses
decidem enfrentar um inimigo comum - Os italiotas procuram os romanos para se
defenderem e juntos dominam a ilha. A batalha que resultou no controle ficou
conhecida como batalha de Mila.
Invadido parte da Sicília decide invadir o norte da África mas falham, foi em 241 a.C.
derrotam o general Amílcar Barca tomando toda a ilha.
 
 2 batalha 218-202 a.C.
Cartago estava de olho na região da Espanha com prata, Roma também que decide
negociar com Cartago a região. Cartagineses negam a investida diplomática de
Roma, dois irmãos Aníbal e Asdrúbal são importantes nesse conflito.
Aníbal decide partir para dentro do território europeu com 50 mil homens de
infantaria, 10 mil cavaleiros e muitos elefantes; atrás estava um menor número para
proteger a frente com Asdrubal.
Aníbal perde muitos homens principalmente nos Alpes, ele ainda derrotou os
romanos na batalha de Trébia em 218 a.C. cruza os alpes e consegue vencer os
romanos na batalha do Lago de Trasimeno 217 a.C. houve um terceiro conflito que
também vencem, a batalha de Cannas 216 a.C. no território itálico, portanto os
irmãos vencem os romanos.
Todavia Aníbal acaba isolado no território italiano, seu irmão Asdrúbal foi derrotado
na batalha de Metauro em 207 a.C. ficando sem sua retaguarda,
Aníbal decide voltar a Cartago, o contingente maior estava com Aníbal, assim a
cidade poderia ser facilmente invadida. Na volta ele é derrotado na batalha de Zama
202 a.C.
A derrota de Cartago e seus principais generais traz problemas aos cartagineses
que tiveram que entregar toda sua frota naval a Roma, perderam a Espanha e foram
obrigados a assinar um tratado de paz, nele eram obrigados a  pagar uma
indenização, e ainda havia uma cláusula, os cartagineses se comprometeram a não
invadir o reino da Numídia - faziam fronteira com Cartago como a Numídia ajudou
Roma foram citados no tratado.
 
 3 batalha 150-146 a.C.
Cartago já estava humilhada precisava recomeçar o cultivo entre outros fatores, com
o crescimento Roma passou a se sentir afetada. Romanos queriam destruir Cartago,
queriam somente um detalhe. A Numídia tentou invadir Cartago que apenas se
defendia, mas para os romanos isso foi a quebra do tratado.
Roma manda 80 mil homens, faz exigências absurdas, Cartago rejeita começar a
guerra que tem como resultado o fim de Cartago. Suas terras foram divididas entre
os patrícios.
 
Os ganhos romanos:
 
Roma dominava a península itálica, passando a dominar o norte da África.
O expansionismo romano inicia-se nesse momento, expandindo seu território e seu
exército com as guerras púnicas. A guerra foi importante no mundo antigo -  ainda
serviu de inspiração para Hitler.
 
A transição da república para o império começa a ser desenhada após esse
processo, isso molda a característica do exército romano. Formação militar,
estratégias militares muito bem organizadas, as legiões romanas eram muito bem
estruturadas. As fileiras dos escudos o inimigo vê essa estrutura como algo imbatível
a ideia de bloco é forte.
Havia ainda a cavalaria, os arqueiros que derrubavam todos no início, o todo era
arquitetado com estratégias militares poderosas e desse período em diante foram
quase imbatíveis, a República passou a abrir espaço a algo maior, que viria a ser o
Império Romano usado no renascimento e herdado para a cultura ocidental. 

31/10
 
Período expansionista Romano
 
Transformações que abalaram as estruturas da república Romana.
 
Espólios de guerra não democratizados, os povos dominados tinham ainda que
pagar altas dívidas - motivo de revoltas contra Roma - Roma passa gradualmente
em seu período agro pastoril para uma atividade comercial que se intensifica. Que
resulta na expansão na península itálica e transborda no mediterrâneo.
 
O trigo em Roma acaba caindo, à medida que o trigo da África era mais barato,
resultando em uma diversificação de produtos produzidos, economia agrícola
diversificada.
 
No entanto, tinham uma balança comercial desfavorável importando mais que
exportando, isso era um problema os alto impostos eram para suprir esse déficit.
Resultou no aumento das desigualdades internas, quanto mais se intensifica a
produção comercial, poucos são favorecidos.
 
O Estado romano não tinha gente suficiente para cobrar impostos então
terceirizaram e muitos enriqueceram com isso. Outros trabalhavam com animais e
abates. Outros com aplicações, como empréstimo de dinheiro com juros, uma
atividade bancária inicial. Muitos enricaram com isso novas classes surgem com
isso.
Uma elite Patrícia, formada pelas primeiras famílias donas de grandes terras com
acumulação de riquezas muitas vezes com suborno.
Os plebeus por sua vez tinham uma ascensão limitada, não tinham acesso. As vias
poderiam ser o comércio ou o exército romano, que era tão difícil quanto ele
precisava de sorte para não morrer ou ser ferido gravemente. Poderiam ainda voltar
endividados sem terras.
Revoltas, pelo contingente de escravos ou em um momento de miséria social. Tudo
que Roma mais tinha.
 
Roma ainda transcende a península itálica e vai dominar a Grécia. Militarmente e
politicamente dominaram, mas no ponto de vista cultural ocorreu o oposto.
 
As casas romanas passaram a ser influenciadas pela arquitetura romana, a comida
e a arte. Um afrouxamento moral que afeta as famílias, os casamentos e os
nascimentos. Essa expansão Romana liga a uma série de mudanças. A religião -
Deuses gregos foram anexados/inseridos à cultura romana. Escravos de culturas
diferentes chegam a resultar nas modificações em rituais. A arte de corinto, as
termas, o teatro tudo que era grego. É como se Roma houvesse se helenizado,
quanto mais a cultura grega entrava era incorporada, mas Roma perdia seus velhos
valores. Quando essas elites romanas, os filhos desses patrícios chegavam ao
poder usam a retórica do medo de moralizar Roma.
 
133 a 27 a.C. ainda um período de República. Nesses 100 anos ocorre muitos
eventos em Roma:
 
A tentativa de reforma dos Gracos - Roma foi expandindo para p mediterrâneo, o
senado pensa que o Estado reformule. A instituição das votações secretas para
magistrados honestos. Como Tibério e Caio Graco. Foram tribunos da plebe. Tibério
era patrício com educação helênica e retornou leis que nunca foram praticadas
como impor limites ao uso das terras, somente poderia alugar determinado espaço.
Quando impõe isso, os proprietários rurais não aceitam e o tribuno Otávio é
subornado para vetar a proposta. Tibério usou a assembleia que elegeu Otávio para
destituir e aceitar sua proposta. Tibério como tribuno somente ficava 12 meses sem
reeleição, porém consegue mudar isso se reelege e ainda elege seu irmão Caio
Graco. Na medida em que Tibério reelegeu tudo afetando os interesses do
patriciado romano, um deles resolve dar conta disso, Scipião arma para matar eles e
seus apoiadores. Caio sobrevive por não estar lá no momento. Volta 10 anos
depois em 123 a.C. como tribuno da plebe e retoma as ideias do irmão tentando se
aproximar do cidadão romano comum, ele concedeu cidadania Romana plena aos
italianos latinos , reduziu o preço do trigo, empreendeu uma colônia em Cartago se
reelege, mas os Patrícios se unem contra ela não consegue uma nova reeleição, ele
não queria sair do cargo decretam estado de sítio e matam todos seus apoiadores.
Caio se suicida.
 
Os governos de Mário e Sila - Mário foi general do exército submete a Numídia foi
importante na reformulação das legiões romanas, com a contratação de  por 25
anos. O prestígio aumentou muito chegando a Consul. Cometeu ainda abusos como
ir com as legiões para o confronto e conquistar o que não podia. Conquiste a Gália.
Como não era patrício a elite o rejeitava, se aproximou dos plebeus porém se
desentendem e saem do grupo e perdem a eleição. Silas assume sendo um patrício
inferior a Mário na África. Ele ainda conseguiu sufocar aliados que se revoltaram
contra Roma esse motivo o elegeu. Conquistou a ilha de Ponto e massacrou 80 mil
homens. Mário mobiliza para caçar os direitos políticos de Silas que estava em
ponto, Silas volta com as tropas - não poderiam atravessar a rio rubicão - foi para
dentro da cidade, Mário foge para África. Ainda manipula seu partido e ajuda a
eleger Cina. Ele consegue conquistas Atenas Mario morre, ele acaba com cada
partidário de Mário e Sila torna-se uma ditador. Oferecem uma posição de monarca
ele rejeita, depois de um tempo saí da vida política morre e o senado retoma as
decisões.
 
O primeiro triunvirato - senado romano estava com medo da tropa de Spartacus e
concederam aos cônsules as legiões romanas. Pompeu acaba com a constituição
de Silas combate piratas no mediterrâneo para avançar ao oriente e consegue.
 
Cícero vence Crasso e Pompeu. Catilina tenta matar Cícero e o senado descobre.
Outra figura é Júlio César vinculado ao partido popular.
 
Pompeu acaba com a revolta da Espanha, Crasso com a de Esparta e Cesar dos
gauleses se unem para tomar o senado. Julio é eleito Cônsul e começa a executar o
plano dos três. Ele reorganizou as províncias, estabeleceu impostos, forneceu terras
a veteranos de guerra. Ele derrota os galeses
 
Crasso morre que unia Pompeu e César. Que em conflito Pompéu vence, César
deveria devolver as legiões. Cesar quando volta a Roma e ao chegar em Rubião e
invade a cidade de Roma. César persegue todos, Pompeu foge para o Egito, no
entanto ele é assassino - Cleópatra é colocada no poder do Egito e dá a cabeça de
Pompeu - César consegue chegar ao oriente e instaura uma ditadura.
 
A ditadura de César - ele unifica Roma e queria se perpetuar no poder, ele
encontra apoio em Marco Antônio. No entanto, ele é assassinado no senado por
Cassius e Brutus. Porém, não conseguiram tomar o poder graças a Marco Antônio
que no testamento diz que tudo ficava ao povo de Roma uma carta demagógica que
mobiliza afetos. Caio Otávio, sobrinho de César, unido a Marco, se une a um
terceiro, chamado de Lépido.
 
O segundo triunvirato - Marco Antônio, Caio Otávio e Lépido juntos fazem um
expurgo no senado. Cícero apoia o tio Otávio e entrega o senado. Ele escreve
falando mal de Antônio, Cícero teve as mãos cortadas e depois foi morto. O trio
vence todos os inimigos de Júlio César.
 
Otávio queria fidelizar Marco. Ele convence Marco Antônio a se casar com sua irmã
e torna-se seu cunhado. Mas em 36 a.C. ele se separa da irmã de Otávio porque
estava apaixonado por Cleópatra, ele deixava tudo para ela. Otávio se revolta,
derrota o casal e toma o Egito. No Egito havia ouro e trigo e ao retomar a Roma ele
vira uma espécie de divindade pois a cidade passava por uma crise social enorme.
 
A desintegração da república é a origem do império - ao retornar,  Caio Otávio
torna-se imperador com o título de César. Não é apenas a conquista do
mediterrâneo e do Egito, mas sim do oriente e tudo que fez parte do império romano.

21/11
 
As Dinastias do Império Romano; auge e queda
 
Caio Otávio inaugurou uma forma de governo com o império.
Ele passa a ser considerado um deus vivo, com o título de Augusto. Os outros
imperadores passam a ser cultuados no império, uma concepção unificadora  dos
povos que conquistaram.
 
Se tornando um deus vivo, o senado foi perdendo a influência, principalmente em
volta da península itálica. Os prefeitos que administraram as províncias falavam
diretamente com o imperador. As cobranças de impostos mudam no império, novos
modelos são criados, muitos são parecidos como os atuais como os impostos na
transmissão de herança - os escravos ou imóveis tinham o valor de 1% sob o valor
total que era cobrado.
 
Novas ordens:
 Ordem senatorial; 1 milhão de sistécios (moeda)
 Ordem equestre; 400 mil sistércios
 Ordem inferior; - de 400 mil
 
Era uma forma de medir o poder aquisitivo da população. Essa divisão tinha no
senatorial o que era o patriciado na república - ademais os senadores (homens mais
ricos) continuam no poder.
 
No âmbito da moralidade romano o império guiado por Otávio se dedicou, com
ênfase na família - como os crimes de traição.
 
Dinastias Romanas:
 
1 Júlio - Claudiana (14-68 d.C.)
 
 Tibério (14-39 d.C.) foi um bom admirador, filho adotivo de Caio Otávio, mas
foi acusado de mandar matar um general (Germinicos) e o povo ficou contra
ele.
 
 Calígula (37-41 d.C.) sucessor Filho de Germinicos o general morto, começou
bem a gestão porém ficou demente, realizou uma série de coisas inusitados.
Sua morte foi por assassinato algo comum dentro das intrigas do imperio.
 
 Cláudio (41-54 d.C.) tio de Calígula, fiel à guarda pretoriana, se casou com
uma mulher que já tinha um filho, Nero.
 
 Nero (54-68 d.C.) os 05 anos iniciais dele foram bons, porém tornou-se um
tirano perverso. Mandou matar os próximos dele como o irmão, a mãe e as
esposas. Foi ele que mandou atear fogo em Roma e colocar a culpa nos
cristãos, se suicidou. Com sua morte abre-se espaço para uma nova dinastia.
 
2 Flaviana (69-96 d.C.)
 
 Vespasiano (69-79 d.C.) basicamente pertencia às famílias dos Flavios,
origem dos cavaleiros italianos que legou ao filho parar as revoltas em Judéia.
Trouxe paz  após isso.
 
 Tito (79-81 d.C.) filho de Vespasiano, sufocou a revolta de Judéia, foi em seu
período que houve a erupção do Vesúvio.
 
 Domiciliado (81-96 d.C.) agiu com dureza com os senadores, filósofos,
judeus, cristãos que resultou em sua morte por assassinato.
 
3 dinastia dos Antoninos (96-192 d.C.)
 
 Nerva (96-98  d.C.)
 
 Trajano (98-117 d.C.)
 
 Adriano (117-138 d.C.) homem pacífico, conheceu as províncias de Roma
pessoalmente, foi responsável por construir uma muralha da Bretânia recém
conquistada.
 
 Antônio Pio (138-161 d.C.)
 
 Marco Aurélio (161-180 d.C.)
 
 Cômodo (180-192 d.C.) filho de Marco Aurélio, se destacou pelo desprezo ao
senado.
 
4 dinastia dos Severos (193-235 d.C.)
 
 Septimo Severo (193-212 d.C.) tem desprezo pelo senado, mas foi bom
governador
 
 Caracala (212-235 d.C.) era filho de Severo, foi assassinado.
 
 Severo Alexandre (235-240 d.C.) último que assume no sentido de dinastia.
 
O Império Romano durou pelas estruturas que antecederam o próprio império.
Esses processos foram o que permitiu tal durabilidade.
Um poder soberano único reforçou as fronteiras internas e externas, esse poder que
não podia ser contestado.
 
Pensar o período do império, é pensar na nova configuração da cidade de Roma,
todas as ordens, os modelos de gestão passaram a partir de Roma, não pode ser
comparada a hélade Grega, no qual as cidades eram independentes. Roma era o
cérebro e o coração do Império. O poder de Roma criou novas fronteiras, fontes de
inclusão e de exclusão. Populações muito diferentes são incorporadas dentro do
império.
Cada vez mais a expansão do império se alastrava, o que aumentava as fronteiras.
Como controlar? pelo punho forte, com a centralidade.
O imperador delimita uma unidade física e identitária. De tal forma o imperador
passou a ser confundido com uma divindade, e quem afrontaria um ser divino, sua
figura caracteriza assim a unidade.
 
Para manter esse consenso cada imperador precisava ser forte, nada poderia
escapar de sua visão, sua característica de elemento aglutinador e gerador de
identidade.
Roma a Capital era o centro do poder, a velhas instituições foram mantidas, mas
reformadas, as classes redefinidas, os senadores e os equestres. Ascender ao
poder econômico, vinha do critério censitário nessa estrutura de governo - os que
têm mais riqueza têm maiores possibilidades de ocupar cargos públicos elevados.
O monarca era o príncipe dos senadores, cada vez que ele ganhava poder, os
senadores perdiam espaço.
 
A plebe Romana perdeu toda a estrutura que possui na República (como os cargos
públicos etc.), mas foi acolhida pelo imperador, a população Romana deveria ser
abastecida com alimentos, isso era uma prerrogativa do imperador, sua obrigação
era sustentar a plebe.
Os imperadores reforçaram uma distribuição de dinheiro, com as festividades,
centros de diversões para a Plebeus (política de pão e circo). Reordenou as
províncias. Coibia os agiotas, os abusos dos prefeitos e dos governadores.
 
Durante os dois primeiros séculos o império foi como uma aliança de cidades - ao
dominar os territórios era mantido os líderes - alguns aliados, municípios, etc. A
autonomia desses povos acaba no terceiro século do período imperial, tudo é
unificado e os padrões saem de Roma.
 
O império não foi apenas um sistema político. Foi a criação de uma "identidade
romana", uma das características é o culto ao imperador, e até a  família do
imperador. O império deu unidade a todos os povos conquistados. Da Gália à
Anatólia, todas as elites se uniam para celebrar a família do imperador.
 
Os imperadores souberam criar um espaço para eles. Depois de mortos eles
tornavam-se divinos assim como a sua família. Isso unia a população, esse culto ao
líder, não era somente realizado em Roma, como também nas províncias.
 
Os historiadores do séc. XX, em especial os mais antigos falam do conceito
de romanização, como se as populações recebessem a conquista. A realidade é
que tudo foi muito intenso, foi um longo processo. Até às vésperas no império não
havia uma identidade romana e nunca foi concretamente uma identidade étnica
monolítica. Mas sim uma padronização cultural (nunca total) da língua latina. Os
costumes locais foram mantidos, mas a despeito disso a língua foi o diferencial
desse processo.
 
A língua latina se estabelece/impõe por todo o império, os documentos, declarações,
leis tudo era escrito em latim.
No entanto, fatos materiais mostram que as particularidades culturais foram
mantidas nas províncias. Muitas cidades distantes jamais se desenvolveram como
Roma, porém na Gália onde hoje é a França existem templos que não são nem
romanos nem gregos, sua arquitetura é particular.
 
No geral o império foi multilinguista, o sujeito que não era Romano falava a língua
local. Mais ao oriente a predominância era do grego do lado ocidental era o latim,
nas elites falavam ambos.
No entanto, os pobres continuaram pobres, havia uma grande distinção entre a elite
romana e grega e uma massa de nativos pobres, de judeus que viviam na região,
etc. Sob a tutela de Roma ocorreu alguma homogeneização das hierarquias. O
império cresceu muito, as províncias foram anexadas, não necessariamente quer
dizer que todas ficaram iguais, o que houve uma foi uma padronização básica
superficial (não monolítica), algumas províncias tinham críticas aos padrões de vida
romanos, as resistências e as revoltas eram o tempo todo, o descontamento era
cotidiano .
Concluindo a noção de que o império Romano foi grandioso sim, todavia não houve
uma padronização total como comumente foi narrado, houve uma inadequação dos
povos conquistados e escravizados.
 
Os Problemas:
 
O Império não se instalou sem contestação, revoltas silenciosas como o banditismo.
Os canais políticos se fecharam com a centralização, e o banditismo nas áreas
rurais despontou rapidamente.
A plebe das grandes cidades como Roma eram conhecidas pela instabilidade, a
plebe em momentos de crises se revelava principalmente na frente das autoridades
locais, de eventos públicos. Jerusalém se rebelou contra o domínio romano no séc.
II os romanos investem contra eles, destruindo o templo - a mando do general Tito.
Roma criou uma rede de relações comerciais e políticas que aos poucos foi
pacificando os povos dominados.
Essa rede comercial e política envolveu os povos do mediterrâneo ninguém
escapava a dominação romana, os que se rebelavam logo eram sufocados.
 
O desenvolvimento do Cristianismo:
 
Surge como uma seita religiosa. E  como ela se estrutura?
Tal processo está vinculado ao destino de Roma. O cristianismo em sua origem - no
sentido primitivo - com a morte de Cristo, tem em  Paulo o papel principal na difusão
dos valores, graças a sua educação helênica. 
 
Crise:
 
A produção antiga em Roma já era bastante complexa. Houve uma descentralização
da produção comercial. Não havia protecionismo e os cofres de Roma foram
abalados. As províncias passaram a produzir mais, mais barato.
 
Com a moeda imperial houve o aumento da monetização das tropas. Banqueiros
tinham terras por toda parte, lucrando com esse desenvolvimento. Governadores
vindos de Roma para as províncias tornavam-se o centro comercial e a gestão.
Ademais expandia as leis romanas e a língua.
 
Foi a partir do séc. II que Atenas passou a conseguir disputar o poder como pólo
intelectual com a cidade Alexandria (sua biblioteca era muito buscada). O Estado era
agente econômico do império, coletava produtos agrícolas e artesanato. O Estado
controlava os processos econômicos distribuindo os produtos e realizava a logística
dos centros urbanos.
 
Roma durante o império teve como singularidade na dominação, ao tentar
compreender a cultura dos dominados. Como estava organizado culturalmente,
quem esse  povo era,  etc.
 
Basicamente o Estado administrava a economia, emprestava dinheiro ou confiscava
os bens dos inimigos. Isso fez com que ampliasse absorvendo parte das elites
romanas e as provinciais.
 
O séc. II do império Romano teve seu auge. Grandes construções para a população,
com belas arquiteturas, teatros, termas públicas, etc. Uma complexação do trabalho
Romano. Parte da população se beneficia do poder do Estado. Porém, após o séc. II
começa o desgaste do império.
 
O Trabalho Escravo
Roma institucionalizou a escravidão. Esses escravos eram empregados juntos com
homens livres principalmente em obras públicas. O trabalho nas minas e nas
pedreiras eram realizados por escravos. Existiam os escravos domésticos, - Ciro
Flamarion livro - eles não tinham o mesmo tipo de tratamento. Havia senhores mais
benevolentes que outros, que tipo de escravos também influenciava no tratamento, o
doméstico podia ser preceptor das crianças, servia a casa, etc., era bem tratado.
Nas zonas rurais nas e nas minas que residia o problema lá eles eram muito
maltratados.
 
O Desgaste:
 
O império alcançou um grande espaço. Criou-se mecanismos para manter sob
controle esses povos conquistados. O império foi dividido em duas grandes partes: a
parte Ocidental com a capital em Roma e a parte Oriental em Constantinopla, nome
que tem origem em Constantino.
Havia assim, duas capitais. Foi Constantino que reconheceu o cristianismo como
religião - que houve um grande crescimento  durante o império - ele validou a
prática.
 
O império ruiu como?
Alguns dizem que foi o avanço do cristianismo. Na medida que prega o amor, a
crença no paraíso isso teria amolecido o coração dos romanos.
 
Outra vertente mais coerente, fala do enfraquecimento das instituições.  Ademais
havia a incorporação de estrangeiros nas legiões romanas, que protegiam pouco as
defesas de Roma, por não serem romanos.
 
Outra vertente é a crescente desigualdade que aproxima a população mais pobre
dos bárbaros que viviam próximos. Esses povos foram empurrados pelos Hunos
para dentro do espaço territorial do império.
 
Os bárbaros - origem  barbárie como o contrário de civilizado se referiam a povos
não romanizados. Havia povos não dominados nas fronteiras por falta de interesse
ou por resistirem, muitos viviam pacificamente. Entre eles godos, visigodos,
ostrogodos, vândalos. Esses povos foram empurrados pelos Hunos. Essa "invasão
foi desordenada", Roma quebra na parte ocidental por motivos internos também.
É plausível comparar Roma como uma doença autoimune, internamente já estava
fraca. A invasão foi por fuga sem organização, o que houve foi um esfacelamento
social. 

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