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Trabalho História

Joaquim Faccina Mior


Mitologia

De acordo com a mitologia romana, Roma é descendente de Enéas, um herói troiano


cujo filho, Ascânio, fundou Alba Longa, a cidade que serviu como base para Roma.
Rômulo e Remo, gêmeos criados por uma loba, depuseram o usurpador Amúlio e
fundaram Roma em 753 a.C. Rômulo, após vencer uma disputa com Remo, governou a
cidade até desaparecer misteriosamente em uma tempestade, tornando-se o deus
Quirino. Embora essa narrativa mítica seja culturalmente significativa, evidências
históricas sugerem que Roma foi formada pela fusão de aldeias de povos italiotas. A
história de Roma é dividida em três fases: Monarquia, República e Império, sendo as
duas primeiras o foco desta aula.
Monarquia (753-509 a.C.)

No período da Monarquia, em Roma, ocorreu a estruturação das bases sociais e políticas da


cidade, em que um rei (de acordo com as tradições, teriam sido sete monarcas) governava com
auxílio do Conselho de Anciãos, formado pela nobreza romana. A aproximação dos últimos reis
com as camadas populares da sociedade preocupou a aristocracia, que articulou um golpe, baniu
a monarquia e instituiu uma forma de governo politicamente mais inclinada aos seus interesses.
Sociedade

A base da sociedade romana era a família extensa, que abarcava


pais, filhos, parentes ascendentes, descendentes e colaterais,
escravizados e dependentes livres de natureza diversa. Todas as
famílias tinham uma grande reverência em relação aos seus
antepassados, para os quais eram realizados cultos domésticos. A
autoridade paternal (pater familias) era fortíssima e possuía amplos
poderes sobre o destino de sua família. Apesar disso, a mulher romana
usufruía de uma razoável liberdade, podendo ter propriedades e uma
vida social ativa.
PRINCIPAIS ORDENS SOCIAIS

Patrícios
Formavam a elite da sociedade romana. Os patrícios eram
descendentes dos antigos fundadores da cidade (inclusive, o nome da
ordem vem de pater familias). Eram os cidadãos romanos e os donos
das terras, dos rebanhos e dos escravizados. Possuíam direitos
políticos e desempenhavam altas funções públicas.
Clientes
Eram os homens livres de origens diversas que se aliavam aos patrícios,
servindo-lhes em diversas atividades pessoais em troca de assistência
econômica e proteção social. Eram a base da dominação política e militar
dos patrícios, sendo prestadores de serviços. Os clientes podiam ser
filhos ilegítimos dos patrícios, plebeus não enriquecidos, escravizados
libertos ou estrangeiros.
Plebeus
Eram os homens livres que cuidavam das atividades agrícolas, do
artesanato e do comércio e que pagavam os impostos. Formavam a
maioria da população, não possuíam direitos políticos plenos e, a
princípio, não podiam, dentre outras limitações, se casar com
patrícios. As dificuldades financeiras podiam levar alguns plebeus à
escravidão por dívidas.
Escravizados
A princípio, eram os devedores; depois, com a expansão militar de Roma,
os prisioneiros de guerra também passaram a compor o grupo. Os
escravizados, algumas vezes, conseguiam a alforria e podiam, inclusive,
obter a cidadania romana. Além disso, podiam exercer as mais diversas
funções sociais, a critério da relação pessoal que estabelecessem com
seu senhor.
República (509-27 a.C.)
Na República, o Poder Executivo ficou a cargo dos chamados magistrados,
responsáveis por funções que iam de política externa, defesa militar, finanças e
administração urbana até assuntos religiosos e conduta moral dos cidadãos. Eles
eram eleitos pelos cidadãos por meio de assembleias populares e deviam cumprir
mandatos por período determinado. Os magistrados mais importantes eram os
cônsules. O Senado romano era um órgão vitalício composto exclusivamente pela
aristocracia, que controlava as finanças públicas e elaborava as leis. Apesar de
existir certo equilíbrio político entre Assembleias, Magistraturas e Senado, este
passou a exercer, na prática, maior influência dentro de Roma.
A luta por direitos dos plebeus

Durante o período republicano romano, os plebeus lutaram por direitos diante das injustiças

sociais, políticas e econômicas. A expansão militar e a concentração fundiária nas mãos dos

patrícios resultaram na expulsão dos plebeus de suas terras, levando-os à miséria nas cidades.

As lutas intermitentes entre as ordens sociais culminaram na conquista de direitos pelos

plebeus após séculos de resistência. Estes incluíram a criação do cargo de tribuno da plebe em

494 a.C., a promulgação da Lei das Doze Tábuas em 450 a.C., que visava evitar conflitos

jurídicos, e a abolição da escravidão por dívidas em 326 a.C. Embora as lutas fossem

bem-sucedidas, os plebeus mais ricos acabaram obtendo mais privilégios do que os mais

pobres com a ampliação da cidadania.


Expansão territorial

Durante a República, a cidade de Roma sofreu vários ataques de outros povos da Península Itálica, o que
contribuiu para o fortalecimento do próprio exército. Com isso, passou a realizar campanhas militares vitoriosas
que foram ampliando significativamente o tamanho de seus domínios. E, após mais de 200 anos de guerras, os
romanos conseguiram conquistar a Itália, ora escravizando os povos derrotados, ora fazendo alianças com
outros povos.

Roma tornava-se uma potência em ascensão, e o próximo passo de sua expansão territorial seria dominar a
região do Mar Mediterrâneo. No entanto, havia, no norte da África, uma tradicional cidade de origem fenícia que
era a potência comercial da região, a cidade de Cartago. A disputa pela hegemonia comercial na região do
Mediterrâneo fez com que Roma e Cartago entrassem em conflito no período de 264 a 146 a.C., originando as
chamadas Guerras Púnicas (o termo “Púnica” deriva de Poenici, palavra usada para referir-se à Fenícia). Após
três grandes embates, Roma derrotou e destruiu Cartago, abrindo caminho, definitivamente, para a conquista do
Mediterrâneo, o qual, algumas décadas depois, já era chamado de Mare Nostrum (“Nosso Mar”). A partir daí,
Roma poderia ser considerada um império.

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