Você está na página 1de 24

História do direito brasileiro

Professor: Marcus Seixas


Avaliações:

• 26 / 09
• 21 / 11 ou 28 / 11 (Trabalho em grupo)
Bibliografia:
- O direito na história: lições introdutórias de José Renaldo Lima Lopes.
- História do direito brasileiro de Rui de Figueiredo.

Origens do direito brasileiro:

Antes da independência do Brasil não se podia falar de um direito brasileiro, pois era aplicado o direito português. Todos
sabiam que não se podia aplicar esse direito estrangeiro cegamente no país.
A historiografia jurídica moderna vem defendendo a ideia de que existia um ``direito colonial brasileiro´´, mas que na
verdade era o direito português aplicado de acordo com as diferenças que existiam entre metrópole (Portugal) e a
colônia.
O direito brasileiro só surge com a independência do Brasil.

História:

A Queda do império romano do ocidente é indicada como um marco de transição por alguns historiadores da idade
antiga para a idade média (476 dc). Nesse ano foi a última vez que um imperador romano se sentou em um trono em
Roma.
O império romano não conseguiu invadir a Germânia, mas as invasões germânicas eram frequentes, principalmente
devido ao fato da revolução agrícola (suas terras não eram muito férteis e, por isso queriam o território romano, mas
também eram pressionados por povos mais a leste que queriam adentrar as suas terras). Havia uma pulverização do
poder nas terras romanas, o que se tornou uma das razões prejudiciais.
Durante muito tempo o império romano resistiu, mas foi se enfraquecendo. Isso devido a:

• Grande crise de hiperinflação que empobreceu a população de Roma:


Na época existia o metalismo, no qual os metais eram tão importantes que eram a própria moeda (a riqueza de
uma região era medida de acordo com a quantidade de metal que possuía). O dinheiro é formado por algo que
tem um valor intrínseco. As pessoas começaram a cada vez mais produzir moedas falsas (apenas cobriam a moeda
com ouro), resultando em um comportamento de guardar as moedas boas e circular as moedas falsas, gerando
um empobrecimento na sociedade.

• Crise política no processo de sucessão dos imperadores:


Não existiam regras muito claras de como se dava o processo de sucessão dos imperadores. Era preciso que as
figuras políticas e o exército chegassem em um consenso de quem seria o próximo imperador. Com o tempo o
exército percebe a sua importância no processo de decisão dos imperadores, pois tinham a capacidade de tirar e
colocar imperadores no trono. Como o exército era vasto, começou a ocorrer pequenas guerras civis por haver
candidatos diferentes em cada legião. Essas pequenas guerras agravavam a crise econômica e, com a instabilidade
de liderança (alta mortalidade dos governadores, havendo diversos imperadores em um curto período de tempo),
o império acabou se tronando acéfalo. Deixando o povo mais fraco para resistir as invasões germânicas. Houve a
queda de Roma.
O império romano era extremamente urbano, sendo muito parecido com os dias de hoje (havia administração pública,
sistema de água, varredura). O direito romano precisava contemplar todas as relações sociais, prevendo indenizações,
sistema penal, direito da família, leis tributarias, etc. Assim, sendo altamente sofisticado por conta das demandas sociais
de suas cidades (direito de propriedade, família, sucessões, previa indenizações, tinha um sistema penal, leis tributárias).
Apesar do direito romano ser muito avançado, ele só permaneceu, pois era muito praticado. Mas com as fragmentações
provindas das invasões barbaras, ele não pôde permanecer vivo, havendo o desaparecimento dos órgãos públicos,
faculdades, livros e profissionais, por exemplo. Dessa forma, permaneceu um ``morto-vivo´´, pois haviam confusões, leis
incompletas, assim como, o desaparecimento de obras jurídicas importantes, assim, perdendo suas características
originais e, consequentemente, caindo. Esse direito recaído se fundiu com todos os direitos dos povos germânicos.
Como as cidades não eram mais seguras, houve um êxodo urbano, resultando na transformação do modo de produção
econômica (agora resumido em terras e fazendas) e gerando o feudalismo. Houve também uma fusão cultural entre
os povos germânicos e romanos (devido ao convívio). Essa fusão cultural se manifestou em diversos aspectos: como
uma fusão linguística, religiosa e jurídica.

• Fusão linguística:
Quando os povos germânicos fundavam reinos, havia a convivência de ambos os povos, ocorrendo a fusão entre
os idiomas e, consequentemente, formando novos idiomas (fusões linguísticas). A mistura do latim dos romanos e
as diversas línguas dos germânicos que se dá o processo de lenta transformação e construção dos idiomas latinos.

• Fusão religiosa:
Os romanos já tinham uma religião oficial (o cristianismo), porém reconheciam a religião de outros povos até ter a
definição de sua religião principal. Ao encontrar as religiões monoteístas, Roma acabava rechaçando, assim, não as
absorvendo-as, pois essas negavam a religiosidade romana e a autoridade do imperador de Roma. O cristianismo foi
a religião que conseguiu chegar ao poder, convertendo alguns imperadores.
O povo germânico tinha diversas mitologias, mas ao chegar em Roma os invasores se submetem a religião dos
invadidos (o cristianismo). Existiram diversas hipóteses de que assim seria mais fácil essa fusão e, como a igreja
católica tinha domínio da palavra escrita, de interesse dos invasores, essa aproximação seria usada como instrumento
de dominação (a palavra escrita).

• Fusão jurídica:
O direito romano era muito avançado, tendo que dar conta de uma sociedade muito avançada, rica e cosmopolita.
Com as fragmentações provindas das invasões, o direito romano decaiu, devido a perca de suas características
originais. Esse direito decaído se fundiu com todos os direitos dos povos germânico, se tornando direitos
consuetudinário (direito baseados nos costumes), transmitido de forma verbal diferentemente do direito romano
que era escrito. Assim, dando origem aos direitos romanos vulgarizados, no qual há a perda das características
originais do direito romano e fusão com os direitos germânicos., se transformando em um conjunto de sistemas
jurídicos (antes era apenas um). Ex: Lex romana Wisigóthotum, Lex Romana Burgundiorum.

Princípio da pessoalidade: cada um deveria ser julgado de acordo com sua a sua etnia (as leis de certa etnia, eram
designadas as pessoas daquela etnia). Depois de um tempo, passou a existir uma lei para cada território (princípio da
territorialidade) que existe até hoje. O que vale é a lei do território e não da sua nação.
O direito português assim como outros são direito romano - germânico, porque são resultado da fusão entre direito
romano e germânicos.
*ficção jurídica (papel colorido- dinheiro)
Direito romano vulgarizado- direito romano com os aspectos da fusão.
Aula 2
Após a consolidação dos reinos, as fontes os direitos que predominaram nas práticas jurídicas, foram o costume e a
lei., mas entre as duas o costume teve uma maior relevância para a prática do direito. A lei não teve grande
protagonismo.
Os reis soberanos não tinham a autoridade política, a legitimidade e a força militar necessária para impor as suas próprias
leis de forma autônoma, individual. Nessa primeira fase só tinham capacidade de legislar mediante ao apoio de uma
nobreza que lhes sustentava, apoiava. Esses nobres era uma nobreza militar, assim, foram os senhores militares que
apoiaram os reis nas invasões que resultaram na queda do Império Romano do Ocidente.
A criação da lei dependia do consentimento e do apoio dessa nobreza. Os reis dependiam da reunião da nobreza
diante de si em eventos políticos conhecidos como cortes. As cortes eram eventos políticos em que a coroa convocava
a nobreza apara tratar de assuntos gerais da nação. Entre esses assuntos, a criação de uma lei. Esses eventos eram
formais, solenes, não acontecendo sempre, muitas vezes anuais ou até mais espaçadas. No primeiro momento a corte
era somente composta pela nobreza militar, mas depois com a nobreza religiosa, como bispos, etc., mas os principais
eram a nobreza militar do rei e os seus vassalos.
A vassalagem era uma instituição jurídica por meio do qual o vassalo se vinculava a um suserano. O vínculo era jurídico,
por meio disso o vassalo se entregava em homenagem ao suserano. Dizer ao senhor que esse homem está ao seu
despor, sendo um vínculo de fidelidade, apoio, obediência, vinculo esse tão relevante que se dizia que a vassalagem
alterava o estado civil da pessoa. Em troca o suserano atribuía ao vassalo algo, podendo ser uma terra ou um cargo
(juiz, desembargador, tabelião, cargo público em geral).
A lei era raramente criada, sendo um evento raro a reunião das cortes. Como era raro era o costume a principal fonte
do direito. Nesse primeiro momento da alta idade média a lei era rara. Essa dinâmica só vai ser modificada após o rei
adquirir maior autonomia, maior força militar e capacidade de influência. Na idade média era comum que os reis não
detivessem o poder militar muito significativo, assim o rei precisava convocar o poder militar.
O processo pelo meio do qual os reis vão adquirir esse poder, é quando reúnem força militar diante de si, do seu
poder e de sua legitimidade por sua palavra e autoridade, além de um processo de enfraquecimento da nobreza,
estando associado ao processo de fortalecimento da burguesia. A burguesia apoia a monarquia, assim, reequilibrando a
balança de poderes, de forma que adquirissem capacidade militar e passando as ser capasses de legislar sem a
necessidade de convocar a nobreza. Consequentemente, aumentam a frequência com que a lei é criada, passando a
ser um instrumento de criação do direito, e costume a uma posição secundária.
Essa dinâmica entre as duas fontes vai ser modificada por um terceiro elemento que vai aparecer no direito dos países
europeus, alterando essa dinâmica. Essa fonte é o direito romano, mudando essa equação. Para que possamos entender
que outro direito romano é esse, necessitando falar do oriente.
Quando o império caiu após as invasões, o império romano do oriente teve continuidade. Alguns anos depois a essa
queda, 530dc, no oriente em Constantinopla, Justiniano era o imperador culto, e ambicioso. Tinha uma ambição militar
robusta bem difícil de ser realizada na prática, sendo frustrado que o império do ocidente havia caído, queria conquistar
a gloria do império do ocidente, criando campanhas militares para reconquistar o ocidente, querendo retomar as terras,
assim, retomando a península itálica. Conseguiu expulsar e reconquistar a península itálica da mão dos germânicos,
todavia essa ocupação só durou algumas poucas décadas. Sendo todo esse gasto infrutífero/ inútil a longo prazo.
Justiniano apreciava a relevância que o direito tinha para a sociedade, sendo admirador do direito romano, também
reconhecendo os seus problemas. Esse direito era muito antigo, sendo complexo lidar com a tecnologia disponível
daquela época com um direito antigo, as fontes estavam espalhadas, as leis tinham que ser transcritas, muitas vezes
não sendo fieis, com opiniões contraditórias entre si, sendo difícil segundo Justiniano, empregar esse direito antigo, fluído
e cheio de contradições internas, de forma prática e eficiente. Determinado que precisava mudar, contratou um grupo
de juristas de sua confiança para colecionar todas as fontes de direito romano, analisando-as, sistematizando-as,
eliminando as contradições e produzindo um direito fruto dessa organização. (sistematização, organização em uma única
obra jurídica). Todos se beneficiariam pois todos conheceriam mais facilmente, sendo um direito imutável e eterno. O
resultado foi a criação dos Corpos Juris Civilis (o corpo do direito civil).
O Direito civil hoje engloba um conjunto de direitos de propriedades, família, sucessões, obrigações, responsabilidades
civis, já esse direito civil em Roma era o direito das civilizações, direito dos romanos. O corpo do direito civil é o corpo
do direito romano era subdividida em 4 obras:

• Digesto (1 livro): sendo a compilação das principais opiniões dos jurisconsultos romanos sobre diversos pontos
do direito organizadas por assuntos. O digesto também era conhecido como Pandectas.
*As doutrinas e as leis foram essenciais para o desenvolvimento do direito romano, no qual o nosso direito hoje preserva
a tradição da literatura jurídica graças a esse direito, sendo um legado do direito humano.

• Institutas (2 livro): era uma espécie de manual de introdução ao estudo do direito, apresentando os conceitos
fundamentais e divisões. ex: começavam com a distinção entre as coisas e as pessoas. Foram relevantes para
que o vocabulário jurídico romano se mantivesse vivo nos séculos seguintes. As leis também eram importantes,
presentes nos dois outros livros.
• CODEX ou Código (3 livro): compilação das leis romanas divididas por assuntos, das leis antigas até a da república
e do império romano.
• Novelas (4 livro): eram as novas leis, que haviam sido criadas pelo próprio Justiniano.
Justiniano determinou a invasão da Itália, no qual exemplares dos corpos juris civis foram levados para que também
fossem aplicados lá. Pouco tempo depois os germânicos retomaram o controle, sendo esses livros esquecidos ao
decorrer dos séculos. Esses livros ficaram esquecidos até que em 1110 um evento importante para o direito aconteceu.
O corpo Juris Civilis foi redescoberto na Itália. Séculos depois desse esquecimento, quando os italianos que ainda não
eram uma nação, com as cidades-estados e alguns reinos passando pela transformação do renascimento comercial,
um monge foi consultar alguns papéis na biblioteca, encontrando a obra esquecida e os especialistas do direito logo
perceberam que se tratava do Corpus. Imediatamente com esse contato perceberam a qualidade do corpus a qualquer
direito que tivessem a disposição deles, sendo infinitamente superior, sofisticado.
A compilação preservou a identidade do direito clássico romano que foi perdida com o direito romano vulgarizado. Os
italianos reconheceram no Corpus uma oportunidade de extrair um direito mais sofisticado, mais adequado para a época
em que se vivia o renascimento comercial. Esse direito foi o instrumento que deu segurança jurídica para que o
florescimento comercial fosse contemplado. Não havia dúvida que aquele teria que ser o foco dos juristas.
Existência de Dois direitos romanos.
Essa redescoberta influenciou o direito do ocidente. Estudado intensamente pelos juristas italianos, esse direito romano
do corpus, fez surgir alguns mestres desse direito, sendo os primeiros professores do direito. E aos poucos esses
professores perceberam que fazia sentido refundar uma faculdade de direito. Essa faculdade foi o coração do que hoje
é a universidade de Bologna. Sendo o primeiro espaço dedicado em que mestres dos direitos romanos se reuniram
para ensinar a seus alunos (italianos, mas depois com a notícia de sua importância, logo passou a ser comum que
estrangeiros fossem enviados a Itália para aprender e voltar com esse direito a suas origens). Esses alunos passaram a
atuar de forma semelhante ao que fazemos hoje (juízes, assessores) ao poucos as notícias se popularizaram por toda
a Europa, sendo interesse dos reis haver uma faculdade de direito em seus reinos, assim, aos poucos esses alunos
começaram a ser contratados como professores de outras faculdades de direito pela Europa. (não vale para a Inglaterra
que o direito inglês não sofre influência do direito romano).
Em toda Europa esse direito passa a ser estudando, muitas obras jurídicas passam a ser escritas, havendo uma grande
produção de conhecimentos jurídicos em torno desse direito romano. Durante a Idade média ou idade das trevas, o
acesso ao conhecimento era restrito, mas houve grande produção de conhecimento. (As universidades surgiram na
idade média). As obras vão circular facilmente por toda a Europa, havendo um intercâmbio de ideias e de pessoas,
porque como esse direito romano estava escrito em latim, as aulas nas universidades também eram em latim. A língua
das ciências do direito era o latim, permitindo esse intercâmbio, assim, florescendo um sentimento de universalismo no
direito, um direito comum para a Europa. Isso fez com que existisse um pluralismo jurídico que consiste na ideia de que
o direito que era aplicado após a redescoberta tinha duas ordens jurídicas diferentes: LOCAL (IUS PROPRIUM) direito
próprio de cada país, formado pela lei e pelos costumes e UNIVERSAL (IUS COMMUNE) direito comum entre os países,
sendo comum a todos os povos, havendo o direito romano (CJC) e o Direito da Igreja (direito catatônico, sendo único
para todos os países). Assim, existindo uma dimensão do direito local e outra universal, coexistindo.
Entre o Ius Proprium e o Ius Commune havia uma relação, pois como não tinham a mesma força e aplicabilidade, era
necessária uma relação de prevalência. O direito que prevalecia era o direito próprio, que sobressaia o direito comum,
sendo apenas aplicado de forma subsidiaria (aplicação que se dá na falta de algum direito). O direito romano só era
aplicado se tivesse uma omissão do direito próprio em relação a algum tema.
Aula 3
A história da Europa não é uniforme, as eras não se passam na mesma velocidade em todos os lugares. Dessa forma,
a idade média em Portugal se passou de forma diferente do resto da Europa, no qual a Península Ibérica passava por
circunstâncias alheias, como a presença dos árabes.
A presença árabe na Península Ibérica se dá pelo séc. 7. No oriente havia um Estado teocrático que era uma nação
regida por um direito religioso, islâmico (califado), sendo a primeira grande nação islâmica que contemplava diferentes
interpretações dos preceitos religiosos, comandava os príncipes (os sultões) a combater guerras religiosas contra os
infiéis (povos que não praticavam aquela religião), essa foi uma das razões para quererem expandir. A melhor estratégia
era invadir a Europa pela península ibérica. O califado se expandiu pelo Iraque passando pelo norte da África, derrotando
o reino dos Vândalos, penetrando na Península Ibérica, onde estava instalado os visigodos (germânicos que se
converteram para o cristianismo). E o califado veio como um rolo compressor, os infiéis deveriam se submeter ou ser
guerreados e submetidos forçadamente a religião islã.
O Califado se subdividiu em dois impérios, o Califado de Bagdá e o Califado de córdoba, esse último possuiu o poder
político sobre a península ibérica. Essa presença foi intensa e duradoura, no qual os árabes só foram expulsos quase
750 anos depois, sendo esse processo gradual, havendo guerras de reconquista. Quem promoveu as cruzadas foram
os discursos morais promovidos pela igreja que estava assombrada com a rápida expansão e receava que invadiriam o
resto do Europa, assim, começaram a disseminar um discurso religioso e moral, no qual a cristandade precisava se unir.
A formação dos Estado Ibéricos se dá com esse processo de expansão, retomada e reconquista dos territórios pegos
pelos árabes. Quem financiava essas guerras materialmente eram os reis e senhores que detinham exércitos e dinheiro,
sendo propagado moralmente pela igreja. Como essas guerras não foram de forma longa e continua (periódicas), não
havia uma coordenação comum, havendo batalhas espaçadas ao longo do tempo, influenciadas por um discurso religioso,
um propósito comum, construído e repetido pela igreja. Esse seria um perigo para a cristandade.
Portugal e Espanha são repletos de castelos que os cristãos e árabes construíram para segurar os territórios que eles
haviam conquistados. A fronteira fluida tinha como principal causa o ganho e a perda constante das terras por ambos
os lados, sendo essa fronteira empurrada favoravelmente no sentindo de expulsar os árabes da península ibérica. Os
mouros (como os europeus designavam os árabes) após serem expulsos, suas terras eram ocupadas por líderes
militares, reis cristãos, e assim, surgindo os reinos cristãos ibéricos. A presença dos árabes negou muitas influências para
esses reinos cristão que se reconstruíram, mas não houve influência jurídica, negando o direito que veio dos árabe
durante a ocupação dos territórios. Houve muitas influências culturais dos árabes, como nas línguas ibéricas, português
e espanhol, que existem várias palavras de origem árabe.
A história do surgimento de Portugal tem a ver com a história do Reino de Leão. Antigamente, havia um vassalo do rei
de leão, um conde de um Condado, chamado de Condado Portucalense, sendo uma terra enfeudada do Rei de Leão.
Esses feudos tiveram um papel importante na liberação de outros territórios ocupados pelos árabes, tendo os próprios
exércitos militares (condes), assim, conseguindo liberar vilas e aldeias da influência dos árabes. Ao fazer isso, o conde do
condado portucalense, criou uma zona de influência, que corresponde as fronteiras de Portugal. Essa zona começou a
reconhecer uma autoridade política informal no conde. Ele não tinha soberania sobre aquelas terras pois não era um
rei, mas as lideranças políticas dos liberados reconheciam no conde um poder.
Nesse contexto que o poder é fortalecido no conde, ele constrói uma autoridade intensa, sendo estimulado por essas
vilas e cidades a se apresentar, se autonomear rei, assim constrói uma engrenagem de reconhecimento da soberania
de Portugal. Como essas terras eram vinculadas ao reino de leão, os condes souberam contornar a situação de melhor
forma possível, apelaram a igreja, fazendo com que o papa afirmasse a soberania de Portugal. A igreja era uma espécie
de terceira imparcial, agia como árbitra. Se a igreja reconhecesse esse valor, a expulsão dos árabes seria facilitada,
assim, costurou um acordo com os outros reinos ibéricos, e a igreja homologou a independência de Portugal,
posteriormente reconhecida por outros países. Os outros países ibéricos foram se fundindo um com os outros, se
tornando a Espanha.
O surgimento da nação portuguesa, diferentemente do que acontece com os outros países europeus, nasceram sobre
a soberania de reis que detinham poderes militares significativos (nos países ibéricos), enquanto outros países só foram
obter poder político intenso um período depois. Portugal já nasceu com um rei soberano, autoritário e que tinha
exércitos concentrados sobre a mesma pessoa (o rei) e, mesmo assim, apesar do poder do rei ainda era necessário
convocar as cortes para legislar, essas foram abandonas no final do séc. 13 em Portugal. As cortes começaram a ser
invocadas raramente, fazendo com que os reis governassem sozinhos, assim, as leis aumentaram em frequência,
afastando a aplicabilidade do direito romano como fonte subsidiaria.
Quanto mais leis, menos o direito romano vai era aplicado, se tornando inconveniente para os povos e para os
operadores do direito lidar com essa multiplicidade das leis (pois não havia google ou uma aglomerado das mesmas). As
cidades tomavam conhecimento das leis quando eram proclamadas. Uma vez que o rei fazia uma lei, enviava emissários
paras as vilas portuguesas, para as leis serem lidas em voz alta (quanto mais populosa a cidade, mais vezes a lei seria
lida). A lei era enunciada, como se o rei estivesse discutindo oralmente. A lei tem caraterística oral apesar de ser escrita
para leitura.
A cruz de malta era um dos símbolos de Portugal, e o pelourinho representava o poder da coroa. Como representava
o poder do rei, era comum que punições de pessoas que praticassem atos ilícitos acontecessem de baixo do pelourinho,
como se aquela punição fosse a que o rei estava dando a aquela pessoa.
Sendo inconveniente lei ser lida, houve um pleito para que as leis fossem compiladas em escrito (aconteceu em outros
países também), em Portugal foram chamadas de ordenações, sendo compilações de leis por escrito, em que reunia
em uma única obra, em uma única fonte, as principais leis portuguesas. Em Portugal haviam 3 ordenações:

• as Ordenações Afousinas em 1446


• as Ordenações Manoelinas em 1513 ou 1512
• as Ordenações Filipinas em 1603.
As três ordenações em tese foram aplicadas no brasil. A diferença entre elas é que foram substituídas uma pela outra
devido necessidade de atualização. Várias leis foram publicadas por fora das ordenações (lei fora do código são chamadas
de leis extravagantes ou espaças). O rei Dom Manoel entendeu que as Ordenações Afonsinas estavam superadas,
necessitando atualizá-las com as novas leis publicadas, assim criando as Ordenações Manoelinas. Consequentemente,
Leis foram criadas necessitando de atualização novamente.
Depois de 1603, Portugal nunca mais fez outra compilação, vivendo com mais leis espaças. As ordenações Filipinas são
importantes para nós, pois foram aplicadas no Brasil de 1603 até 1916. Em 1916 as ordenações Filipinas foram revogadas
no brasil quando surgiu o código civil de 1916. Quase todas as ordenações Filipinas já estavam revogadas, mas ainda havia
alguns trechos em vigor. As Ordenações Filipinas são um conjunto e leis que opera dentro da dinâmica do pluralismo
jurídico.
Aula 4
As Ordenações Filipinas estavam divididas em 5 livros, obedecendo uma ordem temática (estudaremos 2 deles).

• Livro 1: trata de temas relacionados a burocracia administrativa e judicial da coroa portuguesa (burocracia da
administração pública e judiciaria, assim, dos órgãos da administração pública e órgãos administração judiciaria),
como os cargos dos conselhos, cargos da justiça, cargos das mesas (órgãos da administração da coroa), etc.
• Livro 2: trata dos privilégios das nobrezas, tanto nobreza civil (os senhores feudais, fidalgos) quanto os da
nobreza religiosa (os bispos e os prelados) regulando esses privilégios.
• Livro 3: maior interesse para a gente, tratava do direito processual, focando mais no processual civil, trata das
regras aplicáveis aos processos que tramitavam (se desenvolviam, sequência de atos) na justiça da coroa.
(cotiam por exemplo os prazos de defesa, recursos, quem podia atuar em cada processo, etc.).
• Livro 4: trata do direito civil. Curiosidade: ele é o menor dos livros em termo de tamanho, e se deve ao fato
de que o corpus juris civilis (direito romano) era muito robusto na regulamentação do direito civil, então a
necessidade de regular esse tema era menor. As leis eram compiladas na Filipinas em menor frequência, muitas
das regras presentes são quase que copias dos trechos do corpus juris civilis. (ex: regras de compra e venda,
regras sobre o direito empresarial, direito de empréstimo, etc.).
• Livro 5: trata do direito criminal. (Faremos uma análise com objetivo de perceber que esse direito criminal pré-
moderno é substancialmente diferente do direito penal que estamos acostumados da modernidade. É
importante que encontramos essas diferenças. No que o direito penal mudou? Há crimes relacionado a religião
e superstições e a ofensa ao poder do rei).

➢ Foco no Livro 3: crime da feitiçaria., dos feiticeiros. Se contrapõem ao direito penal moderno as características de:
1- antigamente a qualidade da pessoa era levada em conta (distinção social, homem ou mulher, trabalhador ou
nobre, se compõe um cargo público ou não, etc.), assim, tendo como premissa a desigualdade, sendo visto
com naturalidade entre as pessoas, até mesmo a cosmologia religiosa favorecia o papel de desigualdade, sendo
tudo dicotômico (rei x súdito, gordo x magro), sendo todas as pessoas diferentes, e consequentemente, tratados
diferentemente e levando penas com base na pessoa em que você era.. Hoje em dia, há a igualdade de todos
perante a lei., já antes, existia uma aderência ao modelo de tratamento discriminatório das pessoas em relação
a qualidade.
2- Há presença de elementos criminais que tem a ver com superstição e religião; o direito penal moderno se
tornou laico, se desconectando da religião e da superstição.

No terceiro livro, existia uma regra que tratava das fontes do direito. Dizia que um caso era determinado pela Lei, estilo
(jurisprudência) ou costume (Ius Proprium), sendo que esses três prevaleciam sobre o direito romano/ leis imperiais
(assim, eram julgados não importando o que o direito romano dizia sobre isso), pois integram o Ius Proprium, já o direito
romano integra o Ius Commune. (O direito Proprium prevalece o direito Commune, apenas usaremos quando o direito
Proprium for omisso, assim existindo uma relação de subsidiariedade).
O direito Commune é composto pelo direito canônico e romano, o direito canônico tem a ver com o pecado e o
direito romano com matéria que não seja pecado. Se não houver resposta para o caso a partir da lei, estilo ou costume,
a solução seria procurar a doutrina de romanistas (professores de direito romano), mas não seria de qualquer um, a lei
elegeu 2 romanistas, sendo Bártolo e Acúrcio (deixaram um legado de obras jurídicas). Se não for possível determinar
o caso, o rei decide, e assim, vira um parâmetro para resolver casos semelhantes (precedente).
O precedente do rei é uma fonte do direito Proprium (pois é nacional, só valendo naquele local). A diferença entre
precedente e jurisprudência é que vários precedentes formam uma jurisprudência. A depender do tipo de decisão
proferida e de quem foi que proferiu, é possível que um único caso vincule todos, assim o precedente se tornando
mais forte. Dentro do direito Proprium não existia hierarquia entre elas (lei, estilo e costume), aquilo que o costume
regulou, a lei não deveria regular, aquilo que o estilo regulou, o costume não deveria regular, etc), (quando uma era
aplicado, a outra não era) assim, com o passar do tempo aquilo começou a se tornar complicado.
A depender de qual o tipo de decisão proferida ou quem foi que proferiu a decisão, um único caso pode vir a ter
status de norma jurídica vinculante, assim, nem sempre a jurisprudência (estilo) é mais forte que o precedente.
*precedentes- resposta a um caso que resolveria casos futuros.
*stylo- jurisprudência.
*leis imperiais se refere ao direito romano, equivalente ao corpus juris civilis.
➢ Foco no Livro 5: uma das premissas penal pode ultrapassar a pessoa do criminoso (afetando seus familiares, pelas
pessoas próximas), já hoje existe a pessoalidade da pena. Existia forte presença de simbolismos, presentes como
estratégia para desestimular a prática desses crimes. Existe diferença na linguagem, sendo hoje em dia curta e
objetiva., antigamente a linguagem era complicada.
Para casa: navegar no livro 5 das Constituições Filipinas.
Aula 5
Administração e a justiça no período colonial no Brasil

Aqui no Brasil, a administração e a justiça que operava durante o período colonial reproduziram em diversos aspectos
a estrutura e os procedimentos de seu funcionamento verificados em Portugal. Em tese, não se criou uma estrutura
judicial distinta, separadas em premissas daquelas que existiam em Portugal, pelo contrário, se procurou replicar o
modelo existente em Portugal considerando as peculiaridades eventualmente existentes na colônia, mas de modo geral
reproduzindo aquele poder. Isso quer dizer que esse modelo que foi aplicado no Brasil de divisão ``de poderes´´
reproduziu algumas características bastante peculiares daquele período da história.
Uma das premissas do Estado moderno é a divisão dos poderes, a teoria da divisão dos poderes. Toda via, a ideia de
tripartição de poderes era uma abstração conceitual que era inexistente naquela altura da história. no século 16 e 17
durante a maior parte do período colonial no Brasil. Essa ideia de poderes separados não existia, essa teoria foi uma
abstração conceitual que se consolidou principalmente no final do século 18 e início do século 19.
No exercício das funções de administrar e julgar o Brasil colonial, não podemos pensar em exercidas por poderes
independes, autônomos e separados, como algo que acontece hoje, ainda que hoje sabemos que os poderes exercem
as funções atípicas.
Por exemplo: no período colonial não existia esse poderes independes, então o que era comum era as autoridades
administrativas e autoridades judiciarias frequentemente exercer várias dessa funções, muitas dessas exerciam funções
de julgar, gerir e também criar normas, não existia uma preocupação por parte das nações, dos Estados, das autoridades
administrativas ou uma limitação de poderes ao exercício dessas competências em razão da teoria da separação dos
poderes, justamente por aquele momento histórico não se apresentavam essas limitações para a ciência política para
o funcionamentos dos Estados e nações, pois essa abstração conceitual não existia, significa que encontraremos juízes
que julgam mas também administram por exemplo., as autoridades políticas exercem múltiplas funções que hoje traria
estranheza devido a relevância da separação dos poderes. Essa seria uma das características.
No tocante especificamente ao funcionamento da administração e da justiça do período colonial. É necessário se pensar
em 3 níveis de poder.
− 1º nível de poder: é o poder mais local de todos, o poder municipal.
− 2º nível de poder: se qualifica como um poder local, mas é um poder ainda intermediário em direção a um
poder mais geral, seria o poder senhorial.
− 3º nível de poder: seria o mais geral, o poder da coroa/ reino/ real.
No nível mais básico do poder municipal, encontraremos como principais figuras: a câmara municipal, sendo importante
instituição do poder local. As câmaras eram a principal instituição do município. Toda vez que uma vila ou um lugarejo
ou uma ocupação urbana adquiri relevância política, demográfica, e econômica suficiente, ela pode pleitear o seu
reconhecimento enquanto município. Nem todo lugar, nem toda ocupação urbana é automaticamente um município. É
preciso que ele tenha algum nível de relevância social, econômica, populacional que o justifique a vir ser reconhecido
como um município. Se a coroa reconhecer como município, é atribuída a comunidade uma série de vantagens e
prerrogativas, entre elas a prerrogativa de constituir a câmara municipal.
A câmara municipal é algo muito desejado pelas localidades, vilas e ocupações, pois a câmara municipal, atribui aquele
povo representatividade política, dando uma voz aquela população. Se os habitantes conseguirem reconhecer sua
comunidade como um município e constituir uma câmara, eles terão diversas oportunidades. A câmara vais lhes dar
lugar de fala, vai dar uma instituição que poderá falar por aquele lugar, por aquelas pessoas, falar com a coroa, falar
com outras constituições, com outra câmaras, então é um momento, é algo desejado, o momento de se transformar
em um município, sendo um momento importantíssimo da história.
O município é um local que marca uma virada para uma fase de maior relevância e crescimento de importância daquela
comunidade. A câmara municipal é dotada, para além dessa capacidade de representar perante aos outros poderes*, a
câmara tem algumas atribuições administrativas, ela possui a função de administrar o município, precisando coletar
impostos que irá costear a operação do funcionamento do município.
Essa administração das coisas públicas, promovida pela municipalidade ela é bastante variada. De um modo geral suas
atribuições alcançavam a promoção de obras públicas que fossem do interesse da conservação e da melhora da
municipalidade, melhorias ou obras de reparo da infraestrutura local do município. Bem com eventualmente a própria
expansão da cidade, criação de novas ruas e monumentos, repartições, etc., seriam consideradas atribuições e
responsabilidade do município, da câmara municipal.
Além, da atribuição administrativa, a câmara municipal tinha funções legislativas, de criar leis. Essa leis que as câmaras
tinham a responsabilidade ou atribuição de criar, eram chamadas de posturas, as posturas municipais., elas não se
chocavam com as leis das coroas. A matéria objeto das posturas municipais eram uma espécie muito especifica de lei
municipal que tratava especificamente de assuntos de interesse local, não podiam versar sobre temas que fossem do
interesse do país como um todo, da coroa especificamente. Essas leis municipais, posturas, apenas poderiam tratar de
assuntos que dissessem respeito, especificamente, aquela municipalidade. Em salvador, por exemplo, tivermos várias,
existiam posturas que falavam do ir e vir dos escravos, regras de consciência* que não tinham o mesmo status de
cidadãos livres. Era regra os escravos andarem descalços para poderem identificar os africanos livres dos escravizados
por exemplo. Existiam posturas locais que diziam respeito a preocupações de natureza ambiental, embora não fosse
utilizada essa expressão. Por ex: regras que proibiam que os moradores jogassem tripas e resto de carcaças nos rios
das cidades. As posturas municipais não tratavam de crimes, regras processuais, possui isso seria mais lei da cora do
que propriamente da municipalidade.
Dentro do município, e dentro cada câmara municipal é necessário distinguir além das funções de legislar e gerir o
município, temos que perceber a existência de funções jurisdicionais que eram exercidas por essas câmaras. A função
jurisdicional, não era exercida pela câmara como um todo, mas na verdade, principalmente por um juiz que integrava
a câmara, sendo o juiz ordinário ou juiz municipal, juiz da terra. Esse juiz é um juiz que é escolhido entre os vereadores
que integram a câmara municipal.
A câmara municipal é formada por vereadores, sendo chamadas de câmara de vereança. Ela é formada por pessoas
que são eleitas dentro do município, sendo chamada a eleição de pelouros. Nessa eleição todos os homens bons* e
municipalidade podem se candidatar, homens bons são homens que atendem a alguns critério de pertencimento social
dentro de uma localidade, tendo determinada condição econômica, sendo de famílias tradicionais, ocupam cargos públicos
de relevância, não se enquadram em nenhum critério de exclusão como ter antepassados judeus ou árabes em sua
família, podendo portanto, votar e serem votadas. Um vez eleitos, vão integrar a câmara e poderão se candidatar para
serem escolhidos como juízes ordinários. (esses critérios não são importantes, mas são excludentes e baseados em
pertencimento social).
Além disso, uma vez que fossem eleitos, esses juízes teriam atribuição de julgar, só que esse juiz ordinário, ele exerce
esse poder de forma bastante restrita. Essas restrições ao exercício do poder judiciário dentro do poder municipal,
mostrava que esse juízes tinham mandato de 1 ano no máximo, sendo substituídos por outros juízes, por outro lado,
esses juízes ordinários podiam ser leigos, não precisavam ser letrados (pessoa que não tinha bacharel de direito, podiam
ser pessoas sem formação jurídica.) eles só podiam exercer sua jurisdição em dois cenários, primeiro, no ponto de
vista geográfico, somente nos limites do município, e, no ponto de vista da competência que esses juízes tinham pra
julgar, a competência*
Deles era limitada a casos de baixo relavncia e complexidade. Ex: âmbito criminal, o juiz ordinário vai julgar a briga de
vizinhos, a pfensa verbal de um suj pro outro, mas não o crime de falsidade documentsl ou de outro esado, de homicídio.
No ponto de vista patrimonial, vai julgar o caso envolvendo onde a cerca dos vizinhos vai passar.
Na esfrea de poder senhirial, num nivelk acima do municiapl, encontra-se como principal ator, agente do poder seh=nhirial
aq na colônia, os governadores das caopitanias (aqueles que gere as capitanias em nome da coroa quando a coroa
toma as capitanias para si ) ou os capitães donatários (capitanias ainda administradas pelos capitães donatários originiarios,
esses capitães que ec=xercem o poder original. Eles são escolhidos pela cora (donatários, receberem esse titulo de
donatario (donatário- auwel que recebeu a doação) a coroa outorga uma doação da capitania em favor desse donatoio,
s=que se da com uma doação régia, sendo herdada pelos sucessores desse capitão. Se n deixar herdeiros ou abandonar
a capitania, a coroa poderia tomar d evolta a capitamnia. Esse contrato de doação régia continha varias fprmalidades
jurídicas, mas basicamente era um cont que falava que era o donatário, trazia psos limites de fronteiras, seu relevo,
seus sucessores e constava outros poder eventualmente sucessdos aos donatários, sendo um deles o poder jurisdicional.
O poder de julgae de exercer a função judicial. Existia uma jurisdição colonial exercida pelos capoitaes.. esse poder
jurisdicional era exercido pessoalmente por esse capitap pq a doação era (cardicionalista?). mas esses capites donatários
frequentemente não exercim essa atribuição, posis possuíam outras atribuições mais relevantes, defender a acapitania,
coletar impostos, distribuir ass sesmarias, povoar as capitanias, ent julgar não era uma prioridade, eles optam por não
exercer esse poder. Esses capitãos donatários se valiam da prerrogariva que as ordenações filipinas atribuíam a eles
de nomear ouvidores. Os ouvidores das capitanias eram juixes que eram contratados pelos capiates donatários, para
exercer a jurisdição senhirial em lugar desses capitães.
As ordenações filipinas estabeleciam critérios para escolha e nomeação desses servidores, ao contrario do que era
facultado aos juízes ordinários, esses ouvidores tinham mandatos de 3 anos e tinham que ser letrados, bacharéis em
cânones ou em leis (?). eles podiam atuar em 3 situações basicamente, primeira: quando se tratasse de algum caso de
dentro da capiania mas fora de um município, nem todos territórios de uma capitania era dentro de um município.
Como fora de uma ocupação urbana. Ou alguma vila q se n cçassificasse como município sendo apreciado pela jurisdição
senhorial. A segunda situação seriam em casos que tivessem acontecidos dentro de um município, portanto que
deveriam ser em tese dos juízes municipais, mas sim casos que não eram de baixa complexidade ou de baixa relevância,
um crime mais. Caos que aconteceram dentro d eum municio que entese poderia ser um casos de jurisdição municpal,
mas que apr=esar de ter acontecido dentro do município, não se enquadrava dentro da competência do juiz municipal,
não eram casos de baixa relevância ou complexidade, seria julgado em primeira instancia na jurisdição senhoral. A 3
situação seria na eventualidade de 1 xaso ter começado na jurisdição munic, mas uma da s peasrtes resolver interpor
um recurso, era possível recorrer da decisão do juiz ordinário, e esse caso seria julgado em grau de recurso pelo
ouvidor.
Por fim, o poder da coroa, o óder real, do rei, esse poder abranv=ge naturalmente a coroa (quando falamos da coroa,
falamos de um poder muito mamplo, de uma estrutura de órgãos muito robusta e grande, a coroa não é um orghao
so sendo composyta por varias mesas conselhos, daesemnragos, vários órgãos administrativos, ficais, militares de
assesoira de tomada de cdecisao que vao apoiar o exercício do poder do rei de governar e gerir a metrópole e o
império ultramarino português como um todo). Coroa como cabeça de uma vesta estrutura administrativa que exercer
diversas funções, coj de funções administrativas da qual o rei exerce a cabeça do sist jurisdicional, bem como retitulariza
o poder legislativo amplo, a função legislativa ampla, ent o rei é capaza de legislar, ele encabeça a administração da
coroa e é a utoridade máxima dos tribunais e dos órgãos jurisdicionais, ele concentra poderes que poderíamos classificar
cmoo poderes absolutos, já que ele exerce todas as funções. Isso não pessoalmente, pois não teria condições ou
interesse, mas encabeça formalmente o exercico dessas funções, assistidos por um coproi de juízes, fuhncionarios e
conselheiros que vao apoialo no exercício de todas essas tarefas. Especificamente na função de julgar, administrar a
justiça (senfundo as ordenações filionais essa swria a principal função do rei), era necessário s evaler de uma esrurtua
de órgãos judiciais, no âmbito desse poder da coroa, são os tribunais da coroa. A coroa utiliza de um conj de tribunais
que vai =exer er essas funções. Os princiapis tribunais da coroa , foram as relações e a casa da suplicação. As relações
designiva um tribual da coroa, existia uma relação do povo em Portugal, uma na bhia, antes chamada de brasil, e uma
relação do oriente na cidade de goa na índia.depois foram criadas outras relações. As relações eram tribunais superiores
que integravam a estrutura dos tribunais da coroa , esses trbinuais so eram acessiveisnpor meio de recursos contra as
decisões dos ouvidores. As relações eram tribunais superiores da coroa, sendo apenas acessíveis por meio de recursso,
sendo possibel recorrer contra uma decisão de ouvidor e alfuma capitania para que esse caso seja julf=gado pela
relação mais próxima. Assim, os recursos contra as decisões das capitanias aq do br eram julgados da cpitania da bhaia
ou do rj onde tinham essas relações, a dpender do qual fosse mais procima.
Essas relações ersm compostas por desembargadores, que tbm eram letrados e nomeados pela coroa. Contra as
decisões das relações eram possível reco er uma ultima vez para o órgão mais alto da estrutra judiciaria que era a casa
da suplicação. Tinha esse nome pq suplica er ao nome de recurso que podia levar o caso para a casa da suplicação.
A casa da suplicação era o mais alto grau de recurso ordinário dentro dessa estrutura judicial, mas extraordioriamente
era possível recorrer ao próprio rei, esses apelos e recursos para a pessoa do rei, n tinham nenhum tipo de obrigação
de aprecialos pela coroa. Não eram recursos ordinários, eram recursos extraordinários que apelavam pela graça, pela
boa vontade do rei de mudar uma decisão da casa da suplicação, uma decisão definitiva da casa da suplicação. Com
base puramente na sua benevolência, muito frequentemente esses recurso extraordinários para o rei, eles apelavam
para argumentação emotivas do tipo de uma senhora de idade pede pro rei abrandar a pena que seu filho foi condenado
pq se n quem vai cuidar dela por já ser muito isdosa, argumento passaional. Ad vezes nessaes apelos o rei era
assessorado por um órgão de consulta, de apoio a tomada de decisão do rei chamado de desembargo do passo. Esse
órgão tbm tinha outros tipos de atrieibuições..
Importante integrante da estrutura do poder da coroa q é o juiz de fora. Ele é um magistrado da coroa sendo momeado
pessoalmente pelo rei, soberado. Mas ele tem uma peculiaridade de n exercer o seu papel no nível do poder real, e
sum, no do poder municipal. Ele era um magistrado escolhido pela coroa, letrado, enviado a criterio do reo ara algum
município. Suas funções eram: o envio do juiz de fora atendia a finalidade de (2), jurisdicional, uma vex z q o juiz de
fora chegessa ao município, ele substituiria o juiz da terra. Essa contarposição d enomes ela é proprisital, um é o juiz
da terra do local, o outro é o juiz de fora, esse era enviado para o município para exercer a função mjudicial com mais
independência e isonomia nos julgamentos dos assuntos lcoais, pois por ser de fora ,n teri avinculoa pessoais, que
eventualmente criassem alugm tipo de enviesamento ou tendência na apreciação dos assuntos que ele deveria julgar.
(judicial municipal)
A segunda função donuuiz de fora, função politica exercida no âmbito municipal. As vezes as camaras muncipais q
eram um órgão de atuação politica, ela entrva em conflito de interesses com a coroa, ela atuava pensando em si,
pensando nos seus interesses, nos interesses dos seus integrantes, o que gerava um conflito de inetressses com a
coroa. Ex: na região das minais gerais algumas camaras municipais afrouxaram a fiscalixaocao do arrecademento dos
tributos sobre a produção do ouro os principais beneficiários desse afrouxamento da fiscalização era os priprios
integrantes da câmara. A coroa percebendo esse conflito, s=de q as camaras atuavam de forma pra prejudicar os
interesses fiscais, a cora inveou juixzes de fora para algumas daqueles localidades.
No br o juízes de fora demroarvam de chega, já em portugal . foram noemados muito cedo²,? Mas os primeiros
chegaram em ssa, eles tinham essa dupla função politica e judicial, q apesar de serem magistrados da coroa, inclusive
letreados, exerciam essas funções judicial e politica no município como uma espécie de interferência da coroa nos
assuntos e na autonomia dos municípios.
Os juízes de fora quando chegaram no município nessa dunlçãp politica se tnornavam presententes dessas camaras
municiapiais, que no seu exericio teriam a capacisade de controlar politicamneta câmera podendo vetar algums decisões
da cmaara, tudo pra decidir q a coamara ome decisões contrarias ao interesse da coroa.

]
Aula 6
Iluminismo jurídico em Portugal e nas colônias

O iluminismo enquanto um movimento filosófico, político e científico estendeu suas influências para várias áreas do
conhecimento, inclusive direito.
No âmbito, o iluminismo representou uma preocupação com a racionalização do estado e do direito, no sentido de
uma centralização do poder e das fontes do direito.
Em Portugal o iluminismo e o direito se entrelaçarem principalmente na segunda metade do século 18, quando Dom
José era rei e tinha uma espécie de primeiro ministro, seu assessor, o Marquês de Pombal. Esse ele era quem na
prática governava Portugal, pois Dom José se preocupava em curtir a vida. Quem geria os assuntos públicos era o
Marquês.
Ele tendo sido contagiado pelo movimento iluminista, pretendia promover diversas reformas políticas e jurídicas do
Estado português. A primeira das duas reformas, foi uma reforma nas fontes do direito português.
Quais são as motivações de pombal segundo as ordenações Filipinas: as leis, os costumes e os estilos são as fontes
dos Ius Proprium. O direito canônico, direito romano, as doutrinas. E os precedentes do rei essas eram as fontes.
Marques de pombal ao observar, sentiu que a coroa portuguesa não tinha um controle sobre o direito português, um
controle direto sobre o direito Portugal. A coroa portuguesa dividia a autoridade com outras fontes do poder. Havia
outras fontes do direito que emanava de outros personagens., dentro dessa perspectiva do iluminismo, dessa
racionalização, centralização do poder, unificação dele, era necessário mudar esse modelo e substitui-lo por uma modelo
mais centralizador.
Tentou fazer, promoveu criando uma lei a lei do dia 17 de agosto de 1769, que é a lei da boa razão. Foi uma lei que
resolveu mudar o esquema de fontes das Filipinas para resolver esse incomodo de pombal. Essa lei procurou fortalecer
a posição que a lei tinha enquanto fonte do direito e enfraquecer o papel que outras fontes tinham.
Essa lei promoveu várias pequenas mudanças, a primeira das mudanças foi uma relacionada ao direito romano, (as
ordenações diziam que o direito romano poderia ser usado como fonte, para pombal era ruim, ainda mais pelo motivo
do corpus juris civilis tinha quase 1000 anos de idade, não sendo adequado o uso pela sociedade daquela época, sendo
comum que para o direito romano ser utilizado na prática era necessário interpretá-lo com um olhar mais atualizado,
interpretativo, um olhar mais moderno, interpretar o texto antigo para a realidade atual. O direito romano não era uma
fonte pronta, precisando interpretar. Pombal não gostava, pois, os romanistas, frequentemente tinham opiniões
contraditórias, essas multinterpretações era algo que trazia insegurança jurídica para a sociedade. (não gostava de
incerteza, da dúvida, sendo iluminista). Assim, sendo uma fonte prejudicial. A lei da boa razão condicionou o uso do
direito romano a um teste, o teste da boa-razão, as interpretações dos romanistas só poderiam ser utilizadas se essas
interpretações fossem compatíveis com as boas razões, trazendo uma segurança que antes não tinha.
Essa boa razão é um conceito que se liga a ideia de jusnaturalismo (direito natural se opõe ao direito positivo- direito
que a sociedade cria politicamente, adotado por todos. Já o direito natural é um direito que emana de uma fonte que
não é humana, sendo para que aqueles que acreditam no direito natural há uma ordem jurídica acima dos seres
humanos, sendo essa ordem de valores e princípios acima dos homens deve inspirar os direitos das sociedades humanas,
podendo emanar da natureza das coisas ou do divino, teológico, religioso. Ambos entendem um direito supra civilizatório,
eterno e imutável, comum a todos os povos). Não existe um direito supra-humano, mas para essa sociedade do século
18, existia, sendo universais, patrimonialismo, patriarcalismo, achavam que eram da natureza das coisas. Justificavam
olhando pra natureza. Usavam exemplos da natureza pra justificar isso, queriam dizer que o homem era chefe da família,
pois na natureza os machos animais eram lideres daqueles grupos, não sendo uma imposição humana.
O Marques de Pombal ao colocar essa existência de compatibilidade com a natureza das coisas, esse conjunto de
valores teriam que ser compatíveis com a boa razão. Sendo assim, a boa razão virou um filtro que separaria o conjunto
de regras do direito romanos que seriam aplicadas das que não eram compatíveis. A boa razão é um filtro que separa
ambas.
Os costumes e os estilos também sofreram restrições por parte de pombal. Desagradavam, pois, faziam parte do Ius
Proprium assim como as leis, só que não havia hierarquia formal entre os estilos e os costumes e as leis, havendo a
mesma importância, criando uma disputa entre essas fontes. Essa disputa resultava eventualmente em a lei não ser
aplicada, isso era algo que incomodava pombal, pois entendia que a lei deveria ser hierarquicamente predominante sobre
os costumes e os estilos, havendo uma predominância, uma aplicação mais comum., mais frequente, e não um papel
de igual predomínio. Era muito comum tivesse antinomias (contradições entre normas). Uma lei sobre determinado
assunto, uma jurisprudência ou costumes sobre esse mesmo assunto. Com essa pluralidade os aplicadores do direito
preferiam o costume ou o estilo em detrimento da lei.
Critério da especialidade é um critério antigo de que a lei mais especial prevalece sobre a lei geral. Pombal resolveu
colocar restrições sobre os costumes e os estilos (jurisprudência). Pombal revogou o status de fonte de direito como
estilos. Já em relação aos costumes, pombal deve ter se sentido pressionado, impossibilitado de extinguir os costumes,
os costumes emanavam do povo, então não poderia ignorar o povo dizendo que não fazia mais parte, então colocou
requisitos, sendo os costumes também tendo que passar nos testes de boa razão necessitando ser compatíveis com
esse direito natural, com a cultura ocidental, e os costumes também, deveriam ter uma certa idade. Para usar tem que
provar que esse costume existe em pelo menos 100 anos, podendo por meio de documentos, testemunhas, decisões
judiciais. Ele quis dificultar que costumes falsos fossem alegados.
Os estilos revogados enquanto fontes.
Enquanto o direito romano era objeto de restrição, o direito canônico não foi restringido.
As opiniões de Bártolo e Acúrcio, deixaram de ser fontes de direito em Portugal com a lei da boa-razão. Passaram a
ter mesmo peso de qualquer outro romanista. Sendo assim, as únicas fontes que não sofreram restrições foram a lei
e as fontes provindas da coroa.
Essas modificação dos sistemas de fontes do direito serviram para empoderar a lei, tendo uma relevância social e
jurídica maior do que na relevância que ela tinha nas Ordenações Filipinas. Isso não quer dizer que a lei passou a ser a
única fonte do direito, não gerou o princípio da legalidade a boa razão.
A segunda reforma foi no sistema educacional português. Essa reforma impactou na reforma do ensino jurídico, do
direito. Essa reforma foi pensada com o propósito de reforçar essa mudança nas fontes que ele já tinha produzido nas
fontes com a lei da boa razão. Isso porque não adiantava ele mudar todo o sistema das fontes se os novos bacharéis
fossem educados da mesma forma de antes das fontes mudarem. Assim, seriam treinados a luz da nova realidade.
As faculdades que surgiram depois da redescoberta ensinavam o direito romano, não ensinava o direito nacional. O
direito próprio era aprendido na prática o curso de Coimbra, era um curso de direito para o direito romano. O acesso
a esse curso era restrito, haviam barreiras ao ingresso, sendo acadêmicas e sociais. Uma barreira social era a barreira
econômica era custoso (moradia, pensão, viagens, havia também as propinas, não sendo ilicitudes, sendo sinônimo de
taxa escolar, também sendo elevadas, mais livros e com vestes talares). As barreiras acadêmicas também eram sociais,
haviam exames admissionais, sendo duros, conhecimento de filosofia, ética, retorica, grego, latim, aritmética, entre outras
disciplinas que seriam estudados pelos alunos bem-nascidos. Esses exames eram realizados em salões com o pé direito
muito alto, sendo chamados de vestíbulos, assim, conhecidos como vestibulares. Uma vez que aprovados e ingressados
estavam sujeito a rotina de estudo de 5 horas de aula e o resto do tempo dedicado para atividades honestas (estudar,
passear e se divertir de modo tranquilo). Os estudantes entravam em confusões, sendo submetidos a testes diários,
semanais, mensais, e quem não fosse aprovado daria uma multa ao professor, pois teriam que reexplicar a matéria. As
aulas não eram expositivas, giravam em torno de problemas, todas as aulas se discutiam casos, questões concretas,
sendo discutidos de forma argumentativa, uma parte importante consistia na participação dos alunos, tinham que
exercitar a oratória, poder de conhecimento, de argumentação nesses debates, chamados de disputationes. As provas
semanais era orais, realizadas ao sábados, conhecidas como sabatinas.
O marques de pombal quis fazer mudanças para mudar o ensino jurídico, para que os novos juristas utilizassem essa
reforma de forma mais fácil, prestando a lei como fonte de direito de maior importância.
A primeira mudança promovida por pombal, a faculdade de direito de Coimbra não ensinaria o direito romano, e sim,
o direito português. Pombal resolveu mudar o currículo, direito administrativo, penal, tributário, civil. Além dessa mudança,
resolveu criar novas disciplinas para o curso que traziam conhecimentos que não eram da prática do direito, mas que
permitiria aos estudantes ao ter domínio teoria do direito, sendo história do direito e direito natural, disciplina de direito
romano (estudo se superficializou), simbolizando essa transição do direito romano para um papel subsidiário, menos
importante.
O método de ensino anterior sendo escolástico, baseado na oratória, foi abandonado, sendo substituído pelo método
pombalino. O de hoje. O professor passou a ter responsabilidade de expositor sistemático dos conhecimentos, plano de
ensino com os temas. Os alunos passaram a ser receptores desse conhecimento. O papel do livro jurídico mudou, antes
sendo uma ferramenta para a argumentação, e no método pombalino servia para acompanhar as aulas. Determinou
que os professores criassem um novo estilo de livro que iria resumir a aulas, sistematizar e organizar as aula para que
os alunos tivessem esses livros em mão, sendo chamados de livros manuais. Manual de direito. Chegou a proibir e
expulsar os alunos com as anotações dos tempos anteriores ao modelo atual.
Hoje há faculdades de direito que não estão preocupadas em atualizar os seus currículos. Essas duas reformas, nas
fontes e educacional, são importantes para o direito português, em que uma reforça a outra, andando de mãos dadas.

− As leis vinham dos reis.


− O costume emanava do povo.
− O estilo era provindo dos tribunais.
− O direito romano era o Ius Proprium.
− O direito canônico vinha da igreja.
− As doutrinas eram realizadas por Bártolo e Acúrcio.
− Os precedentes vinham das escolhas dos reis.

Aula 7
Período joanino no Brasil

→ É o período que se iniciou com a chegada de Dom João VI no Brasil.


 As circunstâncias que resultaram na chegada da corte portuguesa no Brasil foram o conflito político militar
entre França e Inglaterra e a fuga da família real de Portugal pelas tropas napoleônicas.
É considerado um acidente histórico, pois em condições normais seria difícil que a coroa, uma dinastia monárquica
portuguesa, decidisse abandonar a sede e ir pra uma das suas colônias.
Essa mudança foi catalisadora, trazendo transformações infraestruturais, econômicas, sociais e jurídica. Essas jurídicas
estão relacionadas a essas outras transformações que foram observadas no Brasil.
O brasil de repente foi de uma colônia para um reino. Na condição de sede da coroa, o Brasil precisou passar por
mudanças para se adequar a necessidades e expectativas do império.
Foram realizadas diversas transformações infraestruturas, já que a vida na colônia não era a das mais confortáveis.
A colonização nunca foi uma estratégia a intenção de criar uma nova Portugal, a colonização foi uma espécie de
empresa, investimento colonial. Todas as batalhas, todo o trabalho teve como objetivo lucros, extrair rendimentos para
financiar e sustentar a vida na metrópole.
Na historiografia existem 2 conceitos, colônia de exploração e colônia de povoamento. A colonização brasileira foi de
exploração, não houve uma tentativa de replicar o povoamento europeu no Brasil, e sim, uma exploração econômica.
Em outras colonizações é comum que se encontrem cidades na colônia com o mesmo nome de uma cidade que
existe na metrópole (sem ser de Portugal).
As colonizações de exploração buscavam expandir o seu modo de vida ou de aproveitar economicamente daquela
colonização (Brasil).
Quando a coroa chega no Brasil acontece melhorias, agora havendo a presença de teatros, escolas, iluminação pública,
criação de esgotos (melhoria infraestrutural).
 A salubridade não era objeto de investimento antigamente.
Essas cidades eram imundas, as pessoas jogavam as vezes pela janela de casa. As ruas não tinham pavimentação. Eram
de barro.
Pé-rapado: era comum que as igrejas tivessem um instrumento de metal para se rapar, esfregavam o pé nesse objeto
de metal, sendo mais utilizado pelas pessoas simples, porque os ricos andavam de cavalo, carruagem, não sujando os
pés.
Além dessas melhorias, o principal aspecto notório é uma mudança no comportamento social. Isso tem a ver com a
elevação da situação jurídica das pessoas que viviam no Brasil.
As pessoas que viviam aqui não eram brasileiros, porque o Brasil não era independente. Os que vivam aqui eram os
colonos portugueses. Eles não tinham as mesmas situações das pessoas que moravam nas metrópoles, pois existiam
limitações.
Quando o Brasil passa a ser um reino o estatutos dessas pessoas mudam, sendo súditos diretos da majestade e não
meros colonos. Não existia o conceito de cidadania.
Antes da chegada existiam limitações a liberdade dos colonos. Apesar do direito ser o mesmo direito que se a aplicava
a metrópole e colônia em tese.
O conjunto de limitações que sustentavam a existência da colônia em face a Portugal também é chamado de pacto
colonial.
Essa limitações eram de 3 naturezas: (antes da chegada de Dom João)
• Econômicas:
Tem a ver com o tipo de atividade econômica que os colonos podiam exercer. Diferente da metrópole em
que as pessoas eram livres para fazer as atividades que bem entendesse, aqui no Brasil haviam proibições para
o exercício de certas atividades econômicas. A estratégia colonizadora do Brasil procurava restringir os colonos
somente as atividades de extrativismo, sendo vegetal, mineral ou animal (pecuária para a alimentação interna
do Brasil). Na Bahia principalmente era o extrativismo vegetal. A pecuária não estava localizada no recôncavo,
mas sim, as plantations. Como o recôncavo não tinha espaço pra pecuária, o gado era criado no interior ao
longo do rio são Francisco. Eram trazidos para salvador para o abate. Muitas cidades do interior da Bahia surgiram
no contexto desse deslocamento, como ponto de descansos. Abatidos para alimentar a população. Ruas com
nomes que trazem características, fazem referência a chegada dos bois para a Bahia para alimentar a cidade.
O mineral surge no século 18 com força principalmente em Minas Gerais e em pequena escala nas chapada
diamantina (usufruídos por Portugal para aumento de sua conta bancária, e construção de igrejas por exemplo).

• Comerciais:
Diziam respeito a inexistência do livre comércio na colônia, já que havia um monopólio comercial entre a
metrópole e a colônia. Não existia o livre comércio, mas sim, um regime de exclusividade comercial.
 Quem empreendia no brasil só poderia manter relações com a metrópole ou comerciantes privados
portugueses ou a coroa.
Uma das exceções era o comércio com as colônias portuguesas na África ou na índia. Na África havia um
comércio regular de escravos e de fumo (passando a ser um tráfico de escravo depois da proibição, sendo
antes um comércio legal). A África era um continente com reinos com guerras, exércitos, economias, culturas
próprias, sendo uma da atividades econômicas de alguns reinos africanos o comércio de escravos.

• Intelectual:
Limitação intelectual são limitações a expressão intelectual na colônia.
São 3 tipos basicamente:

− Proibição de instalação instituições de ensino superior na colônia (em toda a extensão do império
português só existia a universidade de Coimbra, diferente da Espanha que tinha várias; não por falta
de desejo, mas possivelmente para manter um controle social).

− Proibição da circulação de certos livros no Brasil. Existia uma lista de livros cuja circulação era proibida.
Continha principalmente obras escritas a luz do iluminismo, dessa nova literatura iluminada, com ideias
de igualdade, liberdade, autonomia, ideias essas que se fossem absorvidas pelos colonos poderiam
resultar na separação do Brasil a Portugal, em sua independência. Esses livros circulavam de um jeito
ou de outro (inventários dos bens nos testamentos encontraram esses livros).
 São Paulo não tinha importância econômica no séc. 18, apenas tinha um advogado.

− Proibição de imprimir no Brasil, o maior receio dos colonizadores era de que o brasil se tornasse
independe, sendo realizadas imprensas para a produção de papéis com ideias de independência.
Procurava-se haver um grande controle. Era um alta gravidade possuir as peças para fabricar as
maquinas de impressão. A propagação dessas ideias chegaram no brasil vias os bacharéis de Coimbra
que tiveram acesso a essas ideias, bem como a circulação ilícita desses livros. Existiram diversas revoltas
para o fim dessas limitações.
No período joanino tudo isso mudou: houve uma mudança de status da colônia em que os colonos passam a ser súditos.
Essas limitações a liberdade se mostraram incabíveis. As melhorias públicas para tornar as cidades, mas limpas, divertidas,
agradáveis, teriam que se adaptar a realidade da vida do Brasil, passando pelo fim dessas limitações.

→ Mudanças do período joanino:

− Comerciais: abertura dos portos brasileiros as nações amigas a Portugal (Inglaterra). No Brasil, poderia se
comercializar com quem quisessem se fossem nações amigas a Portugal.

− Econômica: sobre a proibição das atividades não extrativistas, não houve um lei específica que pôs fim, mas
um conjunto de medidas. Existência de uma política pública de fomento a diversificação a economia brasileira.
Uma indústria rudimentar surgiu no Brasil sendo o início da atividade econômica. Houve também um estímulo
a manufatura.
− Intelectual: suplantadas quase totalmente. Sobre a proibição de instalação, com Dom João já no Brasil, foi
criada a Faculdade de medicina na da Bahia e a Real Escola de Guerra no Rio de Janeiro. Quanto a circulação
de livros foi totalmente revogada. A proibição de imprimir também foi revogada já que a coroa trouxe a
imprensa. Surgiram também imprensas privados em todo Brasil. A liberdade de imprimir continuou
condicionada a censura que também tinha em Portugal, para imprimir era necessário ter 3 licenças, 1
proveniente da coroa e outras 2 da igreja. Essa censura previa a impressão existia em Portugal e continuou
existindo no Brasil.
Essas transformações geraram profundos impacto na sociedade. Aceleraram transformações pelo qual o Brasil passou,
sendo elas a preparação para a independência do Brasil, que não aconteceu por uma revolta popular, mas por um
arranjo político que colocou como imperador do Brasil um membro da dinastia em face da qual o Brasil estava se
tornando independente (príncipe de Portugal como rei). Isso de certa forma permitiu a manutenção de certos
conservadorismos como a manutenção da escravidão. Uma revolução conservadora foi o que aconteceu no Brasil.

Aula 8
Comparação entre o direito colonial e o direito do império
Direito criminal
Elementos características que sejam semelhantes ou diferentes das ordenações Filipinas.
Marcus.seixas@faculdadebaianadedireito.com.br

Aula 9
Constituição do império
A constituição imperial de 1824 é um documento político, jurídico muito importante para a história do brasil. É a primeira
constituição brasileira, do estado independente, totalmente separado e autônomo em relação a sua ex colônia Portugal.
É realmente pois implementou umas características jurídicas que permaneceram nos regimes políticas republicanas e
algumas até a contemporaneidade. Primeira constituição que implementou o principio da legalidade prevista até hoje,
separação dos poderes institui, independência judicial, representatividade política, etc.
É uma constituição que tem uma feição de forma paradoxal, na medida em que é um constituição que traz muitas
transformações dos regimes jurídicos e políticos que existiam no br.
Constituição que mantem o status quo que mantém atributos jurídicos e políticos que atendiam aos interesses da classe
governante no Brasil.
Foi uma constituição outorgada, não foi fruto de uma assembleia constituinte e democrática, mas sim, uma imposição
política por dom Pedro 1.
Uma assembleia foi convocada, mas pela incompatibilidade foi dissolvida. E esse projeto outorgado substituiu o projeto
que a assembleia ia estabelecer. I projeto constituinte era muito progressista, o objetivo tinha q ter pautas progressivas
que regulasse o estado, limitando o poder do imperados, mas sem reformular excessivamente a economia e a paita
dei costumes. Por ex: realizada por meio de um acordo político. A constituição é grande não oremos examinar toda
ela
Para declarar que essa n era a sua intenção incluiu no art. Primeiro que o brasil é um país livre independente que não
admite com qualquer laço de união, declaração que dom Pedro 1 apenas governaria e atendesse os interesses do
brasileiro. Foi um poder simbólico.
No art. 3, trata do modo de governo do brasil, referido como uma monarquia hereditária constitucional representativo.
Hereditária- nem toda monarquia é hereditária, algumas podem ter sucessores escolhidos com base em outros critérios.
Constitucional- oposto de uma monarquia absolutista. É a monarquia q está sujeita a limitações aos poderes do soberano,
do rei.
Representativo- para além do rei representar seus súditos, os cidadãos também são capazes de eleger representantes
políticos, deputados e senadores que exerceram poderes políticos em nome do povo.
Regra do art. 5 um exemplo de como a constituição conseguiu contemplar interesses conservadores e transformadores
de forma paradoxal. Estabeleceu uma religião oficial que já existia no império brasileiro, a região católica, essa constituição
manteve essa religião oficial, mas ao mesmo tempo passou a conviver com outras religiosidades, pois o mesmo art.
estabeleceu a liberdade religiosa dos cidadãos como sendo um direito constitucional.
Foi uma liberdade religiosa limitada, pois na medida que só era assegurada para manifestações privadas em templos
religiosos e não nas ruas, e mesmo assim, em templos que n tivesse sinais exteriores que mostrassem que fosse
diferente da religião católica.
Existiam outros limites a essa liberdade religiosa.
Art. 6, importante pois foi ele que fundou a cidadania brasileira. Antes do brasil se tornar independente não existiam
brasileiros, pois não existia uma nação cuja nacionalidade era reconhecida. Quando se tornou independente era
necessário instituir os critérios de nacionalidade. dois critérios que são: critério da terra, dos que nascem territorialmente
em um país e o critério sanguíneo, o filho de um cidadão daquele país. Desde a constituição imperial o brasil contemplou
os dois critérios.
Engenhos e libertos, no direito romano se tem o conceito de status libertatis, que significa o estado de liberdade. Toda
pessoa precisa se enquadrar em um estado de liberdade. Podendo ter dois, ser livre ou escravo. As pessoas livres
podem ser ingênuos ou libertos. Aquele que sempre foram livres, nasceram e são livres ingênuos, os libertos são
aqueles que em algum momento desde o nascimento ou posteriormente foram escravos e posteriormente adquiram
liberdade, se tornando libertos.
Somente as pessoas livres eram dotadas de cidadania. Os escravos por não serem pessoas livres não podem ser
enquadrados como cidadão. A situação jurídica dos escravos é uma situação jurídica hibrida também paradoxal, ora
considerados como coisas, pois podem ser comprados, vendidos, alugados, possível praticar diversos atos que se
praticariam com coisa, por outro lado, os escravos eram tratados como pessoa pelo sist. Jurídico como se casas,
registrar negócios, moverem ações judiciais, etc., atos típicos de pessoa.
Todas as pessoas que não atendem ao critério por solo ou por sangue, mas que nasceram em Portugal ou posições
coloniais portuguesas e estram no brasil quando teve a independência, as pessoas poderiam optar por se tornar
brasileiros.
No art. 10, se tem uma menção aos poderes políticos do brasil que são 4, os atuais e envolvendo o poder moderador.
Já se tem o principio da separação dos poderes, status core, antes da independência não se tinha essa separação,
vários órgãos poderiam exercer diferenciados poderes de forma acumulativa. Assim, se tem órgãos respectivos
responsáveis por exercer determinadas atribuições. Diferente de hoje, ela definiu 4 poderes, com o poder moderador
que foi concebido como uma espécie de um poder responsável por promover a harmonia entre os 3, zelar pelo
equilíbrio entre os três poderes era o objetivo. Pois eles poderiam entrar em conflito por seus interesses pessoais. Hoje
não se tem um moderador responsável por resolver esses conflitos. Pensaram em outra estratégias para resolver os
conflitos, sistema de frios e contrapesos, nossa republica se equilibra pelo sistema de freios e contrapesos, o poder
judiciário interfere no executivo e legis, e por aí vai. Essas interferências garantem o equilíbrio entre eles. Não existia
essa concepção no sec. 19 no brasil. O poder moderador não é um superpoder ou absoluto. A constituição estabelece
que esse é um governo constitucional, então ninguém tem poderes absolutos.
Não controlava totalmente os 3 poderes, mas sim em interferir pontualmente em hipóteses especificas que a
constituição autorizava. Não pode ser visto como um poder absoluto, assim, entrando em contradição com a própria
constituição. A constituição existe para limitar o poder.
Art. 15 se tem as atribuições da assembleia geral que era o órgão de cúpula do poder legislativo do qual faziam parte
os deputados e senadores. Órgão bicameral. Curiosamente, a câmara dos deputados e senados tinham perfis políticos
diferentes um do outro, a câmara era composta por deputados eleitos pelo povo para legislaturas de 4 anos, então
sem senadores vitalícios, essa diferença no tempo do mandato, repercutia na diferença de estilo, perfil, que se notava
entre uma câmara e a outra. Na câmara a política era mais rápidas (deputados), eles estavam conscientes na limitação
do seu tempo e papel político, tendo mais urgência, mais pressa em deliberar, em aprovar. Já o senado composto por
vitalícios que não tinham a menor pressa. Os senadores debatiam, mas queriam pensar nas consequências de suas
medidas, menor urgência. Incompatibilidade de expectativas.
Papel de interpretar as leis está atribuído a assembleia geral, ao poder legislativo tendo uma razão hist. De ser. Essa
constituição foi herdeira da tradição política e jurídica francesa. França pós revolucionaria os juízes eram considerados
inimigos da revolução, pois n apoiaram, eram nobres. Os juízes pós revolucionário estavam proibidos de interpretar as
leis, pois acreditavam que era possível aplicar a lei sem interpreta-las, mas toda aplicação é uma interpretação hoje me
dia. Isso repercutiu na nossa constituição continuar nessa tradição de atribuir ao legislador o papel de interpretar. Diante
de uma necessidade de uma interpretação, por ex diante de uma lei Nubia, com vagueza semântica, os juízes,
funcionários públicos, precisariam solicitar que os legisladores interpretassem aquela lei.
---
Essa previsão constitucional foi solenemente ignorada pelo legisladores os deputados e senadores recusaram a
interpretar as leis, entendiam que tinham mais o que fazer do que responder as cartas dos juízes e funcionários públicos.
Por isso, diante dessa omissão do poder legislativo e diante de uma falta de legitimação dos juízes que não se sentiam
respaldados para interpretar as leis, foi o poder executivo que passou a interpretar as leis.
Iria consultar o imperador e firmar um interpretação legal.
Utilizada para decisões e interpretações do direito.

Sistema político do império semana que vem


Aula 24/10
Sistema político no império
O sistema eleitoral era baseado em eleições indiretas, mesmo aquelas pessoas que estavam autorizadas a votar tinham
a capacidade eleitoral ativa, n elegiam diretamente os deputados e senadores, existia um sist. De eleição indireta com
sois momentos de votação. Primeiro- votações primarias, assembleias paroquiais. O segundo eram as eleições provinciais,
As primarias, elas tinham como função eleger os eleitores de província. esses no segundo momento participariam das
eleições provinciais do 2 momento, elegendo os deputados e os senadores. Nesse processo de participação política
existiam muitas regras q condicionavam a participação ao atendimento de diversos critérios de exclusão social da
participação politica de modo que não eram todas as pessoas habilitas a votar, apenas uma pequena parcela da
população que tinha a capacidade ativa. Como os critérios são na pratica discriminatórios socialmente. Ex: art. 91 CF, e
92. Tendo critério etário, menores de 25 não podiam votar, mas existe a exceção da exceção, as pessoas casadas
poderiam votar, sendo esse um critério de estado civil. militares maiores de 21, sendo esse um critério profissional,
bacharéis e clérigo também poderiam.
Filius família é diferente de pater família, sendo esse o pai, a figura do homem normalmente mais velho, sendo o cabeça
da família, no qual possui poder, econômico, autoridade. Todos os demais membros são filhos, submissão, e não sangue.
Os filhos de homem enquanto n se casarem são filius família. A unidade política mínima não é o cidadão e sim a família,
cada família só tem um voto, esse dado pelo pater. Salvo, se esse filius família for um oficial público, um servidor público,
nesse caso a profissão.
Os criados de servir não poderiam votar. Escravos não são cidadãos não estando possibilitados de votar. Os empregados
domésticos não poderiam. Os guardas livros, criados da casa imperial, menos os de galão branco. Uma das características
do antigo regime que permaneceu intensa nessa sociedade do império brasileiro é essa forte estratificação social, no
qual as qualidades da pessoa interfere como ela se posiciona na sociedade, como é tratada, seus direitos. Tendo
continuado no sec. 19. Critério censitário, os que não tivesse renda mínima de 100000 reis não poderiam votar. Hoje
todos os cidadãos tem o direito de votar. Estado civil, religião, renda, profissional, posição familiar.
Podem ser eleitos como eleitores e votar na eleição todos aqueles que podem votar na assembleia paroquial com
exceção de: os que tiverem renda acima de 200.000 reis, os libertos (status libertatis, sendo um critério de exclusão
social), os libertus em tese são cidadãos, e como deveriam ter plenos direitos políticos, mas essa n é uma constituição
que prezasse pela igualdade, assim n tendo uma cidadania plena. Os libertus no brasil são os africanos que conseguiram
se liberaram da escrivão. Também estavam proibidos os criminosos pronunciados em queréla ou devassa, que são tipos
de processos penais.
Art. 95, regras de quem pode ser deputados. Critérios anteriores acumulados com novos, tem que ter 400.000 reis de
renda, os estrangeiros naturalizados não podem ser deputados (origem nacional). Os que não professarem a religião do
estado não poderiam ser deputados (na CF poderiam haver outras religiões, mas essas pessoas n poderiam professar
publicamente essa religião e esses locais n poderiam ter sinais exteriores).
Para ser senador art. 45. Os critérios não são acumulativos para esse. Sendo os critérios diferentes. 800.000 réis.
Havia circunstancias em que uma pessoa poderia perder os direitos políticos.
(censitário, religioso, etário, profissional, estado civil, estatus libertatis - podendo ser considerada racial, origem nacional,
posição familiar, gênero - mulher não vota, ``ficha limpa´´). (sociedade extremamente conservadora e estratificada
socialmente).

Poder moderador- existe uma má compreensão da sociedade sobre o que era o papel desse poder no império, na
escola é retratado como um poder absoluto. Ele de fato poderia interferir nos outros 3 poderes, mas não controlar. Se
fosse pra ser um poder absoluto, não haveria uma constituição, pois essa serve para limitar os poderes. No art. 98 há
a sua função. A ideia de existência é garantir um equilíbrio entre os 3 poderes que eventualmente poderiam entrar em
conflito entre si. Quando o poder moderador foi concebido, esse 4 poder virou um poder responsável por manter a
harmonia entre os 3. Hoje, não se tem um 4 poder responsável por esse equilíbrio. Freios e contrapesos mantem esse
equilíbrio no dia de hoje. Eles podem interferir um no outro. Ex: o congresso faz uma lei e o presidente da república
pode vetar. A ideia que não existia antes de freios e contrapesos, substitui o papel do poder moderador. Este poder,
era limitado as hipóteses previstas no art. 101 da CF. somente era de interferir nas hipóteses especificas previstas no art.
101.
Sendo 9 hipóteses que esse poder poderia interferir nos 3 poderes.
*os senadores tinham que ser aprovados pelo imperador (legislativo).
*obriga a assembleia geral a se reunir extradioriamente (legislativo).
* pegar os poderes e suas interferências.

Existência de um poder judiciário independente, que significa que as decisões não podem ser interferidas. Imune a um
controle ou modificação das suas decisões, sendo uma grande diferença ao período anterior. Os reis sempre puderam
revisar o teor de todas as decisões judiciarias. Outra grande novidade, é o surgimento do júri. Esse não é uma instituição
que foi legada pelo direito português, esse surgiu no direito inglês, e o brasil transplantou o júri pro seu sistema jurídico.
O júri no império foi pensando tanto no processo civil quanto no processo pela cf. o júri só funcionou de verdade pelo
processo penal.
A divisão de papéis. Quando existe uma controvérsia entre os fatos, o júri decide o que aconteceu. Ele profere um
veredito. Ele diz o que é verdade. Hoje no brasil só para crimes dolosos contra a vida. O juiz aplicava o direito ao fato
que o júri decidiu. A origem do júri no direito inglês estava associada a uma tentativa de democratizar o justiça. (o júri
foi um exigência da nobreza). Ideia de que a pessoa a ser levada para a justiça seria julgado pelos seus iguais, por seus
pares, trazendo uma não discriminação.
No séc. 19 os jurados eram sorteados entre os cidadãos eleitores. (processo eleitoral discriminatório e estratificado, assim,
as pessoas não seriam julgadas por seus iguais, ate por quem tivesse relação de antagonismo, aqui no brasil). As pessoas
pobres, africanos e seus descendentes, mulheres marginalizadas socialmente, por exemplo, não contavam com a
empatia desse jurados.

Dia 07 / 11
Transição do império para a republica e suas transformações nesse contexto
Ao longo do império, outras transformações aconteceram no estado brasileiro a nível político, jurídico e social. Criação
de importantes leis.
Duas dessas leis foram a lei de terras e o código comercial, ambas instituídas no br no mesmo ano. Sendo muito
importante que tiveram como objetivo readequar o direito brasileiro as necessidades do século 19.
O regime jurídico da posse da propriedade era um modelo de inspiração medieval. O brasil precisava readequar a sua
estrutura jurídica. Criar registro público confiáveis sobre a posse e a propriedade, tinha pretensão de arrecadar terras
de volta para o estado, antes dos particulares, não estando na posse dos particulares. A lei de terras, a partir dela o
estado arrecadou as terras devolutas.
Ao longo do século 19 a economia brasil passou por diversas transformações, sendo uma o surgimento de uma classe
de comerciantes sendo rica que teve a possibilidade de modificar o cenário econômico do brasil. Esse inserido na rota
internacional do comercio. Importou e exportava. Intercambio comercial robusto entre as praças comercias, Bahia pra
são Paulo, para Belém. Esse fortalecimento comercial precisava de instrumentos jurídicos que dessem segurança para
esses comerciantes. Que precisavam fazer contratos, promessas, de compra, venda, alugue, empréstimo, garantia.
Sendo essas operações necessitava, de um direito que tutelassem essas relações. As ordenações Filipinas não tratavam
do tema do direito do comercio. Que precisava ser compatível com as praças internacionais. Necessário ter um novo
regime jurídico, sendo promovido por esse código. É a lei mais antiga do brasil que ainda está em vigor, mas apenas
parcialmente. A parte que tratava sobre direito comercial está revogada, sendo a única em vigor a que trata do direito
de navegação. Pois o principal meio que viabilizava as práticas era a navegação, além de tratar das práticas do comercio
tratava do direito de navegação.
As leis sobre a escravidão, foram leis que foram promulgadas em um lento processo para abrandar e depois excluir a
escravidão. Importante relembrar que essas leis foram fruto da política da assembleia geral. Existe uma visão errada,
equivocada de que a lei áurea teria sido criada pela princesa Isabel, isso é fantasia e não fato. A assembleia geral que
deliberou. O príncipe e o imperador não tinha poder de legislar. Sendo esse o poder da assembleia geral. A princesa
simplesmente assinou sendo passada para a assembleia geral.
Contexto das reformas politicas que surgiram para adequar as expectativas da sociedade em relação as insatisfações.
Sendo uma delas, a reforma que tirou do imperador o exercício do poder executivo e entrou pro gabinete dos
ministros.
Outra reforma foi um conjunto de reformas que procurou dar para as províncias um pouco mais de autonomia política.
O estado antes era unitário, não tinha uma estrutura federativos, sendo assim, toda administrativa centralizada no
governo do rio de janeiro. As províncias tinham a separação geográfica para administração regional. Gerava a insatisfação.
Todas as obras relevantes, todas as necessidades locais rinham que passar por uma aprovação do governo central que
tinha representante em cada província, sendo chamado de presidente. Cada província tinha um presidente, não eram
eleitos, mas indicados diretamente pelo governo central do rio de janeiro. Desprovidas de autonomia própria. Não podiam
tomar decisão e com base nos seus interesses locais.
As provinciais procuravam autonomia., os conselhos provinciais não tinham poder político, mas no fim do império tinha
um certo poder de influência.
Por fim, o movimento republicano que ganhou força rapidamente nos últimos anos do império. Ele teve uma adesão
muito entre os militares, entre uma parcela de intelectuais, de juristas, jornalistas, pessoas que pensavam, e populares.
Esse movimento acabou explorando um momento de fragilidade político do império. Conflitualidade política, os partidos
rachavam internamente, a imagem do governo não era positiva, a própria propaganda republicana disseminava valores
de uma visão positiva da ideia republica, por discursos, palestras, propagandas. Nos eua tinha um exemplo do que o
brasil deveria vir a ser. Uma potência regional e q tinham instituições solidas e importantes.
A transição para a republica foi uma ruptura, sendo um golpe
Revolução e golpe é a mesma coisa, o sentindo que ambos põe fim a uma ordem constitucional legitima.
Transição p o modelo da república, muitas coisas mudaram. Âmbito do direito privado houve uma certa continuidade,
era redigido pelas ordenações Filipinas em conjunto com as poucas leis do brasil, não tendo mudanças significativas. Era
possível ter um casamento legalmente valido sem ser dentro de uma igreja. Nesse processo de transição tem dez
aspectos importantes.
Ideia de supremacia da constituição. A cf do império já era dotada de força normativa. No séc. 19 se reconhecia a força
de lei. Mas no brasil não existia a ideia de que a cf era uma espécie de norma que estava hierarquicamente acima da
outras fontes, das outras leis. Chegou no brasil por influencia dessa transição, do direito dos eua também. Se a grande
influencia foi a França quem inspirou as instituições brasileira, e o modo. Com a republica essa influência externa no
brasileira dos estados unidos da américa. São as instituições americanas que vai influenciar, o direito americano que vai
influenciar o brasileiro. Essa ideia é a possibilidade para o controle de constitucionalidade. A compatibilidade da lei com a
constituição. Nesse transição do império para a republica o brasil incorporou a ideia de controle de constitucionalidade.
Existem dois tipos desses controle. O primeiro americano, sendo chamado de judicial review of legislation, controle difuso
incidental. O segundo modelo é o austríaco, sendo um modelo criado por Kelsen, sendo o controle concentrado abstrato.
A diferença é que no controle difuso, quem exerce é o juiz de cada caso, cada juiz em cada caso concreto pode
apreciar a constitucionalidade de uma lei. No modelo abstrato, cabe ao tribunal constitucional, no brasil o supremo tribunal
federal, apreciar a constitucionalidade da lei. O brasil usa os dois modelos. A chegada do controle foi com a transição p
republica, e o implementado foi o americano no primeiro momento.
Interpretação judicial. Com a transição p republica o poder judiciário passa a firmar a jurisprudência que na pratica
consolida suas interpretações. Toda vez que o juiz decide ele está interpretando.
Separação igreja-estado. outra novidade é a separação definitiva do estado com a igreja. O brasil tinha uma liberdade
religiosa limitada durante o império, com essa transição se tem uma liberdade religiosa garantida de forma mais plena
com um separação oficial, fim de um estado confessional. assim, o estado laico. Significou o fim da realização de atividades
típicas do estado pela igreja.
Implementação do modelo federativo de governo. Influencia dos eua que influenciou muito o brasil. Verdade se dizer
que essa implementação atendeu a um anseio da província de se ter autonomia, sento o atendimento a um pleito das
provinciais. O modelo de federação são diferentes do brasil e eua. O nível de autonomia dos estado é maior do que a
do brasil. O poder central abriu mão da parcela de seu poder. O governo central que se transformou no federal,
manteve uma maior parte de sua autonomia. Modelo americano de federalismo é chamado de federalismo centrípeto,
a união se da de fora pra dentro, os estado separados resolvem se unir. No brasileiro, é o de federação centrífuga, o
que era um se reduziu em vários, com a autonomia reduzida.
Como decorrência teve o surgimento da justiça federal. O poder judiciário passou a operar em dois níveis federativos.
Uma justiça dos estados e outra federal.
Outra novidade, é o desaparecimento do contencioso administrativo. Contencioso administrativo era um tipo de processo
especial em que os cidadãos podiam litigar com o estado. na justiça comum do sec. 19 no império, era proibido que o
cidadão pudesse abrir um processo contra o governo. Só se julgava os assuntos entre os particulares. As disputas eram
apreciadas em um espaço separado perante um conselho de estado. esse processo que o cidadão com o governo era
chamado de contencioso administrativo. Por influencia dos eua, o poder judiciário passou a ser capaz de apreciar todos
os conflitos. O judiciário pode julgar qualquer tipo de conflito é chamado do princípio da inafastabilidade da jurisdição. O
poder judiciário é inafastável, podendo apreciar todo o tipo de conflito.
Surgimento do SFT. O supremo tribunal federal substituiu o supremo tribunal de justiça do império. Eram um tribunal
diferentes. O supremo tribunal federal não era de cassação como era o superior tribunal de justiça. Sendo um tribunal
de cúpula, julgar em última instancia os casos. Cassação, caçar as decisões e mandar outro tribunal julgar.
Advento do presidencialismo. Por influencia americana e de compatibilidade com a centralização que o exército queria
ter. optou-se por um modelo presidencialista que não era a única opção existente. Golpe dos militares.
Sistema de freios e contrapesos. Foi essencial e é ate hoje para manter o equilíbrio entre os três poderes. não se tem
mais um poder moderador. Como o poder de veto, perdão. O legislativo ajuda a nomear os ministros do supremo.

Você também pode gostar