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para sobrepor a lei ao costume, embora aquela não seja ainda o produto
direto da vontade do rei. Segue-se o reinado de Sancho II, não se conhece
qualquer texto legislativo deste tempo, ter-se-á limitado a republicar e
ampliar uma lei de Afonso II.
“Forais”, conjuntamente às cartas de povoação, constituem, até Afonso III
(1248/1279) uma das mais importantes fontes de direito português.
Compensaram a escassez de leis gerais. As preocupações de conquista e de
povoamento das terras determinaram a necessidade de conceder cartas de
povoação forais.
“Concórdias e concordatas”, acordos efetuados entre o rei e as autoridades
eclesiásticas, comprometendo-se, reciprocamente, a reconhecer direitos e
obrigações relativos ao Estado e à igreja. Os primeiros que se conhecem
recuam aos reinados de Sancho I (1185/1211), Afonso II (1211/1223) e
Sancho II (1223/1247).
Fontes:
Leis: diplomas do rei que eram manifestação expressa da sua
vontade (direito romano – lei = vontade do imperador). A partir de
Afonso III temos uma certa supremacia das leis gerais no quadro das
fontes do direito, todavia, era ainda o costume que dominava tanto
em Portugal como no resto da Europa. A lei deixa de constituir uma
fonte esporádica e transforma-se no modo corrente de criação do
direito;
Resoluções régias: respostas dos soberanos aos “agravamentos”
feitos pelos representantes das 3 classes sociais nas cortes;
Costume: aqui no sentido de uma prática social constante e reiterada
que se observa ao longo dos anos (elemento material, corpus)
acompanhada da convicção do que é juridicamente obrigatório
(elemento espiritual, animus). Continua a ser fonte de direito, mas a
lei passou a ter primazia na criação do direito.
Forais e foros ou costumes: Forais: mantiveram-se, ainda se
conhecem bastantes de D. Afonso III e D. Dinis. Porém, a partir de
D. Afonso IV, praticamente deixaram de outorgar-se novos forais.
Foros ou costumes: compilações medievais concedidas aos
municípios ou simplesmente organizados por iniciativa destes.
Elementos utilizados na sua elaboração: preceitos consuetudinários,
sentenças de juízes, etc.
Concórdias e concordatas: acordos efetuados entre o rei e as autoridades eclesiásticas
mantiveram-se.
Direito subsidiário: quando estas fontes não respondiam à solução
do problema, recorria-se ao Direito Castelhano. Porém, a integração
das lacunas só veio a ser regulada mais tarde com as ordenações.
Breve referência a:
Lei das sesmarias: 1375 (1ª reforma agrária) “sesmos”, do latim
seximsu (= o sexto), divisão da terra em seis partes (conforme os
dias da semana, exceto domingos). Cada terra ficava a cargo do
seu sesmeiro. Mais tarde, com a redução das terras a repartir,
passou a haver no concelho apenas um ou dois sesmeiros
nomeados pelo rei. A agricultura era a principal fonte de riqueza,
era importante que os terrenos fossem produtivos. Porém, a peste
negra que atingiu o país no séc. XIV levou a uma falta inicial de
mão-de-obra urbana, aumentaram os salários das profissões
artesanais, incentivo da fuga dos campos para as cidades
(carência da mão-de-obra rural, diminuição da produção
agrícola). Neste contexto, D. Fernando criou a lei das sesmarias,
mais tarde incluída nas ordenações afonsinas. Conteúdo:
Proprietário das terras obrigado a lavrá-las e semeá-las, e
ainda possuírem o gado necessário de trabalho;
As autoridades podiam expropriar o proprietário que não
cumprisse as diretivas e entregar as terras a outrem;
Aqueles que não fossem proprietários e tivessem menos de
500 libras (ex. filhos de mendigos) tinham de trabalhar as
terras pelo salario fixado localmente;
Só podiam mendigar aqueles certificados pelas autoridades
locais (ex. incapazes de trabalho).
Lei mental: quando um nobre ou um clérigo ajudava o rei
português, este recompensava-lhe dando-lhe terras conquistadas.
Assim, havia um clero e uma nobreza poderosos face a um rei
empobrecido. A lei mental trata-se de uma resolução tomada pelo
rei D. João I (1393) mas nunca traduzido, durante a sua vida em
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