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Objetivos de história:

Modelo Romano:

1- Distinguir formas de organização do espaço nas cidades do


império tendo em conta as suas funções cívicas, políticas e
culturais.

funções de lazer- termas: locais públicos onde se podia tomar banho,


tratar do próprio bem-estar, praticar desporto, ler e conviver
socialmente; anfiteatros: locais de duelo entre gladiadores e de lutas
entre feras e homens; circos: corridas de cavalos e de carros puxados
por cavalos; teatros: locais para representação de tragédias, comédias e
farsas e também local de reunião política dos cidadãos;

funções de comemoração- arco de triunfo: monumento comemorativo


de uma vitória militar; coluna: celebrava o sucesso de uma conquista;
pórtico monumental: estrutura sustentada por colunas; ara pacis: o altar
da paz é um exemplo marcante da exaltação, em relevo, dos benefícios
da pax romana instituída por Octávio;

funções utilitárias- cúria: local de reunião do Senado; basílica: tribunal


público e sala de reuniões para políticos e homens de negócios; templos:
a religião politeísta exigia que estivessem implantados por todo o
Império, seguindo o modelo arquitetónico aproximado dos templos
gregos; aquedutos: construções para o transporte e abastecimento de
água dos reservatórios naturais às cidades; domus: casas de habitação
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das pessoas mais ricas; insulae: onde morava a maior parte da
população, eram prédios de arrendamento em altura de fracos materiais
construtivos; pontes: parte do sistema viário romano; estradas: vias de
comunicação para facilitar o trânsito de legionários; esgotos:
evidenciam o avanço civilizacional romano; bibliotecas: liam-se textos e
recitavam-se autores consagrados; mercados públicos: para o
abastecimento de víveres à cidade;

2- Caracterizar a arquitetura romana.

- na arquitetura romana destaca-se a influência grega, mas também o seu


carácter pragmático, utilitário e monumental.

- entre as inovações introduzidas, temos: a utilização de novos materiais


de construção, como o cimento; o arco de volta perfeita; abóbada de
berço; a abóbada de arestas; a cúpula; o uso do podium e escadaria;

3- Analisar a relevância do legado político e cultural clássico para a


civilização ocidental, nomeadamente ao nível da administração,
da língua, do direito, do urbanismo da arte e da literatura.

- administração: o território estava dividido em províncias (senatoriais e


imperiais) e essas províncias eram divididas por colónias, municípios e
cidades estipendiárias;

- língua: o latim, língua romana, foi adotado à medida que era


transmitido na sua versão oral pelos legionários e mercadores; era um

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idioma comum que assegurava a fácil comunicação com o novo poder
político, social e econômico.

- direito: lei das Doze Tábuas: a lei deve ter carácter universal - o que
constitui o próprio fundamento da liberdade e da igualdade jurídica;
deu-se a primeira passagem à escrita, o que faz com que não haja forma
de distorcer o que foi decidido; mais rigorosa e mais fiável; pouco
adaptada à multiplicidade de casos reais, visto que era antiga; código
justiniano: reorganização da lei

- urbanismo: reflete o pragmatismo romano, uma vez que as cidades


apresentam um traçado que foi largamente aplicado; trata-se de um
sistema urbanístico padronizado; na interseção das vias decamanus
(este-oeste) e cardus (norte-sul) situava-se o forúm;

4- Identificar/aplicar os conceitos: arte clássica, civilização, época


clássica, urbe, urbanismo, império, administração, direito e
romanização.

Arte clássica: clássico é o termo geralmente usado para referir ao estilo


dos períodos grego e romano antigos. No entanto, a arte clássica foi
revivida ao longo dos anos na forma de arte renascentista, estilo barroco
e neoclassicismo. O classicismo concentra-se amplamente em noções de
elegância, harmonia e proporção. A arte clássica ocidental é baseada nas
proporções e na perspetiva do corpo humano. Esses princípios regulam
tudo acerca de pinturas, esculturas e arquitetura. As representações das

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pessoas eram geralmente inexpressivas, emocionalmente neutras e
contemplativas, e sempre se privilegiava a composição sobre a cor (as
esculturas servem como o exemplo mais claro).

Civilização: é o conjunto de caracteres próprios da vida social, política,


económica e cultural de um país ou região.

Época clássica: é o período da história cultural entre os séculos VIII a.C.


e V d.C. centrado no mar Mediterrâneo, compreendendo as civilizações
entrelaçadas da Grécia antiga e da Roma antiga conhecidas como o
mundo greco-romano. É o período em que a sociedade grega e romana
floresceu e exerceu grande influência em toda a Europa, norte de África
e Ásia ocidental.

Urbe: Centro urbano ou cidade; designação atribuída ao conjunto de


pessoas que habitam uma área delimitada, com casas e atividades
financeiras, comerciais, culturais, administrativas, entre outras.

Urbanismo: é uma disciplina e uma técnica relacionadas com o estudo,


regulação, controle e planeamento da cidade.

Império: pode ser definido como uma unidade politica que abrange um
determinado espaço geográfico em que povos culturalmente diferentes
estão submetidos, cada um sob diversas condições hierárquicas, a um
poder único, independentemente da forma de governo. Também
significa o regime político em que o poder é exercido por um imperador
que governa um território que integra vários povos.
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Direito- conjunto de normas e leis que regulam as ações humanas na
vida social e na relação com o Estado. A civilização romana criou um
sistema jurídico que está na origem da maioria das organizações
jurídicas da civilização ocidental.

Romanização- processo de assimilação e integração das populações do


império através da atração desses povos para o modelo politico, social e
cultural romano.

O espaço português:

1- Reconhecer o cristianismo como matriz identitária europeia.

O cristianismo teve origem na província romana da judeia na primeira


metade do século I d.C. Depois de um período de perseguições os
cristãos têm liberdade de culto com o édito de Milão (313) e o
cristianismo passa a ser a religião oficial do estado com o édito de
Tessalónica de Teodósio (380).

A igreja cristã foi assimilando a matriz cultural greco-romana, e será,


após a queda do império romano, o principal meio de transmissão do
legado político e cultural clássico na europa ocidental.

2- Explicar que a passagem da realidade imperial romana para a


fragmentada realidade medieval se deveu ao clima de
insegurança originado pelas invasões, pelos conflitos constantes
e pela regressão económica.

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Os povos germânicos migraram de forma massiva para o interior das
fronteiras romanas desde o final do século IV. Os territórios
imperiais foram alvo de extensas pilhagens e os diferentes povos
germânicos ocuparam as terras economicamente mais atrativas,
estabelecendo os seus reinos no ocidente da Europa.

Em 395, o Império Romano é dividido em Império do Ocidente e do


Oriente. Desde do século III que se verificam as migrações dos
povos germânicos para o interior das fronteiras romanas, porém a
situação agrava-se com a pressão dos hunos no final do século IV.

Em 476, Odoacro, general germano, depõe o imperador Rómulo


Augusto, chegando ao fim o Império Romano do Ocidente.

A Europa ocidental encontrava-se agora transformada num conjunto


de reinos independentes. A Igreja Católica empenhou-se na
cristianização dos povos germânicos de modo a construir uma
civilização em que coexistiam o legado da cultura greco-romano e a
religião cristã.

3- Compreender que o senhorio constituía a realidade organizadora


da vida económica e social do mundo rural, caracterizando as
formas de dominação que desencadeava.

Entre os séculos VIII e X, a Europa sofreu novas invasões, desta


feita de muçulmanos (séc. VIII), víquingues (sécs. VIII-IX),

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húngaros (sécs. IX-X), provocando um novo período de
instabilidade no ocidente europeu.

Em consequência desta nova vaga de invasões e da instabilidade


política e económica, a Europa vai sofrer um processo de
ruralização:

• assiste-se ao êxodo urbano, uma vez que os centros urbanos


eram locais preferenciais de ataque;

• as populações procuram a proteção da nobreza e do clero;

• com a decadência do comércio, a agricultura era a atividade


económica primordial.

Na Alta Idade Média, encontramos uma sociedade organizada em


três ordens, que se distinguiam pelas funções desempenhadas: 

Grupos privilegiados: clero e nobreza.

Grupos não privilegiados: povo.

As relações de dependência estabeleciam-se entre os senhores da


terra, nobres e eclesiásticos, e os camponeses que
procuravam garantir a proteção através do pagamento de
diversos impostos que resultavam do trabalho agrícola na
propriedade do senhor. Para além do poder económico, os senhores
exerciam nos senhorios autoridade fiscal, jurídica e militar.

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O senhorio dividia-se em duas partes, a reserva, explorada
diretamente pelo senhor, e os mansos, parcelas de terreno arrendadas
aos camponeses.

Nos mansos, o senhor cobrava os seus direitos senhoriais, rendas em


géneros e em dinheiro. Para além das rendas, o camponês estava
ainda obrigado ao cumprimento das corveias. 

As corveias eram os trabalhos devidos ao senhor e podiam incluir:

• o cultivo da terra;

• tarefas de manutenção da propriedade;

• auxílio nas missões militares do senhor.

Para além destas obrigações, o camponês tinha ainda de pagar as


banalidades, imposto sobre o uso de equipamentos como o moinho,
lagar ou forno. O senhor detinha assim o direito de ban ou bannum
que incluía poder fiscal, poder judicial e poder militar.

A hierarquização dos senhorios está relaciona com os títulos de


nobreza, dos principados aos condados.

Os membros da nobreza estabeleciam laços pessoais por meio do


contrato feudo-vassálico, oficializado numa cerimónia dividida em
três momentos: a homenagem; o juramento de fidelidade; a
investidura.

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4- Reconhecer a importância da igreja enquanto fator de unidade
numa realidade fragmentada.

A Igreja, proprietária de extenso património fundiário, detinha


os direitos senhoriais sobre os seus domínios, como imposto sobre a
terra e as obrigações banais. Entre as ordens religiosas destacam-se a
Ordem de Cluny (séc. X) e a Ordem de Cister (séc. XI). 

O século XI foi uma época de tensão entre o papa (poder espiritual) e os reis,
imperadores e senhores feudais (poder temporal) que disputavam entre si
a influência de um sobre o outro na cristandade ocidental. 

No entanto, a Igreja revelava sinais de crise como:

• diversos atos de simonia;

• abusos por parte dos membros religiosos;

• crescimento das heresias.

Neste contexto, o papa Gregório VII vai promover uma reforma.

O século XI foi uma época de tensão entre o papa (poder espiritual)


e os reis, imperadores e senhores feudais (poder temporal) que
disputavam entre si a influência de um sobre o outro na cristandade
ocidental. 

Através do Dictatus Papae de 1075, Gregório VII, proclama a


autoridade suprema do papa sobre os poderes laicos. De acordo com
o Dictatus Papae, apenas o papa podia nomear ou depor os bispos, o
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que gera um conflito com o imperador do Sacro Império Romano-
Germânico conhecido como a questão das investiduras.

O reforço da autoridade da Igreja continuou nos séculos seguintes.


Em 1215, realizou-se Concílio de Latrão convocado pelo papa
Inocêncio III. Foram discutidas questões doutrinárias e aprovadas
medidas como a: 

• criação do tribunal da Inquisição para combater as heresias;

• reafirmação dos sacramentos;

• condenação da simonia.

5- Reconhecer a importância da aristocracia guerreira e do clero


cristão na regulação da sociedade, dada a fragilidade do poder
régio.

Entre os séculos XI e XIII, viveu-se um período de prosperidade na


Europa Ocidental, nomeadamente no crescimento populacional. Na
agricultura registou-se um aumento de produtividade que se pode
explicar pela alteração das condições climáticas, mas também pelo
alargamento da superfície cultivada com os arroteamentos. 

6- Analisar as dinâmicas económicas e sociais existentes entre


senhores e camponeses.

Nas cidades surge um novo grupo social, a burguesia, que


desempenha funções ligadas ao comércio, dinamizando as feiras e os
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mercados. A Europa medieval, em termos religiosos, encontrava-se
dividida entre católicos, ortodoxos e muçulmanos. No final do século XI
teve início o movimento das Cruzadas que pretendia eliminar os
inimigos da fé cristã e que se vão estender até ao século XIII.

7- Relacionar inovações técnicas e desenvolvimento demográfico


com o dinamismo económico dos séculos XII e XIII.

Entre os séculos XI e XIII, viveu-se um período de prosperidade na


Europa Ocidental, nomeadamente no crescimento populacional. Na
agricultura registou-se um aumento de produtividade que se pode
explicar pela alteração das condições climáticas, mas também pelo
alargamento da superfície cultivada com os arroteamentos. 

O aumento de produção também se deveu as inovações técnicas como:

• o afolhamento trienal que permite maior diversidade de culturas;


• a melhoria e introdução de novos instrumentos agrícolas; 
• novas formas de atrelagem como a coelheira e atrelagem em fila;
• difusão dos moinhos de água. 

Às inovações agrícolas juntaram-se as inovações nos transportes que


tornaram as deslocações mais rápidas, facilitando o movimento de
produtos e pessoas. Estas inovações passaram pelos novos sistemas de
atrelagem, o uso das ferraduras, dos estribos nos transportes terrestres.
Nos transportes fluviais e marítimos, surgem novas embarcações como
as kogges ou as galés e generaliza-se o leme de cadaste.
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8- Compreender o processo de passagem de uma economia de
subsistência para uma economia monetária e urbana na Europa
medieval.

- o desenvolvimento dos transportes e o novo surto urbano contribuíram para o


renascimento do comércio na Europa Ocidental e a revitalização de uma
economia monetária;
- entre as regiões mais dinâmicas do comércio europeu, destacam-se: a Hansa
Teutônica; a Flandres; as feiras de Champagne (as feiras estavam situadas
estrategicamente sendo que estavam entre duas regiões dinâmicas da Europa);
e as cidades do norte da península itálica;
- nas cidades surge um novo grupo social, a burguesia, que desempenha
funções ligadas ao comércio, dinamizando as feiras e os mercados;

9- Identificar/aplicar os conceitos: idade média, vassalidade,


senhorio.

Idade média: período da história da Europa que decorreu, de acordo


com convenções historiográficas, entre o declínio do Império Romano
(século V), e o início da expansão europeia e o renascimento (século
XV).

Vassalidade: relações que se estabeleciam entre os membros da nobreza


baseada em vínculos de dependência e solidariedade. Através de um
acordo, normalmente oral numa cerimónia ritualizada (homenagem),

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eram definidas as obrigações de fidelidade e serviços a prestar pelo
vassalo (militares, económicos e de aconselhamento) relativamente ao
suserano e as obrigações de proteção e de sustento por parte deste
relativamente ao vassalo. Frequentemente implica a entrega de uma
propriedade (feudo), em posse hereditária, ao vassalo. Todos os
senhores eram vassalos do monarca que assumia a posição de suserano
dos suseranos. Esta fidelidade era recompensada com a concessão de
terras, privilégios e direitos.

Senhorio: domínio fundidário que assumia extensões muito variáveis,


pertencente a um senhor nobre ou eclesiástico, que nele exerce a
autoridade e o poder. Enquanto propriedade era dividida entre a
“reserva”, área agrícola próxima do núcleo central (residência do
senhor) e explorada diretamente por este, e os “mansos”~, parcelas de
terra cedidas a famílias camponesas, que habitavam em aldeias
próximas, em troca de prestações e serviços diversos. Também incluía
bosques e pastagens, fundamentais para a criação de gado e outras
atividades económicas. O poder do senhor sobre os habitantes do
território escondia-se às esferas de administração fiscal, judicial e
militar.

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