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º ANO
Módulo 2 (RESUMOS)
Raízes mediterrânicas da civilização europeia – cidade, cidadania e império na antiguidade clássica
1. O modelo romano
Roma cidade-estado localizada no centro da Península Itálica, empreendeu, desde o século VI a. C., um
processo de conquista, e anexação que, depois de submeter os seus vizinhos (cidades d? Lácio etruscos e
gregos do sul), conseguiu estender o seu domínio a todo o Mediterrâneo Central, Ocidental e,
posteriormente, Oriental.
No século I a. C., o Império Romano caracteriza-se pela sua vasta extensão geográfica e heterogeneidade
cultural. A Roma estão submetidas civilizações brilhantes (gregos) e poderosas (cartagineses), populações
mais atrasadas (Península Ibérica, França) ou civilizações orientais de relevo (egípcios). Império construído
em torno do Mediterrâneo, nele o mar desempenha um papel unificador, elemento de ligação entre as
populações, espaço atravessado pelos navios romanos que o cruzam em todas as direcções e o
transformam no eixo preponderante de uma economia unificada e monetarizada. Por outro lado o mar
articula-se com uma extensa rede viária que, ligando Roma aos confins do Império, facilita a
administração das províncias.
2.2.2. A apologia do Império na épica e na historiografia; a formação de uma rede escolar urbana
uniformizada
Noutros casos, a mensagem veiculada pela cultura assume um carácter didáctico, informando os
espíritos sobre as façanhas dos políticos ou formando as consciências na legitimação do poder, na
submissão dos povos ou em torno do orgulho nacionalista pela pertença a uma comunidade épica e
gloriosa. Assim acontece, por exemplo, com Virgílio, autor da Eneida, poema épico onde o autor exalta as
origens e os feitos romanos no mesmo contexto lendário que havia servido de base aos poemas
homéricos. Ou com a historiografia, onde homens como Tito Lívio perdem em rigor e objectividade,
vinculados que estão à exaltação do povo romano ou à procura dos argumentos legitimadores do governo
do "mundo" por Roma.
Importa, apesar destas características, reforçar a ideia de que a cultura romana contribuiu para a
afirmação individual. Assim, na poesia, poetas como Horácio ou Ovídio retratam sentimentos como a
alegria de viver, a felicidade ou o sofrimento. Na reflexão moral, filósofos como Séneca ou Marco Aurélio
defendem a virtude, a justiça, a clemência, a preocupação pelos humildes ou o respeito pela pessoa
humana como o modelo pelo qual o homem deveria orientar-se.
A organização de uma rede de escolas distribuída pelo Império constituiu uma preocupação fundamental
de Roma, consciente de que este seria um poderoso instrumento de unificação cultural das populações.
Para o efeito, incentivaram-se as cidades a criar as suas escolas, concederam-se privilégios e regalias aos
professores e a própria administração central se responsabilizou pelo pagamento de alguns professores.
Relativamente à organização, era possível distinguir três níveis no ensino romano. Assim, ao nível
elementar, as crianças dos 7 aos 11 anos aprendiam os fundamentos da leitura, da escrita e do cálculo,
bem como alguns princípios, valores e atitudes (obediência aos superiores, autodomínio). No nível
secundário, entre os 12 e os 15 anos, os jovens, sobretudo os de maiores rendimentos, aprendiam a
língua, literatura e, em menor grau, a história, a geografia, a matemática e a astronomia. Por último, a
partir dos 17 anos, os rapazes das elites frequentavam um nível superior, onde estudavam retórica e
direito, tendo em vista a preparação para uma carreira pública.