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da
mundial.
Globalização
O terrorismo e a (in)segurança
A americanização do planeta.
As migrações e os refugiados.
A biotecnologia e as manipulações genéticas.
Mutações sociopolíticas A– crise do Estado-Nação
A
As evoluções em curso no mundo
desenham um planeta disperso em
conjuntos distintos, que já não se repartem
segundo a grelha Leste-Oeste, nem mesmo
segundo a nova grelha Norte-Sul, mas que
estão muito ligados entre si. Um verdadeiro
“arquipélago-mundo”.
Michel Foucher – Nascimento do arquipélago-mundo, em
«O novo planeta», 1991.
B
Desde os anos 90 do século XX que o Estado-Nação deixou de ser o elemento estruturador da ordem política.
O desagregação da URSS e o fim da Guerra Fria e a multiplicação de Estados na segunda metade do século XX são disso
testemunhas. A crise do Estado-Nação deveu-se a um conjunto de fatores:
– explosão das disputas étnicas e religiosas e dos separatismos nacionalistas;
– impacto das questões transnacionais, no contexto da globalização da economia, da cultura e da ciência.
O Estado-Nação perde poderes de decisão sendo substituído por autoridades supra e transnacionais, tais como o G8, o G20, a
UE, a OCDE, o FMI, as ONG.
Mutações sociopolíticas – questões transnacionais
Atentado bombista durante a Maratona de Boston (2013), cujos Ativistas da Greenpeace protestam contra a destruição da
responsáveis foram dois irmãos muçulmanos de origem tchetchena. Amazónia, em Durban, África do Sul onde ocorre a Conferência
do Clima da ONU (2012).
Ronald Reagan e Margaret Thatcher, os rostos do Manifestação de mineiros britânicos em Londres (1984).
neoliberalismo económico nos anos 80 do século XX.
Os choques petrolíferos dos anos 70 do século XX, a inflação, o abrandamento das atividades económicas e o desemprego
conduziram à adoção do neoliberalismo, ou seja, ao respeito pelo livre jogo da oferta e da procura.
O neoliberalismo consegue diminuir a despesa pública através da privatização de empresas, da restrição do emprego estatal e
de cortes na prestação de serviços sociais. Para controlar a inflação são limitadas as emissões monetárias e dificultam-se as
subidas salariais.
Desta forma, ao Estado-Providência sucede o Estado neoliberal, que limita ao mínimo a sua intervenção económica e social.
Outras medidas para relançar a economia são a aposta nos avanços tecnológicos e a redução das barreiras alfandegárias,
abrindo caminho à globalização da economia.
Mutações económicas – globalização do comércio
O comércio internacional acusa um crescimento excecional, em resultado dos progressos técnicos verificados nos transportes e
da criação de mercados comuns como a UE, a Nafta, a Mercosul, a Asean, ou a CEI, onde há livre-câmbio de mercadorias.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) criada em 1994 em substituição do GATT, propõe-se arbitrar os diferendos
comerciais entre os Estados-membros, num quadro multilateral.
Todavia, cabe à Tríade (Europa Ocidental, Ásia-Pacífico e América do Norte) o papel de polos dinamizadores das trocas mundiais.
Mutações económicas – globalização das finanças
As multinacionais ou transnacionais oriundas da Tríade dominam Marcha, em Évora, dos trabalhadores da Kemet
o comércio mundial. Electronics contra despedimento coletivo e contra a
deslocalização da multinacional para o México (2014).
A oferta de bens e serviços é cada vez mais igual nas diferentes regiões do planeta. Isto deve-se a uma uniformização de gostos
culturais fomentada pela publicidade e pelos media, apoiados nas TIC.
Esta economia globalizada, por sua vez, estimula a investigação científica e a inovação tecnológica que dela resulta.
Na alvorada da 3ª revolução industrial encontramos nos domínio da eletrónica, da informática, da comunicação e das
biotecnologias as mais significativas conquistas da Humanidade.
Os progressos na genética exercem grande impacto mediático e suscitam tanto a admiração como a desconfiança. Muitos são
os que se interrogam sobre os limites da ciência, quando colide com a religião e a ética.
Mutações socioculturais – globalização cultural (2)
Ilustração alusiva à americanização. Caricatura da globalização cultural. Ilustração referente ao poder dos media e das TIC.
McWorld, como Macintosh ou À medida que o hábito de A originalidade da atual supremacia americana
McDonald’s, é o nosso planeta viajar, as migrações de reside no facto de a potência dominante
uniformizado, homogeneizado pelo natureza económica e a exportar simultaneamente as suas
comércio e pela comunicação global, circulação global da música, mercadorias, os seus capitais, os seus
transformado numa espécie de parque serviços, as suas tecnologias, mas também a
temático mundial que difunde o estilo de do cinema e da literatura sua cultura, os seus modos de vida, a sua
vida e os símbolos da cultura popular expõem uma massa de gente visão liberal do Mundo, indiretamente através
americana: as mesmas imagens, os sem precedentes a um do seu aparelho de Estado e, sobretudo,
mesmos sons, os mesmos logótipos, os contacto íntimo com culturas através das suas firmas transnacionais.
mesmos produtos nos cinco continentes. estrangeiras, a diversidade [...] o conhecimento e a cultura são um poder,
Coca-Cola, Levi´s, Kentucky Fried humana dilui-se. um poder de sedução dos corações e dos
Chicken, MTV […]. espíritos que se equivale bem ao poder das
A diversidade das culturas está em armas. […]
risco, em “O Estado do Planeta”,
Benjamim Barber (professor universitário e conselheiro Jean-Michel Gaillard, 2008 – Le Planète est un village, em “Les
do presidente Bill Clinton), numa entrevista concedida ed. especial da revista “ National
Geographic ”, 2007. Collections de L´Histoire: 2000 ans de Mondialisation”, nº 38,
à revista “L´ Express”, 1996-11-21. janeiro-março.
A globalização em questão (1)
O desemprego (1975-2013).
Internautas e fluxo de dados (2010).
Os apoiantes defendem:
– as medidas neoliberais resolveram a grave crise inflacionista dos anos 70 do século XX;
– a globalização proporcionou bens e serviços a grandes franjas da Humanidade.
Os opositores acusam a globalização :
– pelo fosso entre os Países Desenvolvidos e os países em desenvolvimento;
– pela situação de pobreza e exclusão existentes nas sociedades desenvolvidas;
– pelo desemprego recorrente;
– pelo crescimento desigual e frágil pontuado por recessões e crashes bolsistas (1987, 1997, 2008).
A globalização em questão (2)
Bill Gates e Melinda Gates na Cimeira de Davos, em 2015, na reunião anual Manifestação durante o Fórum Social Mundial de 2007,
do Fórum Económico Mundial. que se realizou em Nairóbi (Quénia). Na faixa lê-se:
“Apoiar a dignidade humana num ambiente saudável”.
O Fórum Económico Mundial, que se realiza desde 1971 na instância suíça de Davos, reúne líderes empresariais e políticos,
intelectuais e jornalistas selecionados para discutir as questões mais urgentes nas áreas da saúde e do meio ambiente, num
quadro global. É considerado uma das cimeiras do capitalismo e da globalização.
A contestação à globalização tem sido protagonizada pelo Fórum Social Mundial, que se reúne anualmente desde 2001.
À globalização contrapõe a alterglobalização, isto é, um modelo de desenvolvimento equilibrado, que elimine os fossos entre
homens e povos, respeite as diferenças, promova a paz e preserve o planeta. Porque “o nosso mundo não está à venda”.
REFLITA E RESPONDA: