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História A 12.º ano
a) À perda de terreno do pólo afeto ao General Spínola em favor das forças esquerdistas do
MFA.
b) À redução dos membros da Junta de Salvação Nacional devido à demissão do general
Spínola.
c) À forte ligação do primeiro-ministro Vasco Gonçalves ao Partido Comunista e ao
crescente protagonismo deste Partido no aparelho de Estado.
d) À manobra contrarrevolucionária ou Golpe militar encabeçado pelo General Spínola, que
tinha como objetivo neutralizar as forças mais à direita.
e) Ao boicote da manifestação de apoio ao general Spínola pelas forças de esquerda e à
radicalização do processo revolucionário.
“Considerando que, ao fim de treze anos de luta em terras do Ultramar, o sistema político vigente
não conseguiu definir, concreta e objetivamente, uma política ultramarina que conduza à paz entre os
Portugueses de todas as raças e credos;
Considerando o clima de total afastamento dos Portugueses em relação às responsabilidades
políticas que lhes cabem como cidadãos, com crescente desenvolvimento de uma tutela de que resulta
constante apelo a deveres com paralela abnegação de direitos;
Considerando a necessidade de sanear instituições, eliminando do nosso sistema de vida todas as
ilegitimidades que o abuso do poder tem vindo a legalizar;
Considerando finalmente que o dever das Forças Armadas é a defesa do país, como tal se
entendendo também a liberdade cívica dos seus cidadãos:
O Movimento das Forças Armadas, que acaba de cumprir com êxito a mais importante das missões
cívicas dos últimos anos da nossa História, proclama à Nação a sua intenção de levar a cabo, até à sua
completa realização, um programa de salvação do país e de restituição ao povo português das liberdades
cívicas de que vem sendo privado. Para o efeito, entrega o governo a uma Junta de Salvação Nacional a
quem exige o compromisso, de acordo com as linhas gerais do Programa do Movimento das Forças
Armadas […] de promover eleições gerais de uma Assembleia Nacional Constituinte, cujos poderes, por
sua representatividade e liberdade na eleição, permitam ao país escolher livremente a sua forma de vida
social e política.”
Proclamação distribuída aos cidadãos pelo Movimento das Forças Armadas no dia 25 de Abril de 1974 e difundida, cerca
das 20 horas, pelo Rádio Clube Português.
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Coluna I Coluna II
1 – 28 setembro de 1974 A – Tentativa de Golpe de Estado da esquerda radical,
cujo controlo é retomado pelo General Ramalho Eanes,
neutralizando-se, desta forma, os setores mais radicais.
É o triunfo da via democrática e parlamentar.
2 – 11 março de 1975 B - Manifestação de apoio ao General Spínola, "maioria
silenciosa", interditada pelo MFA. Spínola acabaria por
pedir a demissão.
3 – 25 novembro de 1975 C – Golpe de Estado conduzido por militares afetos ao
General Spínola – a "Intentona Reacionária" com o
objetivo de neutralizar as forças mais à esquerda.
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“Artigo 1.º - O princípio de que a solução das guerras de Ultramar é político e não militar, consagrado no
nº 8, alínea a), do capítulo B do Programa das Forças Armadas, implica, de acordo com a Carta das
Nações Unidas, o reconhecimento por Portugal do direito dos povos à autodeterminação.
Artigo 2º - O reconhecimento do direito à autodeterminação, com todas as suas consequências, inclui a
aceitação de independência dos territórios ultramarinos e a derrogação da parte correspondente ao artigo
1 da Constituição política de 1933. “
Lei 7/74, de 27 de julho de 1974
a) O país revelou incapacidade para fazer frente aos conflitos que surgiram aquando do
processo de descolonização, dada a desmotivação geral do exército, a deterioração das
relações entre os militares africanos e os comandos europeus e a instabilidade política da
metrópole.
b) O processo de independência das várias colónias ocorreu em simultâneo, após um
período de transição, institucionalizado pelos acordos.
c) A situação mais grave de confrontos ocorreu em Angola, devido à existência de três
movimentos que se revelaram antagónicos, mas também, devido à ineficácia do Governo
de transição, conduzindo à Guerra Civil.
“ […] Formas selvagens e anarquizantes do exercício do poder foram-se instalando por toda a parte (até
no interior das forças armadas) […] O MFA, que inicialmente se havia afirmado como suprapartidário, viu-
se cada vez mais enleado nas manipulações politiqueiras de partidos e organizações de massas, acabando
por se ver comprometido com determinado projeto político que não correspondia nem à sua vocação
original nem ao papel que dele esperava a maioria da população do país. […] o país encontra-se
profundamente abalado, defraudado relativamente às grandes esperanças que viu nascer com o MFA. […]
É necessário repelir energicamente o anarquismo e o populismo, que conduzem inevitavelmente à
catastrófica dissolução do Estado […]. É necessário reconquistar a confiança dos portugueses, acabando
com os apelos ao ódio e as incitações à violência. Trata-se de construir uma sociedade de tolerância e de
paz e não uma sociedade sujeita a novos mecanismos de opressão.”
Documento dos Nove (7-8-1975)
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“ […] O Governo Português manifesta a esperança de que uma vez que adotou medidas concretas para
respeitar as disposições da Resolução n.º 1514, a Assembleia Geral das Nações Unidas possa reconsiderar
as suas anteriores decisões sobre o assunto e dar a Portugal a possibilidade de participar plenamente nos
programas social, económico, financeiro e técnico das Nações Unidas e das agências especializadas, bem
como participar nas atividades daqueles órgãos. […]”
Comunicação do Presidente da República, general António de Spínola, aquando da visita do Secretário-geral das Nações
Unidas, Kurt Waldheim, 4 de Agosto de
[…] Ao constatar a perfeita orquestração dos excessos que se repetem por toda a parte; ao
constatar ser impossível atribuir a reações espontâneas a inversão de toda a ética a pretexto da liberdade,
inversão a que se assiste quotidianamente nas ruas, nas empresas, nas escolas e até em setores da
função pública de alta responsabilidade social […] ressaltam à evidência as linhas de força que estão na
origem da situação a que urge pôr cobro, pois encontram-se em jogo o prestígio do povo português e a
liberdade de que desejamos usufruir. […]
Creio não ser necessário documentar quanto afirmo, pois a grande maioria dos portugueses
decerto bem o reconhece. Mas importa que a ameaça seja enfrentada a tempo, pois não podemos
consentir que à sombra da liberdade se instalem ditaduras; nem poderemos consentir que se continue a
atribuir apenas às forças da reação a origem dos desmandos que a pouco e pouco começam a revelar o
contexto em que se inserem. Não se fez uma revolução para que o poder apenas passasse de um
extremo ao outro à custa do povo português. […]
Discurso do Presidente da República, general António de Spínola, na tomada de posse do II Governo Provisório,
em 17-08-1974
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1.
a), c), d).
2.
a), b), e), f).
3.
a), b), c), e).
4.
a),b), c), e).
5.
A necessidade de definição de uma política ultramarina; combater o afastamento em relação às
responsabilidades políticas dos cidadãos; o dever de sanear as instituições existentes
eliminando os seus abusos; a concretização de um programa de salvação do país.
6.
a), b), d).
7.
1–B
2–C
3–A
8.
b), c).
9.
a) A Lei 7/74 surge no rescaldo do Golpe Militar, sob as pressões internacionais da ONU e da
OUA que apelam à Junta de Salvação Nacional para que consagre o princípio de independência
das colónias; a decisão foi comunicada pelo Presidente da República a 27 de Julho de 1974,
contudo, mais tarde, o General Spínola advogaria que a decisão teria sido tomada/determinada
pela pressão dos acontecimentos, a seu contragosto, já que o seu projeto era mais moderado –
federalista.
b) A resolução política da questão colonial só se tornou possível após a Revolução de Abril,
demonstrando o carácter democrático e anticolonial do novo regime. A Lei 7/74 retoma as
propostas iniciais do Programa do Movimento das Forças Armadas, reconhecendo o direito dos
povos à autodeterminação o que implicava a aceitação da independência dos territórios
ultramarinos; dá-se a suspensão dos combates e iniciam-se as negociações com os
representantes dos diversos movimentos de libertação das colónias; estabelece-se ainda um
calendário para a independência dos territórios de Moçambique, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe
e o reconhecimento imediato da independência da Guiné-Bissau; dá-se o regresso a Portugal de
meio milhão de “retornados”. Portugal assume, assim, a sua vocação europeia.
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10.
a), c).
11.
O documento reflete a opinião de um grupo de nove oficiais do Conselho da Revolução, de
postura moderada, encabeçados pelo major Melo Antunes e que criticam abertamente os
setores radicais do MFA; declaram o momento crucial a que chegou o processo revolucionário e
a necessidade de efetivar decisões relativamente ao futuro político do país; denunciam o rumo
que o processo revolucionário começa a tomar recusando para Portugal um modelo coletivista;
consolidam o afastamento da equipa dirigente e a consolidação das forças moderadas no poder.
12.
O impacto manifestou-se: na quebra do isolamento internacional pela aceitação nas instâncias
internacionais, como se depreende pelo resultado da comunicação do Presidente da República
ao Secretário-geral da ONU; no princípio do fim dos regimes autoritários que ainda persistiam
na Europa ocidental: Grécia, Espanha; na influência exercida pela revolução no enfraquecimento
dos últimos bastiões brancos em África: Rodésia e África do Sul.
13.
Fim do “ciclo imperial” através do processo de descolonização; abertura das negociações para
adesão de Portugal à CEE; empenho e aprofundamento da cooperação com os Estados da
Europa comunitária – vocação europeia; relacionamento com os PALOP; defesa dos valores de
autodeterminação dos povos.
14.
Desmantelamento das estruturas do Estado Novo; respeito pelos direitos humanos e liberdades
fundamentais (libertação dos presos políticos; regresso dos exilados) com vista à
democratização da sociedade portuguesa; direito ao associativismo (formação e legalização dos
partidos políticos); grande envolvimento político da população; descolonização dos territórios
ultramarinos; aprovação da Constituição de 1976 (consagração da democracia pluralista),
reforço do modelo político democrático com a revisão constitucional de 1982 (abolição do
Conselho da Revolução e sujeição dos militares ao poder político).
15.
-“Democratizar, Desenvolver, Descolonizar.”
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a) Os excessos referem-se a um período de grande agitação, reivindicações laborais, greves e
manifestações numa efervescência social incontrolável; conduziria à demissão do I Governo
Provisório.
b) Fruto das tensões políticas e ideológicas, o poder político fraciona-se: um grupo afeto ao
general Spínola (com uma perda substancial de influência) e o grupo da comissão coordenadora
do MFA e seus apoiantes.
c) A frase em destaque evidencia a radicalização que a Revolução tinha atingido, com a perda
de poder do presidente e a sua demissão: Otelo Saraiva de Carvalho comanda o COPCON, o
primeiro-ministro Vasco Gonçalves apresenta-se com forte ligação ao Partido Comunista. O
general Spínola denuncia a ameaça do poder passar precisamente de um extremo ao outro, ou
seja haver uma evidente inflexão à esquerda, e levá-lo-á a conduzir a tentativa de Golpe militar
de 11 março de 1975. Esta ameaça contrarrevolucionária conduzirá à formação do Conselho da
Revolução com forte ligação ao ideário do Partido Comunista e ao acentuar do radicalismo.
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