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• Recurso à mitologia;
• Alternância entre ritmo rápido e lento;
• Predomínio de metáforas, apóstrofes, hipérboles, anáforas, hipérbatos, etc.
1.1.2 – “Os Lusíadas”
1.1.2.1 – Estrutura interna
• Proposição – parte introdutória, na qual Camões propõe-se cantar os feitos
e a história dos ilustres portugueses – o herói coletivo;
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Canto IV – O Velho do Restelo
• Verdadeiras motivações dos marinheiros – a ambição de poder e de riqueza, e o
anseio de fama;
• Consequências da aventura marítima: perigos e morte, e destruição das famílias,
dos bens, das terras e do reino;
• Ambição canalizada para um objetivo mais próximo, onde se encontram vizinhos
do reino ameaçadores – o Norte de África;
• Consciência da ambição como parte integrante da condição humana.
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A França por ter-se aliado contra os inimigos da Fé – os turcos;
A Itália por estar envolta em guerras, inimizades e luxuosidade.
Canto VII – Crítica aos contemporâneos ambiciosos que exploram e
oprimem o povo
• O poeta revela os perigos por que passou, e refere o único apoio das Tágides;
• Critica os portugueses por não apoiarem as artes, os ambiciosos por sobreporem
os seus interesses aos do reino, e os dissimulados por explorarem o povo.
Estilo
• Métrica curta;
• Uso da rima;
• Uso da quadra;
• Influência do lirismo lusitano;
• Criação de metáforas inesperadas; uso frequente do oxímoro (paradoxo);
• Versos leves em que recorre à interrogação, à negação, às reticências.
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• Identifica-se com a Natureza, vive segundo o seu ritmo, deseja nela diluir-se;
• Vive no presente;
• Lírico, instintivo, ingénuo;
• Defende a existência antes do pensamento; o corpo antes do espírito.
Estilo
• Pendor argumentativo;
• Transformação do abstrato no concreto através da comparação;
• Predomínio do nome sobre o adjetivo;
• Sintaxe simples, com recurso reiterado às conexões de adição, oposição, causa,
tempo, comparação;
• Liberdade estrófica e do verso, ausência da rima.
2 – Textos argumentativos
2.1 – Padre António Vieira
2.1.1 – “Sermão de Santo António aos Peixes”
2.1.1.1 – Exórdio
Capítulo I
• Conceito predicável (figuras ou alegorias pelas quais se pode realizar uma
demonstração de fé – tese) – vós sois o sal da terra;
• Propriedades do sal/ pregadores – conservar/ louvar o bem; evitar a corrupção/
impedir o mal;
• A terra está corrompida porque:
O sal não salga/ os pregadores não pregam a verdadeira doutrina e/ ou
dizem uma coisa e fazem outra;
A terra não se deixa salgar/ os ouvintes não seguem a doutrina.
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• Cristo diz que se devem desprezar os maus pregadores, Stº António diz que se
deve mudar o auditório – alegoria entre a ação de Stº António e a do Padre
António Vieira.
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Capítulo IV – Repreensões dos defeitos gerais dos peixes
• Comem-se (prejudicam, fazem mal) uns aos outros, e os grandes (fortes e
poderosos) comem os pequenos (fracos):
Sendo os peixes criados no mesmo elemento, se se comem uns aos
outros, estão a cometer um pecado atroz. O padre pede que olhem para
a cidade (onde estão os colonos) – lá as pessoas se comem vivas;
A antropofagia literal acontece entre os índios Tapuias. Mesmo assim, as
pessoas mais instruídas também se comem umas às outras: roubam, são
oportunistas, vigarizam, etc..
• Os peixes são ignorantes e cegos pois deixam-se enganar por um pedaço de
pano:
Peixe – é facilmente enganado por um anzol e um pedaço de pano, e
acaba por morrer. É ignorante pois não entende o significado do pano e
é cego pois atira-se cegamente e fica preso;
Homem – endivida-se por peças de roupa (é vaidoso), e para as pagar
“mata-se” a trabalhar.
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homens, tal como o polvo, criam embustes e ciladas com as quais traem
o próximo, escondidos debaixo de uma aparência inocente;
Para Stº António, sempre houve candura, sinceridade e verdade.
2.1.1.3 – Peroração
Capítulo VI
• Conclusão e síntese dos argumentos, reafirmando a importância da tese;
• Os peixes estão acima dos outros animais e do pregador.
3 – Textos de teatro
3.1 – Almeida Garrett
3.1.1 – “Frei Luís de Sousa”
3.1.1.1 – Características da obra
Características românticas
• Crença no Sebastianismo por parte do escudeiro Telmo Pais e de D. Maria de
Noronha;
• Patriotismo e nacionalismo, bem presentes em Manuel Luís de Sousa Coutinho
e Maria;
• Religiosidade e sensibilidade cristã – religiosidade de Frei Jorge e entrada de
Manuel e de D. Madalena de Vilhena para uma ordem religiosa;
• Individualismo – acentuado pelo desejo do indivíduo ser feliz à margem do
código moral estabelecido;
• Tema da morte e morte de uma personagem em cena (Maria);
• Linguagem e estilo românticos, e escrita em prosa.
Características clássicas
• Tem unidade de ação, com progressão dramática dos acontecimentos até
atingir o clímax;
• O sofrimento (pathos) apodera-se das personagens e dos espetadores;
• O incêndio provocado por Manuel de Sousa pode ser considerado um desafio ao
próprio destino;
• Presença constante da fatalidade;
• Lançamento de presságios, sobretudo por Telmo;
• Há um reconhecimento (anagnórise) que dá origem à catástrofe – o
reconhecimento da verdadeira identidade do Romeiro;
• As personagens são sempre nobres e poucas em cena.
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3.1.1.2 – Ação, espaço e tempo
• Enquanto a ação decorre no palácio de Manuel de Sousa (ato I), D. Madalena
vive em desassossego. Com o incêndio dá-se fim a uma felicidade duvidosa, pois
a mudança para o palácio de D. João de Portugal (ato II e III) leva-a ao pânico. É
a esse palácio que D. João regressa, dando-se o clímax da ação;
• Há a realçar a superstição do dia de sexta-feira, que corresponde ao dia em que
se dá o desenlace após a chegada do Romeiro no 21º aniversário da Batalha de
Alcácer-Quibir e da morte/ desaparecimento de D. Sebastião, ao aniversário do
dia do 1º casamento de Madalena, e ao dia em que esta viu e amou Manuel de
Sousa pela 1ª vez;
• O contexto histórico da ação situa-se na época pós-batalha de Alcácer-Quibir, a
partir da qual nasceu o mito do Sebastianismo, o qual vai perdurar durante
muitos anos e que representa a crença e convicção de todos aqueles que
esperavam restituir a prosperidade a Portugal e libertá-lo do domínio castelhano.
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• Ficou devastado com a morte da sua mãe, e suicidou-se após a fuga da
sua esposa com o napolitano e com a filha;
• Por vontade de sua mãe, teve uma educação à portuguesa, demasiado
católica e protetiva, que o tornou numa criança mimada, receosa,
demasiado sensível e fraca de espírito.
• Carlos da Maia:
• Estudou Medicina em Coimbra, tinha um consultório no Rossio, e ao
tratar Rosa, conheceu Maria Eduarda, sua mãe, casada com McGreen;
• Foi uma criança sã e rija, com a raça dos Maias, pois, graças ao seu avô,
recebeu uma educação à inglesa, ao contrário de Pedro e Eusebiozinho.
Grupo do contrapoder
• Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão – espírito científico e obsessão de voar;
• Domenico Scarlatti – a sua música inspira os construtores da passarola e cura a
doença de Blimunda, causada pela exaustão na recolha das duas mil vontades;
• Baltasar Sete-Sóis – ex-soldado, sem a mão esquerda, é morto num auto de fé
devido ao sonho de voar, o que o transforma no herói do romance,
transcendendo, assim, a imagem do povo oprimido e espezinhado de que faz
parte;
• Blimunda Sete-Luas – o seu poder de «ver por dentro» e de «recolher as
vontades» é imprescindível na construção da passarola, e estabelece-se um
paralelismo entre as relações rei/ rainha e Baltasar/ Blimunda: enquanto na
relação contratual do casal real a mulher tem o único papel de procriadora, na
relação do casal popular Blimunda tem um estatuto de igualdade.
4.2.1.2 – Os símbolos
• A passarola – simboliza a liberdade e a luz que guia;
• Sete-Sóis – símbolo masculino do Sol – e Sete-Luas – símbolo feminino da Lua, e
o poder de Blimunda de «ver no escuro»;
• Algarismo sete – indica a totalidade completa e perfeita;
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• A vontade – sem o querer humano, nenhum progresso científico se dá;
• A trindade – Bartolomeu (o pai), Baltasar (o filho), e Blimunda (o espírito).
4.2.1.3 – A voz do narrador
• Genericamente não participante, embora tenha alguma proximidade às
personagens por falar nelas na primeira pessoa;
• É subjetivo, emite juízos de valor, critica, prevê, ironiza e dirige-se ao leitor.
5 – Gramática
5.1 – Morfologia e lexicologia
5.1.1 – Formação de palavras
5.1.1.1 – Derivação
• Derivação por afixação:
• Prefixação;
• Sufixação;
• Prefixação e sufixação;
• Parassíntese – prefixo e sufixo simultaneamente pois a palavra base não
existe só com um dos afixos.
• Derivação imprópria ou conversão – formação de uma nova palavra pela
mudança da classe gramatical da base;
• Derivação não afixal – o nome deriva do verbo: substituem-se os
especificadores verbais pelos nominais.
5.1.1.2 – Composição
• Composição morfológica – junção de um radical a outro radical ou a uma palavra;
• Composição morfossintática – associação de duas ou mais palavras.
5.2.1.2 – Adjetivo
• Qualificativo – surge depois do nome;
• Numeral – surge antes do nome e não varia em grau;
• Relacional – deriva de um nome, surge à direita do nome, e não varia em grau.
5.2.1.3 – Advérbio
• De negação;
• De afirmação;
• De quantidade e grau;
• De inclusão;
• De exclusão;
• Interrogativo;
• De predicado com valor:
• Locativo;
• Temporal;
• Modal.
• De frase;
• Conetivo;
• Relativo.
5.2.1.4 – Interjeição
• Exclamações sem significação determinada.
5.2.1.5 – Verbo
Subclasses do verbo
• Principal – um sujeito e um ou vários complementos:
Intransitivo – um sujeito;
Transitivo direto – um sujeito e um complemento direto;
Transitivo indireto – um sujeito e um complemento indireto ou oblíquo;
Transitivo direto e indireto – sujeito + complemento direto + indireto
ou oblíquo;
Transitivo-predicativo – complemento direto + predicativo do
complemento direto.
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• Copulativo – sujeito + predicativo do sujeito (verbo ser, estar, parecer,
permanecer, continuar, revelar-se, tornar-se);
• Auxiliar – antes de um verbo principal ou copulativo (dois verbos).
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5.2.2.2 – Determinante
• Artigo definido e indefinido;
• Possessivo;
• Demonstrativo;
• Relativo;
• Interrogativo;
• Indefinido.
5.2.2.3 – Quantificador
• Numeral:
• Cardinal; • Multiplicativo;
• Fracionário.
• Universal;
• Existencial;
• Interrogativo;
• Relativo.
5.2.2.4 – Preposição
• Simples – a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem,
sob, sobre, trás;
• Compostas ou locuções prepositivas – abaixo de, perto de, quanto a, etc..
5.2.2.5 – Conjunção
• Podem ser coordenativas ou subordinativas.
5.3 – Sintaxe
5.3.1 – Divisão e classificação de orações
5.3.1.1 – Oração coordenada
• Copulativa – adiciona informação;
• Adversativa – contraste;
• Disjuntiva – alternativa;
• Conclusiva – consequência;
• Explicativa – justificação.
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5.3.1.2 – Oração subordinada
Adverbial
• Temporal;
• Causal;
• Final;
• Condicional;
• Comparativa;
• Concessiva;
• Consecutiva.
Substantiva
•Completiva – complemento direto, podendo ser substituída por um
pronome;
• Relativa – sujeito, e não tem nomes antecedentes (quem, onde, quanto,
etc.). Adjetiva relativa
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• Oblíquo – sem ele, a frase não faz sentido; • Agente da passiva – verbo
na frase passiva.
• Predicativo:
• Do sujeito – qualifica o sujeito;
• Do complemento direto – qualifica o complemento direto.
• Modificador do grupo verbal – pode ser suprimido e modifica o sentido
do grupo verbal.
5.4.2 – Dêixis
5.4.2.1 – Referências deíticas
• Deíticos pessoais – pronomes pessoais e pronomes ou determinantes
possessivos;
• Deíticos temporais – advérbios ou locuções adverbiais e tempos verbais;
• Deíticos espaciais – pronomes ou determinantes demonstrativos e advérbios ou
locuções adverbiais de lugar;
• Deíticos sociais – formas de tratamento.
5.4.3 – Coesão
5.4.3.1 – Coesão lexical
• Repetição ou reiteração;
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• Sinonímia/ antonímia;
• Hiperonímia/ hiponímia – hiperónimo: ideia geral; hipónimo: ideia específica;
• Holonímia/ meronímia – holónimo: o todo; merónimo: uma parte do todo.
5.4.3.2 – Coesão gramatical
• Frásica;
• Interfrásica;
• Temporo-aspetual;
• Referencial - quando num texto há um ou mais fragmentos textuais sem
referência autónoma, cuja interpretação depende do valor referencial de uma
expressão presente no discurso anterior (anáfora) ou subsequente (catáfora).
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