Teste de Avaliação Sumativa n.

º 4

Teste de Avaliação Sumativa n.º 4

MÓDULO 5
4. A implantação do Liberalismo em Portugal
5. O legado do Liberalismo na primeira metade do século XIX

 Para cada resposta, identifique claramente o grupo e o item. ETHA © Porto

 Apresente as respostas de forma clara e legível.

 Todos os itens são de resposta obrigatória.
 Apresente apenas uma resposta para cada item.
 Utilize, de forma adequada, os conceitos específicos.

Grupo I
O fim do Antigo Regime em Portugal

Doc. 1 A justificação, por Mouzinho da Silveira, do decreto de extinção dos forais e dos bens da Coroa

Os privilegiados viviam do suor alheio porque, de facto, os reis dispunham dos bens do povo a
favor deles [...]. E posto que, pela Carta Constitucional, tivessem em seu poder não aprovar lei
alguma que ofendesse os seus interesses particulares, nem por isso tinham em seu poder a
renovação das doações, que não podia ser feita sem o consentimento da Câmara dos Deputados:
5 esta espécie de veto, que existia depositado na câmara eletiva, foi a base de todas as resistências
[...]. Excetuando [aqueles que aderiram à nossa causa], toda a outra gente privilegiada se fez
inimiga da Carta, pela razão de que esta vinha fazer o bem geral. [...]
É então necessário aproveitar os conhecimentos da Europa civilizada e arrancar das mãos dos
inimigos o fruto dos trabalhos dos povos. [...] Não é minha intenção arrancar a propriedade a pessoa
10 alguma; e as leis de Vossa Majestade Imperial [V.M.I.] 1 não consentem semelhante violência; por
isso, o decreto que proponho tem, como uma das suas grandes finalidades, aumentar a massa das
terras livres de encargos senhoriais [...]. A Nação, tomada coletivamente, não aumenta o seu
património em terras, [...] mas a Nação, tomada do ponto de vista dos interesses individuais, adquire
muito. Nenhuma lei pode ser mais generosa, porque o seu espírito é repartir riquezas e aumentar a
15 fortuna geral, emancipando a terra de modo a ter por senhores indivíduos que a cultivem ou a
alienem. Sem a terra ser livre em vão se invoca a liberdade política. [...]
Reconheço a transcendência de um decreto que não pode deixar de prejudicar alguns interesses,
mas renunciar a ele é renunciar à Carta [...]; e, por outra parte, tudo quanto o decreto pode fazer de
males está feito em maior escala por nossos inimigos. Não puderam eles invadir a propriedade
20 particular, enforcar, prender, banir milhares de cidadãos, sem outra culpa mais que a da oposição
aos seus crimes? [...]
Fazer o maior bem ao maior número, aumentar os meios de trabalho, diminuir os ociosos, fazer
povoar o Reino, plantar árvores, cultivar campos e, sobretudo, fazer justiça, são os meios que V.M.I.
emprega, e que o povo de Portugal não pode deixar de bendizer.
25 Fundado nestes princípios, e na informação do longo desejo dos povos, já manifestado em 1820
[...]; fundado sobretudo no quadro de horror quando um cidadão laborioso, cheio das fadigas de um
ano inteiro, vê apropriarem-se da sua colheita mil agentes da avidez dos privilegiados e fica
reduzido a um miserável resto; [...] e que, sem forais e dízimos, faria dos seus filhos cidadãos
industriosos e de bons costumes: [...] proponho a V.M.I. um decreto de uma importância superior ao
30 de trinta de julho deste ano, que extinguiu os dízimos.
Collecção de decretos e regulamentos mandados publicar por Sua Majestade Imperial o Regente do Reino, desde que
assumiu a regência em 3 de março de 1832 até à sua entrada em Lisboa em 28 de julho de 1833, 1836 (adaptado).
1
D. Pedro, regente de Portugal, antes imperador do Brasil.
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1. A fação política que, entre 1828 e 1834, se fizera “inimiga da Carta” (linha 6) era ETHA © Porto
constituída pelos
a) absolutistas.

b) setembristas.

c) regeneradores.

d) cabralistas.

2. Transcreva do texto a afirmação que alude ao “terror miguelista”.

3. Após o fim da guerra civil, os bens nacionais, provenientes da extinção dos bens da
Coroa e da apropriação dos bens das ordens religiosas, foram
a) distribuídos pelos rendeiros, em benefício do campesinato.

b) mantidos na posse do Estado, no interesse da Nação.

c) vendidos em hasta pública, no interesse da burguesia.

d) devolvidos aos antigos proprietários, em benefício da nobreza.

4. Apresente dois argumentos de Mouzinho da Silveira favoráveis à extinção dos forais e

dos bens da Coroa.

Os dois argumentos devem ser fundamentados com excertos relevantes do Doc. 1.

5. No processo de transição política desencadeado pela guerra civil (1832-1834)

destacaram-se várias personalidades, algumas das quais responsáveis pela legislação
reformadora da regência de D. Pedro.
Associe essas personalidades, apresentadas na coluna A, às frases que as identificam,
elencadas na coluna B.
Todas as frases apresentadas devem ser utilizadas. Cada frase deve ser associada apenas a
um dos tipos de cidade.
Escreva, na folha de respostas, apenas cada letra e os números que lhe correspondem.

Coluna A Coluna B

a) Mouzinho da Silveira 1) Autor do primeiro Código Comercial português (1833).

b) Ferreira Borges 2) Ministro da Fazenda, entre março e dezembro de 1832.

c) Joaquim António de Aguiar 3) Autor do decreto de extinção das ordens religiosas
(1834).

4) Criação do Tribunal do Tesouro Público (1832).

5) Conhecido pela alcunha de Mata-Frades.

6) Extinção de alguns monopólios, como o da Companhia

das Vinhas do Alto Douro.
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Grupo II
Os projetos setembrista e cabralista ETHA © Porto E

Doc. 1 Conjunto documental

A Morte de D. Pedro IV B Convenção de Évora Monte

C Passos Manuel, político setembrista D Desembarque das tropas liberais no Porto

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Doc. 2 Obras públicas Doc. 3 A “Maria da Fonte” na imprensa

A Comissão reconhece a grande vantagem Escrevem dos Arcos, em 17, o seguinte:

que pode resultar a este país de se abrirem
e melhorarem as estradas para facilitar os
meios de comunicação interior, diminuir o
5 custo dos transportes dos produtos da
agricultura e de todas as mercadorias que
por elas transitarem; mas atendendo
também às faculdades dos contribuintes, é
de parecer que se deviam modificar o Artigo
10 3.° e o parágrafo único do mesmo pela
maneira seguinte:
Art.º 3.º – Por espaço de dez anos, a contar
desde o princípio do ano económico futuro,
todos os Portugueses do sexo masculino e
15 do Continente do Reino contribuirão para a
abertura, melhoramento, e conservação das
estradas públicas com o seu serviço pessoal
de quatro dias de trabalho anual, dando um
dia em cada três meses ou remindo-o a
20 dinheiro à sua escolha, pela quantia de cem
réis.
Diário da Câmara dos Pares, 22 de abril de 1843, Ata
n.º 64, p. 323.
Seriam três horas da tarde do dia de
ontem quando entraram pela ponte de
300 a 400 homens armados de chuços,
5 fouces encabadas, machados e algumas
espingardas e choupas, dando vivas à
rainha e morras aos ministros e aos
tributos. O seu fim era queimar todos os
papéis da administração e os impressos
10 da décima, o que realizaram, exceto os
de mais importância da administração.
[…] Na Barca ficou outra tanta gente, ou
mais, porém mais feroz. Ali queimaram
tudo o que era da administração,
15 recebedoria e alfândega, e também
quiseram incendiar algumas casas. De
noite roubaram a casa de Baltasar de
Faria. Esta população levantada veio da
Laje, Toriz, Pico, Portela e Covas.
Jornal Notícias do Minho, 23 de abril de 1846.

1. Ordene cronologicamente as imagens A, B, C e D (documento 1), que se reportam ao

ambiente político vivido em Portugal na década de 30 do século XIX.

Escreva, na folha de respostas, a sequência correta das letras.

2. Desenvolva o tema As diferenças entre os projetos liberais setembrista e cabralista,

apresentando três elementos de cada um dos seguintes tópicos de orientação:
 medidas dos governos setembristas;
 iniciativas do governo de Costa Cabral.

Na sua resposta, integre, pelo menos, uma informação relevante de cada um dos documentos
seguintes: imagem C do Doc. 1 e Docs. 2 e 3.

3. Além de revoltas populares como a da Maria da Fonte (Doc. 3 ), a guerra civil (1846-1847)
caracterizou-se por um conjunto de lutas designado por
a) Bloqueio Continental.
b) Patuleia.
c) Belenzada.
d) Revolta dos Marechais.

4. A guerra civil (1846-1847) opôs as seguintes fações:

a) setembristas e cartistas.
b) vintistas e setembristas.
c) cartistas e absolutistas.
d) miguelistas e republicanos.

5. Identifique o acordo que pôs fim à guerra civil, em 1847.

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Grupo III
O legado e os limites do Liberalismo
Doc. 1 O papel do Estado Doc. 2 Liberalismo económico

Cada indivíduo em particular põe toda a ETHA © P

sua energia para empregar, com a maior
vantagem, o capital de que dispõe. O que,
desde logo, se propõe é o seu próprio
5 interesse, não o da sociedade; porém,
estes mesmos esforços para com o seu
interesse coincidem com a utilidade social
[…].
Todo o sistema baseado nas preferências
10 ou nas restrições deve ser prescrito, para
que dê lugar a um sistema resultante da
liberdade agrícola, mercantil e
manufatureira. Conquanto que não viole as
leis da justiça, todo o homem deve ser
15 perfeitamente livre para escolher o seu
modo de vida e os seus interesses. E as
suas produções devem competir com as
de qualquer outro indivíduo.
O Divórcio (guache de Lesueur, finais do século XVIII)
Adam Smith, A Riqueza das Nações, 1776.

Doc. 3 Será o povo soberano? Doc. 4 Liberdade para todos?

A soberania do povo é, de facto, o grande princípio que
há quase cinquenta anos os nossos pais proclamaram.
Para os nossos pais, o povo era toda a nação, cada
homem desfrutando de uma parte igual dos direitos
5 políticos, como Deus lhe deu uma parte igual de ar e
sol.
Hoje, o povo é um rebanho conduzido por uns poucos
privilegiados como vós, como eu, senhores, que
designamos por eleitores, e depois alguns outros,
10 ainda mais privilegiados, a quem atribuímos o título de
deputado. E se este povo, que não está representado,
se levanta para reclamar os seus direitos, é atirado
para as masmorras.
É chegado o momento de dizer que este sistema
15 cumpriu o seu tempo e tem de ser alterado, se não
quisermos enfrentar uma violenta revolução. E para
mudá-lo, senhores, a reforma eleitoral é o primeiro
passo: sem ela, o progresso pacífico é impossível. Esta
reforma deve ser radical. Que cada cidadão seja um À espera de serem vendidos, pintura de Eyre Crowe,
20 eleitor, que o deputado seja o homem da nação, não 1861.
da fortuna, que seja escolhido pelo seu valor.

Alexandre Ledru-Rollin, Profissão de fé, 23 de julho de 1841

(adaptado).

1. A sujeição a um registo civil de atos como o divórcio (Doc. 1) consubstancia a ideia de

um Estado
a) eclesiástico.
b) absoluto.
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c) anticlerical.
d) laico.
ETHA © Porto Edito
2. As afirmações seguintes, sobre o liberalismo económico, são todas verdadeiras.
Identifique as duas afirmações que podem ser comprovadas através da análise do Doc. 2.

I. O trabalho é a verdadeira fonte de riqueza.

II. A livre concorrência permitiria a harmonia natural da vida social e económica.
III. O Estado deve abdicar de toda e qualquer intervenção na regulação da economia.
IV. Os defensores do liberalismo económico insurgem-se contra as medidas protecionistas.
V. Do ponto de vista económico, o Liberalismo é produto do fisiocratismo.

3. Apresente duas contradições entre os direitos defendidos pelos regimes liberais e

algumas das suas práticas.
Uma das contradições deve ser fundamentada com excertos relevantes do Doc. 3 e a outra
com informação do Doc. 4.

FIM

Cotações

Grupo I

1. ................................................................................................................................................. 10 pontos
2. ................................................................................................................................................. 10 pontos
3. ................................................................................................................................................. 10 pontos
4. ................................................................................................................................................. 25 pontos
5. ................................................................................................................................................. 15 pontos
70 pontos

Grupo II

1. ................................................................................................................................................. 10 pontos
2. ................................................................................................................................................. 40 pontos
3. ................................................................................................................................................. 10 pontos
4. ................................................................................................................................................. 10 pontos
5. ................................................................................................................................................. 10 pontos
80 pontos

Grupo III

1. ................................................................................................................................................. 10 pontos
2. .................................................................................................................................................. 15 pontos
3. ................................................................................................................................................. 25 pontos

50 pontos
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Total .......................................................................................................................................... 200 pontos