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INTRODUÇÃO
O autor inicia a introdução reavivando o ataque sofrido pelo então candidato
Jair Bolsonaro em Juiz de Fora, Minas Gerais. Defende que a partir desse inesperado
ataque a Bolsonaro, o espectro da violência que rondava a política brasileira desde
2013, tornar-se-ia real, o que levou o eleitorado a legitimar nas urnas a candidatura de
cujas hostes essa violência exalava abertamente.
Declara o fim da Nova República a partir de 3 fatores: I) da interferência
radical do Poder Judiciário no processo de determinação da soberania política por meio
das eleições; II) da perda de influência dos mecanismos tradicionais encarregados de
tornar a campanha eleitoral um debate público, a partir da supremacia das redes sociais
e dos aplicativos de troca de mensagens sobre os debates e a propaganda gratuita dos
partidos na televisão; III) a relativização da negatividade associada ao período
autoritário (a partir do golpe de 1964).
Na votação do impeachment de Dilma Rousseff já foi possível perceber a
ruptura do consenso em torno da democracia. Exemplo disso foi o voto emblemático
dessa ruptura, o do deputado Jair Bolsonaro homenageando a memória do coronel
Carlos Alberto Brilhante Ustra, o mais conhecido torturador do período autoritário em
nosso país.
O autor diz que é obrigado a incluir a Polícia Federal, o Ministério Público e a
Advocacia-Geral da União entre as elites com frágeis convicções democráticas.
Avritzer argumenta neste livro que desde 2014 observamos no Brasil um
processo contínuo de degradação institucional semelhante ao discutido por Levitsky e
Ziblatt em como as democracias morrem e o seu auge foi a eleição de Jair Bolsonaro
em outubro de 2018.
O autor afirma que o discurso antipetista, processado por meio do Poder
Judiciário, e ampliado por uma parcela da classe média, se tornou mais importante que a
manutenção das instituições democráticas ou de uma estrutura de direitos.
O autor promete analisar a conjuntura 2013-8 como um momento turbulento de
degradação institucional contínua e de movimentação da elite e da classe média contra a
soberania popular e a ordem democrática. Fala que em abril de 2016 com o
impeachment de Dilma, de fato o pêndulo se move. E pontua que a diminuição da
importância das eleições na discussão sobre o impeachment mais o alinhamento judicial
contra o governo eleito são as principais características dessa conjuntura, que se
acentuam com a eleição de Jair Bolsonaro.
A essa tendência antidemocrática são adicionados elementos tais como o
ataque do Poder Judiciário e das instituições de controle sobre o sistema político, a
intervenção no Rio de Janeiro e a tentativa de uso das Forças Armadas na greve dos
caminhoneiros (maio de 2018).
Avritzer afirma que o comportamento anticidadão do Judiciário persiste desde
os anos de 1950, e fundamenta a afirmação em autores como José Murilo de Carvalho e
Graciliano Ramos.
O autor termina a introdução afirmando que o Bolsonarismo é sintoma dos
elementos não democráticos da ordem política brasileira, mas possui dificuldade de se
tornar hegemônico, o que aponta para um país ambíguo... E termina: mas democrático.