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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACET- FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E SUAS TECNOLOGIAS


DISCIPLINA: EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
PROFESSOR: RODOLFO ARRUDA LEITE DE BARROS
ACADÊMICA: INGRIDY MARIA MIRANDOLA DOS SANTOS

Atividade Avaliativa da Unidade 02: Síntese das leituras da Unidade 2

No período que estudamos a unidade 01, vimos de forma aprofundada como se deu a
fundação dos Direitos Humanos, e sobre sua relação com a educação por meio das
leituras textos ” Direitos Humanos: desafios para Século XXI” de Maria Victória
Benevides e “Fundamentos Filosóficos e históricos do Direitos Humanos ” de Bruno
Konder Comparato. Na unidade 02, nosso estudo foi baseado por meio das leituras
“Cidadania no Brasil: o longo caminho” de José Murilo de Carvalho, “Sistema
Internacional de Proteção dos Direitos Humanos” de Flávia Piovesan e “Estado Pós-
Democrático” de Rubens Casara.
Bom, vamos pensar primeiramente, o que se trata de cidadania, O site Brasil Escola nos
traz a seguinte definição: “A cidadania é o conjunto de direitos e deveres exercidos por
um indivíduo que vive em sociedade, no que se refere ao seu poder e grau de
intervenção no usufruto de seus espaços e na sua posição em poder nele intervir e
transformá-lo. ”

Mas afinal, o que os Direitos humanos trazem e garante a respeito da cidadania? A


Declaração Universal dos Direitos Humanos apresenta direitos fundamentais para todo
cidadão, de forma planetária e independente de sua localização geográfica. Por meio de
um documento instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1948,
garantem ao cidadão os direitos humanos, que visam garantir a dignidade e a
integridade da pessoa, especialmente frente ao Estado e suas estruturas de poder, e a
cidadania assegura o equilíbrio entre os direitos e deveres do indivíduo em relação à
sociedade e da sociedade em relação ao indivíduo. Combater o preconceito e a
discriminação, proteger as populações vulneráveis e exigir do poder público a prestação
de serviços e assistência básica são exemplos das atribuições do Promotor de Justiça
nessa área.

Pensando no objetivo das leituras dos textos, assim como o texto de Carvalho diz no
título “o longo caminho” da cidadania no Brasil, vamos analisar como se deu esse
caminho, quais obstáculos existem, como é a cidadania no nosso pais e mesma analise
faremos com o texto de Piovesan, vamos estudar como o Sistema Internacional de
Proteção dos Direitos Humanos passou a existir, como funciona, como é apresentado na
visão da autora. E por fim o Estado pós-democrático.

O texto Cidadania no Brasil: o longo caminho de José Murilo de Carvalho, apresenta


sua introdução como “Mapa da viagem”, iniciando texto falando sobre a construção da
democracia no Brasil, trazendo que uma das marcas desse esforço é a voga que assumiu
a palavra cidadania. Uma curiosidade interessante nesse primeiro momento do texto
remete a constituição de 1988 que também ficou conhecida como constituição cidadã,
diante do entusiasmo cívico. Porém, havia uma ingenuidade diante desse entusiasmo,
certo que bastante coisas mudaram comparada a ditadura, mas tem algumas coisas que
não mudaram em tempos como o do atual em que vivenciamos.

Nessa parte inicial do texto o autor apresenta diversos aspectos nesse caminho da
cidadania. “Outro aspecto importante, derivado da natureza histórica da cidadania, é que
ela se desenvolveu dentro do fenômeno, também histórico, a que chamamos de Estado-
nação e que data da Revolução Francesa, de 1789. A luta pelos direitos, todos eles,
sempre se deu dentro das fronteiras geográficas e políticas do Estado-nação. Era uma
luta política nacional, e o cidadão que dela surgia era também nacional. Isto quer dizer
que a construção da cidadania tem a ver com a relação das pessoas com o Estado e com
a nação. As pessoas se tornavam cidadãs à medida que passavam a se sentir parte de
uma nação e de um Estado. Da cidadania como a conhecemos fazem parte então a
lealdade a um Estado e a identificação com uma nação. As duas coisas também nem
sempre aparecem juntas. ” E ele finaliza a introdução apresentando as certas
dificuldades nessa caminhada, fazendo uma referência como “as pedras no caminho da
cidadania no Brasil”.

E no fim ele discorre um pouco sobre a cidadania após a redemocratização e a cidadania


na encruzilhada. Como se deu a expansão final dos direitos políticos, dizendo aqui sobre
a reforma política, falando sobre problemas persistentes, como do ponto de vista do
arranjo institucional, o problema mais sério que ainda persiste talvez seja o da distorção
regional da representação parlamentar. O princípio de "uma pessoa, um voto", entre
outros assuntos abordados. Segundo ponto Direitos Sociais sob ameaça, levando em
conta que as maiores dificuldades na área social têm a ver com a persistência das
grandes desigualdades sociais que caracterizam o país desde a independência, para não
mencionar o período colonial. Terceiro e último ponto sobre a cidadania após a
redemocratização, Direitos Civis Retardatários, falando sobre a falta de garantia dos
direitos civis. E ele finaliza seu texto com a cidadania na encruzilhada, dizendo “A
desigualdade é a escravidão de hoje, o novo câncer que impede a constituição de uma
sociedade democrática. A escravidão foi abolida 65 anos após a advertência de José
Bonifácio. A precária democracia de hoje não sobreviveria a espera tão longa para
extirpar o câncer da desigualdade. ”

No artigo “Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos” de Flávia


Piovesan, a autora destaca duas perguntas para gerar uma discussão que será discutida
ao longo da leitura a) Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos: Qual é a
sua fonte, a sua origem? Qual é o seu alcance? Qual é a sua lógica e principiologia?;b)
Qual é o impacto político e jurídico dos instrumentos internacionais de proteção dos
direitos humanos?

Bom, temos como resposta na primeira pergunta, que “o movimento de


internacionalização dos direitos humanos constitui um movimento extremamente
recente na história, surgindo, a partir do pós-guerra, como resposta às atrocidades e aos
horrores cometidos durante o nazismo. O sistema internacional de proteção dos direitos
humanos envolve quatro dimensões: a celebração de um consenso internacional sobre a
necessidade de adotar parâmetros mínimos de proteção dos direitos humanos; a relação
entre a gramática de direitos e a gramática de deveres; ou seja, os direitos internacionais
impõem deveres jurídicos aos Estados (prestações positivas ou negativas);a criação de
órgãos de proteção; e a criação de mecanismos de monitoramento voltados à
implementação dos direitos internacionalmente assegurados (ex: a sistemática dos
relatórios e das petições).”

E de resposta da segunda pergunta, “pode-se concluir que, com o intenso envolvimento


da sociedade civil, o sistema internacional constitui poderoso mecanismo para reforçar a
proteção dos direitos humanos em nossas regiões, invocando uma cidadania revitalizada
e ampliada, pautada na prevalência absoluta da dignidade humana. ”

A última leitura da nossa unidade 02 foi Estado Pós-Democrático de Rubens Casara, o


texto inicia de forma conceitual, nos falando o que se trata Estado Democrático de
Direito, e ele apresenta como sinônimo do Estado Constitucional, um Estado em que os
indivíduos e, em especial, os agentes estatais, estão sujeitos à lei, não como no velho
paradigma positivista mas sujeitos à lei coerente com a Constituição da República.
Porém ele também fala sobre o Pós Democrático, definindo como “Os sintomas pós-
democráticos estão presentes na sociedade, da mercantilização do mundo à sociedade do
espetáculo, do despotismo do mercado ao narcisismo extremo, da reaproximação entre o
poder político e o poder econômico ao crescimento do pensamento autoritário (...). E ao
longo do texto ele vem falando sobre Neoliberalismo, o finado Estado Democrático.

As leituras desses três textos fizeram perceber que a cada unidade estamos estudando o
caminho de como a luta pelos direitos humanos aconteceu, assim como na unidade 01
estudamos a história inicial dos Direitos Humanos, na Unidade 02, estudamos o
caminho trilhado e como o cidadão teve seu papel nessa luta, como o Estado se portou
diante dessa luta. Interessante a forma em que os textos escolhidos a cada unidade nos
levam a linha do tempo para entender a história por trás dos Direitos Humanos.

Referências:
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil. O longo Caminho. 3ª ed. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
CASARA, Rubens R. R. O estado pós-democrático [recurso eletrônico]: neo-
obscurantismo e gestão dos indesejáveis / Rubens R. R. Casara. - 1. ed. - Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2017.
PIOVESAN, Flávia Cristina. Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos.
O QUE É CIDADANIA? Brasil Escola. Disponível em:
<https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-cidadania.htm>. Acesso:
22/09/2021

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