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ANÁLISE DE

TEMAS ENEM
SOCIEDADE
AULA DE REDAÇÃO
PROF. ANA MARIA MENDES
COLÉGIO 1º DE JUNHO
O que é Cidadania?

A origem da palavra cidadania vem do latim civitas, que quer dizer


cidade. Na Grécia antiga, considerava-se cidadão aquele nascido em terras
gregas. Em Roma a palavra cidadania era usada para indicar a situação
política de uma pessoa e os direitos que essa pessoa tinha ou podia exercer.
Juridicamente, cidadão é o indivíduo no gozo dos direitos civis e
políticos de um Estado. Em um conceito mais amplo, cidadania quer dizer a
qualidade de ser cidadão, e consequentemente sujeito de direitos e deveres.
A relação do cidadão com o Estado é dúplice: de um lado, os
cidadãos participam da fundação do Estado, e portanto estão sujeitos ao pacto
que o criou, no nosso caso a Constituição Federal de 1988. Portanto, sendo o
Estado dos próprios cidadãos, os mesmos têm o dever de zelar pelo bem
público e participar, seja através do voto, seja através de outros meios, formais
e informais, do acompanhamento e fiscalização da atuação estatal.
Ao mesmo tempo, os agentes estatais, como cidadãos investidos de
funções públicas, tem o dever de atuar com base nos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade e publicidade, prestando contas de todos os seus
atos. Uma relação harmoniosa entre as expectativas dos cidadãos e a atuação
estatal é o ideal a ser alcançado por qualquer sociedade.
(https://www.justica.pr.gov.br)
Mas nem tudo depende
apenas do Estado. O conceito de
cidadania vai muito além, pois ser
cidadão significa também tomar parte
da vida em sociedade, tendo uma
participação ativa no que diz respeito
aos problemas da comunidade.
Segundo Dalmo de Abreu Dallari: “A
cidadania expressa um conjunto de
direitos que dá à pessoa a possibilidade
de participar ativamente da vida e do
governo de seu povo”.
Colocar o bem comum em
primeiro lugar e atuar sempre que
possível para promovê-lo é dever de
todo cidadão responsável. A cidadania
deve ser entendida, nesse sentido,
como processo contínuo, uma
construção coletiva que almeja a
realização gradativa dos Direitos
Humanos e de uma sociedade mais
justa e solidária.
(https://www.justica.pr.gov.br/)
Exercer a cidadania plena é ter
direitos civis, políticos e
sociais. Expressa a igualdade
dos indivíduos perante a lei,
pertencendo a uma sociedade
organizada. É a qualidade do Os direitos humanos são uma espécie de
cidadão de poder exercer o garantia que todos os humanos,
conjunto de direitos e independentemente de raça, sexo,
liberdades políticas, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou
socioeconômicas de seu país, qualquer outra condição, têm. Entre os
estando sujeito a deveres que principais se destacam o direito a vida e
lhe são impostos. Relaciona- liberdade, liberdade de opinião e de
se, portanto, com a expressão, acesso a trabalho e educação,
participação consciente e entre muitos outros. Estabelecido na
responsável do indivíduo na Constituição de 1988, o preceito prega que
sociedade, zelando para que todas pessoas são iguais, sem
seus direitos não sejam discriminação.
violados.
(https://blog.mackenzie.br/)

https://www.justica.pr.gov.br/
Deveres do cidadão

Toda pessoa também deve cumprir algumas normas, estando passiva a


multas caso não as exerça. É dever do cidadão:

-cumprir as leis;
-respeitar o direito alheio;
-promover educação, sustento e saúde aos filhos;
-proteger a natureza;
-votar;
-colaborar com as autoridades e proteger o patrimônio alheio, público ou
privado.

Como exercer a cidadania relacionada ao Estado?

No Brasil, uma forma de acompanhar de perto os assuntos


relacionados ao Estado e exercer seu direito de cidadão é através da
página E-cidadania, criada pelo Senado Federal. Nela, o indivíduo
pode consultas as votações que estão vigentes, ver as propostas,
participar de debates, sugerir temas para políticas públicas e opinar
sobre leis.
(https://blog.mackenzie.br/)
O primeiro período analisado vai de 1822, na Independência, até o
fim da Primeira República, em 1930. Nele, a cidadania foi muito incipiente.
Os maiores obstáculos eram a escravidão e o domínio dos grandes
proprietários rurais. A escravidão colocava como subumanos grande parte da
população e os donos de terras tinham poder maior do que a lei e o Estado em
seus domínios. Portanto, a cidadania era totalmente suprimida.
O período Vargas
O golpe que levou Getúlio Vargas ao poder em 1930 mudou bastante
esse cenário. Os direitos civis e políticos tiveram alguns avanços entre 1934 e
1937, principalmente com a expansão do voto às mulheres no começo da
década. Depois disso, a ditadura do Estado Novo imprimiu muitos retrocessos,
com repressão política e restrições de liberdades.
Por outro lado, os direitos sociais tiveram grande destaque. O
governo passou a focar nos benefícios aos trabalhadores urbanos, concedendo
a eles a possibilidade de se organizar em sindicatos, reivindicar melhores
condições, usufruir de aposentadorias e pensões. O Ministério do Trabalho foi
criado em 1930 e a Justiça do Trabalho, em 1939.
Contudo, o Estado tinha grande influência nas relações trabalhistas e
os sindicatos só poderiam existir com a sua permissão. Dessa forma, o gozo
dos direitos sociais tinha um forte traço paternalista e autoritário. Não à toa, na
propaganda oficial, Getúlio era retratado como “o pai dos pobres”.
Primeiros passos da democracia
Com a derrubada de Vargas, o Brasil viveu um período democrático, com
avanços importantes nos direitos políticos. A cada eleição, o voto era
concedido a mais e mais pessoas. Em 1962, havia 14,7 milhões de
eleitores no país.

Regime Militar
Na nova ditadura, houve eleições regulares para diversos cargos e
novos eleitores foram incorporados a elas. Entretanto, a participação
política acontecia de forma muito limitada, uma vez que não era possível
eleger o presidente, políticos oposicionistas foram cassados e o sistema de
dois partidos (ARENA e MDB) tornava praticamente impossível diminuir o
poder dos militares.
O maior retrocesso do período aconteceu nos direitos civis, com o
Ato Institucional Nº 5, o famoso AI-5, durante o governo de Costa e Silva. O
decreto fechou o Congresso, instituiu a censura prévia à imprensa,
suspendeu o habeas corpus, possibilitou a perseguição e cassação de
opositores, entre outras medidas repressivas.
Nova República
Por fim, o último período analisado por José Murilo de Carvalho
começa em 1985 e termina em 2013, data da última atualização do livro.
A Constituição de 1988, chamada de Constituição Cidadã, consolidou
conquistas anteriores e oficializou os direitos civis, com a promessa de dar um
fim aos abusos do Estados e às ameaças às liberdades individuais.

Houve avanços nos direitos sociais,


principalmente com a estabilização da economia A desigualdade, a
e os programas sociais que ela possibilitou. O pobreza e a corrupção
acesso à educação cresceu e o analfabetismo seguem como parte
minguou. Por meio do SUS, o Estado passou a integrante do país. A
prover, pelo menos em teoria, saúde universal. sensação de
distanciamento entre
sociedade civil e classe
Thomas Humphrey Marshall (1893-1981), política ainda é
sociólogo britânico, afirmou que o onipresente.
desenvolvimento lógico da cidadania
acontece na sequência vista na história
inglesa: primeiro vêm os direitos civis,
depois os políticos e, em seguida, os
sociais.
(https://www.politize.com.br/)
Há 10 anos, o Brasil pegava fogo nas ruas: “O acusado”| Official Trailer
'junho de 2013 não acabou'

Movimento Passe Livre (MPL);


O movimento indígena de retomada do que se chama de campo, o
não urbano;

crescimento gigantesco das greves no ano anterior;


repressão policial; “Toda essa insatisfação
crescente vai achar um
Essas demandas estavam relacionadas a uma veículo
“degradação geral das condições de vida nas grandes excepcionalmente novo e
cidades”, de acordo com o professor do Instituto de muito mais capilarizado
Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da de expressão, que é a
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Erick internet”, enfatiza Erick
Omena. Ao analisar diversos dados, ele aponta que em Omena. O pesquisador
2013 as populações dos centros urbanos enfrentavam destaca que, de 2003 a
uma acentuada piora das condições de mobilidade, acesso 2013, o acesso à rede se
à saúde e habitação, associada a um crescente descrédito expandiu de 13% da
na política institucional. população para 51%.
(https://agenciabrasil.ebc.com.br/)
Partindo então do pressuposto, baseado no pensamento de Hannah
Arendt, de que a política não é domínio, de que não se baseia na distinção
entre governantes e governados e nem é mera violência, mas ação em comum
acordo, ação em conjunto, sendo reflexo da condição plural do homem e fim em
si mesma, já que não é um meio para objetivos mais elevados, como, por
exemplo, a preservação da vida, significando liberdade, somos levados a
perguntar se esses juízos naturalizados não seriam falsos e perigosos, isto é,
será que ao se desconhecer a "verdadeira política", ao se confundir "aquilo que
seria o fim da política com a política em si"(ARENDT, 2006, p.25) não estaria
sendo disseminado o imobilismo, um sentimento de inutilidade de qualquer
ação, fazendo com que o homem não se reconheça como um sujeito histórico,
como um ser capaz de interromper o fluxo inexorável dos acontecimentos?
Aceitar que a política não possui um sentido não equivaleria negar significado
à nossa própria existência, não nos reduziria a autômatos guiados por algum
anão oculto, como "o jogador de xadrez de Maelzel" do conto de Edgar Allan
Poe citado por Benjamin, ou, nos termos de Kant, não nos tornaria indistintos
dos animais, já que determinados pelas necessidades da natureza e incapazes
de iniciar uma cadeia causal por nós mesmos?

(https://www.scielo.br/j/trans/a/ZQCyktkhg6JFhr5bhXKdXyS/)
Citações Hannah Arendt:

-”A política começa com o diálogo, mas só pode ser concluída pela
ação.”;
-”A dignidade do homem requer que ele possa viver em liberdade e
autonomia, sem ser sujeito a qualquer tipo de opressão ou coerção.”;
-”A história é movida não pelo relógio da eternidade, mas pelas ações
dos homens.”;
-”A desobediência civil não é apenas o direito de desafiar a lei injusta,
mas também o dever.”
-”O poder corrompe e o poder corrupto corrompe absolutamente.”

Série “O Mecanismo”;

-José Murilo de Carvalho, cientista político e considerado um dos


maiores historiadores brasileiros;

-7 livros para entender a sociedade brasileira


POSSÍVEIS TEMAS ENEM RELACIONADOS À CIDADANIA:

-Caminhos para combater a violência nas escolas brasileiras;


-A valorização do futebol feminino no Brasil e no mundo;
-Como combater os preconceitos ligados ao etarismo no Brasil?;
-Autismo e educação inclusiva no Brasil no século XXI;
-Desafios para a erradicação da fome no Brasil;
-O enfrentamento do racismo no esporte;
-Caminhos para combater o abuso e a exploração sexual de crianças e
adolescentes no Brasil;
-Representação feminina na política;
-Combate ao trabalho análogo à escravidão;
-A dificuldade de garantir o acesso à justiça aos brasileiros;
-Cultura do cancelamento no meio virtual;

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