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Como surgiram os Direitos Humanos?

  Pode se dizer que as bases iniciais


foram concebidas durante a Revolução Norte Americana (1776) e na
Revolução Francesa (1789). Nos Estados Unidos a Carta Bill of
Rights(Declaração dos Direitos dos Cidadãos dos Estados Unidos)
assegurava entre outros os direitos aos nascidos no país o direito à vida, à
liberdade, à prosperidade. Seu objetivo era garantir que o governo não
pudesse atacar o cidadão sem um processo e julgamento perante a lei.
Durante a Revolução Francesa foi redigida a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão. De cunho liberal e baseada em iluministas que
pregavam a igualdade, a liberdade e a fraternidade. Essa declaração tinha
por objetivo assegurar que nenhum homem deveria ter mais poder que os
direitos dos outros. Era o ideal republicano e democrata contra o
Absolutismo da época.

Porém os limites de tais declarações esbarravam na falta de direito para os


escravizados que continuavam existindo, principalmente nos Estados
Unidos. Também as mulheres não eram atendidas por tais declarações, visto
que não possuíam direitos civis.

Foi somente em 1948 com a publicação da Carta Oficial contendo a


Declaração Universal dos Direitos Humanos que toda a raça humana passou
a ser atendida por tais direitos. Isso ocorreu pelo empenho da Comissão de
Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) que desde 1945
com o final da Segunda Guerra reuniu esforços para evitar novos genocídios
humanos como a “Solução Final” ou Holocausto Judeu feito pelos Nazistas.

Atualmente são 193 países signatários da ONU que devem garaAtualmente


são 193 países signatários da ONU que devem garantir em seus territórios os
direitos básicos dos cidadãos. Assim nos países ocidentais democráticos, os
sistemas judiciários recorrem aos artigos expressos na Declaração Universal
dos Direitos Humanos para formular textos legais e aplicarem as decisões e
medidas jurídicas.

A ONU recomenda que os países signatários sigam o documento oficial,


porém em casos de desrespeito aos Direitos Humanos o signatário pode
sofrer ações estratégicas tais como, embargo econômico, corte de relações
comerciais, restrições em zonas de livre comércio e restrições ou cortes de
relações exteriores.

No Brasil as heranças da colonização escravista e do coronelismo dos


latifundiários, que contratavam matadores para eliminar concorrentes ou
desafetos, que fraudavam eleições na República Velha, transparecem em
ações arbitrárias, corruptas que eliminam conceitos de cidadania, assim
como direitos humanos. Uma prova está nos elevados índices de
criminalidade nas zonas metropolitanas, e altas taxas de homicídio,
principalmente de jovens, moradores de periferia e negros; abuso policial e
atuação de milícias, execuções, frágil sistema prisional em crise. Fatores que
evidenciam a desigualdade social, a miséria, violência contra a mulher e
trabalho análogo à escravidão.
No Brasil  a estruturação dos direitos de cidadania sempre esteve ligada aos
interesses das elites socioeconômicas e políticas, a participação popular é
inexistente e a inclusão social uma falácia. Assim permanece a ideia que os
direitos são concessão do Estado, feita pelos governantes para atender o
populacho ignorante e desinteressado da coisa pública. Os direitos são
vistos como concessão da classe dominante.

A construção da cidadania no Brasil primeiro estabeleceu os direitos sociais


e ampliou os direitos políticos, durante o período do Estado
Novo(1937-1945),  “Vamos fazer a revolução antes que o povo faça” como
diria Getúlio Vargas, para depois serem implementados os direitos civis. O
cientista político Wanderley Guilherme dos Santos utiliza o conceito
“cidadania regulada para identificar a concessão de direitos por parte do
Estado como maneira de mediar possíveis conflitos entre classes. Nesse
caso, o Estado controlaria os grupos sociais por meio de práticas
regulatórias, que variam entre o aumento da participação (proporção de
indivíduos que possuem direitos) e a redução da liberalização(capacidade
das instituições sociais de garantir a consolidação dos direitos). A
Constituição de 1934 garantiu o voto feminino e leis trabalhistas para os
operários.

Mobilizações históricas pela cidadania, buscando direitos sociais e liberdade 


ocorreram no Brasil pós 1964 contra a repressão da Ditadura Militar, onde
movimentos populares, estudantis, sindicais do campo e da cidade
passaram a reivindicar a distribuição justa dos bens produzidos pelo
trabalho e maior participação social nas decisões adotadas pelo governo. 
Movimentos como diretas já, com comícios e grandes manifestações
pró-democracia. No processo de redemocratização, foi promulgada a
Constituição de 1988, que contou com participação social em sua
elaboração e incorporou diversas demandas populares principalmente na
liberdade civil e política (plebiscito, referendo e a iniciativa popular para
garantir a democracia participativa; também o Orçamento Participativo que o
cidadão participa na elaboração e fiscalização do orçamento, instrumento de
distribuição de recursos públicos).

Em 2013 outro tipo de mobilização popular pela efetivação de direitos como


transporte público de qualidade, e também para questionar o
funcionamento da democracia, dentro de um quadro de corrupção
endêmica.

Mobilizações históricas pela cidadania, buscando direitos sociais e liberdade 


ocorreram no Brasil pós 1964 contra a repressão da Ditadura Militar, onde
movimentos populares, estudantis, sindicais do campo e da cidade
passaram a reivindicar a distribuição justa dos bens produzidos pelo
trabalho e maior participação social nas decisões adotadas pelo governo. 
Movimentos como diretas já, com comícios e grandes manifestações
pró-democracia. No processo de redemocratização, foi promulgada a
Constituição de 1988, que contou com participação social em sua
elaboração e incorporou diversas demandas populares principalmente na
liberdade civil e política (plebiscito, referendo e a iniciativa popular para
garantir a democracia participativa; também o Orçamento Participativo que o
cidadão participa na elaboração e fiscalização do orçamento, instrumento de
distribuição de recursos públicos).

Em 2013 outro tipo de mobilização popular pela efetivação de direitos como


transporte público de qualidade, e também para questionar o
funcionamento da democracia, dentro de um quadro de corrupção
endêmica.

Mesmo com as mobilizações, a maioria da população não tem acesso aos


direitos apregoados pela Constituição Federal de 1988. Mesmo em um
Estado democrático de direito, a cidadania não é assegurada. Aumenta o
número de moradores em situação de rua, desemprego, vítimas de covid 19
que não conseguem ser atendidas em hospitais lotados e precários. Muitas
famílias vivem em situação miserável onde falta o básico para se alimentar,
morando em locais sem água tratada, esgoto ou recolhimento de lixo. Muito
ainda temos para mobilizar em nome da real cidadania. 

Em um trabalho sobre Direitos Humanos é importante que os alunos tenham


contato com o material elaborado pela ONU, a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, conhecer, e problematizar as situações cotidianas e
intervenção na realidade. Reconhecer as origens e questionar as dinâmicas
para desarticular processos de desigualdade e criar propostas cidadãs e
solidárias.

Os Direitos Humanos são valores que visam ao respeito mútuo em


detrimento dos privilégios restritos a determinados grupos, por isso não
devem ser pensados como benefícios particulares ou privilégios de grupos
elitizados. Uma das características básicas dos direitos humanos é o fato de
estabelecerem que a injustiça e a desigualdade são intoleráveis.

É preciso perceber que os indivíduos não são apenas beneficiários do


processo histórico de afirmação dos direitos humanos, mas também autores
responsáveis pela construção e pela reivindicação da expansão e da
garantia desses direitos. Todas as conquistas relacionadas aos direitos
humanos são resultado de processos históricos, das mobilizações e de
demandas da população.

A própria luta pelos Direitos Humanos abriu caminho para outras demandas


como os Direitos Sociais, Direitos da Segurança Planetária e os Direitos Civis.
Importante diferenciá-los, mesmo que tenham sido contemplados pela
declaração de direitos universal da ONU em 1948.

A própria luta pelos Direitos Humanos abriu caminho para outras demandas


como os Direitos Sociais, Direitos da Segurança Planetária e os Direitos Civis.
Importante diferenciá-los, mesmo que tenham sido contemplados pela
declaração de direitos universal da ONU em 1948.
● Direitos Sociais: A Constituição Federal Brasileira de 1988 define-os em dois
títulos- Direitos e Garantias Fundamentais (considerados essenciais que o
Estado deve garantir aos indivíduos); Ordem Social que serve para estabelecer
o funcionamento harmônico na sociedade. No artigo 6º estão os direitos sociais
que definem o que compete ao Estado garantir: direito à educação, saúde,
alimentação, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à
maternidade e à infância e a assistência aos desamparados.
● Direitos da Segurança Planetária: Em um mundo pós-Guerra Fria e outros
acontecimentos como a violência nos Balcãs e a recorrência de guerras civis
na África, na Ásia e na América Latina, muda o paradigma de proteção do
Estado para os indivíduos reforçando posições dos defensores dos direitos
humanos como um tema global (Alves, 2003). Assim a ONU criou um programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (1994) no conceito de Segurança
Humana, de segurança das armas, para a segurança pelo desenvolvimento
sustentável. O Conceito de Segurança Humana passou a estabelecer a
proteção contra a poluição ambiental, a pandemia de AIDS, movimentos
populacionais por guerras civis e pobreza (Rodrigues, 2012). As preocupações
giram em torno da segurança dos Estados impactados por conflitos originados
pelas mudanças climáticas, que levariam a convulsões sociais, guerras civis,
pressões migratórias, crises humanitárias, os refugiados ambientais batendo
nas portas dos países da União Europeia. As mudanças climáticas causam não
só pressões migratórias, mas também cortes nos suprimentos energéticos de
petróleo e gás natural dos países convulsionados.
● Direitos Civis estão relacionados às liberdades individuais. O artigo 5º da
Constituição Federal brasileira de 1988, define liberdade de escolha como uma
das principais bases da vida em sociedade. Exemplos de direitos civis:
liberdade de credo, casamento entre pessoas do mesmo gênero. Os direitos
civis são limitados pela nacionalidade, só pode ser definido por um Estado,
para que sejam válidos dentro do território daquele país. Exemplos de direitos
civis garantidos pelas Constituições brasileiras: Abolição da escravidão (1888),
igualdade legal entre os cidadãos, liberdade de crença, associação, reunião e o
habeas corpus (Constituição de 1891).    A ênfase sobre os Direitos Civis, gira
em torno da Luta do Movimento dos Direitos Civis dos Estados Unidos
(1955-1968), quando Martin Luther King se projeta como líder, para acabar com
a segregação racial e conquistar a igualdade de direitos entre negros e
brancos.
● Um dos suportes para trabalhar com a temática Direitos Humanos no Ensino
Médio é a problematização e análise da realidade, sendo assim propomos a
coleta de dados, a problematização, a análise e busca de soluções para as
seguintes temáticas- desafios:
● Desemprego, trabalhadores informais e a situação dos trabalhadores no
período da Pandemia. Tendo por base que a população economicamente ativa
do Brasil gira em torno de 72 milhões de pessoas, porém somente 22 milhões
apresentam emprego formal e suas garantias;
● Educação, a privação pela falta de recursos e miséria. Como uma família que
não tem comida vai sustentar um pacote de internet para as aulas on-line? Os
novos desafios no período da pandemia, que evidenciam antigos problemas
advindos das desigualdades sociais e que foram ainda mais agravados.
● Saúde Pública, onde a situação é cada vez mais caótica, com falta de tudo que
possa promover o atendimento digno do cidadão. Somado aos atos corruptos
que levam a termo o individualismo e a falta de humanidade.  Mais uma vez o
quadro pandêmico só agravou carências pré-existentes.
● Falta de Moradia e crise habitacional seja na periferia das grandes capitais, nas
favelas,  nas beiradas de córregos, rios e riachos em palafitas ou em meio ao
lixo e a violência. Onde o tráfico de drogas assume o papel do Estado, criando
assim um Estado paralelo regido pela lei do mais forte e tribunal do Crime.
● Dado o desafio, compete então desenvolver a Competência número 5 da
BNCC do Ensino Médio que indica o reconhecimento e o combate de diversas
formas de desigualdade e violência, através de princípios éticos, democráticos,
inclusivos e solidários respeitando os Direitos Humanos. 
● A Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação
contra a Mulher é o principal documento do direito internacional em
relação aos direitos das mulheres, impondo obrigações básicas de
eliminar qualquer discriminação baseada no gênero que prejudique
as liberdades fundamentais das mulheres na esfera política, social,
econômica e cultural. Falamos de maneira mais aprofundada em
relação a esse documento em nosso texto anterior, sobre o sistema
ONU e as questões de gênero.
● Atualmente, segundo o Escritório do Alto Comissário das Nações
Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR), os direitos fundamentais
das mulheres no mundo englobam o direito à vida, à saúde, à
educação, à privacidade, à igualdade, à liberdade de pensamento, à
participação política, o direito a não ser submetida a tortura, entre
outros.
● Os direitos das mulheres passaram a integrar as discussões públicas
no século XVIII, quando eclodiu a Revolução Francesa, em 1789,
exigindo por liberdade, igualdade e fraternidade. A revolução
impulsionou diversos questionamentos em relação aos direitos civis e
políticos da humanidade.
● A ONU Mulheres tem sede em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Possui escritórios regionais e em países da África, Américas, Ásia e
Europa. Nas Américas e Caribe, o escritório regional está situado no
Panamá. No Brasil, o escritório opera em Brasília.
● Em 1932, o sufrágio feminino foi garantido pelo primeiro Código
Eleitoral brasileiro: uma vitória da luta das mulheres que, desde a
Constituinte de 1891, pleiteavam o direito ao voto. Essa conquista só
foi possível após a organização de movimentos feministas no início do
século XX, que atuaram intensa e exaustivamente no movimento
sufragista, influenciados, sobretudo, pela luta das mulheres nos EUA e
na Europa por direitos políticos.
● A Constituição brasileira de 1934 proibiu diferenças de salários para
um mesmo trabalho por motivo de sexo; Proíbe o trabalho de
mulheres em indústrias insalubres; Garante assistência médica e
sanitária à gestante e descanso antes e depois do parto, através da
Previdência Social.
● Em 27 de agosto, a Lei nº 4.212/1962 permitiu que mulheres casadas
não precisassem mais da autorização do marido para trabalhar. A
partir de então, elas também passariam a ter direito à herança e a
chance de pedir a guarda dos filhos em casos de separação. No
mesmo ano, a pílula anticoncepcional chegou ao Brasil. Apesar de ser
um método contraceptivo bastante polêmico, por influenciar os
hormônios femininos, não dá para negar que o medicamento trouxe
autonomia à mulher e iniciou uma discussão importantíssima sobre os
direitos reprodutivos e a liberdade sexual feminina.
● Até o dia 26 de dezembro de 1977, as mulheres permaneciam
legalmente presas aos casamentos, mesmo que fossem infelizes em
seu dia a dia. Somente a partir da Lei nº 6.515/1977 é que o divórcio
tornou-se uma opção legal no Brasil. Porém, é importante ressaltar
que anos após a validação da lei, as mulheres divorciadas
permaneciam vistas com maus olhos pela sociedade. Esta pressão
social fez muitas mulheres optarem por casamentos infelizes e
abusivos em vez de pedirem o divórcio.
● Em 1985 é criada a Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher
(DEAM) surge em São Paulo e, logo depois, outras unidades
começam a ser implantadas em outros estados. Essas delegacias
especializadas da Polícia Civil realizam, essencialmente, ações de
proteção e investigação dos crimes de violência doméstica e
violência sexual contra as mulheres.
● Atualmente, a Constituição de 1988 é o maior instrumento jurídico de
proteção dos direitos das mulheres no país. Dessa forma, diversas
legislações referentes à mulher foram aprovadas no Brasil, como as
Leis nº 8.072/1990 e 8.930/1994, que passaram a caracterizar o
estupro e o atentado ao pudor como crimes hediondos.
● A Lei nº 9.100/1995, que estabeleceu quotas mínimas de 20% das
vagas em candidaturas nos partidos políticos do país para mulheres e
o novo Código Civil (2002), que garantiu o poder familiar e a
capacidade civil plena da mulher, conforme o art. 1.603, que permite
que a mãe possa fazer o registro de nascimento dos filhos, uma ação
que antes competia apenas ao pai.
● Dentre os avanços citados, a lei que representa um dos maiores
progressos na luta das mulheres brasileiras por direitos é a Lei nº
11.340/2006, também conhecida como a Lei Maria da Penha. Ela foi
precursora ao criar mecanismos jurídicos para coibir a violência
doméstica e familiar contra a mulher. Falamos de maneira mais
aprofundada sobre essa lei em nosso texto anterior, vale a pena
conferir.
● Apesar das conquistas, as mulheres no Brasil ainda vivem uma
realidade de desigualdade e discriminação.  Para se ter uma ideia,
segundo o Fórum Econômico Mundial (2020), atualmente somente
15% do Congresso Nacional é composto por mulheres, indicando uma
grande disparidade entre homens e mulheres na ocupação do
espaço público. Nas eleições municipais de 2020, segundo o TSE,
apenas 16% das mulheres foram eleitas vereadoras, contra 84% dos
homens. A situação é ainda mais grave para as mulheres negras que,
conforme a pesquisa GeneroNúmero, representam apenas 6% das
vereadoras eleitas em 2020. Além disso, segundo a Agência Patricia
Galvão, cerca de 76% das mulheres já sofreram violência e assédio no
trabalho no país. Os dados refletem um cenário em que esforços
precisam ser feitos para que os direitos das mulheres no Brasil sejam
garantidos não apenas no papel, mas na prática.
● As mulheres, ao longo dos séculos, têm sido privadas do exercício
pleno de direitos humanos e têm sido submetidas a abusos e
violências, tanto em situações de guerra, como no espaço da vida
familiar e doméstica, elas têm tido um papel de grande relevância na
ampliação do alcance dos direitos humanos.
● O papel da mulher no contexto que se seguiu à Declaração dos
Direitos Humanos, teve uma melhora perante o direito de igualdade,
mas sabemos que muito ainda há de se evoluir, em prol de se
estabelecer uma equidade. Diferentes questões ganharam destaque
em cada período na curtíssima história dos direitos humanos em geral
e das mulheres mais especificamente. O avanço dos direitos humanos
das mulheres tem ganhado fôlego a partir do fortalecimento da
participação feminina e da manutenção dos mecanismos de controle
social nos países.

Indígenas
Os indígenas têm direito, a título coletivo ou individual, ao pleno desfrute de todos os direitos
humanos e liberdades fundamentais reconhecidos pela Carta das Nações Unidas, a Declaração
Universal dos Direitos Humanos3 e o direito internacional dos direitos humanos. Artigo 2 Os
povos e pessoas indígenas são livres e iguais a todos os demais povos e indivíduos e têm o
direito de não serem 7 Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas 8
submetidos a nenhuma forma de discriminação no exercício de seus direitos, que esteja
fundada, em particular, em sua origem ou identidade indígena. Artigo 3 Os povos indígenas
têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito determinam livremente sua condição
política e buscam livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural. Artigo 4 Os
povos indígenas, no exercício do seu direito à autodeterminação, têm direito à autonomia ou
ao autogoverno nas questões relacionadas a seus assuntos internos e locais, assim como a
disporem dos meios para financiar suas funções autônomas. Artigo 5 Os povos indígenas têm o
direito de conservar e reforçar suas próprias instituições políticas, jurídicas, econômicas, sociais
e culturais, mantendo ao mesmo tempo seu direito de participar plenamente, caso o desejem,
da vida política, econômica, social e cultural do Estado. Artigo 6 Todo indígena tem direito a
uma nacionalidade. Artigo 7 1. Os indígenas têm direito à vida, à integridade física e mental, à
liberdade e à segurança pessoal. 2. Os povos indígenas têm o direito coletivo de viver em
liberdade, paz e segurança, como povos distintos, e não serão submetidos a qualquer ato de
genocídio ou a qualquer outro ato de violência, incluída a transferência forçada de crianças do
grupo para outro grupo. Artigo 8 1. Os povos e pessoas indígenas têm direito a não sofrer
assimilação forçada ou a destruição de sua cultura. 2. Os Estados estabelecerão mecanismos
eficazes para a prevenção e a reparação de: a) Todo ato que tenha por objetivo ou
conseqüência privar os povos e as pessoas indígenas de sua integridade como povos distintos,
ou de seus valores culturais ou de sua identidade étnica; b) Todo ato que tenha por objetivo ou
conseqüência subtrair-lhes suas terras, territórios ou recursos. c) Toda forma de transferência
forçada de população que tenha por objetivo ou conseqüência a violação ou a diminuição de
qualquer dos seus direitos. d) Toda forma de assimilação ou integração forçadas. e) Toda forma
de propaganda que tenha por finalidade promover ou incitar a discriminação racial ou étnica
dirigida contra eles. Artigo 9 Os povos e pessoas indígenas têm o direito de pertencerem a uma
comunidade ou nação indígena, em conformidade com as tradições e costumes da
comunidade ou nação em questão. Nenhum tipo de discriminação poderá resultar do exercício
desse direito. 9 Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas 10 Artigo
10 Os povos indígenas não serão removidos à força de suas terras ou territórios. Nenhum
traslado se realizará sem o consentimento livre, prévio e informado dos povos indígenas
interessados e sem um acordo prévio sobre uma indenização justa e eqüitativa e, sempre que
possível, com a opção do regresso. Artigo 11 1. Os povos indígenas têm o direito de praticar e
revitalizar suas tradições e costumes culturais. Isso inclui o direito de manter, proteger e
desenvolver as manifestações passadas, presentes e futuras de suas culturas, tais como sítios
arqueológicos e históricos, utensílios, desenhos, cerimônias, tecnologias, artes visuais e
interpretativas e literaturas. 2. Os Estados proporcionarão reparação por meio de mecanismos
eficazes, que poderão incluir a restituição, estabelecidos conjuntamente com os povos
indígenas, em relação aos bens culturais, intelectuais, religiosos e espirituais de que tenham
sido privados sem o seu consentimento livre, prévio e informado, ou em violação às suas leis,
tradições e costumes. Artigo 12 1. Os povos indígenas têm o direito de manifestar, praticar,
desenvolver e ensinar suas tradições, costumes e cerimônias espirituais e religiosas; de manter
e proteger seus lugares religiosos e culturais e de ter acesso a estes de forma privada; de
utilizar e dispor de seus objetos de culto e de obter a repatriação de seus restos humanos. 2.
Os Estados procurarão facilitar o acesso e/ou a repatriação de objetos de culto e restos
humanos que possuam, mediante mecanismos justos, transparentes e eficazes, estabelecidos
conjuntamente com os povos indígenas interessados. Artigo 13 1. Os povos indígenas têm o
direito de revitalizar, utilizar, desenvolver e transmitir às gerações futuras suas histórias,
idiomas, tradições orais, filosofias, sistemas de escrita e literaturas, e de atribuir nomes às suas
comunidades, lugares e pessoas e de mantê-los. 2. Os Estados adotarão medidas eficazes para
garantir a proteção desse direito e também para assegurar que os povos indígenas possam
entender e ser entendidos em atos políticos, jurídicos e administrativos, proporcionando para
isso, quando necessário, serviços de interpretação ou outros meios adequados. Artigo 14 1. Os
povos indígenas têm o direito de estabelecer e controlar seus sistemas e instituições
educativos, que ofereçam educação em seus próprios idiomas, em consonância com seus
métodos culturais de ensino e de aprendizagem. 2. Os indígenas, em particular as crianças, têm
direito a todos os níveis e formas de educação do Estado, sem discriminação. 3. Os Estados
adotarão medidas eficazes, junto com os povos indígenas, para que os indígenas, em particular
as crianças, inclusive as que vivem fora de suas comunidades, tenham acesso, quando possível,
à educação em sua própria cultura e em seu próprio idioma. Artigo 15 1. Os povos indígenas
têm direito a que a dignidade e a diversidade de suas culturas, tradições, histórias e aspirações
sejam devidamente refletidas na educação pública e nos meios de informação públicos.
Etniacoletividade de indivíduos que se diferencia por sua especificidade sociocultural,
refletida principalmente na língua, religião e maneira de agir; grupo étnico.
Religião Artigo 18°: Toda pessoa tem direito a liberdade de
religião, consciência e pensamento

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