Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FACULDADE DE DIREITO
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
8. SISTEMA DE GOVERNO ........................................................................................ 35
8.1. Parlamentar .......................................................................................................... 35
8.2. Presidencial .......................................................................................................... 36
8.3. Misto = Semi-Presidencial = Presidencialismo Parlamentar ............................... 36
CONCLUSÕES .............................................................................................................. 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 40
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho resulta da iniciativa do grupo de estudo "Estudando Ius", que com
o objetivo de tornar mais fácil a compreensão das matérias jurídico-constitucionais
produziu este instrumento de consulta, que além de manual interno do grupo sirva
também para a comunidade académica em geral.
O Direito Constitucional é o ramo do direito público interno que se ocupa pelo estudo
da lei magna, a Constituição. É importante, para o estudante de direito e não só, estudar
o Direito Constitucional, pois permite perceber o que a Constituição consagra e o que é
desenvolvido nas leis, como está estruturado o Estado, quais são os tipos de Estados
existentes, sua estrutura, seus elementos, como o poder está distribuído e como é
exercido.
Neste trabalho também vai poder perceber qual a relação e diferença existente entre
Direito Constitucional e a Ciência Política.
É importante frisar que as matérias que aqui são expostas são apenas do primeiro
semestre do ano lectivo de 2019.
O terceiro capítulo deste trabalho trata a respeito dos fins e funções do Estado, neste
capítulo é possível encontrar ainda os tipos de Estado (Soberano, não Soberano e Semi-
Soberano) e uma explicação dos elementos constituintes de cada tipo de Estado.
No quarto que é o capítulo mais curto narra-se a respeito da forma de Estado com maior
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
ênfase na forma de Estado angolano.
O quinto capítulo começa por explicitar sobre as formas externas dos actos dos órgãos
de Soberania e termina com a hierarquia normativa.
O sexto capítulo lança a discussão acerca dos partidos políticos, onde é possível
encontrar os seus elementos constituintes, fins, funções, tipos e o próprio debate sobre
os sistemas de partidos políticos.
Para elaboração deste material fizemos recurso às obras de alguns dos autores que são
de leitura obrigatória para todos aqueles que queiram perceber melhor sobre o Direito
Constitucional, autores como: Professor Bacelar Gouveia, Professor Silva Cunha,
Professoras Dora Alves e Maria Magalhães, Professor José Fernandes, Professor Raul
Araújo entre outros.
Bom proveito.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
1. DIREITO CONSTITUCIONAL
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
constitucionalidade).
Ciências afins do Direito Constitucional, segundo Bacelar Gouveia, são aquelas que
cuidam do mesmo objeto regulado pelo Direito Constitucional. Enquanto que as
auxiliares, no caso de ostentando um outro objeto permitem fornecer elementos de
trabalhos úteis à ciência do Direito Constitucional.
Direito Constitucional Particular: significa nada menos e nada mais que o Direito
Constitucional é um ramo do Direito público interno e que visa estudar o texto
particular de um determinado sistema jurídico interno (a Constituição).
Sociologia Política: é o sector da sociologia que se dedica ao estudo das relações entre
o poder e a sociedade.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
ao frequente aparecimento de metalinguagem, torna o estudo da linguagem
constitucional particularmente importante no relevo ordenador que se lhe passa atribuir.
A Teoria Geral do Estado tem a ver com a origem e o desenvolvimento dos conceitos e
tipos de Estados ao longo da história até aos Estados atuais.
DE CICCO e GONZAGA ensinam que a palavra Estado vem do verbo stare, que
significa “estar firme”. Para eles, está relacionado etimologicamente com a palavra
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
“estabilidade”. Definem Estado com uma instituição organizada política, social e
juridicamente, ocupa um território definido e, na maioria das vezes, sua lei maior é uma
Constituição escrita. É dirigido por um governo soberano reconhecido interna e
externamente, sendo responsável pela organização e controle social, pois detém o
monopólio legítimo do uso da força e da coerção.
A primeira noção ainda sem rigor técnico que se colhe do Estado é a de um povo fixado
num território de que é senhor, e que dentro das fronteiras deste território institui, por
autoridade própria, órgãos que elaboram as leis necessárias à vida colectiva e imponham
a respectiva execução.
O Estado caracteriza-se assim por ser uma sociedade política territorial, quer dizer,
fixado num território de que é senhor, na qual o poder, além de funcionalizado se
encontra despersonalizado: titular do poder é a colectividade e os governantes limitam-
se a exercê-lo, como suporte dos órgãos da mesma colectividade.
Nota-se que o Estado com que se tomou contacto na primeira parte e que constituirá o
objeto de estudo subsequente é o Estado Moderno, que surgiu na Europa com a idade
moderna sobre as ruinas do feudalismo. Teve por base o desenvolvimento da economia
mercantil e a libertação das sociedades civis do domínio temporal da igreja e assentou
na concentração de poder nas mãos do príncipe e no despertar da consciência nacional,
que permitiu encontrar um fundamento e um fim despersonalizado para o poder.
Como já ficou dito, o vínculo que liga os indivíduos a uma comunidade política e os
integra em certo povo chama-se nacionalidade ou cidadania e a essas qualidades
corresponde a certos direitos, e certas obrigações para com a colectividade e para com
os outros cidadãos.
Porque o povo é constituído apenas pelos nacionais, resulta que só estes podem intervir
no exercício do poder constituinte e que só estes em princípio gozam em geral de
direitos políticos, isto é, podem ser cidadãos activos.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
território, tem de ser uma sociedade sedentária. Nem sempre a forma mais perfeita da
comunidade política, exigiu a sedentariedade: mas hoje as grandes sociedades políticas
a que chamamos Estado implicam necessariamente a existência de um território onde o
povo seja senhor de se reger segundo as suas leis, executadas por autoridade próprias
com exclusão da intervenção de outros povos.
O território do Estado é o espaço pelo qual os órgãos do Estado têm poder de impor a
sua autoridade: define assim o âmbito da competência no espaço dos órgãos supremos
do Estado. As leis são em princípio obrigatórias só dentro das fronteiras do Estado de
cuja autoridade dimanam.
Poder Político: Pode haver uma colectividade fixada num território e não ser um
Estado. O Estado só nasce desde que essa colectividade exerça o poder político. Assim,
a existência da colectividade do território são, nos nossos dias, condições para que surja
um poder político.
Poder Político é a faculdade exercida por um povo de, por autoridade própria, instituir
órgãos que exerçam o senhorio de um território e nele criem e impõem normas
jurídicas, dispondo dos necessários meios de coação.
Os fins são aquilo para que o Estado serve e as funções são os mecanismos que o Estado
utiliza para atingir estes fins.
1. Segurança;
2. Bem-estar económico e social;
3. Justiça (por via do sistema de justiça – Procuradoria Geral da República e os
Tribunais).
1. Executiva/Governativa;
2. Legislativa;
3. Judicial/Jurisdicional.
A palavra Soberania foi posta em voga por Jean Bodin nos finais do século XVI, no seu
trabalho intitulado "Les six livres de la République", publicado em 1580. Jean Bodin
definiu a Soberania como um poder que não tem igual na ordem interna nem superior na
ordem externa. O poder Soberano é, assim, um poder supremo que não está
internamente limitado por nenhum outro, e um poder independente, que não está
subordinado a nenhum outro.
1. Concentração de poderes;
2. Desconcentração de Poderes;
3. Descentralização de Poderes.
Exemplos de alguns Estados Soberanos são: Angola, Brasil, E.U.A, Portugal, etc.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
centralizado ou descentralizado.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
jurídico-constitucionais, vários conjuntos de autoridade e uma multiplicidade de centro
de decisões políticas. Há neste tipo de Estado, uma pluralidade de poderes políticos que
estendem aos vários territórios que o compõem. Este tipo de Estado pode apresentar-se
como Estado Federal (Federações), União Real, União Pessoal e Confederações.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
3.2. Estado Não Soberano
São aqueles que não têm as características dos Estados Soberanos. O Estado não é
Soberano quando não tem personalidade jurídica internacional, isto ocorre quando
estamos diante duma Federação, porque dentro de uma Federação ou Estado Federal, há
os Estados Federados que admitem a interferência da personalidade jurídica
internacional do Estado Soberano. Exemplo de Estado Federal é E.U.A. e um exemplo
de Estado federado é Nova York.
São aqueles que desfrutam de algumas daquelas prerrogativas soberanas externas, mas
reconhecem também um poder igual ou superior na sua ordem interna: São Estados
Semi-Soberanos – os Estados Protegidos, os Estados Exíguos e os Estados
Neutralizados.
2. Estados exíguos: são comunidades políticas que, pela sua diminuta extensão
territorial e escassa população, não estão em condições de exercer plenamente a
soberania (particularmente o Ius belli). A Europa Ocidental ainda hoje alberga
três dessas situações anacrônicas que se mantêm pela força da tradição, por
alguns privilégios de caráter fiscal que podem oferecer, e pelo seu próprio
caráter inofensivo: os principados do Mônaco e do Liechtenstein e a República
de San Marino. A esses acrescenta-se o principado de Andorra desde 1993.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
diplomática dos Estados limítrofes, ou seja, têm o direito de reclamação
internacional e podem ser partes do estatuto do tribunal internacional de justiça.
Contudo, não têm o direito de fazer a guerra (Ius belli), entendendo-se que não
podem ceder o seu território para instalar bases militares de terceiras potências,
já que isso representaria um perigo para o Estado limítrofe, nem têm acesso às
organizações internacionais de caráter politico-militar: a assembleia da
sociedade das nações rejeitou em 1920 a candidatura de Liechtenstein, alegando
que se tratava de um Estado Soberano, mas sem exército, que delegou a certas
potências atribuições da sua Soberania e que não parece estar em condições de
cumprir todas as obrigações internacionais que lhe poderiam caber em virtude do
pacto.
3. Estados Neutralizados
Os Estados neutralizados são aqueles que, por vontade própria e de acordo com
a vontade manifestada pelas principais potências internacionais, gozam de um
estatuto de neutralidade permanente. Pela aceitação do estatuto de
neutralidade permanente, o Estado neutralizado abdica do direito de fazer a
guerra, excepto em situação de legítima defesa. Normalmente, é aceite a
neutralização de um Estado, quando se pretende manter esse Estado fora das
lutas políticas e militares entre grupos de Estados e dispor de zonas de paz em
períodos de conflito militar generalizado. Ex.: Suíça durante a segunda guerra.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
4. FORMAS DE ESTADO
Formas externas dos actos é o modo de exteriorização das competências dos órgãos do
poder político que estão consagrados na constituição. Porém as Formas Externas dos
actos dos órgãos do Estado é um modo de repartição do poder dos órgãos do Estado
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
que é hierarquizado.
Critério Formal: é a forma externa do acto que está colado ao nome (estrutura da lei,
regulamento, etc). A forma é o modo como o acto se apresenta. O critério formal, diz-
nos que: Actos Administrativos – Poder Executivo; Actos Legislativos – Poder
Legislativo (Assembleia); Actos Jurisdicional (Sentença, Acordão) – Poder Judicial
(tribunais).
Os critérios nos apresentam como mais forte, o material. Porque este critério pede para
confrontar o nome e a forma para ver se tudo está conforme a hierarquia normativa dos
actos.
1. Constituição;
2. Lei de Revisão Constitucional;
3. Tratados Internacionais;
4. Acordos sobre a forma tipificada;
5. Tratados Governamentais.
Leis de Revisão Constitucional: São aquelas que surgem com a finalidade de efectuar
determinadas correcções, acréscimo, ou seja, revisar a constituição. Os actos normativos
previstos na alínea a) do artigo 161 da CRA.
Leis de Enquadramento ou Lei Quadro: Visa detalhar como uma outra lei deve ser
elaborada, nela constam dias, mês e regras adjectivas. Ex: Lei de Orçamento Geral de
Estado.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
Att: Não encontramos esta lei fundamentada na nossa constituição.
Leis de Base: Essas leis fixam os princípios gerais do regime jurídico de determinada
matéria. É o oposto da lei de enquadramento. É uma lei de princípios, prevê em que
princípios o poder executivo deve andar, consagra as linhas mestras, determina os
parâmetros jurídicos do poder executivo que pode ter efeitos externos. Fruto delas
podem ser elaboradas disciplinas normativas, jurídicas com base nestes princípios e
fruto das disciplinas normativas podem surgir os regulamentos. Esses regulamentos
podem ser:
Os actos normativos previstos nas alíneas i), e j) do art. 164 e nas alíneas a), b), e), f), i),
l), p), q) e r) do número 1 do art. 165 todos da CRA.
Leis: Os demais actos normativos que versem sobre matérias da competência legislativa
da Assembleia Nacional e que não tenham que revestir outra forma nos termos da
constituição.
Resoluções: Os actos previstos nas alíneas b) e c) do artigo 160; nas alíneas g), h), i), j),
k), l) e m) do artigo 161; nas alíneas b), c) e d) do artigo 162 e nas alíneas a), b), c), d) e
e) do artigo 163 e as demais deliberações em matéria de gestão corrente da atividade
parlamentar, bem como as que não requeiram outra forma, nos termos da constituição.
As formas externas dos actos dos Tribunais estão expressos no Art. 176, 177, 178 e 179
da CRA.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
6. PARTIDOS POLÍTICOS
São organizações que têm um carácter permanente e de duração razoável e com objetivo
principal a conquista, o exercício e a manutenção do poder politico através de formas
lícitas (eleições).
Acesso, exercício e manutenção do poder político – Uma das principais funções dos
partidos políticos. Mas muitas vezes o partido não pode espirar a mais do que tentar
influenciar o poder sem nunca o conseguir exercer, como acontece num sistema
multipartidário de partido dominante (ex: Angola). Daí que não é rigorosamente
necessário o exercício efectivo, basta a sua influência neste exercício;
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
6.2. Funções dos Partidos Palíticos
São as atividades que o partido leva a cabo para desempenhar os seus objetivos. As
funções dos partidos políticos variam de acordo com a situação económica e social do
Estado em que estamos. As funções podem dividir-se em dois tipos que são as funções
políticas e administrativas.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
Função financeira: consiste na gestão dos recursos partidários.
Substrato pessoal: que são as pessoas que se juntam para formar os partidos políticos
tendo como fim a tomada, o exercício e manutenção do poder político nos órgãos
estaduais como o Presidente da República, Assembleia Nacional ou no âmbito
intraestadual como as autarquias e regiões autónomas, em função do poder que tomam,
em regra, têm a possibilidade de serem titulares por inerência nos palcos internacionais
como na SADC, ONU, União Africana, etc.
Fim: o fim dos partidos políticos é a tomada, exercício e manutenção do poder político.
Duração: Partido Politico não é uma organização efêmera, pois, existe para participar
regularmente na vida política e partidária.
Âmbito: os partidos políticos são de âmbito nacional, e a sede do partido deve estar
obrigatoriamente na capital (artigo 17 número 2 alínea a) da CRA) Uma vez que os
partidos têm como objetivo acesso, exercício e manutenção do poder politico.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
Propõem-se a exercer o poder político ou Limita-se a participar na actividade de
influenciar diretamente o seu exercício. instâncias sociais e a tentar influenciar o
exercício do poder político. Exerce a sua
influência através dos meios de
comunicação ou dos próprios partidos
políticos.
No entanto, por vezes a distinção entre partido político e associação política torna-se
difícil porque há casos em que as associações políticas podem concorrem nas eleições
legislativas e obtém lugares na assembleia. Por outro lado, quando há partido
dominante, existem partidos que são autênticas associações. Há também partidos
políticos que se qualificam de associações, limitando-se a influenciar o poder político.
Grupos de Pressão: É uma associação (que pode ser Partidos Políticos, Associações
Política ou não), formais ou informais, que pelos meios públicos geram pressão sobre os
actores que tomam decisões políticas. São entidades que agem do exterior sem a
pretensão de assumir o poder apenas influenciá-lo. (Ex.: OMA, JMPLA, JURA)
Segundo Duverger citado pelo Professor José Fernandes no seu livro Introdução
à Ciência Política, a tipologia mais divulgada, e a sua utilidade é geralmente
reconhecida, com correcções ou complementos que resultam das perspectivas de cada
autor ou de necessidades suscitadas pela análise de modelos concretos. (FERNANDES,
2008).
O elemento base deste tipo de partido é o comité, caracterizado pela sua apresentação
restrita e fechada descendente directo dos comités eleitorais da pré-história partidária.
De tipo europeu - cuja actividade está virada para as eleições legislativas, tentando
assim formar correntes eleitorais transitórias, com fraca organização e fraca disciplina
interna. Tendem a ser ultrapassados, apesar dos esforços para aperfeiçoarem a
organização interna e garantir um número mais elevado de aderentes;
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
6.5. Partidos Políticos de Massas
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
Sua função principal é competir nas eleições para conquistar votos e exercer o poder
governativo, possuindo programas claramente delineados e procuram recrutar e formar
o máximo de militantes.
Os seus elementos essenciais são as secções de base territorial através das quais se
dedicam a educação política e a formação de uma nova elite política.
Falar de sistemas de partidos políticos, é falar da forma como num dado Estado se
definem, inter-relacionam e actuam sobre o poder político, os diversos partidos
existentes. Eles podem ser:
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
Estado. Pode ser:
a) Perfeito: Em que os dois maiores partidos obtêm cerca de 90% dos votos do
eleitorado, ou seja, o bipartidarismo só se torna perfeito quando esta alternação é
constante em todas as eleições.
b) Imperfeito: Em que os dois maiores partidos, não alcançam, somado,
percentagem superior a 75 ou 80%, o que confere a um terceiro pequeno partido
um papel essencial no equilíbrio político global, daí a designação de dois
partidos e meio.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
conseguem eleger deputados. Ex.: Angola.
6.7.1. Sufrágio
É um direito público subjectivo de natureza política que tem o cidadão, de eleger e ser
eleito por um lado e por outro de participação na organização e na actividade do poder
estatal.
Quanto a Extensão:
Quanto a Igualdade:
Igual;
Desigual (Plural, Múltiplo e Familiar).
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
7. SISTEMAS ELEITORAIS
É um conjunto de normas reguladoras dos actos eleitorais que têm por objectivo a
designação ou provimento dos titulares dos órgãos electivos. É uma das maneiras ou
técnicas que existem para o povo eleger os seus candidatos, isto é, conjunto de leis que
são consagradas na constituição e na lei ordinária.
Quando falamos dos órgãos dos sistemas eleitorais, se levantam três questões:
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
No fundo, cada país atende a realidade que os permite diferenciar-se de outros países.
Os factores de determinação das circunscrições eleitorais são:
Diferenciação Sociológica;
Autonomia Regional;
Adaptação Demográfica;
Número de eleitores e eleitos.
Plurinominal: significa que há vários nomes que concorrem às eleições e podem ser
nomes de partidos ou nomes de cidadãos. A lista já é predeterminada. Ou seja, é
possível que num determinado país se apresente para as eleições vários nomes (partidos
ou cidadãos) e esses nomes podem ser por listas, sendo fechadas, serradas (caso de
Angola) e abertas.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
Sistemas Eleitorais: é um modo por intermédio do qual escolhemos de um modo ou de
outro os nossos representantes políticos (artigo 143° da CRA) que é feito de várias
maneiras como:
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
b)), corresponde a 5 lugares para os deputados.
1º: apura-se em separado, o número de votos recebidos por cada lista em cada
círculo eleitoral;
2º: divide-se o número de votos obtido por cada lista por 1, 2, (…), “n”, em que
“n” representa o número de deputados a eleger;
3º: Ordena-se de seguida os quocientes obtidos por ordem decrescente até que o
número de quocientes seja igual ao número de deputados a eleger;
Em Angola, o sistema é usado nas eleições gerais para a distribuição dos 220
assentos na Assembleia Nacional (nos termos dos artigos 143° e 144° da CRA) e
no art.º 24° da LOEG (Lei Orgânica das Eleições Gerais), obedecendo a listas
plurinominais de partidos políticos ou de coligações de partidos.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
8. SISTEMA DE GOVERNO
Podem ser:
Parlamentar;
Presidencial;
Misto = Semi-Presidencial = Presidencialismo Parlamentar.
8.1. Parlamentar
Uma das ideias básicas do parlamentarismo é a existência de uma estreita ligação entre
o Governo e o Parlamento, que se traduz num equilíbrio de poderes e na ideia de
colaboração entre estes dois órgãos. Como elementos caracterizadores
fundamentalmente, temos:
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
8.2. Presidencial
Tem a sua origem há mais de duzentos anos nos Estados Unidos da América.
Os três caracterizadores:
Presidente da República;
Governo;
Parlamento.
Este sistema teve origem na França e ganhou notoriedade com a Constituição francesa
de 1958. Nesse sistema, quer o presidente, quer o primeiro Ministro têm competências
na vida política do Estado, o Presidente da República e do Governo, são os órgãos mais
importantes do Sistema Misto.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
Quando o Presidente exonera o Primeiro Ministro, automaticamente o Governo também
é exonerado e o Presidente nomeia outro Primeiro Ministro e ele por sua vez forma o
seu Governo. O Parlamento pode dissolver o Governo quando se verifica uma anomalia
(aprovação de uma moção de sensura e a rejeição do voto de confiança perante o
Parlamento).
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
CONCLUSÕES
Após o término deste trabalho conseguimos notar que há uma diversidade de
perspectivas acerca dos assuntos constitucionais, por isso é aconselhável, sempre que
estudarmos consultar mais de um livro e de preferência de autores diferentes para maior
enriquecimento e poder ver um mesmo assunto a partir de diferentes ângulos.
As ciências afins do Direito Constitucional diferem das ciências auxiliares pelo simples
facto de partilharem o mesmo objeto de estudo material, neste caso a Constituição, mas
ainda assim as auxiliares também fornecem informações úteis ao Direito Constitucional.
Aprendemos também que através das funções o Estado atinge os seus fins, ou seja, as
funções são vias, caminhos ou mecanismos para a atingir os fins. Os fins do Estado são
a segurança, o bem-estar económico e social e a justiça. Já as funções são as Legislativa,
Executiva e Judicial, ou seja, cada função representa um Órgão de Soberania.
Quando estamos a falar da forma dos actos externos dos órgãos de Soberania, estamos a
nos referir das competências e permissões previstas na Constituição, enquanto estatuto
jurídico político.
Podemos concluir que os partidos políticos são organizações voluntárias, com carácter
permanente e durável, cujo objetivo é lutar pela obtenção e exercício do Poder, através
de meios legítimos e democráticos. O professor Marcelo Rebelo de Sousa identifica
dois fins fundamentais dos partidos políticos: a representação política global da
coletividade e a participação no funcionamento do sistema de governo
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
constitucionalmente instituído, agrupando as funções em políticas e administrativas.
Norberto Bobbio, citando Riggs, conceitua sistema de partidos como sendo: “qualquer
sistema que legitime a escolha de um poder executivo através de votações e que
compreenda eleitores, um ou mais partidos e uma assembleia”. , sendo que deste
sistema a competitividade é apenas uma das características possíveis. São reconhecidos
3 (três) tipos de sistemas de partidos, o sistema de partido único (monopartidarismo); o
bipartidarismo e o multipartidarismo.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Constituição da República de Angola, 2010.
SILVA, Maria Manuela Magalhães & ALVEZ, Dora Resende. Nocões de Direito
Constitucional e Ciência Política, Rei dos Livros-Editora, Porto. 2011.
Elaboarado pelo grupo de estudo "estudando Ius", constituído por: Aires Munhingana,
Danilson de Castro, Daniel Matetele, Honoré Kangala, Joaquim Vicente, Ismael Job, Marinela
Brandão, Telmo Tchitanga, Santos dos Santos, Sandra Fernandes.
Luanda, Julho de 2019.