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Artigo I – Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas
de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.
Artigo II – Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos
nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,
religião, opinião pública, ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza,
nascimento, ou qualquer outra condição.
Artigo IV – Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como
pessoa perante a lei.
Perspetiva histórica
Cidadão: ser titular de um poder público não limitado e participar do modo estável do
poder de decisão coletiva.
Quem pode ser cidadão: número restrito de homens, excluídos os que viviam do próprio
trabalho, as mulheres, os escravos e os estrangeiros.
Modernidade: ideia de direitos do homem
Declaração francesa de 1789: “que os homens nascem e permaneçam livres e iguais nos
seus direitos.
Definição de cidadania
Cidadania e direitos
Direitos civis: liberdade individual, liberdade de palavra, pensamento e fé, liberdade deir
e vir, o direito à propriedade, o direito de contrair contratos válidos e o direito à justiça.
São direitos que se baseiam na existência de uma justiça independente, eficiente, barata e
acessível a todos.
A falta de defensores públicos no país deixa 58 milhões de pessoas sem acesso à justiça
gratuita.
Para suprir essa falta, seriam necessários no mínimo 4,7 mil profissionais adicionais
Fonte: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/08/03/sem-
defensores-publicos-58-milhoes-nao-tem-acesso-a-justica-gratuita.htm
Acesso à educação no Brasil
Fonte: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/09/04/7-
em-cada-10-brasileiros-dependem-do-sus-para-tratamento-diz-ibge.htm
A cidadania no Brasil
Cidadania no Brasil: tortuoso caminho de 1822, ano da independência, até hoje. Durante
o regime monárquico, no século XIX, quase não se podia falar em direitos.
Poder local nas mãos dos coronéis – controlavam o voto e o acesso aos cargos públicos
existentes.
Inúmeros problemas sociais tratados pela repressão policial: Canudos, Revolta da Vacina
e greves operárias na década de 1910 nas cidades do Rio e São Paulo. Jovens marinheiros
pobres punidos com castigos físicos, como na Revolta da Chibata, liderada por João
Cândido, em 1910.
Durante a Primeira República – 1889:1930 – inexistiu qualquer indíciodo que chamamos
de cidadania. República Oligárquica derrubada em 1930, organizada por setores
dissidentes da própria elite.
Durante o período 1930-1945 começou a ser introduzida uma vasta legislação social, que
atingia principalmente os centros urbanos. Em 1932, foi decretada, no comércio e na
indústria, a jornada de oito horas de trabalho.
Em 1933, houve a regulamentação das férias. A Constituição de 1934, estendeu o voto às
mulheres e determinou a criação de um salário-mínimo para satisfazer as necessidades
básicas – só foi implantado em 1940.
Organização da Previdência em 1933, com a criação de institutos por categorias
profissionais – marinheiros, bancários, comércio.
Supressão dos direitos políticos e redução dos direitos civis durante o período
ditatorial.
Os direitos políticos vieram depois.
Ainda hoje muitos direitos civis, a base da sequência de Marshall, continuam
inacessíveis a maioria da população”.
Ditadura civil-militar (1964-1985)
Durante a ditadura, houve prisões arbitrárias, torturas, assassinatos e exílios políticos que
atingiram lideranças políticas, estudantis, intelectuais, artistas.
A partir de 1978, houve a abertura política com a legalização dos novos partidos – duranteo
regime só existiam dois – Arena (partido do governo) e MDB(partidoda oposição). Brasil
– direitos sociais implantados antes dos direitos civis e dos direitos políticos, que
praticamente deixaram de existir durante o período ditatorial – 1937-1945.
A Constituição de 1988
Amplia os direitos políticos;
Torna facultativo o voto aos analfabetos.
Em 1990 havia cerca de 30 milhões de brasileiros de cinco anos ou mais que
eram analfabetos.
A Constituição amplia os direitos políticos, eliminando o último obstáculo à
universalização do voto – torna facultativo o voto aos analfabetos – em 1990 havia cerca
de 30 milhões de brasileiros de cinco anos ou mais que eram analfabetos. Surgimento de
movimentos sociais como o MST – Movimentos dos trabalhadores rurais sem-terra;
Movimentos surgiram com demandas históricas representadas pelo controle da terra no
país pelo latifúndio desde o período colonial.
Ganhos das Constituição de 1988
Apesar de ser um dever constitucional do Estado prestar assistência jurídica gratuita aos
pobres, os defensores públicos são em número insuficiente para atender à demanda. Uma
vez instalado o processo, há o problema da demora. Do ponto de vista da garantia dos
direitos civis, os cidadãos brasileiros podem ser divididos em classes. Há os de primeira
classe, os privilegiados, os ‘doutores’, que estão acima da lei, que sempre conseguem
defender seus interesses pelo poder do dinheiro e do prestígio social.
Os ‘doutores’ são invariavelmente brancos, ricos, bem vestidos, com formação
universitária. São empresários, banqueiros, grandes proprietários rurais e urbanos,
políticos, profissionais liberais, altos funcionários. Frequentemente, mantêm vínculos
importantes nos negócios, no governo, no próprio Judiciário.
Cidadania no Brasil – drama social para milhões de pobres, analfabetos, semi-
analfabetos, desempregados, vítimas da violência particular e oficial.
Referências:
https://amazoniareal.com.br/os-brasileiros-sem-direitos/
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45138048
CARVALHO, José Murilo de. (2001) Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de
Janeiro, Civilização Brasileira.