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ELEITORAL
Lei n. 9.504/1997 – Financiamento de
Campanha
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO ELEITORAL
Lei n. 9.504/1997 – Financiamento de Campanha
Weslei Machado e Marco Carvalhedo
Sumário
Lei n. 9.504/1997: Financiamento de Campanha, Prestação De Contas e Pesquisa
Eleitoral . .....................................................................................................................................3
Financiamento de Campanha Eleitoral ....................................................................................3
1.1. Modelos de Financiamento de Campanha Eleitoral. ........................................................5
1.2. Modelo de Financiamento de Campanha Eleitoral Adotado no Brasil . .........................7
1.3. Formalidades para Arrecadação de Recursos . ............................................................ 21
1.4. Fontes Vedadas . ..............................................................................................................24
2. Gastos Eleitorais .................................................................................................................25
2.1. Teto de Gastos Eleitorais . ................................................................................................29
2.2. Termo Final para Arrecadação e Gastos de Campanha . ............................................. 31
3. Prestação de Contas de Campanha ...................................................................................32
3.1. Legitimidade para Apresentação das Contas . ...............................................................32
3.2. Competência para Julgamento das Contas . .................................................................33
3.3. Prazo para Apresentação das Contas Parciais e finais . ..............................................33
3.4. Formas de Prestação de Contas ....................................................................................34
3.5. Julgamento das Contas . .................................................................................................36
4. Pesquisas Eleitorais . ..........................................................................................................39
5. Enquetes . .............................................................................................................................44
Resumo .....................................................................................................................................46
Questões de Concurso . ...........................................................................................................52
Gabarito . ................................................................................................................................. 66
Gabarito Comentado ................................................................................................................67
Referências ............................................................................................................................. 101
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divisão
de custos
CONCURSOS
CURSOS PARA
Gmail
ApresentAção
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Segundo informações constantes do voto condutor da ADI n. 4.650, em 2002 os candidatos gasta-
ram 798 milhões de reais, ao passo que, em 2012, os valores superaram 4.5 bilhões de reais, com
o aumento de 471% dos gastos.
Esses valores tomaram proporções maiores ainda no pleito de 2014, o mais dispendioso
da história de nosso país.
Nesse contexto emergiram duas grandes preocupações. De um lado, o valor excessivo
das campanhas com a captura econômica dos candidatos pelo setor privado, que era à época
o principal financiador do modelo. Do outro, a necessidade de dar transparência ao modelo,
com vistas a evitar o uso de caixa dois, bem como subsidiar, em tempo hábil, o eleitor na es-
colha do candidato de sua preferência.
Como será visto nessa aula, para solucionar o primeiro problema, foram tomadas, entre
outras medidas, a exclusão das pessoas jurídicas como fonte de financiamento das campa-
nhas, o encurtamento das campanhas eleitorais e a determinação de um teto de gastos. Em
relação à necessidade de transparência do modelo, foram criados procedimentos na presta-
ção de contas como a apresentação de contas parciais e a necessidade de informar à Justiça
Eleitoral, no prazo de 72 horas, quaisquer doações recebidas.
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Assim, nessa introdução, fixe a ideia de que os recentes movimentos legislativos apon-
tam, principalmente, para o barateamento das campanhas eleitorais e a necessidade de dar
maior transparência e atualidade ao gasto nela realizado.
Em seu favor, argumenta-se que ele contribui decisivamente para a redução da corrupção na ges-
tão estatal, porque os candidatos eleitos deixam de estar à mercê da influência de seus financia-
dores privados. Afirma-se que esse modelo promove a igualdade de oportunidades ou chances no
certame eleitoral (...). Contra esse modelo, argumenta-se que ele não extinguirá o tráfico privado
nas campanhas eleitorais, pois o dinheiro privado certamente nelas ingressará por vias tortuosas
(...).
E mais: afirma-se que, em países em que há graves desníveis sociais, altos índices de analfabe-
tismos, parcos investimentos em saúde e educação, em que as rodovias são “caminhos” embura-
cados, em que a segurança pública é ineficiente e insatisfatória, certamente o dispêndio de verbas
do erário para financiar campanhas não é algo que em sã e reta consciência se possa considerar
prioritário.
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Contra esse modelo, argumenta-se que pessoa jurídica não detém nem exerce direitos políticos:
não é cidadã. Por outro lado, em geral, suas doações têm caráter meramente pragmático, cons-
tituindo estratégia para se aproximarem e exercerem influência nos agentes políticos beneficia-
dos (...). De sorte que, uma vez eleito, fica o donatário comprometido com o doador que o apoiou
concreta e significativamente. (...). Há também o cenário em que os financiadores privados são
ligados ao crime organizado, hipótese em que o Estado pode se tornar instrumento de facilitação
de crimes.
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de doações eleitorais por pessoas jurídicas, mas apenas para partidos políticos. No entanto,
esse dispositivo foi vetado pelo Presidente da República, de modo que atualmente não há
qualquer possibilidade de pessoas jurídicas efetuarem doações, seja para partidos políticos,
seja para candidatos.
Essa proibição é tão retumbante que o partido político não poderá sequer transferir para o
candidato ou utilizar, direta ou indiretamente, nas campanhas eleitorais, recursos que tenham
sido doados por pessoas jurídicas, quando ainda eram permitidas.
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O art. 79 da lei das Eleições dispõe que o financiamento de campanha eleitoral com recur-
sos públicos será disciplinado em lei específica.
Embora ainda não exista esse normativo específico, a participação estatal no financia-
mento de campanha eleitoral é prevista em diversos dispositivos legais na legislação eleito-
ral, que orientam a transferência de recursos públicos das seguintes fontes:
• Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos - Fundo Partidário;
• Fundo Especial de Financiamento de Campanha – FEFC; e
• Compensação de tributos para a divulgação da propaganda eleitoral.
O Fundo Partidário é constituído por dotações públicas e privadas, com vistas a custear
exclusivamente as atividades dos partidos políticos.
É constituído das seguintes fontes, conforme cita a lei n. 9.906/1995:
Art. 38. O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) é
constituído por:
I – multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e leis conexas;
II – recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente ou eventual;
III – doações de pessoa física ou jurídica*, efetuadas por intermédio de depósitos bancários dire-
tamente na conta do Fundo Partidário;
IV – dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores
inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por trinta
e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995.
Conforme informado, não existe mais a possibilidade de pessoas jurídicas fazerem doa-
ções de recursos para partidos políticos.
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Os recursos públicos que aportam ao Fundo Partidário têm origem nas multas e penali-
dades aplicadas pelo descumprimento das leis eleitorais, tais como as decorrentes da rea-
lização de propaganda eleitoral irregular, da prática de captação ilícita de sufrágio, da reali-
zação de conduta vedada a agente público, entre outros. Ressalta-se, todavia, que as multas
decorrentes de condenação criminal não se destinam ao Fundo Partidário, mas sim ao Fundo
Penitenciário Nacional (FUNPEN), conforme pacífica jurisprudência do TSE:
Em acréscimo, o Estado também aporta recursos públicos ao Fundo Partidário por meio
de dotações orçamentárias da União, previamente aprovadas pelo Congresso Nacional, cujo
valor é proporcional ao número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao
da proposta orçamentária.
Os recursos privados, por sua vez, aportam ao Fundo Partidário a partir de doações de
pessoas físicas feitas por meio de depósitos bancários.
Uma vez constituído, os recursos do Fundo Partidário são distribuídos mensalmente aos
órgãos nacionais dos partidos políticos, pelo TSE, na forma de duodécimos (1/12), na seguin-
te proporção, conforme preceitua o art. 41-A da Lei n. 9.096/1995:
• 5% distribuídos igualmente aos partidos que atendam aos requisitos constitucionais
de acesso aos recursos do mencionado Fundo, estabelecidos pela EC 97/2017. Se-
gundo essa emenda, têm direito aos valores as legendas que, na legislatura seguinte
ao pleito de 2018, obtiveram no mínimo 1,5% dos votos válidos nas eleições para a
Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
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Federação, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada uma delas. Ou as que
elegeram pelo menos nove deputados federais distribuídos em pelo menos um terço
das 27 unidades da Federação.
• 95% distribuídos na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara
do Deputados.
Os recursos do Fundo Partidário não podem ser utilizados pelos partidos para custear
qualquer despesa. Sua utilização é expressamente vinculada às atividades do partido e con-
dicionada a ocorrência de uma das hipóteses previstas no art. 44 da lei n. 9.096/1995, entre
as quais está expressamente previsto o uso dos recursos em campanhas eleitorais, verbis:
Os recursos desse fundo, inclusive recebidos em exercícios anteriores, podem ser utili-
zados pelos partidos para custear campanhas eleitorais, mas somente dos seus candidatos,
lançados sozinhos ou em coligação. Assim, embora haja a possibilidade de serem destinados
às campanhas eleitorais recursos provenientes de doações de outros partidos políticos e de
outros candidatos, isso não é possível se tais valores forem originários do Fundo Partidário.
Os arts. 44, III, da Lei 9.096/95, e 21, caput, da Res.–TSE 23.553 facultam ao partido polí-
tico a utilização de recursos oriundos do Fundo Partidário em campanhas eleitorais, sem es-
pecificar, de modo expresso, se tal destinação estaria limitada ao apoio aos candidatos pró-
prios da legenda ou se abrangeria candidaturas promovidas por outras agremiações. Todavia,
o art. 17 da citada resolução prevê a possibilidade de serem destinados às campanhas elei-
torais recursos provenientes de doações de outros partidos políticos e de outros candidatos
(inc. III), assim como valores próprios das agremiações partidárias, inclusive os provenientes
do citado fundo (inc. V, a). Conforme lição que se extrai do voto proferido pelo Ministro Fer-
nando Neves na Cta n. 773 (Res.–TSE 21.098, DJ de 2.7.2002), “os partidos políticos recebem
recursos provenientes do Fundo Partidário e estes devem ter a destinação estipulada por lei
que é a de divulgar as diretrizes e plataformas do partido político e de seus próprios candi-
datos. Não há como registrar, nas prestações de contas, gastos realizados em benefício de
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candidato ou partido adversário”. (REspe n. 0601193-81/AP, rel. Min. Sérgio Silveira Banhos,
DJe de 12.12.2019).
Outra importante previsão legal é a de que os partidos políticos, em cada esfera, devem
destinar ao financiamento de campanhas de suas candidatas no mínimo 30% dos gastos to-
tais contratados nas campanhas eleitorais com recursos do Fundo Partidário.
Assim, se forem gastos R$ 100.000,00 do Fundo Partidário em campanha eleitoral, R$
30.000,00, no mínimo, devem ser relacionadas às candidaturas femininas, conforme preceitua
o art. 19, § 3º, da Res.-TSE n. 23.607/2019. Entretanto, se o número de candidaturas do sexo
feminino se der em percentual superior ao mínimo de candidatos de cada sexo (ou seja, maior
que 30%), conforme prescrição contida no art. 10, §3º, da lei n. 9.504/1997, deve o percentual
de recursos destinados às campanhas femininas corresponder ao percentual de candidatu-
ras de mulheres.
Por fim, a título informativo, dos 35 partidos existentes em 2019, 21 deles preencheram as
condições estabelecidas pela EC 97 e tiveram acesso aos recursos do Fundo em 2019, cujo
valor global foi de mais de 900 milhões de reais.
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a cada eleição, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, ou por outro que o
substituir, consoante dispõe o art. 3º da lei n. 13.487/2017.
Inclusive, o Tribunal Superior Eleitoral foi explícito ao assentar que, “com a edição da lei
13.487/2017, foi extinta a propaganda partidária a partir de 1/1/2018, ficando os respecti-
vos recursos destinados à composição do Fundo Especial de Financiamento de Campanha
(FEFC)”. (PP n. 0600014-33.2017, rel. Min. Luiz Fux, DJe de 20.3.2018).
A segunda fonte corresponde ao valor de 30% das emendas de bancada estadual de exe-
cução obrigatória.
Constituído o fundo, esses recursos, que para as eleições de 2020 são da ordem de 2,034
bilhões, devem ser distribuídos, em parcela única, aos diretórios nacionais dos partidos polí-
ticos, observados os seguintes critérios (Lei n. 9.504/1997, art. 16-D):
I – 2% (dois por cento), divididos igualitariamente entre todos os partidos com estatutos registra-
dos no TSE;
II – 35% (trinta e cinco por cento), divididos entre os partidos que tenham pelo menos um represen-
tante na Câmara dos Deputados, na proporção do percentual de votos por eles obtidos na última
eleição geral para a Câmara dos Deputados;
III – 48% (quarenta e oito por cento), divididos entre os partidos, na proporção do número de repre-
sentantes na Câmara dos Deputados, consideradas as legendas dos titulares; e
IV – 15% (quinze por cento), divididos entre os partidos, na proporção do número de representantes
no Senado Federal, consideradas as legendas dos titulares.
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Nessa linha, não podem ser custeadas despesas de candidaturas masculinas com recur-
sos destinados às femininas, sendo, contudo, permitido o pagamento de despesas comuns
com candidatos do gênero masculino; a transferência ao órgão partidário de verbas destina-
das ao custeio da sua cota-parte em despesas coletivas; outros usos regulares dos recursos
provenientes da cota de gênero; desde que, em todos os casos, haja benefício para campa-
nhas femininas.
Inexistindo candidatura própria ou em coligação na circunscrição, é vedado o repasse dos
recursos do FEFC para outros partidos políticos ou candidaturas desses mesmos partidos.
Ou seja, se em uma eleição federal o partido X não lançar candidato, sozinho ou coligado,
o valor correspondente à sua cota do FEFC não pode ser redistribuído para os demais.
Por esse motivo, a exemplo do que ocorre com os recursos do Fundo Partidário, também é
vedado o repasse de recursos do FEFC, dentro ou fora da circunscrição, por partidos políticos
ou candidatos a outros:
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Os recursos provenientes do FECF que não forem utilizados nas campanhas eleitorais de-
verão ser devolvidos ao Tesouro Nacional, integralmente, por meio de Guia de Recolhimento
da União (GRU), no momento da apresentação da respectiva prestação de contas, consoante
estabelece o art. 11 da Res.-TSE n. 23.568/2018.
O emprego ilícito de recursos do FEFC, inclusive na hipótese de desvio de finalidade, sujei-
tará os responsáveis e beneficiários às sanções do art. 30-A da lei n. 9.504/1997 – cassação
do diploma -, sem prejuízo das demais cominações legais cabíveis, tais como o recolhimento
ao Tesouro do valor aplicado irregularmente.
Art. 17, § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à
televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 97, de 2017)
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I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos
válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois
por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional n. 97, de 2017)
II – tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço
das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 97, de 2017)
Na verdade, esses requisitos estão sendo progressivamente exigidos dos partidos, na li-
nha proposta pelo art. 3º, parágrafo único, da EC n. 97, a saber:
Assim, aqueles partidos que não obtiveram os requisitos mínimos nas eleições de 2018,
não poderão participar da propaganda eleitoral gratuita nas eleições de 2020 e assim suces-
sivamente.
Muito embora se fale em propaganda eleitoral “gratuita”, na verdade, isso é uma mentira.
O valor correspondente ao tempo da propaganda eleitoral na carga horária das empresas de
rádio e TV são pagos por toda a sociedade, na medida em que essas empresas deixam de
recolher aos cofres públicos valor correspondente à cessão realizada.
Por essa sistemática, há uma transferência imediata e forçosa de recursos de cada con-
tribuinte para financiar a propaganda eleitoral dos candidatos. Tudo, segundo aqueles que
defendem esse mecanismo, para melhor informar o eleitor sobre as propostas de cada can-
didato.
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Por fim, lembro que não há mais a chamada propaganda partidária no rádio e na televisão,
que era, por essa mesma sistemática, financiada por toda a sociedade. Apesar disso, como já
mencionamos há pouco, ela continua sendo financiada pelo cidadão, pois as compensações
fiscais foram abandonadas em troca da constituição do FEFC.
Como o nosso sistema de financiamento é misto, além dos recursos públicos que acaba-
mos de estudar, existem também aportes de recursos privados.
As doações de pessoas físicas podem ser em dinheiro ou em bens e/ou serviços esti-
máveis em dinheiro. Não é aceito doações em moedas virtuais, tais como bitcoin, ethereum,
litecoin, entre outras, consoante dispõe o art. 21, § 6º, da Res.-TSE n. 23.607/2019.
Como informa Olivar Coneglian (2018, p. 166):
Em suma, pode-se doar qualquer coisa que tenha valor: dólar, iên, real, quadro de artista, uso de
uma linha telefônica por três meses, aluguel do prédio do comitê, pagamento de tantos dias de
refeição para o pessoal de apoio, pagamento do salário de três serventes, tantos litros de água mi-
neral, tantos litros de combustível, uma bicicleta, aparelho de som do carro de som, o empréstimo
do carro de som, cinco mil santinhos, três passagens de avião etc.
Os bens e/ou serviços estimáveis em dinheiro doados por pessoas físicas devem cons-
tituir produto de seu próprio serviço, de suas atividades econômicas e, no caso dos bens,
devem integrar seu patrimônio. Nessa linha, confira:
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Por rendimento bruto deve-se compreender todas as rendas ou ganhos auferidos pelo doador,
tributáveis ou não tributáveis (como os rendimentos isentos – ex: caderneta de poupança); porém
nesse conceito não se incluem empréstimos.
Caso seja ultrapassado esse limite, o doador fica sujeito a uma representação por doação
acima do limite legal cuja sanção é o pagamento de multa de 100% da quantia em excesso,
nos termos do art. 23, §3º, da lei das Eleições.
No cômputo desse limite de 10% não se aplica:
• as doações estimáveis em dinheiro relativas à utilização de bens móveis ou imóveis de
propriedade do doador ou à prestação de serviços próprios, desde que o valor estimado
não ultrapasse R$ 40.000,00, nos termos do art. 23, § 7º, da lei das Eleições. Assim, se
uma pessoa física ceder uma casa de sua propriedade, no valor de R$ 30.000,00, para
um candidato utilizá-la como seu comitê de campanha, esse valor não será computado
para fins de cálculo do limite de doação de 10%;
• as doações de pessoas físicas, candidatos ou partidos para custear honorários pela
prestação de serviços advocatícios e de contabilidade, nos termos do art. 23, § 10, da
lei das Eleições.
Existe, ainda, a possibilidade de pessoas físicas realizarem doações eleitorais por meio do
financiamento coletivo, conhecido também como crowdfunding ou vaquinha eletrônica. Essa
inovação, trazida pela lei n. 13.488/2017, permite que instituições promovam técnicas e ser-
viços de financiamento coletivo por meio de sítios na internet, aplicativos eletrônicos e outros
recursos similares. A ideia associada a essa modalidade de financiamento é reunir inúmeras
pessoas para contribuir com as campanhas eleitorais de sua escolha por meio de doações
realizadas no site de uma plataforma de arrecadação.
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Uma das grandes novidades trazidas por essa forma de doação eleitoral é que ela pode
ser realizada muito antes do início do período eleitoral, mais precisamente a partir do dia 15
de maio do ano das eleições, consoante admite o art. 22-A, § 3º, da lei das Eleições.
Mas a liberação de recursos por parte das entidades arrecadadoras fica condicionada à
formalização do pedido de registro da candidatura, e a realização de despesas de campanha
deverá observar o calendário eleitoral. Se não for solicitado o registro da candidatura, as en-
tidades arrecadadoras deverão devolver os valores arrecadados aos doadores na forma das
condições estabelecidas entre a entidade arrecadadora e o pré-candidato.
As doações financeiras em prol das campanhas eleitorais devem ser realizadas observan-
do a redação do art. 23, § 4º, da lei das Eleições, a saber:
• abaixo de R$ 1.064,00, o depósito bancário poderá ser em espécie, desde que identifi-
cado o CPF do doador;
• para valor igual ou superior a R$ 1.064,00, a doação deve ser realizada por transferência
eletrônica ou cheque cruzado e nominal, a fim de ficar explícito a fonte doadora.
• mecanismo disponível em sítio do candidato, partido ou coligação na internet, permitido
inclusive o uso de cartão de crédito, desde que seja identificado o doador e emitido o cor-
respondente recibo eleitoral. Vale notar que as instituições financeiras e de pagamento
não poderão recusar a utilização de cartões de débito e de crédito como meio de doações
eleitorais de pessoas físicas, conforme redação dada ao art. 23, § 9º, da lei das Eleições.
Essa regra limitativa de depósitos em espécie em valor superior a R$ 1.064,00 deve ser
observada, inclusive, na hipótese de doações sucessivas realizadas por um mesmo doador
em um mesmo dia. Assim, é vedado a um mesmo doador, no mesmo dia, fazer, após dois
depósitos bancários de R$ 500,00 em dinheiro, um terceiro neste mesmo valor, pois o valor
diário para depósito bancário terá sido ultrapassado.
Destaco que, com a finalidade de apoiar candidato de sua preferência, qualquer eleitor
pode realizar pessoalmente gastos totais até o valor de R$ 1.064,10 (hum mil e sessenta e
quatro reais e dez centavos), não sujeitos à contabilização, desde que não reembolsados, nos
termos do art. 27 da Lei das Eleições.
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Nesse caso, não se trata de doação em dinheiro ao candidato para que este realize despe-
sas, pois, ainda que o valor esteja dentro desse limite, ele não deverá ser contabilizado como
doação, mas sim no pagamento direto de despesas do candidato pelo cidadão, tais como,
o salário da recepcionista do comitê do candidato, o valor devido a um cabo eleitoral pelo ser-
viço de distribuição de santinho, o combustível para realização de uma carreata, entre outras.
Além disso, esse valor não poderá ser reembolsado por fonte alguma e não será contabi-
lizado na prestação de contas do candidato, nem na declaração de renda do cidadão.
Cumpre informar, por fim, que não se sujeita a esse limite de 10% o pagamento direto do
cidadão de honorários decorrentes da prestação de serviços advocatícios e de contabilida-
de, relacionados às campanhas eleitorais e em favor destas, os quais não são considerados
gastos eleitorais, de modo que o cidadão poderá desembolsar para esses gastos valores sig-
nificativos.
De acordo com o art. 23, § 2-A, da Lei das Eleições, introduzido pela recentíssima Lei
13.878/2019, o candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de 10%
dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer. (
Desse modo, os candidatos mais ricos não poderão financiar, exclusivamente, com recur-
sos próprios suas campanhas eleitorais, como ocorreu nas eleições de 2018. Naquela opor-
tunidade, o único limite para o uso de recursos próprios era o próprio teto de gastos de cam-
panha. Confira um exemplo didático:
Exemplo: imagine, por hipótese, que fulano é candidato ao cargo de prefeito no pleito de 2020.
Nos termos da sistemática adotada no art. 18-C da Lei das Eleições (que estudaremos adian-
te), o teto de gastos para o cargo em disputa é de R$ 100.000,00. Nesse caso, fulano somente
poderá injetar recursos próprios na sua campanha no valor máximo de R$ 10.000,00. O res-
tante, R$ 90.000,00 somente poderá advir de outras fontes, como doações recebidas de ter-
ceiros, de partidos, de outros candidatos, entre outras fontes.
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É preciso que fique claro que a utilização de recursos próprios se constitui, na prática, em
uma doação do candidato para si mesmo, realizada na conta bancária específica de sua cam-
panha, pela qual transitam obrigatoriamente todos os valores financeiros arrecadados. Nessa
acepção, essas transferências também se sujeitam as regras estabelecidas no art. 23, § 4º da
Lei das Eleições, ou seja, doações acima de R$ 1.064,00 devem ser realizadas via transferên-
cia bancária ou cheque nominal cruzado, a fim de possibilitar a identificação da origem dos
recursos doados.
Os bens próprios do candidato somente podem ser utilizados na campanha eleitoral quan-
do demonstrado que já integravam seu patrimônio em período anterior ao pedido de registro
da respectiva candidatura.
Os partidos e candidatos podem aportar na campanha eleitoral, a título de recursos pró-
prios, valores obtidos mediante empréstimo junto a instituições bancárias autorizadas a fun-
cionar pelo Banco Central do Brasil.
No caso de candidatos, o art. 16 da Res.-TSE n. 23.607/2019, que cuida da prestação de
contas de campanha eleitoral, exige que:
• o empréstimo seja realizado mediante caução por bem integrante do seu patrimônio no
momento do registro de candidatura;
• sua integral quitação em relação aos recursos aplicados em campanha.
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Contudo, cumpre informar, é vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qual-
quer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive
através de publicidade de qualquer espécie, procedente de pessoas físicas que exerçam fun-
ção ou cargo público de livre nomeação e exoneração, ou cargo ou emprego público tempo-
rário, ressalvados os filiados ao partido político, nos termos do art. 31, V, da Lei n. 9.096/95.
Art. 30. Para a comercialização de bens e/ou serviços e/ou a promoção de eventos que se desti-
nem a arrecadar recursos para campanha eleitoral, o partido político ou o candidato deve:
I – comunicar sua realização, formalmente e com antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis,
à Justiça Eleitoral, que poderá determinar sua fiscalização;
II – manter à disposição da Justiça Eleitoral a documentação necessária à comprovação de sua
realização e de seus custos, despesas e receita obtida.
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Na linha da jurisprudência deste Tribunal, ainda que desista da candidatura e não realize
campanha, o candidato deve demonstrar a abertura de conta bancária específica para a
movimentação financeira e seus extratos bancários, a fim de garantir o efetivo controle
da Justiça Eleitoral (AgR-REspe n. 3110-61/GO, rel. Min. HENRIQUE NEVES DA SILVA,
DJe de 18.4.2016).
(REspe n. 2141-55/PR, rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJe de 23.6.2016)
Nos termos do art. 22, § 2º, da Lei das Eleições, os candidatos a vice e os concorrentes
ao cargo de Prefeito e Vereador em municípios onde não haja agência bancária ou posto de
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atendimento bancário estão dispensados dessa obrigação. Embora não haja previsão legal,
a jurisprudência do TSE, espelhada no art. 8º, § 4, II, da Res.-TSE n. 23.607/2019, excepciona
também o candidato que renunciou ao registro, desistiu da candidatura, teve o registro inde-
ferido ou foi substituído antes do fim do prazo de 10 (dez) dias a contar da emissão do CNPJ
de campanha, desde que não haja indícios de arrecadação de recursos e realização de gastos
eleitorais.
Realizado todos esses procedimentos, o candidato está apto a receber doações financei-
ras, cuja comprovação junto à Justiça Eleitoral se dá com o registro da transação no extrato
bancário da conta específica de campanha, consoante estabelece o art. 23, § 4º-A, da Lei das
Eleições.
Quanto ao recebimento de doações de recursos estimáveis em dinheiro ou via internet,
exige-se ainda do candidato que ele obtenha na página da Justiça Eleitoral, Sistema de Pres-
tação de Contas Eleitorais, os recibos eleitorais, os quais serão emitidos a cada doação rece-
bida. Nesses recibos, constará a observação de que a doação acima do limite legal de 10% do
faturamento bruto poderá gerar a aplicação de multa de até 100% do valor em excesso.
Porém, é facultada a emissão de recibo eleitoral, pois não é exigível a comprovação do
gasto, sendo exigível apenas o registro na prestação de contas, nos seguintes casos:
Na hipótese de arrecadação de campanha realizada pelo vice ou pelo suplente, devem ser
utilizados os recibos eleitorais do titular.
Na conta bancária específica, transitará toda a movimentação financeira da campanha,
inclusive as doações realizadas pelo candidato em prol de sua campanha, os chamados re-
cursos próprios.
Caso o candidato não cumpra essa determinação legal e faça a movimentação financeira
da campanha sem o registro bancário na conta específica, sua prestação de contas será
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desaprovada pela Justiça Eleitoral, conforme exige o art. 22, § 3º, da Lei das Eleições. Subli-
nho que a Súmula 6 do TSE, que continha afirmação em contrário, foi revogada em 2002.
Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em dinheiro ou
estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I – entidade ou governo estrangeiro;
II – órgão da administração pública direta e indireta ou fundação mantida com recursos provenien-
tes do Poder Público;
III – concessionário ou permissionário de serviço público;
IV – entidade de direito privado que receba, na condição de beneficiária, contribuição compulsória
em virtude de disposição legal;
V – entidade de utilidade pública;
VI – entidade de classe ou sindical;
VII – pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba recursos do exterior.
VIII – entidades beneficentes e religiosas;
IX – entidades esportivas que recebam recursos públicos;
IX – entidades esportivas;
X – organizações não governamentais (sic) que recebam recursos públicos;
XI – organizações da sociedade civil de interesse público.
Note que elenco do art. 24 da Lei das Eleições se tornou repetitivo. O detalhamento da
forma como consta na norma é desnecessário, pois, sendo pessoa jurídica, seja qual for sua
natureza, esta não poderá doar para as campanhas eleitorais.
Nos termos do art. 31 da Res.-TSE n. 23.607/2019, são ainda fontes vedadas os recursos
provenientes de:
• origem estrangeira (pessoa física ou jurídica), sendo que neste caso, a ilicitude não de-
pende da nacionalidade do doador, mas da procedência dos recursos doados.
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O recurso recebido por candidato ou partido oriundo de fontes vedadas deve ser imedia-
tamente devolvido ao doador, sendo vedada sua utilização ou aplicação financeira.
Na impossibilidade de devolução dos recursos ao doador pelo desconhecimento da ori-
gem, o prestador de contas deve providenciar imediatamente a transferência dos recursos
recebidos ao Tesouro Nacional, por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU).
A transferência de recurso recebido de fonte vedada para outro órgão partidário ou can-
didato não isenta o donatário da obrigação de devolver ao doador ou recolher ao Tesouro
Nacional a quantia irregular.
O beneficiário de transferência cuja origem seja considerada fonte vedada pela Justiça
Eleitoral responde solidariamente pela irregularidade, e as consequências serão aferidas por
ocasião do julgamento das respectivas contas.
2. GAstos eleitorAis
O art. 26 da Lei das Eleições apresenta um rol exemplificativo daquilo que pode ser con-
siderado gasto eleitoral e, portanto, ser custeado com recursos arrecadados na campanha,
a saber:
Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados nesta Lei: (Re-
dação dada pela Lei n. 11.300, de 2006)
I – confecção de material impresso de qualquer natureza e tamanho, observado o disposto no
§ 3º do art. 38 desta Lei; (Redação dada pela Lei n. 12.891, de 2013)
II – propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer meio de divulgação, destinada a
conquistar votos;
III – aluguel de locais para a promoção de atos de campanha eleitoral;
IV – despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das candi-
daturas, observadas as exceções previstas no § 3º deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 13.488,
de 2017)
V – correspondência e despesas postais;
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No que se refere aos incisos revogados do art. 26 da Lei das Eleições, cumpre informar o
seguinte:
• o inciso XI admitia o pagamento de cachê de artistas ou animadores de eventos re-
lacionados a campanha eleitoral. Esses pagamentos eram realizados pelos serviços
prestados nos chamados showmícios eleitorais, proibidos pelo art. 39, § 7º, da Lei das
Eleições;
• o inciso XII previa a confecção, aquisição e distribuição de camisetas, chaveiros e ou-
tros brindes de campanha. Todavia, essa prática foi expressamente vedada pela Lei
n. 11.300/2006, que introduziu o § 6º, no art. 39 da Lei das Eleições;
• o inciso XIV afirmava a possibilidade de aluguel de bens particulares para veiculação,
por qualquer meio, de propaganda eleitoral. Todavia, não se pode mais pagar pelo es-
paço, em bens particulares, cedidos para a realização de propaganda eleitoral, conso-
ante informa o art. 37, § 8º, da Lei das Eleições.
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• o inciso I faz alusão ao art. 38, § 3º, que consigna que os adesivos poderão ter a dimen-
são máxima de 50 X 40 centímetros;
• o inciso IV excepciona os gastos do § 3º, de modo que nem toda despesa de transporte
ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço da candidatura é considerado
gasto eleitoral, como veremos logo a seguir;
• o inciso VII admite como gasto eleitoral, entre outros gastos, o pagamento dos serviços
de cabos eleitorais. Neste caso, o art. 100-A da Lei das Eleições é expresso em afirmar
que inexiste vínculo empregatício entre as pessoas contratadas para prestação de ser-
viços nas campanhas eleitorais e o candidato ou o partido contratante.
• os gastos de impulsionamento a que se refere o inciso XV são aqueles efetivamente
prestados, devendo eventuais créditos contratados e não utilizados até o final da cam-
panha serem transferidos como sobras de campanha: (i) ao Tesouro Nacional se uti-
lizados recursos do FEFC; (ii) ao partido político, via conta Fundo Partidário ou Outros
Recursos, a depender da origem dos recursos;
• apesar do inciso XVI incluir nos gastos eleitorais multas aplicadas a partidos e candi-
datos por infração à legislação eleitoral, José Jairo Gomes (2017, p. 442) nos lembra
“que não se admite o uso de recursos do Fundo Partidário para sua quitação”. Acres-
centamos que também os recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha
– FEFC não podem ser utilizados para essa finalidade
O § 1º, do art. 26, da Lei das Eleições estabelece ainda parâmetros a serem observados no
custeio de gastos eleitorais, quais sejam:
Art. 26, § 1º São estabelecidos os seguintes limites com relação ao total do gasto da campa-
nha:(Redação dada pela Lei n. 13.488, de 2017)
I – alimentação do pessoal que presta serviços às candidaturas ou aos comitês eleitorais: 10%
(dez por cento); (Incluído pela Lei n. 12.891, de 2013)
II – aluguel de veículos automotores: 20% (vinte por cento). (Incluído pela Lei n. 12.891, de 2013)
Entre as despesas consideradas gastos eleitorais e não listadas expressamente no art. 26,
destaca-se as realizadas com consultoria, assessoria e pagamento de honorários realizadas
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Art. 26, § 3º Não são consideradas gastos eleitorais nem se sujeitam a prestação de contas as
seguintes despesas de natureza pessoal do candidato:
a) combustível e manutenção de veículo automotor usado pelo candidato na campanha;
b) remuneração, alimentação e hospedagem do condutor do veículo a que se refere à alínea “a”
deste parágrafo;
c) alimentação e hospedagem própria;
d) uso de linhas telefônicas registradas em seu nome como pessoa física, até o limite de três linhas.
Também não são considerados gastos eleitorais as multas aplicadas por propaganda
antecipada, as quais deverão ser arcadas pelos responsáveis, ainda que aplicadas a quem
venha a se tornar candidato, conforme determina o art. 37, parágrafo único da Res.-TSE
n. 23.607/2019.
Em regra, os recursos arrecadados durante a campanha devem ser gastos no período
eleitoral.
Esses gastos se efetivam na data da sua contratação, independentemente da realização
do seu pagamento, e devem ser registrados na prestação de contas no ato da sua contrata-
ção.
A realização de gastos eleitorais somente pode ocorrer a partir da data da convenção par-
tidária e desde que o candidato ou partido já tenha procedido, cumulativamente, ao pedido de
registro de candidatura e à abertura de conta bancária específica de campanha.
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Até as eleições de 2014, o teto de gastos era regulado pelo o art. 17-A da Lei das Eleições,
hoje já revogado. Segundo esse dispositivo legal derrogado,
A cada eleição caberia à lei, observadas as peculiaridades locais, fixar até o dia 10 de junho de cada
ano eleitoral o limite dos gastos de campanha para os cargos em disputa; não sendo editada lei até
a data estabelecida, caberá a cada partido político fixar o limite de gastos, comunicando à Justiça
Eleitoral, que dará a essas informações ampla publicidade.
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Segundo esse normativo, o Tribunal Superior Eleitoral seria o responsável pela fixação dos
valores máximos, observados os parâmetros estabelecidos em lei específica, que, no caso,
foram veiculados, em artigos autônomos, na própria Lei n. 13.165/2015.
Para as eleições de 2018, essa sistemática foi novamente alterada. Nos termos da nova
redação dada pela Lei n. 13.488/2017 ao art. 18 da Lei das Eleições, a definição dos limites de
gastos passou a ser de competência do Poder Legislativo, cabendo ao TSE apenas divulgá-
-los. Na própria Lei n. 13.488/2017, art. 5º ao 7º, esses limites máximos foram estabelecidos,
mas ficou expresso que tais valores somente valeriam para o pleito de 2018, estando esses
artigos já revogados pela Lei n. 13.488/2017.
Considerando a proximidade das eleições municipais e a necessidade de fixação de um
teto de gastos para o pleito, o legislador editou a Lei n. 13.878/2019, que introduziu o art. 18-C
na Lei das Eleições, cuja redação é a seguinte:
Art. 18-C. O limite de gastos nas campanhas dos candidatos às eleições para prefeito e vereador,
na respectiva circunscrição, será equivalente ao limite para os respectivos cargos nas eleições de
2016, atualizado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aferido pela Funda-
ção Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou por índice que o substituir.
Parágrafo único. Nas campanhas para segundo turno das eleições para prefeito, onde houver,
o limite de gastos de cada candidato será de 40% (quarenta por cento) do limite previsto no
caput deste artigo.
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Excetua-se para fins de apuração desse limite - embora sejam considerados gastos elei-
torais - as despesas com consultoria, assessoria e pagamento de honorários realizadas em
decorrência da prestação de serviços advocatícios e de contabilidade no curso das campa-
nhas eleitorais.
Consoante estabelece o art. 31 da Lei das Eleições, caso as doações de pessoas físicas
a candidatos, somadas aos recursos públicos, excedam o limite de gastos permitido para a
respectiva campanha – as chamadas sobras de campanha -, o candidato deve abster-se de
apropriar-se do excedente, conforme já mencionamos. Ao revés, deve, após o trânsito em
julgado da decisão sobre a prestação de contas, transferir o valor excedente para o órgão
diretivo do partido na circunscrição.
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• cronograma de pagamento e quitação que não ultrapasse o prazo fixado para a presta-
ção de contas da eleição subsequente para o mesmo cargo;
• indicação da fonte dos recursos que serão utilizados para a quitação do débito
assumido.
A assunção de dívida é do tipo cumulativa. Nesta, diferentemente do que ocorre na assunção libe-
ratória ou privativa, não fica o devedor-cedente liberado da obrigação para com o credor-cedido,
apenas incrementa-se o polo passivo da obrigação, que é reforçado com o ingresso do partido.
Nessa seara, impõe-se a transparência absoluta, pois em jogo encontra-se o legítimo exercício
de mandatos e consequentemente do poder estatal. Sem isso, não é possível o exercício pleno da
cidadania, já que se subtrairiam do cidadão informações essenciais para a formação de sua cons-
ciência político-moral, relevantes sobretudo para que ele aprecie a estatura ético-moral de seus
representantes e até mesmo para exercer o sacrossanto direito do sufrágio.
Nesse sentido, o art. 103 da Res.-TSE n. 23.607/2019 dispõe que os processos de pres-
tação de contas são públicos e podem ser consultados por qualquer interessado. Tudo com
a finalidade de reforçar a ideia de transparência que dever permear as prestações de contas
de campanha
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Antes da Lei n. 13.165/2015, além de candidatos e partidos, existia a figura do Comitê Fi-
nanceiro de Campanha, órgão que existia temporariamente para concentrar a arrecadação e
gastos de recursos das campanhas eleitorais e que, por esta razão, era obrigado a apresentar
contas à Justiça Eleitoral.
Atualmente, essa figura jurídica não mais subsiste, de modo que devem prestar contas,
pelo Sistema de Prestação de Contas Eleitoral – SPCE – apenas os candidatos e os órgãos
partidários nacionais, estaduais, distritais e municipais, ainda que constituídos sob forma
provisória.
As coligações partidárias, embora representem, durante o período eleitoral, os partidos
que a compõe, não prestam contas à Justiça Eleitoral, cabendo essa atribuição às agremia-
ções individualmente.
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Ao final, os candidatos e os partidos políticos têm até 30 dias, contados da realização das
eleições, para apresentarem contas à Justiça Eleitoral.
Na hipótese de o candidato ou partido participar do 2º turno, o prazo é de 20 dias conta-
dos deste. Neste caso, não precisa haver a apresentação exclusiva das contas relativas ao
primeiro turno. O prestador pode apresentar, ao final, as contas referentes aos dois turnos.
O art. 30, § 1º, da Lei das Eleições impõe à Justiça Eleitoral que julgue e publique a decisão
sobre as contas dos eleitos em sessão plenária até três dias antes da diplomação.
Na hipótese de não apresentação das contas pelo partido ou candidato, este fica impedi-
do de ser diplomado, ou seja, não poderá exercer o mandato para o qual foi eleito, nos termos
do art. 29, § 2º, da Lei das Eleições.
Destaco que, ainda que as contas sejam desaprovadas, a simples apresentação é sufi-
ciente para garantir a expedição do diploma ao candidato eleito.
A prestação de contas comum é a regra a ser observada por partidos e candidatos e obe-
dece aos seguintes passos:
• apresentação das contas;
• publicação das contas para eventual impugnação no prazo de 3 dias.
• apresentada impugnação, deve-se dado vista ao impugnado para apresentar defesa
em idêntico prazo.
• com ou sem manifestação do prestador, o órgão técnico apresentará seu parecer.
• havendo indícios de irregularidade, o órgão técnico deverá requerer ao julgador a inti-
mação do prestador para sanar as irregularidades no prazo de 3 dias.
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• com ou sem manifestação do prestador, o órgão técnico apresentará o parecer final das
contas.
• Se verificada a existência de falha, impropriedade ou irregularidade em relação à qual
não se tenha dado ao prestador de contas prévia oportunidade de manifestação ou
complementação, o órgão técnico deve notificá-lo, para se manifestar no prazo de
3 dias.
• Apresentada ou não manifestação do prestador, o MP deve intimado para apresentar
parecer no prazo de 2 dias.
• Julgamento;
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Tanto isso é verdade que esse sistema caracteriza-se pela análise informatizada e sim-
plificada da prestação de contas, exigindo-se uma quantidade bem menor de documentos do
que a prestação de contas comum, quais sejam:
• identificação das doações recebidas, com os nomes, o CPF ou CNPJ dos doadores e os
respectivos valores recebidos;
• identificação das despesas realizadas, com os nomes e o CPF ou CNPJ dos fornecedo-
res de material e dos prestadores dos serviços realizados;
• registro das eventuais sobras ou dívidas de campanha.
O procedimento de análise das contas no modelo simplificado obedece aos mesmos pas-
sos da prestação de contas comum.
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• aprovar as contas com ressalvas, quando verificadas falhas que não lhes com-
prometam a regularidade;
• desaprovar as contas, quando verificadas falhas que lhes comprometam a regu-
laridade;
• julgar as contas não prestadas, quando (i) não apresentadas as contas após a
notificação emitida pela Justiça Eleitoral, na qual constará a obrigação expressa
de prestar as suas contas, no prazo de setenta e duas horas ou (ii) apresentadas
com nenhuma ou parca documentação sobre a qual seja impossível fazer qual-
quer análise contábil.
Opta-se por essa solução sempre que as contas prestadas pelos candidatos e partidos não esti-
verem inteiramente regulares, mas também não ostentarem falhas muito graves; ou seja: quando
os erros materiais detectados forem de pequena monta ou insignificantes, ou, ainda, que não com-
prometam sua análise.
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Súmula 42 do TSE - A decisão que julga não prestadas as contas de campanha impede
o candidato de obter a certidão de quitação eleitoral durante o curso do mandato ao qual
concorreu, persistindo esses efeitos, após esse período, até a efetiva apresentação das
contas.
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Vale notar, ainda, que essa apresentação somente será considerada para fins de regularização do
cadastro eleitoral ao final do mandato a que o candidato concorreu, conforme disciplinado pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por essa interpretação, que é pacífica na jurisprudência do TSE,
ainda que referido candidato apresente suas contas de campanha referentes à eleição de 2012 em
meados de 2015, isso não será, em razão da manifesta intempestividade do ato, suficiente para lhe
garantir o acesso à certidão, com vistas a viabilizar uma eventual candidatura em 2016, produzindo
os efeitos desejados pelo prestador tão somente após a conclusão do mandato – final de 2016.
Nenhuma sanção poderá ser aplicada a candidato ou partido caso a prestação de contas
não seja julgada pelo juízo ou tribunal competente após 5 anos de sua apresentação, nos ter-
mos do art. 74, § 7º, da Res.-TSE n. 23.609/2019.
Da decisão que julgar as contas, caberá recurso no prazo de 3 dias, a contar da data da
publicação do julgamento no DJe, observado o seguinte:
• do julgamento de contas de eleições municipais, caberá recurso ordinário para o Tri-
bunal Regional Eleitoral, e da decisão deste, recurso especial eleitoral para o Tribunal
Superior Eleitoral. Se a decisão afrontar diretamente o texto da Constituição, caberá
recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal;
• do julgamento de contas de eleições estaduais/federais, caberá recurso especial para
o Tribunal Superior Eleitoral. Se a decisão afrontar diretamente o texto da Constituição,
caberá recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal;
• do julgamento das contas de eleições presidências, caberá apenas o recurso extraordi-
nário se a decisão afrontar diretamente o texto da Constituição.
Para finalizar esse assunto, cumpre informar que os partidos e candidato apresentam
suas contas, em forma contábil, e guardam consigo a documentação comprobatória. Diante
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4. pesquisAs eleitorAis
A indagação feita ao eleitor, em um determinado momento, sobre a sua opinião a respeito dos
candidatos que concorrem a uma determinada eleição. É minuciosa quanto ao âmbito, quanto à
abrangência e quanto ao método adotado.
Olivar Coneglian (2018, p. 214) consigna que as pesquisas eleitorais para consumo pró-
prio de candidatos e pré-candidatos são livres e podem ser realizadas por pessoas físicas
ou jurídicas sem quaisquer formalidades. Ao revés, aquelas destinadas ao conhecimento pú-
blico, por meio da divulgação de sistemas de comunicação social, são regidas por regras le-
gais, disciplinadas no art. 33 e seguintes da Lei das Eleições. Nesse sentido, a jurisprudência
do TSE:
Essas pesquisas podem ser contratadas por pessoas físicas ou jurídicas. Pode ser por
uma pessoa estranha ao processo eleitoral ou, o que é mais comum, um partido ou candidato,
cujo gasto deve ser registrado na prestação de contas.
O pedido de registro deve ser realizado no mesmo órgão da Justiça Eleitoral competente
para a análise do registro de candidatura, a saber:
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As pesquisas eleitorais realizadas antes do dia 1º de janeiro do ano das eleições não se
submetem ao controle da Justiça Eleitoral, podendo eventuais vícios serem questionados na
justiça comum.
Todavia, nos termos do art. 33 da Lei das Eleições, a partir dessa data, as entidades e as
empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às eleições ou aos candida-
tos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa, a registrar, no Sistema de
Registro de Pesquisas Eleitorais (PesqEle), até 5 (cinco) dias antes da divulgação, as seguin-
tes informações:
• quem contratou a pesquisa;
• valor e origem dos recursos despendidos no trabalho;
• metodologia e período de realização da pesquisa;
• plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico
e área física de realização do trabalho a ser executado, intervalo de confiança e mar-
gem de erro;
• sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados
e do trabalho de campo;
• questionário completo aplicado ou a ser aplicado;
• nome de quem pagou pela realização do trabalho e cópia da respectiva nota fiscal.
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• a indicação do estado ou Unidade da Federação, bem como dos cargos aos quais se
refere a pesquisa.
Esse pedido de registro na Justiça Eleitoral pode ser requerido mesmo antes de efetiva-
mente realizada a pesquisa. A fim de complementar dados importantes para confiabilidade da
pesquisa, os quais somente podem ser entregues pelos institutos de coleta de dados quando
efetivamente realizada a pesquisa. A Justiça Eleitoral exige que, a partir do dia em que o re-
sultado da pesquisa puder ser divulgada e até o dia seguinte, o registro deverá ser comple-
mentado, sob pena de ser a pesquisa considerada não registrada, com os seguintes dados:
• nas eleições municipais, aos bairros abrangidos ou, na ausência de delimitação do
bairro, à área em que foi realizada;
• no Distrito Federal, às regiões administrativas abrangidas ou, na ausência de delimita-
ção da região, à área em que foi realizada;
• nas demais, aos municípios e bairros abrangidos, observando-se que, na ausência de
delimitação do bairro, será identificada a área em que foi realizada;
• Em quaisquer das hipóteses dos incisos I, II e III deste parágrafo, ao número de eleito-
res pesquisados em cada setor censitário e a composição quanto a gênero, idade, grau
de instrução e nível econômico dos entrevistados na amostra final da área de abran-
gência da pesquisa eleitoral.
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Requerido o registro da pesquisa, o art. 33, § 2º, da Lei das Eleições informa que, nas 24
horas seguintes, a Justiça Eleitoral dever afixar nos locais de costume e divulgar em seu sítio
de internet um aviso comunicando ter registrado o requerimento nos seus assentamentos.
Além disso, deve declarar que as informações detalhadas sobre a pesquisa estão à disposi-
ção dos partidos e das coligações que tenham candidatos, os quais poderão verificá-las pelo
prazo de 30 dias.
Não obstante o art. 33, § 2º, da Lei das Eleições prescreva que as informações detalhadas
do registro de pesquisa devem ficar à disposição apenas dos partidos e das coligações que
tenham lançado candidato, o art. 34, § 1º, do mesmo diploma legal dispõe que, mediante re-
querimento à Justiça Eleitoral, os partidos poderão ter acesso ao sistema interno de controle,
verificação e fiscalização da coleta de dados das entidades que divulgaram pesquisas de
opinião relativas às eleições, incluídos os referentes à identificação dos entrevistadores e, por
meio de escolha livre e aleatória de planilhas individuais, mapas ou equivalentes, confrontar e
conferir os dados publicados, preservada a identidade dos respondentes.
Com isso, o art. 15 da Res.-TSE n. 23.600/2019 estabelece, sem qualquer restrição, que o
Ministério Público, os candidatos, os partidos políticos e as coligações são partes legítimas
para impugnar o registro ou a divulgação de pesquisas eleitorais perante o juízo ou tribunal
competente. Aqui é importante lembrar que os partidos coligados não poderão impugnar in-
dividualmente o pedido de registro de pesquisa, tendo em vista que, na condição de coligados,
esta atribuição, no período eleitoral, cabe exclusivamente à coligação do qual participam.
Consoante estabelece o art. 10 da Res.-TSE n. 23.600/2019, na divulgação dos resultados
de pesquisas ao público em geral, atuais ou não, serão obrigatoriamente informados:
• o período de realização da coleta de dados;
• a margem de erro;
• o nível de confiança;
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• o número de entrevistas;
• o nome da entidade ou da empresa que a realizou e, se for o caso, de quem a contratou;
• o número de registro da pesquisa.
A divulgação irregular de pesquisa sem o prévio registro na Justiça Eleitoral sujeita o in-
frator à multa no valor de R$ no valor de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00, nos termos do art. 33,
§ 3º, da Lei das Eleições. Não se trata de crime, mas uma infração administrativa.
De modo diverso, a divulgação de pesquisa fraudulenta é considerada crime eleitoral.
A fraude pode ocorrer tanto em pesquisa registrada, como em pesquisa não registrada, sujei-
tando o infrator à sanção de detenção de seis meses a um ano e multa no valor de 50.000 a
100.000 UFIRs.
Por esses ilícitos administrativos e penais, constante do art. 33 da Lei das Eleições, po-
dem ser responsabilizados penalmente os representantes legais da empresa ou entidade de
pesquisa e do órgão veiculador.
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5. enquetes
Não confundam pesquisa eleitoral com enquete. Na linha da jurisprudência do TSE, en-
tende-se por enquete ou sondagem o levantamento de opiniões sem plano amostral, que
dependa da participação espontânea do interessado, e que não utilize método científico para
sua realização, quando apresentados resultados que possibilitem ao eleitor inferir a ordem
dos candidatos na disputa, consoante dispõe o art. 21, § 1º, da Res.-TSE n. 23.600/2019.
A partir do início da propaganda eleitoral gratuita – 16 de agosto do ano eleitoral -, é proi-
bida a realização de enquete. Em caso de descumprimento, cabe o exercício do poder de
polícia contra a divulgação de enquetes, com a expedição de ordem para que seja removida,
sob pena de crime de desobediência, nos termos do art. 23, § 2º, da Res.-TSE n. 23.600/2019.
Apesar de ser vedada a publicação de enquete, o TSE já decidiu que não é possível, por
ausência de previsão legal, aplicar ao infrator a multa por divulgação de pesquisa irregular.
Confira:
Não é possível aplicar à divulgação de enquete em período eleitoral a multa para pes-
quisa irregular, por ausência de previsão legal. Precedentes.
(RP n. 0600988-36/DF, rel. Min Luís Felipe Salomão, DJe de 27.11.2018).
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RESUMO
Financiamento de Campanha Eleitoral
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Existe a possibilidade de pessoas físicas realizarem doações eleitorais por meio do finan-
ciamento coletivo, conhecido também como crowdfunding ou “vaquinha eletrônica”.
De acordo com o art. 23, § 2-A, da Lei das Eleições, introduzido pela recentíssima Lei
13.878/2019, o candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de 10%
dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer.
As pessoas físicas podem doar diretamente aos partidos políticos ou ao Fundo Par-
tidário.
Partidos políticos e candidatos podem comercializar bens e/ou serviços ou promover
eventos de arrecadação a fim de acumularem recursos próprios para empregarem em cam-
panhas eleitorais.
As pessoas jurídicas não podem fazer doações para campanhas eleitorais.
O recurso recebido por candidato ou partido oriundo de fontes vedadas deve ser imedia-
tamente devolvido ao doador, ou se não for conhecido, devolvido ao Tesouro Nacional, sendo
vedada sua utilização ou aplicação financeira.
Gastos Eleitorais
O art. 26 da Lei das Eleições apresenta um rol exemplificativo de gastos eleitorais. Além
dos listados no dispositivo legal, destaca-se as despesas realizadas com consultoria, asses-
soria e pagamento de honorários realizadas em decorrência da prestação de serviços advo-
catícios e de contabilidade no curso das campanhas eleitorais, as quais, diferente das demais,
serão excluídas do limite de gastos de campanha.
Com a finalidade de apoiar candidato de sua preferência, qualquer eleitor pode realizar
pessoalmente gastos totais até o valor de R$ 1.064,10, não sujeitos à contabilização e desde
que não reembolsados.
Em regra, a realização de gastos eleitorais somente pode ocorrer a partir da data da con-
venção partidária e desde que o candidato ou partido já tenha procedido, cumulativamente,
ao pedido de registro de candidatura e à abertura de conta bancária específica de campanha.
A definição dos limites de gastos de campanha eleitoral é de competência do Poder Legis-
lativo, cabendo ao TSE apenas divulgá-los.
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Prestação de Contas
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Na hipótese de não apresentação das contas pelo partido ou candidato, este fica impedi-
do de ser diplomado, ou seja, não poderá exercer o mandato para o qual foi eleito, nos termos
do art. 29, § 2º, da Lei das Eleições.
Existem dois modelos de apresentação de contas: (i) a prestação de contas simplificada
e: (ii) prestação de contas comum.
A prestação de contas simplificada pode ser utilizada em duas situações: (i) Para candida-
tos que apresentarem movimentação financeira correspondente a, no máximo, R$ 20.000,00;
(ii) Nas eleições para Prefeito e Vereador de Municípios com menos de cinquenta mil eleitores.
Facultativamente, o TSE admite também a utilização da prestação de contas simplificada
no exame das contas do candidato não eleito, consoante admite o art. 63, parágrafo único, da
Res.-TSE n. 23.607/2019.
Nos termos do art. 30 da Lei das Eleições, a Justiça Eleitoral poderá: (i) Aprovar as contas,
quando estiverem regulares; (ii) Aprovar as contas com ressalvas, quando verificadas falhas
que não lhes comprometam a regularidade; (iii) Desaprovar as contas, quando verificadas
falhas que lhes comprometam a regularidade; (iv) Julgar as contas não prestadas.
À exceção de eventual determinação de devolução de valores ao Erário, o julgamento de
contas desaprovadas não implica consequência alguma ao candidato, apenas o desgaste
moral e político.
A desaprovação de contas do partido acarreta a suspensão do recebimento de recursos
do Fundo Partidário, que será aplicada no ano seguinte ao do trânsito em julgado da decisão
de desaprovação, de forma proporcional e razoável, pelo período de 1 a 12 meses, ou será
aplicada por meio do desconto no valor a ser repassado da importância apontada como irre-
gular.
A não apresentação de contas, com trânsito em julgado, implica também no impedimento
pelo candidato da obtenção da quitação eleitoral pelo tempo que durar o mandato, nos ter-
mos da Súmula 42 do TSE.
A não apresentação de contas pelo partido político acarreta: (i) A perda do direito ao re-
cebimento da quota do Fundo Partidário, do Fundo Especial de Financiamento de Campanha
e; (ii) A suspensão do registro ou anotação do órgão partidário, após decisão, com trânsito
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em julgado, precedida de processo regular que assegure ampla defesa (STF ADI n. 6032, j. em
05.12.2019.
A sanção pela desaprovação das contas não poderá ser aplicada caso elas não sejam
julgadas pelo juízo ou tribunal competente após 5 anos de sua apresentação.
Da decisão que julgar as contas, caberá recurso no prazo de 3 dias, a contar da data da
publicação do julgamento no DJe.
Pesquisas Eleitorais
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A divulgação irregular de pesquisa sem o prévio registro na Justiça Eleitoral sujeita o in-
frator à multa no valor de R$ no valor de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00.
A divulgação de pesquisa fraudulenta é considerada crime eleitoral.
Enquetes
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QUESTÕES DE CONCURSO
(CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-SC/2019) A respeito da prestação de
contas por partidos políticos e candidatos e da arrecadação de dinheiro para fins eleitorais,
julgue os seguintes itens.
I – As doações realizadas por pessoas físicas a partido político são limitadas a 10% dos ren-
dimentos brutos auferidos pelo doador no ano-calendário anterior à eleição.
II – As contas bancárias utilizadas para o registro da movimentação financeira de campanha
eleitoral estão submetidas ao sigilo, e seus extratos integram informações de natureza priva-
da, não compondo a prestação de contas à justiça eleitoral.
III – O candidato deverá emitir recibo eleitoral referente à cessão de automóvel de propriedade
de seu cônjuge que tenha sido destinado ao uso pessoal do candidato durante a campanha.
IV – Os partidos políticos devem destinar, no mínimo, 20% do montante do Fundo Especial de
Financiamento de Campanha para aplicação nas campanhas de suas candidatas.
Assinale a opção correta:
a) apenas o item I está certo;
b) apenas o item II está certo;
c) apenas o item III está certo;
d) apenas os itens II e IV estão certos;
e) apenas os itens I, III e IV estão certos.
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c) se exigir o prazo mínimo de filiação partidária de um ano para concorrer às eleições, sendo
que no caso de eleições proporcionais o estatuto do partido poderá exigir prazo de filiação
superior.
d) serem registrados no Tribunal Superior Eleitoral os candidatos a Presidente e Vice-Presi-
dente da República, Senador e Deputado Federal; nos Tribunais Regionais Eleitorais os candi-
datos a Governador e Vice-Governador e Deputado Estadual; e nos Juízos Eleitorais os can-
didatos a Vereador, Prefeito e Vice-Prefeito e Juiz de Paz.
e) o partido que possua diretório nacional poder inscrever candidatos em qualquer Estado-
-membro, ainda que não possua diretório devidamente registrado na circunscrição eleitoral
respectiva.
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b) O candidato a cargo eletivo deve, diretamente ou por intermédio de pessoa por ele designa-
da, administrar a parte financeira de sua campanha, sendo ele, entretanto, o único responsá-
vel pela veracidade das informações financeiras e contábeis relativas à campanha.
c) É vedado a partido e a candidato receber, direta ou indiretamente, doação de dinheiro proce-
dente de cooperativas, ainda que os cooperados não sejam concessionários ou permissioná-
rios de serviços públicos ou as cooperativas não sejam beneficiadas com recursos públicos.
d) No caso de descumprimento das normas referentes à arrecadação e aplicação de recursos
fixadas na legislação, o partido perderá o direito ao recebimento da quota do fundo partidário
do ano seguinte, e, se for o caso, os candidatos beneficiados responderão por abuso do poder
econômico.
e) É permitida a fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados, utilizados para a vei-
culação de propaganda eleitoral, em árvores e jardins localizados em áreas públicas, bem
como em muros, cercas e tapumes divisórios, desde que não lhes cause dano.
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e) O limite é de 20% (vinte por cento) dos rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano
anterior à eleição.
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IV – Qualquer eleitor poderá realizar gastos, em apoio a candidato de sua preferência, até a
quantia equivalente a um mil UFIR, desde que estes obedeçam ao limite de gastos declarados
à Justiça Eleitoral.
Estão corretas somente as assertivas
a) I e II.
b) II e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) I e IV.
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a) O Ministério Público não possui legitimidade para o ingresso da ação por captação ou gas-
to ilícito de recurso para fins eleitorais, em vista da ausência de previsão no art. 30-A da Lei
Federal n. 9.504, de 1997.
b) Diversamente do que ocorre com a captação ilícita de sufrágio, a procedência da ação por
captação ou gasto ilícito de recurso para fins eleitorais implica apenas na cassação do regis-
tro do candidato.
c) A falta de abertura de conta bancária específica não é fundamento para a rejeição de contas
de campanha eleitoral desde que, por outros meios, se possa demonstrar sua regularidade.
d) Para acolhimento da ação por captação ou gasto ilícito de recurso para fins eleitorais, es-
tribada no art. 30-A da Lei Federal n. 9.504, de 1997, é preciso avaliar a proporcionalidade da
sanção em relação à gravidade da conduta.
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c) o descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha acarretará o paga-
mento de multa em valor equivalente a 100% (cem por cento) da quantia que ultrapassar o
limite estabelecido, sem prejuízo da apuração da ocorrência de abuso do poder econômico.
d) é facultativo para o partido e para os candidatos abrir conta bancária específica para regis-
trar o movimento financeiro da campanha.
e) é vedado ao candidato utilizar recursos próprios em sua campanha.
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e) Eventual sobra de valores ao final de campanha eleitoral deve ser declarada na prestação
de contas e, após julgados todos os recursos, devolvida ao candidato.
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GABARITO
1. a 11. a 21. c
2. b 12. c 22. e
3. d 13. c 23. a
4. d 14. a 24. Anulada
5. E 15. d 25. e
6. a 16. d 26. d
7. C 17. a 27. e
8. c 18. d 28. c
9. a 19. d
10. d 20. c
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GABARITO COMENTADO
(CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-SC/2019) A respeito da prestação de
contas por partidos políticos e candidatos e da arrecadação de dinheiro para fins eleitorais,
julgue os seguintes itens.
I – As doações realizadas por pessoas físicas a partido político são limitadas a 10% dos ren-
dimentos brutos auferidos pelo doador no ano-calendário anterior à eleição.
II – As contas bancárias utilizadas para o registro da movimentação financeira de campanha
eleitoral estão submetidas ao sigilo, e seus extratos integram informações de natureza priva-
da, não compondo a prestação de contas à justiça eleitoral.
III – O candidato deverá emitir recibo eleitoral referente à cessão de automóvel de propriedade
de seu cônjuge que tenha sido destinado ao uso pessoal do candidato durante a campanha.
IV – Os partidos políticos devem destinar, no mínimo, 20% do montante do Fundo Especial de
Financiamento de Campanha para aplicação nas campanhas de suas candidatas.
Assinale a opção correta:
a) Apenas o item I está certo;
b) Apenas o item II está certo;
c) Apenas o item III está certo;
d) Apenas os itens II e IV estão certos;
e) Apenas os itens I, III e IV estão certos.
Letra a.
I – As doações de pessoas físicas para campanhas eleitorais são limitadas a 10% dos rendi-
mentos brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição, nos termos do art. 23, § 1º da
Lei n. 9.504/97. Assim, a afirmação contida nesse item está certa.
II – Não há que se falar em sigilo das contas bancárias abertas para a movimentação finan-
ceira das campanhas eleitorais. Aliás, a prestação de contas dos candidatos e dos parti-
dos políticos devem ser acompanhadas pelos extratos bancários dessas contas específicas
(art. 28, § 1º, da Lei n. 9.504/1997). Assim, esse item está incorreto.
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III – De acordo com o art. 28, § 6º, III da Lei n. 9.504/1997, dispensa-se a comprovação na
prestação de contas da cessão de automóvel de propriedade do candidato, do cônjuge e de
seus parentes até o terceiro grau para uso pessoal do candidato. Assim, na cessão de auto-
móvel de propriedade do cônjuge do candidato, não há a emissão de recibo eleitoral, motivo
pelo qual esse item está incorreto.
IV – De acordo com o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento da
ADI n. 5.617, o patamar legal mínimo de candidaturas femininas (hoje o do art. 10, § 3º, da Lei
9.504/1997, isto é, ao menos 30% de cidadãs), deve ser equiparado ao mínimo de recursos do
Fundo Partidário a lhes serem destinados, que deve ser interpretado como também de 30%
do montante do fundo alocado a cada partido, para eleições majoritárias e proporcionais (ADI
n. 5.617, Rel. Min. Edson Fachin, Tribunal Pleno, DJe de 3.10.2018). Assim, essa afirmação
está incorreta.
A partir da análise dos itens, constata-se que apenas o item I está correto.
Letra b.
Os valores percebidos pelo candidato, no exercício de sua atividade laborativa e utilizado para
o pagamento de despesas pessoais, não constitui recursos destinados a financiamento de
campanha e a sua aplicação não deve constar na prestação de contas.
As demais alternativas indicam gastos de campanha e que, portanto, devem constar nas pres-
tações de contas dos candidatos, conforme prescrição contida no art. 26 da Lei n. 9.504/1997.
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Lei n. 9.504/1997 – Financiamento de Campanha
Weslei Machado e Marco Carvalhedo
Letra d.
Nos termos do art. 24, VIII, da Lei n. 9.504/1997, é vedado, ao partido e candidato, receber
direta ou indiretamente doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de
publicidade de qualquer espécie, procedente de: entidades beneficentes e religiosas.
As demais alternativas estão incorretas pelas seguintes razões:
a) Errada. Entidades ou governos estrangeiros não podem realizar despesas em favor de cam-
panhas eleitorais, nos termos do art. 24, I, da Lei n. 9.504/1997.
b) Errada. De acordo com o art. 26, IV, da Lei n. 9.504/1997, são considerados gastos eleito-
rais, sujeitos a registro e aos limites fixados na Lei das Eleições: despesas com transporte ou
deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das candidaturas.
c) Errada. De acordo com o art. 26, III da Lei n. 9.504/1997, são considerados gastos eleitorais,
sujeitos a registro e aos limites fixados na Lei das Eleições: aluguel de locais para a promoção
de atos de campanha eleitoral.
e) Errada. Segundo o art. 22 da Lei n. 9.504/1997, é obrigatório para o partido e para os can-
didatos abrir conta bancária específica para registrar todo o movimento financeiro da cam-
panha.
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Letra d.
Essa questão está desatualizada em razão da modificação legislativa promovida pela Lei
n. 13.879/2019.
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c) Certa. Empresário individual, pessoa física, pode doar recursos para campanhas eleitorais,
limitados a 10% dos rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição.
e) Certa. As pessoas jurídicas não podem doar recursos para campanhas eleitorais (ADI
n. 4.650, STF).
Errado.
As doações ocultas constituem a contribuição/doação de recursos a um partido políticos
para o financiamento de campanhas eleitorais, com o registro na prestação de contas do par-
tido. Entretanto, o partido político beneficiário repassa os recursos recebidos a candidato(s)
específico(s) com a identificação de ser ele (agremiação partidária) o doador, ocultando o
originário doador.
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Letra a.
Os candidatos e partidos políticos podem arrecadar recursos financeiros e contrair obriga-
ções até o dia das eleições. Entretanto, após essa data, admite-se a arrecadação de recursos
exclusivamente para a quitação de despesas já contraídas e não pagas até o dia das eleições,
as quais deverão estar integralmente quitadas até o prazo de entrega da prestação de contas
à Justiça Eleitoral (art. 35 da Resolução-TSE n. 23.533/2017).
Assim, a alternativa correta é a letra a.
As demais alternativas estão incorretas pelas seguintes razões:
b) Errada. No dia das eleições, constitui crime eleitoral a publicação de novos conteúdos ou o
impulsionamento de conteúdos nas aplicações de internet.
c) Errada. Os estabelecimentos comerciais, no dia das eleições, podem funcionar desde que
proporcionem, aos seus empregados, efetivas condições para que possam exercer o direito
de voto.
d) Errada. De acordo com o art. 39-A da Lei n. 9.504/1997, é permitida, no dia das eleições,
a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação
ou candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches, dísticos e adesivos.
e) Errada. No dia das eleições, somente é permitida a divulgação de pesquisas eleitorais após
às 17h (hora de encerramento da votação) ou após o horário previsto para o encerramento da
votação.
Certo.
Essa questão está desatualizada em razão do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal
Federal no julgamento da ADI n. 5.394.
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Letra c.
�Obs.: Essa questão está desatualizada em razão da edição da Lei n. 13.165/2015 e da Lei
n. 13.488/2017.
a) Errada. A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão
ser feitas no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em que as eleições são realizadas.
b) Errada. Nos termos do 88 do Código Eleitoral, não é permitido registro de candidato, em-
bora para cargos diferentes, por mais de uma circunscrição ou para mais de um cargo na
mesma circunscrição.
c) Correta. De acordo com o art. 9º da Lei n. 9.504/97, para concorrer às eleições, o candidato
deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e es-
tar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo.
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Letra a.
As campanhas eleitorais podem ser financiadas com recursos financeiros oriundos do Fundo
Partidário. Nesse particular, para financiar as campanhas as agremiações partidárias, pode-
rão utilizar os recursos percebidos ao longo do exercício financeiro da eleição, assim como os
integrantes da reserva ou saldo de caixa, correspondente aos recursos financeiros percebidos
na cota do fundo partidário em anos anteriores e não aplicados.
Dessa forma, a alternativa incorreta é a letra a.
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do ano seguinte, e, se for o caso, os candidatos beneficiados responderão por abuso do poder
econômico.
e) É permitida a fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados, utilizados para a vei-
culação de propaganda eleitoral, em árvores e jardins localizados em áreas públicas, bem
como em muros, cercas e tapumes divisórios, desde que não lhes cause dano.
Letra d.
Em razão da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação Direta
de Inconstitucionalidade n. 4.650, essa questão tornou-se desatualizada.
Nos termos do art. 25 da Lei n. 9.504/1997, o partido que descumprir as normas referentes
à arrecadação e aplicação de recursos fixadas na Lei n. 9.504/1997 perderá o direito ao re-
cebimento da quota do Fundo Partidário do ano seguinte, sem prejuízo de responderem os
candidatos beneficiados por abuso do poder econômico.
Desse modo, a alternativa correta é a letra d.
As demais alternativas estão incorretas pelas seguintes razões:
a) Errada. De acordo com o art. 37, § 6º, da Lei n. 9.504/1997, é permitida a colocação de me-
sas para distribuição de material de campanha e a utilização de bandeiras ao longo das vias
públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e
veículos.
b) Errada. O candidato a cargo eletivo fará, diretamente ou por intermédio de pessoa por ele
designada, a administração financeira de sua campanha usando recursos repassados pelo
partido, inclusive os relativos à cota do Fundo Partidário, recursos próprios ou doações de
pessoas físicas. Nesse caso, o candidato é solidariamente responsável com a pessoa indi-
cada pela veracidade das informações financeiras e contábeis de sua campanha, devendo
ambos assinar a respectiva prestação de contas.
c) Errada. As cooperativas são pessoas jurídicas e em razão do entendimento firmado pelo
Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI n. 4.650, não podem doar recursos para
campanhas eleitorais. Desse modo, essa assertiva também está correta.
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e) Errada. Conforme a prescrição contida no art. 37, caput da Lei n. 9.504/1997, nos bens cujo
uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam, e nos bens
de uso comum, inclusive postes de iluminação pública, sinalização de tráfego, viadutos, pas-
sarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de
propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta e exposição de placas,
estandartes, faixas, cavaletes, bonecos e assemelhados.
Letra a.
Essa questão está desatualizada em razão do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal
Federal, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 4.650.
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Com base nesse julgado, pode-se afirmar que pessoas jurídicas não podem doar recursos
financeiros para partidos políticos ou para o financiamento de campanhas eleitorais. Aliás, de
acordo com a conclusão de que se afigura incompatível a intervenção de pessoas jurídicas
no processo democrático por meio da destinação de recursos financeiros, o Tribunal Superior
Eleitoral, na edição da Resolução n. 23.607/2019, entendeu que:
Art. 31. É vedado a partido político e a candidato receber, direta ou indiretamente, doação em di-
nheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, proceden-
te de:
I – pessoas jurídicas;
II – origem estrangeira;
III – pessoa física permissionária de serviço público.
Essa questão está desatualizada em razão do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal
Federal no julgamento da ADI n. 4.650 e das modificações Legislativas promovidas pelas Leis
n. 13.488/2017 e n. 13.877/2019 e n. 13.878/2019.
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Letra c.
a) Errada. Nos termos do art. 27, da Lei n. 9.504/97, as doações de eleitores para campanhas
eleitorais, em apoio a candidato de sua preferência, fica sujeita ao limite equivalente a mil
UFIR, não sujeitos a contabilização, desde que não reembolsados.
b) Errada. Constitui irregularidade insanável a não abertura de conta bancária específica para
a movimentação da arrecadação e dos gastos de campanha eleitoral.
c/d) Desde o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI
n. 4.650, pessoas jurídicas não podem doar recursos para campanhas eleitorais.
e) Errada. Conforme o art. 23, § 2º-A, da lei n. 9.504/1997, com a redação dada pela Lei
n. 13.878/2019, o candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total
de 10% (dez por cento) dos limites previstos para gastos de campanha no cargo em que
concorrer.
Letra c.
O conceito de quitação eleitoral está contido no art. 11, § 7º, da Le n. 9.504/1997, nos seguin-
tes termos:
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Art. 11, § 7º A certidão de quitação eleitoral abrangerá exclusivamente a plenitude do gozo dos di-
reitos políticos, o regular exercício do voto, o atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para
auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo,
pela Justiça Eleitoral e não remitidas, e a apresentação de contas de campanha eleitoral.
Assim, para que o candidato esteja quite com a Justiça Eleitoral, basta que apresente as suas
contas de campanha eleitoral, motivo pelo qual o Tribunal Superior Eleitoral expediu a Súmula
n. 57 com o seguinte teor:
Súmula 57 – A apresentação das contas de campanha é suficiente para a obtenção da qui-
tação eleitoral, nos termos da nova redação conferida ao art. 11, § 7º, da Lei n. 9.504/97, pela
Lei n. 12.034/2009.
Letra a.
Com a finalidade de garantir a observância do dever de prestação de contas do candidato
eleito, o art. 29, § 2º, da Lei n. 9.504/1997 dispõe que a inobservância do prazo para enca-
minhamento das prestações de contas impede a diplomação dos eleitos, enquanto perdurar.
Desse modo, pode-se afirmar que a alternativa correta é a letra a.
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b) Errada. A expedição de diplomas aos eleitos para cargos municipais, ou seja, prefeito, vice-
-prefeito e vereador, é competência das Juntas Eleitorais.
c) Errada. Os candidatos eleitos para o cargo de senador são diplomados por diploma assina-
do pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral.
d) Errada. A decisão que julgar as contas dos candidatos eleitos será publicada em sessão
até três dias antes da diplomação, conforme se vê no art. 30, § 1º, da Lei n. 9.504/1997.
e) Nos termos do art. 216 do Código Eleitoral, enquanto o Tribunal Superior não decidir o re-
curso interposto contra a expedição do diploma, poderá o diplomado exercer o mandato em
toda a sua plenitude.
Letra d.
Nos termos do art. 28, § 6º, III, da Lei n. 9.504/1997, fica dispensada de comprovação na pres-
tação de contas a cessão de automóvel de propriedade do candidato, do cônjuge e de seus
parentes até o terceiro grau para seu uso pessoal durante a campanha.
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Assim, Tom poderá ceder o automóvel para que Tim, seu filho, use na campanha eleitoral sem
que seja necessário a realização de comprovação na prestação de contas, motivo pelo qual a
alternativa correta é a letra d.
a) Errada. De acordo com o entendimento firmado pelo Tribunal Superior Eleitoral,
a doação eleitoral não encerra obrigação legal do ascendente para o descendente e não pode
ser enquadrada no conceito de adiantamento de herança, pois o princípio da solidariedade
familiar não se aplica às doações eleitorais, sendo as doações eleitorais entre parentes mãe e
filho limitadas ao valor de 10% do rendimento bruto auferido pelo doador no exercício anterior
(AI n. 25-80.2015, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe de 24.4.2017)
c) Errada. Nos termos do art. 28, § 6º, I, da Lei n. 9.504/1997, ficam dispensados de com-
provação na prestação de contas a cessão de bens móveis, desde que respeitado de até R$
4.000,00.
e) Errada. As doações de pessoas físicas para campanhas eleitorais ficam limitadas a 10%
dos rendimentos brutos auferidos pelo doados no ano anterior à eleição.
ceiro do partido Alpha, tendo cumprido as exigências eleitorais e recebido seu número de
I – cooperativa não beneficiada com recursos públicos, composta por cooperados que não
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IV – pessoa jurídica sem fins lucrativos que não recebe recurso do exterior.
Dentre os pretendentes, o comitê financeiro do partido Alpha NÃO poderá receber doações
das entidades indicadas em
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) II e IV.
Letra d.
Em razão da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI n. 4.650,
não se admite o financiamento de campanhas eleitorais por pessoas jurídicas, de nenhuma
espécie ou natureza, motivo pelo qual essa questão tornou-se desatualizada.
Além disso, a Lei n. 13.165/2015 extinguiu os comitês financeiros.
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Letra a.
�Obs.: Essa questão está desatualizada em razão das modificações promovidas pelas Lei
n. 13.165/2015 e Lei n. 13.488/2017.
I – Nos termos do art. 18 da Lei n. 9.504/1997, os limites de gastos de campanha serão defi-
nidos em lei e divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral.
II – De acordo com o art. 18-B da Lei n. 9.504/1997, o descumprimento dos limites de gastos
fixados para cada campanha acarretará o pagamento de multa em valor equivalente a 100%
(cem por cento) da quantia que ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuízo da apuração
da ocorrência de abuso do poder econômico.
III – Segundo o art. 39, § 6º, da Lei n. 9.504/1997, é vedada na campanha eleitoral a confec-
ção, utilização, distribuição por comitê, candidato, ou com a sua autorização, de camisetas,
chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que
possam proporcionar vantagem ao eleitor.
IV – Para o art. 27 da Lei n. 9.504/1997, qualquer eleitor poderá realizar gastos, em apoio a
candidato de sua preferência, até a quantia equivalente a um mil UFIR, não sujeitos a contabi-
lização, desde que não reembolsados. Em razão de não ser contabilizado, não há que se falar
em cálculo dessa quantia no teto de gastos da campanha.
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a) As despesas da campanha eleitoral devem ser realizadas sob a responsabilidade dos par-
tidos políticos, ou de seus candidatos, cabendo ao partido constituir comitês financeiros, com
a finalidade de arrecadar recursos e aplicá-los nas campanhas eleitorais.
b) O candidato é o único responsável pela veracidade das informações financeiras e contá-
beis de sua campanha, devendo assinar a respectiva prestação de contas sozinho ou, se for o
caso, em conjunto com a pessoa que tenha designado para essa tarefa.
c) Após o registro dos comitês financeiros, pessoas físicas podem fazer doações em dinheiro
ou estimáveis em dinheiro para campanhas eleitorais.
d) São limitados a 10% dos rendimentos brutos auferidos no ano anterior à eleição tanto as
doações feitas por pessoa física, quanto os recursos próprios utilizados pelo candidato na
campanha eleitoral.
e) É vedado ao partido e ao candidato receberem, direta ou indiretamente, doação em dinheiro
ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente
de concessionário ou permissionário de serviço público.
Letra d.
�Obs.: Essa questão está em desatualizada em razão das modificações promovidas pela Lei
n. 11.300/2006, Lei n. 13.165/2015.
a/c) Certas. Desde a edição da Lei n. 13.165/2015, não há mais a formação de comitês fi-
nanceiros. No que se refere à responsabilização, as despesas da campanha eleitoral serão
realizadas sob a responsabilidade dos partidos ou de seus candidatos.
b) Certa. Nos termos do art. 21 da Lei n. 9.504/1997, o candidato é solidariamente respon-
sável com a pessoa indicada, na forma do art. 20 desta Lei, pela veracidade das informações
financeiras e contábeis de sua campanha, devendo ambos assinar a respectiva prestação de
contas.
d) Errada. Conforme o art. 23, § 1º, da Lei n. 9.504/1997, as doações de pessoas físicas para
campanhas eleitorais ficam limitadas a 10% (dez por cento) dos rendimentos brutos auferidos
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pelo doador no ano anterior à eleição. Por sua vez, o candidato poderá usar recursos próprios
em sua campanha até o total de 10% (dez por cento) dos limites previstos para gastos de
campanha no cargo em que concorrer (art. 23, § 2º-B, da Lei n. 9.504/1997).
e) Correta. Não se admite a doação de pessoas jurídicas, de nenhuma natureza, para campa-
nhas eleitorais, conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI n. 4.650.
Letra d.
De acordo com o entendimento firmado pelo Tribunal Superior Eleitoral, a cassação do diplo-
ma requer, além do juízo de proporcionalidade, que os recursos ou gastos de campanha sejam
ilícitos (Ac.-TSE, de 2.2.2017, no RO n. 262247).
Desse modo, pode-se afirmar que a alternativa correta é a letra d.
As demais alternativas estão incorretas pelas seguintes razões:
a) Errada. O Ministério Público Eleitoral tem legitimidade para o ajuizamento de todas as ações
eleitorais, inclusive, a representação por captação e gastos ilícitos de recursos em campa-
nhas eleitorais.
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Letra. c.
Os candidatos, ainda que não tenham praticado atos de campanha e não tenham movimen-
tação financeira, os partidos políticos e as coligações são obrigados a prestarem contas à
Justiça Eleitoral.
Com a finalidade de aferir a arrecadação e as despesas durante as campanhas, bem como
verificar a eventual quebra da normalidade e da legitimidade das eleições com a prática de
atos de abuso de poder econômico ou político, os atores do processo eleitoral são obrigados
a prestar contas.
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Letra c.
Nos termos do art. 18-B, da Lei n. 9.504/1997, o descumprimento dos limites de gastos fi-
xados para cada campanha acarretará o pagamento de multa em valor equivalente a 100%
(cem por cento) da quantia que ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuízo da apuração
da ocorrência de abuso do poder econômico.
Desse modo, a alternativa correta é a letra c.
a) Errada. Conforme o art. 26, § 3º, da Lei n. 9.504/1997, não são consideradas gastos elei-
torais nem se sujeitam a prestação de contas as seguintes despesas de natureza pessoal do
candidato: combustível e manutenção de veículo automotor usado pelo candidato na campa-
nha. Logo, tais gastos não estão sujeitos à prestação de contas.
b) Errada. De acordo com o art. 26, XII, da Lei n. 9.504/1997, são considerados gastos eleito-
rais, sujeitos a registro e aos limites fixados na Lei das Eleições, realização de pesquisas ou
testes pré-eleitorais.
d) Errada. Segundo o art. 22 da Lei n. 9.504/1997, é obrigatório para o partido e para os can-
didatos abrir conta bancária específica para registrar todo o movimento financeiro da cam-
panha.
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e) Errada. Na sua campanha para cargos eletivos, o candidato poderá usar recursos repas-
sados pelo partido, inclusive os relativos à cota do Fundo Partidário ou do Fundo Especial de
Financiamento de Campanha, recursos próprios ou doações de pessoas físicas.
Letra e.
Dentre as formas a serem utilizadas para a doação de pessoas físicas para campanhas elei-
torais, tem-se a possibilidade do uso de cartão de crédito. Essas doções somente serão ad-
mitidas quando realizadas até a data da eleição pelo titular do cartão e não poderão ser par-
celadas (art. 26, § 1º, da Resolução-TSE n. 23.607/2019).
Além disso, na utilização dessa modalidade de doação de recursos para as campanhas elei-
torais, são vedados o uso dos seguintes tipos de cartão de crédito:
• emitido no exterior;
• corporativo ou empresarial.
Incluem-se no conceito de cartão de crédito corporativo os cartões de pagamento utilizados
por empresas privadas e por órgãos da administração pública direta e indireta de todas as
esferas.
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Por essas disposições regulamentares, pode-se afirmar que a alternativa correta é a letra e.
a) Errada. Nos termos do art. 12 da Resolução-TSE n. 23.216/2010, as doações recebidas
mediante o uso de cartão de crédito deverão ser lançadas individualmente na prestação de
contas de campanha eleitoral de candidatos e partidos políticos. Nesse particular, as taxas
cobradas pelas credenciadoras de cartão de crédito deverão ser consideradas despesas de
campanha eleitoral e lançadas na prestação de contas de candidatos, partidos políticos e
comitês financeiros.
b) Errada. De acordo com o art. 18 da Lei n. 9.504/1997, os limites de gastos de campanha
serão definidos em lei e divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral.
c) Errada. Os recibos eleitorais são documentos oficiais que legitimam o ingresso de recursos
em campanha eleitoral e deverão ser emitidos nos casos de doações formalizadas por pes-
soas físicas e para o ingresso de recursos próprios dos candidatos.
d) Errada. Os candidatos a vice e os suplentes devem prestar contas juntamente com os res-
pectivos titulares das chapas e podem ser responsabilizados pela veracidade das informações
financeiras e contábeis de sua campanha, devendo ambos assinar a respectiva prestação de
contas.
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e) Eventual sobra de valores ao final de campanha eleitoral deve ser declarada na prestação
de contas e, após julgados todos os recursos, devolvida ao candidato.
Letra a.
Nos termos do art. 28, § 1º, da Lei n. 9.504/1997, as prestações de contas dos candidatos
às eleições majoritárias serão feitas pelo próprio candidato, devendo ser acompanhadas dos
extratos das contas bancárias referentes à movimentação dos recursos financeiros usados
na campanha e da relação dos cheques recebidos, com a indicação dos respectivos números,
valores e emitentes.
Desse modo, a alternativa correta é a letra a.
As demais alternativas estão incorretas pelas seguintes razões:
b) Errada. De acordo com o art. 28, § 2º, da Lei n. 9.504/1997, as prestações de contas dos
candidatos às eleições proporcionais serão feitas pelo próprio candidato.
c) Errada. Conforme o art. 32 da Lei n. 9.504/1997, até cento e oitenta dias após a diploma-
ção, os candidatos ou partidos conservarão a documentação concernente a suas contas.
Entretanto, estando pendente de julgamento qualquer processo judicial relativo às contas,
a documentação a elas concernente deverá ser conservada até a decisão final.
d) Errada. Segundo o art. 28, § 11, da Lei n. 9.504/1997, nas eleições para prefeito e verea-
dor de municípios com menos de cinquenta mil eleitores, a prestação de contas será feita
sempre pelo sistema simplificado.
e) Errada. Para o art. 31 da Lei n. 9.504/1997, se, ao final da campanha, ocorrer sobra de
recursos financeiros, esta deve ser declarada na prestação de contas e, após julgados todos
os recursos, transferida ao partido.
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Anulada.
Nos termos do art. 28, § 6º, da Lei n. 9.504/1997, ficam dispensadas de comprovação na
prestação de contas:
I – a cessão de bens móveis, limitada ao valor de R$4.000,00 (quatro mil reais) por pessoa
cedente;
II – doações estimáveis em dinheiro entre candidatos ou partidos, decorrentes do uso comum
tanto de sedes quanto de materiais de propaganda eleitoral, cujo gasto deverá ser registrado
na prestação de contas do responsável pelo pagamento da despesa;
III – a cessão de automóvel de propriedade do candidato, do cônjuge e de seus parentes até
o terceiro grau para seu uso pessoal durante a campanha.
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c) O título eleitoral do menor que completará dezesseis anos de idade no dia do pleito eleitoral
é eficaz desde a data da expedição.
d) O pagamento de multa aplicada ao partido por violação da legislação eleitoral não pode
constar como gasto eleitoral na prestação de contas da campanha.
e) No período de campanha eleitoral, é vedada a realização de enquetes relacionadas ao pro-
cesso eleitoral.
Letra e.
Com a finalidade de evitar a manipulação da vontade do eleitorado, conforme prescreve o
art. 33, § 5º, da Lei n. 9.504/1997, é vedada, no período de campanha eleitoral, a realização de
enquetes relacionadas ao processo eleitoral.
Desse modo, a assertiva correta é a letra e.
a) Errada. Não há a proibição para a nomeação de ocupantes de cargos em comissão den-
tro dos três meses antes da data das eleições, não sendo esta uma das condutas vedadas a
agentes públicos (art. 73, V, a da Lei n. 9.504/97).
b) Errada. Há cargos no Poder Legislativo regidos pelo sistema eleitoral majoritário, quais
sejam, os de Senador da República.
c) Errada. O título expedido ao menor de dezesseis anos, somente passa a produzir os seus
efeitos a partir do dia em que o menor implementar a idade mínima de dezesseis anos (art. 14,
§ 2º da Resolução-TSE n. 21.538/2003).
d) Errada. Os gastos do partido com o pagamento de multa eleitoral em razão da prática de
ilícito eleitoral não se consideram gasto eleitoral e não deve constar na prestação de contas.
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b) O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial pelo Presidente da Repú-
blica e sua comitiva em campanha eleitoral será de responsabilidade do partido político ou
coligação a que esteja vinculado.
c) É proibido a qualquer candidato comparecer, nos 3 (três) meses que precedem o pleito,
a inaugurações de obras públicas, sujeitando ao infrator à cassação do registro ou do diplo-
ma.
d) As entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às eleições
ou aos candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa, a regis-
trar, junto à Justiça Eleitoral, até dois dias antes da divulgação, informações, tais como quem
contratou a pesquisa e sobre o valor e origem dos recursos despendidos no trabalho.
e) Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de
15 (quinze) dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de in-
vestigação judicial para apurar condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à
arrecadação e gastos de recursos.
Letra d.
Nos termos do art. 33 da Lei n. 9.504/1997, o prazo de registro de informações das pesquisas
eleitorais pelas entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas
às eleições ou aos candidatos é de cinco dias.
a) Certa. Trata-se do teor da disposição legal contida no art. 58 da Lei n. 9.504/1997.
b) Certa. Essa é a redação do art. 76 da Lei n. 9.504/1997.
c) Certa. Refere-se ao teor do art. 77 da Lei n. 9.504/1997.
e) Certa. Cuida-se da previsão legal do art. 30-A da Lei n. 9.504/1997.
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Letra e.
Nos termos do art. 33 da Lei n. 9.504/1997, as entidades e pesquisas eleitores devem, em
cada pesquisa, registrá-las perante a Justiça Eleitoral, até cinco dias antes, com a declaração
das seguintes informações:
a) Errada. Qualquer pesquisa de opinião pública com finalidade eleitoral deverá ser previa-
mente à divulgação ser registrada perante a Justiça Eleitoral.
b) Errada. A divulgação de pesquisa eleitoral sem prévio registro não é crime eleitoral, mas
ilícito cível-eleitoral punido com multa eleitoral.
c) Errada. De acordo com o art. 33, § 4º, da Lei n. 9.504/9797, a divulgação de pesquisa frau-
dulenta constitui crime, punível com detenção de seis meses a um ano e multa no valor de
cinquenta mil a cem mil UFIR.
d) Errada. Conforme o art. 33, § 5º, da Lei n. 9.504/1997, é vedada, no período de campanha
eleitoral, a realização de enquetes relacionadas ao processo eleitoral.
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na prestação de contas final, da indicação dos nomes dos doadores e dos respectivos va-
lores doados.
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Letra c.
Essa questão tornou-se desatualizada em razão das modificações promovidas pela Emen-
da Constitucional n. 97/2017, que modificou o art. 17, § 1º da Constituição Federal, da Lei
n. 13.165/2015 e da Lei n. 13.488/2017.
Nos termos do art. 39, § 7º, da Lei n. 9.504/1997, é proibida a realização de showmício e de
evento assemelhado para promoção de candidatos, bem como a apresentação, remunerada
ou não, de artistas com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral.
Assim, não se admite a realização de gastos eleitorais com essa espécie de evento proibido
pela legislação eleitoral, motivo pelo qual a alternativa incorreta é a letra c.
As demais alternativas são corretas pelas seguintes razões:
a) Certa. De acordo com o art. 17, § 1º, da Constituição Federal, com a redação dada pela
Emenda Constitucional n. 97/2017, é assegurada aos partidos políticos autonomia para de-
finir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus
órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os
critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua ce-
lebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidatu-
ras em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.
b) Certa. Segundo a prescrição contida no art. 12 da Lei n. 9.504/1997, o candidato às elei-
ções proporcionais indicará, no pedido de registro, além de seu nome completo, as variações
nominais com que deseja ser registrado, até o máximo de três opções, que poderão ser o pre-
nome, sobrenome, cognome, nome abreviado, apelido ou nome pelo qual é mais conhecido,
desde que não se estabeleça dúvida quanto à sua identidade, não atente contra o pudor e não
seja ridículo ou irreverente, mencionando em que ordem de preferência deseja registrar-se.
d) Certa. Conforme o art. 18 da Lei n. 9.504/1997, os limites de gastos de campanha serão
definidos em lei e divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral.
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e) Certa. Para o art. 28, § 4º, da Lei n. 9.504/1997, os partidos políticos, as coligações e os
candidatos são obrigados, durante as campanhas eleitorais, a divulgar em sítio criado pela
Justiça Eleitoral para esse fim na rede mundial de computadores (Internet):
I – os recursos em dinheiro recebidos para financiamento de sua campanha eleitoral, em até
72 (setenta e duas) horas de seu recebimento;
II – no dia 15 de setembro, relatório discriminando as transferências do Fundo Partidário,
os recursos em dinheiro e os estimáveis em dinheiro recebidos, bem como os gastos realiza-
dos.
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VELLOSO, Carlos Mário da Silva. AGRA, Walber de Moura. Elementos de Direito Eleitoral. São
Paulo: Saraiva, 2009.
Weslei Machado
Weslei Machado é Promotor de Justiça Substituto no Ministério Público do Estado do Amazonas e
Promotor Eleitoral da 38ª Zona Eleitoral do Estado do Amazonas, Especialista em Direito Constitucional
– IDP, foi Analista Judiciário – Área Judiciária do TSE (2007/2017); foi Assessor de Desembargador no
TJDFT (2016/2017; professor de diversos cursos preparatórios para concursos em Brasília; professor e
foi Assessor do curso de Direito da Universidade Católica de Brasília.
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