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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA (CCT)


DIREITO

PEDRO ALVARENGA MACIEL DOS SANTOS - 32302630

FUNDO ESPECIAL DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA (FEFC) E FUNDO


PARTIDÁRIO

Campinas
2023
PEDRO ALVARENGA MACIEL DOS SANTOS - 32302630

FUNDO ESPECIAL DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA (FEFC) E FUNDO


PARTIDÁRIO

Texto sobre o Fundo Especial de


Financiamento de Campanha o
comparando com o Fundo Partidário,
também chamado de Fundo Eleitoral, um
trabalho da disciplina Ciência Política
apresentado a Universidade Presbiteriana
Mackenzie.

ORIENTADOR: Prof.ª. Drª Gilson A. Novaes

Campinas
2023
1. O Fundo Especial de Fundo de Campanha

O Fundo Especial de Financiamento de Campanha, também conhecido pela


sigla FEFC, é um recurso público destinado ao financiamento das campanhas
eleitorais de candidatos a prefeitos, senadores, presidentes, etc. Em suma, ele é
destinado a todas as campanhas eleitorais de candidatos a cargos eletivos no Brasil.
O fundo foi criado com o objetivo de garantir uma nova fonte de financiamento para
as campanhas eleitorais, após as doações empresariais para as campanhas políticas,
que ocorriam até o ano de 2015, serem proibidas pelo Sistema Tribunal Federal como
uma resposta aos escândalos de corrupção envolvendo financiamento político na
época.
Com isso, a partir de 2017, o Fundo Especial de Financiamento de Campanha
foi criado pela Lei nº 13.487/2017, como uma opção de financiamento para os partidos
políticos em suas campanhas eleitorais, reduzindo a influência do poder econômico
nas eleições e, por conseguinte, promovendo a transparência e uma maior igualdade
durante as campanhas. Além disso, o FEFC tem como obrigação destinar parte de
seus recursos para a participação feminina na política, fazendo com que elas tenham
mais presença nas campanhas. Essa iniciativa foi de extrema importância pois,
historicamente, as mulheres enfrentam muitos desafios no que tange à
representatividade política.

2. Origem dos recursos para o financiamento

Em relação a seus recursos, o Fundo Especial de Campanha recebe recursos


vindos do Orçamento da União, um plano de receitas e despesas do governo utilizado
para o planejamento, execução e controle das atividades financeiras do governo
federal que são distribuídos aos partidos políticos, de forma proporcional, de acordo
com sua representatividade e influência na Câmara dos Deputados em relação à
última eleição geral daquele período. Essa distribuição considera, também, o número
de deputados eleitos por cada partido e, novamente, de forma obrigatória, nessa
distribuição deve haver, pelo menos, 30% das vagas destinadas às candidatas
femininas.
Entretanto, é importante destacar que essa composição do Fundo Especial de
Financiamento de Campanha pode variar de eleição para eleição visto que, uma vez
determinada pela legislação eleitoral em vigor, as regras podem ser alteradas pelo
Congresso ou pelo Tribunal Superior Eleitoral antes de cada pleito. Nas eleições
gerais de 2018, por exemplo, o FEFC disponibilizou um montante de
aproximadamente R$ 1,7 bilhão para serem distribuídos entre os partidos políticos
participantes. Nas eleições municipais de 2020, porém, o valor foi para R$ 2 bilhões.

3. Para que são utilizados os recursos no Fundo Especial de


Financiamento de Campanha

De forma geral, os recursos disponibilizados pelo Fundo Especial de Fundo de


Campanha geralmente são utilizados pelos partidos políticos financiarem suas
campanhas e lidarem com as despesas realizadas pelos gastos com propagandas
eleitorais, produção de programas de TV, comícios, alimentação dos trabalhadores
envolvidos, transporte dos mesmos, locação de serviços, bens ou aluguéis, entre
outros. Tudo isso de forma igualitária e transparente.

4. O Fundo Partidário

Além do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, outra forma de


financiamento público destinado aos partidos políticos no Brasil que, inclusive, é mais
antiga que o FEFC, é o Fundo Partidário. Criado em 1995, o Fundo Partidário foi criado
com o objetivo de garantir recursos para o funcionamento das atividades dos partidos
eleitorais no Brasil, suprindo suas necessidades financeiras e permitindo a atuação
política de cada um deles. Foi estabelecida pela Lei nº 9.096/1995, também conhecida
como Lei dos Partidos Públicos.
A distribuição de recursos nesse Fundo também é estabelecida pelo
Orçamento da União, entretanto, diferentemente do FEFC, os recursos podem vir de
diversas outras fontes, como doações de pessoas físicas, multas eleitorais, entre
outros, e é destinada a todos os partidos a partir de critérios estabelecidos pela
legislação eleitoral. Esses critérios são praticamente parecidos com os critérios do
FEFC: proporção de votos obtidos por cada partida na última eleição para a Câmara
e a representação de cada partido nas bancadas do Congresso. Diferente do Fundo
Especial de Financiamento de Campanha, no Fundo Partidário, há uma parte que os
recursos são distribuídos de forma igualitária para todos os partidos que são
registrados no Tribunal Superior Eleitoral.

5. Diferenças entre as formas de financiamento público

Sob toda essa óptica, é importante destacar que essas duas formas de
financiamento público para os partidos no Brasil possuem suas diferenças de acordo
com sua origem de recursos e finalidades. Em relação à origem dos recursos, o FEFC
obtém seus recursos através do Orçamento da União, enquanto o Fundo Partidário,
apesar de também obter por meio de recursos públicos, ele pode ser auxiliado por
meio de doações de pessoas físicas, multas eleitorais, etc. Com relação à finalidade,
o Fundo Especial tem sua função de exclusivamente financiar as campanhas
eleitorais, ou seja, custear gastos relacionados às propagandas eleitorais, produção
de material de campanha, entre outros. Já o Fundo Partidário é destinado às
atividades eleitorais em geral, isto é, a organização de eventos, formação política, etc.

6. Conclusão

Por último, é importante analisar e refletir que, apesar de muitas críticas, antes
da Criação destes dois fundos de financiamento público para partidos políticos, os
partidos eram dependentes somente de recursos privados, como doações de
empresas ou pessoas físicas, para financiar suas atividades e campanhas eleitorais.
A criação destes fundos auxiliou na redução da dependência em relação a doações
e, além disso, estabeleceu critérios, mas principalmente limites, para o financiamento
partidário, garantindo uma maior transparência, controle e, especialmente, igualdade
de oportunidades entre os partidos.
Referências Bibliográficas:

QUEIROGA, Rodrigo de Sá. Fundo Especial de Financiamento de Campanha e


Isonomia na Disputa Eleitoral, Brasília, 2018. Disponível em:
https://repositorio.idp.edu.br/bitstream/123456789/2451/1/Disserta%c3%a7%c3%a3
o_Rodrigo%20de%20S%c3%a1%20Queiroga_DIREITO%20CONSTITUCIONAL_20
18.pdf. Acesso em: 11 Abr. 2023.

SAIBA A DIFERENÇA ENTRE FUNDO PARTIDÁRIO E FUNDO ELEITORAL.


Tribunal Regional Eleitoral de Goiás. Disponível em: https://www.tre-
go.jus.br/comunicacao/noticias/2020/Janeiro/saiba-a-diferenca-entre-fundo-
partidario-e-fundo-eleitoral. Acesso em: 11 Abr. 2023.

O QUE É FUNDO ESPECIAL DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA (FEFC). Lima


& Gois Advogados, São Paulo, 2023. Disponível em:
https://www.limaegois.com.br/artigo/o-que-e-fundo-especial-de-financiamento-de-
campanha-fefc. Acesso em: 11 Abr. 2023.

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