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A RENOVAÇÃO POLÍTICA DAS ELEIÇÕES DE 2018: UMA DISCUSSÃO

SOBRE A DESIGUALDADE ECONÔMICA ELEITORAL

THE 2018 ELECTIONS POLITICAL RENEWAL: A DISCUSSION ON


ELECTORAL ECONOMIC INEQUALITY

Juliana Amorim e Victor Dalton*

Resumo: O cenário político brasileiro vem mudando o contexto das eleições, especialmente
quando tratamos de candidatos e candidatas de primeiro mandato e candidatos e candidatas
reeleitas. As eleições de 2018 trouxeram o maior índice de renovação de cargos na Câmara dos
Deputados, mas não a ponto de ultrapassar o percentual de reeleição. Além disso, a recente
Reforma Política também teve como um dos escopos de discussão e atuação a condição sócio-
econômica de candidatos influenciar na ocupação de cargos. Assim, a partir de análises das
declarações de bens dos candidatos, sob a ótica da regressão logística, aferimos se a variável em
questão é isoladamente determinante para o índice de reeleição em 2018, haja vista os
mecanismos recém instituídos para coibir a desigualdade econômica no campo das eleições.

Palavras-chaves: Reeleição; Patrimônio; Deputados Federais; Reforma Política; Eleições 2018.

Abstract: The Brazilian political scenario has been changing the elections context, especially
when it comes to first term and re-elected candidates. The 2018 elections brought the highest
renewal rate in the House of Representatives. However, it did not exceed the percentage of
reelection. The recent Political Reform discussed the possibility of candidates' socioeconomic
condition to influence the occupation of positions. Based on declarations analyses of candidates
assets and on logistic regression principle, we observe whether the variable in question is alone
decisive for the rate of reelection in 2018, given the mechanisms recently instituted to curb
economic inequality in the field of elections.

Keywords: Reelection; Heritage; Representatives; Political Reform; 2018 Elections.

1. Introdução
As eleições de 2018 mostraram um alto índice de renovação dos cargos do Poder
Legislativo. Contudo, esta taxa não ultrapassou o percentual de candidatos reeleitos, o que
mostra que a reeleição continua tendo um papel importante para entender a dinâmica de
funcionamento do cenário político.
Neste sentido, como apontam pesquisadores e especialistas da área, a reeleição pode
ocorrer a partir de alguns fatores gerais que podem levar à sucessivas vitórias das urnas do
candidato, sendo eles desde condicionantes físicas até questões materiais. Dentre as variáveis
possíveis, este trabalho será centrado na análise do patrimônio dos candidatos das eleições de
2014 e 2018 na Câmara dos Deputados.
Para tal, usaremos a regressão logística, com base nos dados apresentados pelos
candidatos ao TSE, a fim de saber se existe alguma relação entre o total de bens declarados dos
candidatos com a sua capacidade de reeleição, ou mesmo se a variação patrimonial dos
candidatos entre 2014 e 2018 é uma variável significativa neste processo.

2. Os desdobramentos do fenômeno da Reeleição dentro do Sistema Eleitoral Brasileiro

2.1 Sobre a reeleição e a tipicidade das Eleições de 2018


O atual cenário político brasileiro não prevê limite de mandatos para o cargo de
Deputado Federal. Com isso, na Câmara dos Deputados, é comum vermos exemplos de
parlamentares com consecutivos anos, e até décadas, de Casa.
Segundo cálculos da Secretaria-Geral da Mesa (SGM), o índice de renovação na
Câmara dos Deputados em 2018 foi de 47,37%, a maior desde a redemocratização, que não
ultrapassava a média de 40%. Dos 513 deputados, 243 exercem seu primeiro mandato e, de total
de 444 candidatos à reeleição, 251 foram reeleitos, representando uma porcentagem de 56,5%.
Além disso, também foram eleitos 19 ex-deputados de legislaturas anteriores (3,7%).
Ainda que tenha ocorrido, por parte da sociedade civil, uma onda de renovação política
que culminou em uma taxa incomum de parlamentares de primeiro mandato, a taxa de reeleição
ainda é superior à metade do Parlamento.
Com isso, entendemos que, embora haja novos arranjos e perfis políticos, a reeleição
ainda é um fator forte dentro da disputa política e, por isso, será nosso foco de análise.
Pesquisadores como Pereira e Rennó (2001 e 2007), Ames (2001), Carvalho (2003), Samuels
(2001), Silva Júnior (2013) mostram-se alinhados ao concordar que as eleições legislativas são
desequilibradas em favor dos candidatos à reeleição.
Assim, nosso objetivo inicial é compreender, com base nas eleições de 2018 da Câmara
dos Deputados, o que pode tornar o cenário mais favorável para quem busca a reeleição e
qual/quais determinantes podem explicar isso.
À luz de Silva e Cervi (2017) e Speck e Mancuso (2014), que propõem uma reflexão
sobre como a receita de campanha pode ser um dos artefatos eleitorais que possui correlação
com a capacidade de reeleição; e em Codato e Carlomagno (2018) que questionam como
atributos sociais (como um indicador de “classe social”), patrimônio acumulado (“riqueza”) ou
gênero (homem/mulher), são capazes de explicar fenômenos da dinâmica eleitoral, pretendemos
focar na questão sócio-econômica e traçaremos um paralelo entre o patrimônio total declarado
pelo parlamentar junto ao TSE em 2018 e a sua possível capacidade - ou não - de se reeleger.
Segundo Codato e Carlomagno (2018):
Quem possui maior status social possui mais patrimônio e
possui mais receitas de campanhas. Em termos lógicos, isso faz
sentido. Quem possui certo capital financeiro e capital social
tende a possuir também uma rede de contatos que lhe permite
angariar recursos de campanha entre doadores potenciais. Em
outras palavras, dinheiro atrai dinheiro e não há, no sistema
político, mecanismos institucionais que compensem essas
desigualdades. (CODATO & CARLOMAGNO, 2018, p. 15)
Desse modo, é possível entender que o Brasil, assim como muitas outras democracias
sólidas, é um país em que o poder econômico tende ainda a pesar muito quando se discute
eleições. São exemplos caricatos e indeléveis dentro do próprio Congresso Nacional, detentores
de grandes patrimônios, que remete à ideia de que a desigualdade eleitoral é fortemente, ou tão
somente influenciada, por questões financeiras que perpetuam um sistema de reprodução de
figuras políticas e a interligação de uma afastada, mas necessária problematização, da
instauração de uma oligarquia moderna ou “sofisticadas estratégias das formas de exercício do
poder aristocrático capaz de convincentemente apresentar-se à população como se democrático
fosse.” (BUENO, 2016, p. 72)
Portanto, tendo em vista que grande parte da bibliografia sobre o tema enxerga que a
condição econômica de pessoas que buscam um cargo público influencia na dinâmica eleitoral e
que a eleição de 2018 trouxe novas perspectivas que remodelam o padrão sobre a crescente de
renovação política e a taxa de reeleição, o objetivo do artigo é entender em que medida os
patrimônios e recursos financeiros dos/as candidatos/as podem ser determinantes na taxa de
reeleição, neste caso, da Câmara dos Deputados.
Outra discussão importante quando se fala sobre a atipicidade das Eleições de 2018 e a
desigualdade socioeconômica entre os/as candidatos/as é o fim do financiamento privado de
campanhas.
A eleição de 2018 foi a primeira disputa, a nível federal, em que se fez uso do fundo
público para campanhas, oriunda da vedação de doação por parte de empresas e pessoas
jurídicas às campanhas partidárias. Com isso, foi criado o Fundo Especial de Financiamento de
Campanha, ou o apelidado Fundo Eleitoral, e a liberação da arrecadação por ferramentas de
financiamento coletivo que, em alguma medida, mudou a dinâmica do processo eleitoral,
inclusive no que tange a influência - ou não - do patrimônio total de bens do/a candidato/a.
2.2 Sobre a discussão da Reforma Política e a implicação do uso do patrimônio pessoal
A aprovação da chamada Reforma Política trouxe consigo alguns desafios para o futuro
das eleições políticas brasileiras. Dentre outros pontos, uma das principais mudanças foi a
fixação de limites de custos de campanha, além da continuação da proibição, imposta pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) em 2015, de doações de pessoas jurídicas a campanhas
políticas. Tais medidas indicam que a legislação brasileira está amadurecendo e criando
mecanismos para tentar conter o peso economicamente desproporcional entre os candidatos e
candidatas.
Contudo, foi permitido que pessoas físicas possam doar até 10% do rendimento bruto
alcançado no ano anterior à eleição, desde que não ultrapasse 10 salários mínimos para cada
cargo ou chapa majoritária em disputa. Em casos de utilização de algum bem móvel ou imóvel,
ou mesmo prestação de serviços direta à campanha, o valor da doação estimado em dinheiro não
entra no cálculo dos 10%, mas não pode ultrapassar R$ 40 mil.
Além das doações por pessoas físicas, a destinação de recursos públicos do Fundo
Eleitoral também é uma fonte de renda de campanha. A divisão do dinheiro se dá entre todos os
partidos aptos a disputar a eleição e é executada pela Justiça Eleitoral, que leva em consideração
critérios como o tamanho da bancada de cada legenda nas Casas Legislativas, Câmara e Senado.
Todavia, muito embora não seja a discussão central deste artigo, quando ocorre a
distribuição dos recursos dentro das legendas partidárias, a divisão interna fica a critério das
próprias agremiações. Apesar das condições recentemente determinadas pelo STF nas quais os
recursos devem ser divididos proporcionalmente entre os candidatos brancos e negros e, no
mínimo, 30% dos recursos sejam repassados às candidaturas de mulheres, como meio de
incentivar a participação feminina na política, tal questão ainda pode privilegiar alguns
candidatos em detrimento de outros. Ou seja, embora haja o fomento de louváveis incentivos
partidários às questões de raça e gênero, os mesmos não levam em consideração outra vertente
social importante: o viés sócio-econômico dos/as candidatos.
Sobre o autofinanciamento, tópico este que, a grosso modo, é relevante ao escopo do
presente artigo: o quantitativo do patrimônio total dos candidatos, inicialmente, foi aprovado na
Câmara dos Deputados que, nas eleições de 2018, o candidato ao cargo de Deputado Federal
poderia usar em campanha o montante de até 7% dos seus recursos próprios. No entanto, os
trechos foram impugnados pelo Senado por serem considerados estranhos ao projeto original.
Assim, abriu-se precedente de interpretação se os candidatos poderiam doar, de recursos
próprios, o total do limite de gastos para a sua campanha ou se seriam enquadrados no critérios
de doações de pessoas físicas mas, segundo previsto na Lei da Eleições (9.504/1997), o limite
para o autofinanciamento é de 10% de tudo que o candidato pode gastar na campanha.
Deste modo, muito embora a Reforma Política tenha trazido incentivos e sinalizações
para o fortalecimento de políticas públicas que diminuam as desigualdades ocorridas durante o
processo eleitoral, o fim do financiamento privado de campanha tão somente não garante a
resolução da disparidade econômica entre os candidatos, além de não gerar impacto direto na
relação entre o patrimônio a taxa de sucesso de reeleição, uma vez que tal financiamento foi, em
linhas gerais, substituído pelo financiamento público, além de continuar sendo possível o
autofinanciamento.

3. Método
A partir de dados apresentados pelo Tribunal Superior Eleitoral, especialmente aqueles
que elencam o quantitativo de patrimônios declarados pelos candidatos, utilizamos a Regressão
Logística como método estatístico para explicar: primeiramente, se o total de bens, logo, se a
situação financeira da pessoa em questão influencia ou é uma variável importante para explicar
sua reeleição; ou se a variação de patrimônio entre os mandatos, no caso, o quantitativo
declarado nas eleições de 2014 e nas eleições de 2018 podem incitar algum tipo de vantagem
que auxilie no processo de reeleição.
Desse modo, analisamos duas eleições para Deputado/a Federal no Brasil (2014 e 2018)
em que concorreram mais de 29 mil candidatos, dentre esses, 444 para reeleição, no intuito de
entender se, de alguma forma, o patrimônio do parlamentar influencia na probabilidade de
conquistar novamente a cadeira legislativa.

4. Resultados e Discussão
Desde o princípio, a pesquisa apresentou números interessantes.
Inicialmente, talvez influenciado pelo imaginário popular, surpreendeu a informação
que, num universo de 398 parlamentares eleitos em 2014 e que tentaram a reeleição em 2018,
136 declararam patrimônio menor ao TSE em 2018, enquanto 259 deputados declararam
patrimônio maior (3 declararam exatamente o mesmo patrimônio em 2014 e 2018).
Até mesmo pela percepção social de que os/as deputados/as recebem remunerações
muito elevadas em relação à média da sociedade, foi uma surpresa saber que cerca de um terço
dos candidatos à reeleição perderam riqueza ao longo do seu mandato.
Em um segundo momento, também chamou atenção a baixíssima correlação entre as
variáveis, tanto a variação patrimonial (variável variacao) e o patrimônio absoluto (variável
VR_BEM_CANDIDATO.x), quando associadas à reeleição do parlamentar (variável
REELEITO). Ao buscar a correlação com a variação patrimonial, encontrou-se uma correlação
de 0,05, e ao correlacionar com o patrimônio absoluto declarado ao TSE em 2018, uma
correlação de -0,09. Num espectro que oscila entre -1 e 1, no qual os extremos indicam forte
correlação inversa ou direta, números muito próximos de zero sugerem que as variáveis não
estão relacionadas.
Fonte: Autores.
Já em estado de atenção, em virtude da correlação apontada de início, a regressão
logística foi realizada, inicialmente, para observar a influência da variação patrimonial na
capacidade de reeleição parlamentar.
Foi encontrado um intercepto de 0.34 e a variação com valor 0.0000005291, indicando
que a cada aumento de 1 real na variação patrimonial o logaritmo da chance de reeleição
incrementa no valor de variacao. Ainda, Pr (> |z|) apresentou valor de 0.31, indicando que a
variável variacao não é significativa para explicar a capacidade de reeleição do parlamentar.

Fonte: Autores.
Quando plotada em um gráfico, a esperada curva sigmóide não aparece, dando lugar a
uma linha reta a olhos vistos e que não se sobrepõe aos dados. Tal aspecto é mais um indicativo
que o modelo encontrado não é adequado, e a variação patrimonial ao longo do mandado de
2014 a 2018 não explica a capacidade de reeleição do parlamentar.

Fonte: Autores.

A mesma análise foi repetida, desta vez, com o valor absoluto do patrimônio do
parlamentar declarado ao TSE no ano de 2018, no intuito de apurar se a riqueza do/a
Deputado/a Federal, em valores absolutos, poderia influenciar a sua capacidade de reeleição.
Neste turno, foi encontrado um intercepto de 0.49 e a VR_BEM_CANDIDATO.x com
valor -0.0000006788, indicando que a cada aumento de 1 real no patrimônio absoluto o
logaritmo da chance de reeleição decrementa no valor supracitado. Por fim, Pr (> |z|) apresentou
valor de 0.08, indicando que a variável VR_BEM_CANDIDATO.x também não é significativa
para explicar a capacidade de reeleição do parlamentar.
Fonte: Autores.

E, conforme esperado, também não foi possível encontrar uma sigmóide ao representar
o modelo graficamente, com destaque para os outliers, que ressaltam o fato de que quatro dos
cinco candidatos mais ricos concorrentes à reeleição não lograram êxito.
Fonte: Autores.
5. Conclusão
Dentro do cenário de cargos proporcionais eleitos na Câmara dos Deputados nas
eleições de 2018, quando analisada, de forma isolada, a questão econômica, com foco na
declaração de bens e patrimônios do TSE, não foi possível observar a variação patrimonial ao
longo do mandato e o patrimônio total declarado pelo parlamento junto ao TSE em 2018
influenciar, de forma significativa, a capacidade do parlamentar de se reeleger.
Uma possível explicação desse fenômeno seria a atipicidade das eleições de 2018, com
caráter mais polarizado que as anteriores e que trouxe números inusitados, tanto para renovação
política como para reeleição. Muito embora a margem de reeleitos tenha sido mais do que a
metade da totalidade de candidatos eleitos, a renovação política - e aqui não estamos tratando de
renovação partidária ou de perfis caricatos e ‘elegíveis’ - foi muito superior em relação às
eleições anteriores, como mostra a própria pesquisa da Câmara dos Deputados e de estudiosos
da área.
É importante pensar também que, embora a legislação tenha imposto limites de doação
e gastos de campanha, deve-se considerar o uso estratégico destes, bem como de seu patrimônio
pessoal, especialmente em uma era cada vez mais digitalizada como a que vivemos. Nos dias
atuais, as redes sociais, além de diminuírem os custos com campanhas, trazem
impulsionamentos e alavancagens muito maiores que táticas e estratégias ultrapassadas, no
sentido tecnológico da questão.
Sendo assim, é possível concluir que, ao menos nas eleições de 2018 para a Câmara dos
Deputados, o patrimônio pessoal da/do candidato não se apresenta enquanto um precursor
central para angariar novamente o cargo. Tal fenômeno pode ser explicado a partir de vários
olhares, sendo um deles o recente fim do financiamento privado de campanha, que mudou a
logística partidária de se fazer campanha, como também o crescente uso e aposta na era digital a
partir das redes sociais, trazendo uma maior democratização na formação de candidaturas.

Referências Bibliográficas

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