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1. INTRODUÇÃO
Certamente, esta reforma não se limita só a isso, deve se considerar este assunto, com
a gravidade e complexidade que lhe é peculiar, assim sendo, como um processo ainda
incompleto e construtivo que se desenvolve no decorrer do tempo e atravessa um largo
período de nossa história. Um dos motivos que ocasionam este impasse reside no simples fato
de que não existe consenso sobre as normas que devem ser adotadas. Teoricamente, a
Reforma de nossa Política visa efetivar o funcionamento da política nacional por inteiro, por
isso as questões estruturais devem ser revistas ou reformuladas, já que os atores envolvidos no
processo - as instituições e a sociedade - necessitam seguir um padrão de normas e condutas,
assim como a manter um comportamento próprio característico desse novo sistema. “Sendo
um país, como o Brasil, entendemos que o sistema político é um conjunto de instituições e
atores que atuam de forma inter-relacionada e interdependente na administração do país”
(ARAGÃO, 2014).
2. MATERIAL E MÉTODOS
O estudo destaca duas premissas que interferem na dinâmica natural dos projetos
políticos e suas implicações na organização da política brasileira. A primeira questão, no
âmbito governamental, não pretende constituir uma reforma com o foco em relação às mais
recentes e intensas discussões do cenário nacional. Distante disso, as propostas do governo
são justamente aquelas que têm sido sistematicamente debatidas no Congresso Nacional
durante anos, algumas delas, deliberadas pelo Plenário da Câmara dos Deputados por mera
disputa de poder entre grupos políticos. A segunda questão decorre da semelhança entre as
propostas do governo e da Câmara dos Deputados, que apesar das críticas entre eles, sempre
encontram um elo de afinidade que resultam nas aprovações por maioria simples de seus
membros. Deste breve relato produzido pela própria instituição legislativa, das posições
defendidas pelos atores da politica nacional, observa-se que o protagonismo dos propositores
de inovações frente aos que estão satisfeitos com o quadro atual político, não contribuem em
nada para o desenvolvimento nacional. “E ainda transmite uma ideia de repúdio generalizado
a todos os elementos da legislação eleitoral e partidária vigente. (RABAT, 2009).”
O sistema eleitoral vigente está erigido sobre uma base histórica que remonta à
tradição política nacional, bem como aos sucessivos períodos de ausência da democracia no
Brasil durante o século passado. Segundo Barreto & Fleischer (2008) mesmo com a
convocação da Assembleia Nacional Constituinte em 1988 seus membros não apresentaram
propostas que representassem grandes avanços no que se refere ao sistema eleitoral. Ainda em
1985, antes, portanto da convocação da Assembleia Constituinte, foram adotadas
modificações nas normas políticas, tais como a criação de novos partidos políticos, a
legalização de partidos comunistas, novas revisões nos registros eleitorais, dentre outras
(FLEISCHER, 2004).
4. CONCLUSÃO
O Brasil vive um período grave em sua Política, onde grande parte de seus
representantes romperam a conexão legítima que existia com a sociedade civil.
Consequentemente, perdeu a identidade com ela, deixando de representá-la e, até mesmo de
servi-la. E a política se inseriu em um mundo à parte, totalmente alheio aos anseios
populacionais e republicanos. No decorrer dos anos a exposição das irregularidades e
ilegalidades do financiamento eleitoral, dos negócios próprios entre a Administração Pública
e os congressistas, assim como o exercício de cargos públicos para benefício pessoal, têm sido
motivo de vergonha e de descrença política, e tem desmotivado a capacidade de indignação da
sociedade brasileira. O Estado democrático depende de uma atividade política intensa e de um
parlamento atuante e confiável. Qualquer proposta de reforma do processo eleitoral e político
nacional deve apresentar uma profunda transformação no conteúdo dos partidos e da conduta
de seus representantes, assim como buscar restaurar a idoneidade da política nacional.
5. REFERÊNCIAS
ARAGÃO, Murillo de, Reforma Política: O debate inadiável. 1ª edição Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2014.
RABAT, Márcio Nuno, Análise Crítica da Reforma Política. Câmara dos Deputados.
Consultoria Legislativa. Brasília, 2009.