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Vale dizer que a busca pelo poder, normalmente, fundamenta o ato político, pois
os embates no âmbito da política costumam estar associados à disputa pelo poder de
ação em nome da vontade de grupos ou indivíduos distintos. Assim, nem sempre as
ações ou políticas adotadas pelas instituições de um Estado, como os partidos políticos
ou os demais organismos legislativos, terão o intuito de beneficiar todas as partes da
sociedade de forma igual. Na verdade, essa seria uma tarefa impossível diante das
grandes diferenças de interesses entre os diferentes grupos que compõem o cenário
político de um Estado.
POLÍTICA EM ANGOLA
O regime político vigente em Angola é o presidencialismo, em que o Presidente
da República é igualmente chefe de Estado e de governo; é assessorado por um
Conselho de Ministros, que forma com o Presidente o poder executivo. Os poderes
legislativos estão na alçada dos 220 parlamentares eleitos para a Assembleia Nacional.O
Presidente da República, juntamente com o parlamento, nomeia a maioria dos membros
das duas maiores instâncias do poder judiciário, isto é, o Tribunal Constitucional e o
Tribunal Supremo. O judiciário ainda compõe-se do Tribunal de Contas e do Supremo
Tribunal Militar
Quando se fala de assuntos que perpassam pela área da política, talvez você já
tenha percebido que uma grande parte das opiniões mais comuns é a de que o ato
político é uma manifestação puramente institucional. Em outras palavras, acredita-se
que o ato político só pode acontecer dentro das mediações das câmaras de vereadores,
deputados, senadores, etc., e que apenas os políticos eleitos de fato podem atuar
politicamente.
Mas a verdade é que a política está muito mais presente em nossa convivência
diária do que você imagina. O ato político não está limitado à instituição, por mais que
esteja frequentemente direcionado de alguma forma para o âmbito institucional. Tendo
em vista esses diferentes grupos que constituem o meio social e político, é necessário
salientar que os conflitos de interesses podem manifestar-se de maneira distante das
formas convencionais instituídas pelo Estado, isto é, em forma de grupos organizados
que buscam ver representados seus interesses no meio institucional, contando com
prestígio legal ou não. Referimo-nos a eles quando falamos sobre “movimentos
sociais” ou organizações populares.
ANÁLISE SEGUNDO NORBERTO
BOBBIO
Norberto Bobbio, em seu “Dicionário de Política”, clarifica que “os
movimentos sociais constituem tentativas, fundadas num conjunto de valores comuns,
destinadas a definir as formas de ação social e a influir nos seus resultados”. Isso
significa que os movimentos sociais são vetores de mudanças sociais, políticas e,
consequentemente, da ordem estabelecida em uma sociedade. Um claro exemplo disso
foram os movimentos sociais feministas que proporcionaram uma onda de mudanças
entre o final do século XIX até meados do século XX, como a obtenção do direito de
voto e o combate a graves discriminações de gênero.
O sufrágio universal, que hoje existe na maioria das nações que se encontram
sob um regime democrático, foi em grande parte motivado pela luta feminina pelo
direito ao voto. As conquistas do movimento feminista desse período acabaram
resultando em grande mudanças sociais que ainda hoje reverberam em nosso âmbito
social. O movimento feminista foi responsável por mudanças sociais profundas.
Nesse sentido, a decisão sobre o que entra e o que sai da agenda governamental
constitui o ponto de partida para a formulação das políticas públicas. Para compreender
o momento de construção da agenda da política pública, especificamente o processo de
tomada de decisão governamental, discuto o modelo elaborado por John W. Kingdon
(1994) para a compreensão dos elementos que compõem o processo. Esse modelo
teórico metodológico foi testado para analisar a ascensão de uma questão na agenda
governamental e considerado adequado para a análise dos momentos de “pré–decisão” e
de “decisão”, isto é, a seleção dos problemas e a escolha das alternativas de políticas
que se constituem em objeto do processo decisório.
Á VISÃO DO MUNDO
Uma revisão preliminar da literatura sobre policy analysis permite a
identificação de três dimensões da política pública: a dimensão institucional [polity] que
se refere à organização do sistema político, delineada pelos sistemas legal e jurídico e
pela estrutura institucional do sistema político administrativo; a dimensão processual
[politics] que se refere ao processo político, frequentemente conflituoso, no que diz
respeito à imposição de objetivos, aos conteúdos e às decisões de distribuição dos custos
e benefícios de uma dada política pública; a dimensão material [policy], que se refere
aos conteúdos concretos que envolvem a configuração dos programas políticos, aos
problemas técnicos e ao conteúdo material das decisões políticas.