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ÍNDICE

I – INTRODUÇÃO..........................................................................................................2

II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................3

2.2.1 – DESIGUALDADE ECONÔMICA....................................................................3

2.2.2 – CAUSAS DA DESIGUALDADE ECONÔMICA............................................4

2.3.1 – DESIGUAL DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR EM ÁFRICA.........................6

2.3.2 – DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS E OBRIGAÇÃO DE AJUDAR...........8

III – CONCLUSÃO.......................................................................................................10

IV - REFERÊNCIAS.....................................................................................................11
I – INTRODUÇÃO
O continente africano é um grande produtor e exportador de produtos oriundos da
produção agrícola, no entanto não consegue alimentar sua população. A África
apresenta um elevadíssimo número de subnutridos, isso lhe dá a condição de pior do
mundo nesse aspecto.

O continente se caracteriza pela presença da fome, realidade que aumenta a cada dia. Os
países que mais sofrem com a fome são: Etiópia, Somália, Sudão, Moçambique, Malavi,
Libéria e Angola.

Estatísticas, como as divulgadas pela FAO (Fundação da Organização das Nações


Unidas para Agricultura e Alimentação) no ano de 2009 (FAO, 2009),
comprovam que a produção alimentícia mundial seria mais que suficiente para suprir a
necessidade nutricional dos mais de sete bilhões de habitantes do planeta. A má
distribuição destes alimentos em âmbito internacional e a desigual distribuição de renda
são fatores que impedem que um quantitativo enorme de seres humanos tenha acesso à
alimentação. Os avanços tecnológicos no setor alimentício não foram capazes de exaurir
com a fome pelo mundo. Isso vem a ratificar o caráter contraditório do capitalismo, que
mantém as taxas de produção numa ascendente e amplia o número de pessoas
sem acesso à renda ou à alimentação. O indivíduo que se alimenta insuficientemente
ou que possui uma alimentação carente em alguns nutrientes indispensáveis à saúde
humana, também tem fome. Mesmo estando obeso, ou se alimentando com
regularidade, ele pode apresentar algumas enfermidades decorrentes da insuficiência
de certos elementos em sua dieta. Doravante, nestes escritos a fome oculta será
investigada por meio de suas particularidades, demonstrando que fome não é apenas
o estado agudo de inanição de um ser.

Este trabalho possui como objetivo falar sobre o modo de produção capitalista à
desigual distribuição de alimentos e à fome oculta.
II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.2.1 – DESIGUALDADE ECONÔMICA
A desigualdade econômica se caracteriza pela distribuição desigual de renda em
determinada região, sendo influenciada por fatores históricos, sociais e pela falta de
investimento em políticas sociais.

Existem diversas formas de se medir a desigualdade social e econômica de um


país, através de indicadores usados como meio de comparação entre países e regiões.
Entre elas estão a renda per capita, ou seja, a soma de todos os salários dividida pelo
número de habitantes. Nesse caso, a medida será relativa a contextos populacionais e
geográficos e nem sempre será a melhor forma de mensurar as desigualdades de um
país, já que desconsidera diferentes classes sociais. Existe também o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), que serve como um indicador geral de qualidade de
vida, considerando fatores como expectativa de vida ao nascer e o acesso à educação.

Além desses indicadores, o estatístico italiano, Corrado Gini, desenvolveu, em


1912, o Coeficiente de Gini, que se tornou o principal indicador para medir
desigualdade de renda. Para isso, o Coeficiente de Gini relaciona a percentagem de
pessoas com a percentagem de renda em determinado país. O resultado em pontos
percentuais é multiplicado por 100, e resulta em uma escala de 0 a 1, onde 0
corresponde à completa igualdade (todos recebem a mesma renda) e 1 corresponde à
completa desigualdade (uma pessoa recebe toda a renda nacional). Não existe nenhum
país em absoluta igualdade ou absoluta desigualdade, embora a distância entre os países
mais desiguais e mais iguais seja bastante significativa.

De acordo com as estimativas mais recentes do Banco Mundial, os cinco países


mais desiguais são a República do Congo, Botswana, Haiti, Namíbia e África do Sul –
exceto pelo Haiti, que fica na América Central, os outros são países africanos. Em
contraste, os países menos desiguais são Ucrânia, Eslovênia, Noruega, República
Eslovaca e República Checa, todos países europeus.
2.2.2 – CAUSAS DA DESIGUALDADE ECONÔMICA
1 - Desigualdade de gênero

O segundo fator de correlação com desigualdade econômica é a desigualdade de gênero.


O Fórum Mundial de Economia (World Economic Forum) afirma que a desigualdade de
gênero influencia diretamente os índices de desigualdade econômica em determinada
região. O Fórum apresenta três motivos: a desigualdade salarial, já que quanto maior a
desigualdade salarial entre homens e mulheres, maior a desigualdade financeira na
região; mulheres tendem a trabalhar no setor informal, onde recebem menos que
homens; e a desigualdade de oportunidades entre gêneros, especialmente no acesso à
saúde e educação, é fortemente associada a desigualdade econômica.

2 - Segregação racial

A segregação de pessoas de acordo com sua raça e/ou etnia também caracteriza uma
causa estrutural da desigualdade econômica. Tal fato pode ser observado tanto nível
nacional quando local. A nível nacional, observamos a segregação racial em países onde
a mesma foi institucionalizada. A nível municipal, a observamos em espaços urbanos
onde existe uma segregação racial territorial, que se apresenta pelo menos de duas
formas: em aglomerados populacionais (favelas) – onde há maior concentração de
pessoas negras – e no acesso desigual à espaços públicos e serviços, já que eles são mais
facilmente acessados pela população branca concentrada nos grandes centros.

3 - Localização geográfica e comércio exterior

Desde o período colonial, a localização geográfica serviu para posicionar os países


dentro do sistema de comércio internacional. Alguns internacionalistas e economistas
contemporâneos argumentam que o isolacionismo geográfico – ou seja, ficar longe dos
oceanos, mares e portos – pode ser a principal explicação para falta de desenvolvimento
em alguns países africanos, como o Lesoto e a República Democrática do Congo, já que
dificulta a integração econômica.

Aliado a isso, países que constroem conexões com a economia global possuem
benefícios que vão além da troca de mercadorias. Finanças, turistas, estudantes e
recursos de comunicação também atravessam fronteiras. Pesquisas mostram que países
que estão conectados com essa rede global podem acrescentar até 40% a mais no seu
Produto Interno Bruno (PIB). No entanto, para que sirva para diminuir a desigualdade
econômica, essa integração deve ser aliada a políticas públicas domésticas que
fortaleçam a distribuição de renda e o acesso a oportunidades.

4 - Acesso à educação

O acesso à educação é um fator decisivo no nível de desigualdade social e econômica de


um país. A falta de escolarização de algumas classes sociais é apontada por diversos
estudos como uma das principais causas da pobreza e da desigualdade de renda. Ao
mesmo tempo, o acesso a educação é visto como a solução para reduzir tais
desigualdades.
2.3.1 – DESIGUAL DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR EM ÁFRICA
A distribuição de alimentos no mundo é completamente desigual, uma parte usufruindo
dela em abundância e a outra sofrendo com a escassez. Nossos recursos são finitos e se
não houver uma melhoria nisso, logo a população irá enfrentar maiores problemas.

A desigualdade na distribuição é um grande reflexo da também desigualdade social que


vêm desde quando o mundo veio sendo descoberto. A falta de alimentos atinge
principalmente a população de renda mais baixa, então logo chega ao raciocínio de que
isso poderá diminuir quando os pobres tiverem dinheiro para combater essa
desigualdade. As escolas por exemplo, poderiam ser ótimos iniciadores da melhor
distribuição de alimentos, mas a falta de estrutura escolar em alguns países dificulta
isso.

Produzimos alimentos demais, desperdiçamos demais. Um belo começo para que esse
problema possa ter um fim é primeiramente o conhecimento. Conhecimento da
economia, ciências e tecnologias, assim como conhecimento sobre o povo. Avaliar as
necessidades da população, o tamanho dela, se as pessoas são mais propícias a terem
doenças, se são as crianças, idosos, pois assim ajuda a identificar se o alimento é
insuficiente neste lugar. Assim como observar o clima, a produtividade e as terras, pois
há muitos fatores ambientais que implicam numa melhor produção de cultivos e logo
identificar quais são os recursos escassos, e também utilizar as terras para produtos
comestíveis.

Escolher corretamente o modo das exportações e também promover políticas


alimentares sustentáveis uma vez que os países em desenvolvimento são os que mais
sofrem com a desnutrição e fome, assim como os maiores produtores de alimentos do
mundo, são também donos dos maiores índices de desnutrição, sendo assim, os
alimentos permanecerem aonde são produzidos é uma boa forma de diminuir essa
desigualdade.

O continente africano é um grande produtor e exportador de produtos oriundos da


produção agrícola, no entanto não consegue alimentar sua população. A África
apresenta um elevadíssimo número de subnutridos, isso lhe dá a condição de pior do
mundo nesse aspecto.

O continente se caracteriza pela presença da fome, realidade que aumenta a cada dia. Os
países que mais sofrem com a fome são: Etiópia, Somália, Sudão, Moçambique, Malavi,
Libéria e Angola.
Enquanto um nova-iorquino gasta apenas 0,6% da sua renda média diária — de um total
de pouco mais de 200 dólares — para fazer um prato de feijão com 600 calorias, um
sul-sudanês gasta o equivalente a 155% de sua renda diária para comprar os
ingredientes da mesma refeição. Ou seja, um norte-americano em Nova Iorque, vivendo
em conjuntura semelhante ao do país africano, gastaria 321 dólares pelo prato de feijão.
Os custos com alimentação em países ricos podem parecer elevados, mas são, de fato,
uma “preocupação quase microscópica” para os consumidores quando comparados aos
preços de um prato de comida em países pobres. É o que revela um novo relatório do
Programa Mundial de Alimentos (PMA).

A pesquisa calcula como os desníveis de preço e renda levam populações inteiras a ter
que gastar bem mais do que dispõem para se alimentar. A proporção entre o preço dessa
refeição básica e o dinheiro de que as pessoas dispõem diariamente é bem mais elevada
em nações em desenvolvimento do que a taxa norte-americana calculada a partir dos
rendimentos médios de um nova-iorquino. O Produto Interno Bruto (PIB) per capita do
estado de Nova Iorque foi usado como parâmetro para comparar os sistemas alimentares
dos países ricos com os de países pobres. Quando avaliadas regiões em conflito, o
índice atinge patamares insustentáveis — no nordeste da Nigéria, a taxa chega a 121%;
em Deir Ezzor, na Síria, 115%; na República Democrática do Congo, 40%. O Sudão do
Sul tem a defasagem mais alta entre poder aquisitivo e despesa com alimentação. Países
pobres, que não passam por situações de confrontos domésticos, também registram
valores preocupantemente acima de índices sustentáveis: no Malauí, a proporção é de
45%; no Haiti, 35%; em Moçambique, 30%; na Gâmbia, 26%. O diretor-executivo do
PMA, David Beasley, afirmou que, para pessoas inseridas em mercados altamente
desenvolvidos, “um prato de comida é uma preocupação quase microscópica”. Em
países pobres, alimentar-se adequadamente é uma luta diária. Em situações de guerra,
comer é uma batalha perdida, conforme atestam as lacunas documentadas pela agência
da ONU entre renda e as despesas com ingredientes básicos.

A Síria pré-2011 era um país de renda média. Em 2016, 80% da população vivia na
pobreza. Quase 75% da população — 13,5 milhões de sírios — precisou de assistência
humanitária, e 9 milhões de pessoas foram avaliadas pelo PMA como em necessidade
de assistência alimentar. O relatório lembra que os preços de alimentos em países
pobres ou em guerra estão, muitas vezes, sujeitos a flutuações causadas por problemas
externos à produção — como destruição da infraestrutura responsável por manter coesas
as cadeias de produção; fenômenos climáticos extremos; e devastação causada por
conflitos armados. Para contornar a fome, o PMA recomenda investimentos em
estruturas, produtores e empresas locais, o que pode reduzir custos com transporte, gerar
empregos entre as populações e fortalecer negócios regionais. Outra indicação é o
aproveitamento de práticas e saberes das comunidades, que conhecem melhor as
condições de cultivo e do clima

2.3.2 – DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS E OBRIGAÇÃO DE


AJUDAR
A produção de alimentos em quantidade necessária para alimentar a população é um dos
assuntos mais discutidos na atualidade. Descreve, acerca do assunto, Peter Singer, em
sua obra

Ética Prática: “o problema não é que o mundo não seja capaz de produzir o suficiente
para alimentar e abrigar a sua população. Nos países pobres, as pessoas consomem, em
média, 180 quilos de grãos por ano, ao passo que nos estados Unidos, essa média é de
cerca de 900 quilos. A diferença resulta no fato de que, nos países ricos, alimentamos os
animais com a maior parte dos nossos grãos, transformando-os em carne, leite e ovos.
Por ser este um processo extremamente ineficaz, os habitantes dos países ricos são
responsáveis pelo consumo de muito mais alimento do que o dos países pobres, que
comem poucos produtos de origem animal. Se parássemos de alimentar os animais com
grãos e com soja, a quantidade de alimento poupado seria – caso fosse distribuído aos
que dele necessitam – mais do que o suficiente para acabar com a fome no mundo
inteiro”

Afirma ainda, que “esses fatos sobre a alimentação não significam que possamos
facilmente resolver o problema mundial da fome mediante a redução dos produtos de
origem animal, mas mostram que, essencialmente trata-se de um problema de

distribuição, e não de produção”. Então, pode se afirmar que a pobreza é a principal


causadora da fome, diminuindo em países que são capazes de gerar emprego e renda.

O que se observa, a partir do posicionamento do autor, é que, se as nações mais


pobres utilizassem as técnicas avançadas de agricultura, poderiam produzir muito mais.
O que acontece é que elas não têm recursos suficientes para investir em novos
maquinários, melhores sementes, fertilizantes, sequer adquirir os grãos cultivados pelos
países mais ricos, sugerindo que os países desenvolvidos deveriam transferir parte de
suas riquezas para os mais pobres.
O mesmo autor afirma que “existe uma parcela de pobreza absoluta que
podemos impedir sem que seja preciso sacrificar nada de importância moral
comparável12”. Quer-se com isso afirmar que, a renda que a maioria dos seres humanos
dispõe poderia ser privada a fim de ser usada para diminuir a pobreza do mundo, sem
que tal privação afetasse as necessidades básicas de cada um. Além do Estado, as
empresas privadas também podem ajudar no combate a fome, promovendo a inclusão
social e investindo na formação e incorporação no mercado de trabalho de jovens
excluídos. Em contrapartida a estas manifestações de ajuda, tanto da esfera pública
como da privada, existem algumas críticas ao dever de ajudar que devem ser levadas em
consideração.

No entendimento de Albert Sasson, tais ajudas nem sempre favorecem as


populações mais desprotegidas levando ao tráfico de influências e gerando a
mentalidade de protegido. Já, Peter Singer afirma que ajudar os que vivem na pobreza
apenas asseguraria que mais pessoas viessem a nascer para viver nesta mesma pobreza e
que as doações de entidades privadas somente permitiriam que os governos se furtem às
suas responsabilidades de ajudar.
III – CONCLUSÃO
Concluímos que a verdadeira causa da desigualdade alimentar reside nas desigualdades
sociais. Os que produzem alimentos são os que primeiro consomem menos, os que
vivem nas áreas rurais consomem menos do que os que vivem nas áreas urbanas, os que
vivem em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento consomem menos
quantidade e menos qualidade dos que vivem em países do primeiro mundo.

A insegurança alimentar é um mal que afeta uma parte da sociedade, e a zona rural não
fica imune. Estudos revelam que o homem do campo passa por situação de pobreza e
miséria, no entanto, no meio rural a produção para o autoconsumo tem a capacidade de
reduzir a fome. No entanto a redução da produção para o autoconsumo em tese,
aumenta o nível de pobreza e miséria.

A produção para o autoconsumo é mais adequada para melhorar as condições de vida


dos assentados, pois é por meio dela que reduziria a dependência de mercado,
favorecendo a maior disponibilidade de renda, garantindo assim a permanência das
famílias no assentamento.
IV – REFERÊNCIAS
MARTINE, George & GARCIA, Ronaldo C. (1987). A modernização agrícola e a
panela do povo. In: , org. Os impactos sociais da modernização agrícola. São
Paulo, Caetés.

FRANCO, A.; BARROS, E. & GARCIA, R.C. Conferência Nacional de Segurança


Alimentar. Consea – Ação da cidadania. Texto de Referência, 1994.

DEVES, O.; FILIPPI, E.: A Segurança Alimentar e as experiências das Políticas


AgroAlimentares Locais no Fortalecimento da Agricultura Familiar. In. IV
Congresso Internacional de la RedSial , 2008, Mar del Plata Argentina.

DOMBEK. L, A. Autoconsumo e Segurança Alimentar Em Assentamentos Rurais


do Portal do Panorama. 2006 . 106. Dissertação. Engenharia Agrícola na área de
Concentração de Planejamento e Desenvolvimento Rural Sustentável.

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