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1.0.Introdução
O presente trabalho é atinente a efectivação do trabalho de monografia como
condição essencial para a conclusão da Licenciatura em Ensino de Português,
portanto nele vamos focalizar o aspecto relacionado com o impacto do ensino
Bilingue para o melhoramento do processo de ensino-aprendizagem, “caso da
Escola Primária do 1º e 2º Grau de Sanguene distrito de Sussundenga Posto
Administrativo de Dombe”. Neste âmbito, importa aferir que ao abordarmos o
ensino bilingue, a iniciativa surge como uma resposta de legitimar as diferentes
línguas nacionais que estão espalhadas em todo território moçambicano, uma que a
língua portuguesa desde da conquista da independência, foi instituída como a língua
de unidade nacional, mesmo sabendo que esta tem um número muito ínfimo de
falantes.
1.1.Delimitação
1.1.1. Delimitação sócio-demográfico
Ao falarmos da questão do ensino bilingue, estamos cientes que seja uma via de
legitimar a importância das línguas nacionais, o que o mesmo não acontecia com o
passado, e no ramo da educação, isto pode de alguma forma incentivar a frequência
ou o fluxo das crianças no processo de ensino-aprendizagem uma vez que estes
terão a oportunidade de aprender, caso seja necessário alguns conteúdos de difícil
assimilação na língua L1.
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Como podemos perceber, não existe uma sociedade sem educação e uma educação
sem a sociedade, mas importa aferir que uma sociedade sem educação por mais que
tenha características inatas nos seus constituintes, estes precisa de ter uma
mentalidade futurista que possa perspetivar o futuro assim como delinear
estratégias no sentido de procurar soluções para solucionar os problemas que
afligem esta mesma sociedade.
Duma forma, a motivação pelo qual levou a autora a escolher o tema em causa,
relaciona-se com o sentimento pessoal, e trazer ao mesmo tempo uma visão que
permita que a sociedade encare este cenário com seriedade.
1.2. Justificativa
A motivação para a escolha deste tema deveu-se ao facto de verificar-se que muitos
alunos possuem o fraco domínio dos conteúdos, progridem para a classe seguinte sem
competências necessárias que justificam a sua progressão.
E os mesmos não assumem como uma realidade pelo facto deste tipo de ensino ainda
não possuir muitos recursos e meios didácticos para eventual consulta.
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problemática e, posteriormente como podemos ultrapassar tal fracasso. Como é do
nosso conhecimento, educar não é apenas transmitir conhecimento, mas sim, permitir
que por parte de quem é ensinado consiga aprender alguma coisa que o ajude na sua
vida pessoal e da sociedade onde estiver inserido.
Ao escolher este tema, visa necessariamente procurar uma abordagem que permita
despertar a sociedade no sentido de fazer uma reflexão em torno das sucessivas
mudanças curriculares que no fundo não trazem resultados apalpáveis para o
melhoramento do processo de ensino-aprendizagem.
De acordo com seu objectivo, a educação bilingue pode ser classificada em três
diferentes programas. O primeiro deles é o programa compensatório em que a
criança é instruída primeiramente na L1, visando sua melhor integração no contexto
escolar. O segundo programa é o programa de enriquecimento, nele, de acordo com
Cox e Assis- Peterson (2001):
“ Ambas as línguas são desenvolvidas desde a classe de alfabetização e são utilizadas como
meio de instrução de conteúdos. O terceiro programa é o de manutenção do grupo, no qual
a língua e a cultura das crianças pertencentes ao grupo minoritário são preservadas e
aprimoradas”.
1.2.1. Problematização
A situação de aproveitamento pedagógico dos alunos,constitui um problema que
abrangem desde o ensino primário até ao ensino subsequente,o que tem provocado
nos estudantes a falta de motivação em dar continuidade com os seus estudos.
Daí que constitui a maior preocupação tanto para os próprios alunos, professores duma
forma geral e, para a sociedade em geral, mesmo sabendo que o que o ensino bilingue
preconiza, é tentar por porte do professor transmitir os conteúdos a serem ministrados
na língua local, isto é, numa zona previamente escolhida ou identificada pelo
Ministério de educação e Cultura.
Face á este cenário, a questão que se levanta, está mesmo relacionada como o
acompanhamento dos alunos abrangidos com o ensino bilingue como é o caso dos
alunos da escola em estudo a que fizemos menção anteriormente. Como é do nosso
conhecimento, no fim de cada ano lectivo, graduam muitos alunos da 7ª Classe para o
ensino Secundário geral.
Ao chegarem no ensino Secundário, onde não existe o ensino bilingue, a questão que
se coloca é mesmo de queremos saber, como é que os visados vão se lidar com a rotina
de ensino a que estavam inicialmente habituados, ou seja, estudar a partir da língua
local.
Como podemos notar, é neste contexto que reside o que consideramos de grande
desafio da implementação do ensino bilingue mesmo que ainda seja em regime
experimental, mas já é uma realidade. O outro aspecto a ter em conta esta relacionado
com o capítulo de formação dos próprios professores que estão integrados nas escola
onde esta sendo implementado o ensino bilingue.
De tal maneira que o professor pode não ser nativo, também há casos em que entre os
alunos haja quem não fala, e se não fala aquela língua local, significa que o mesmo
também não percebe, perante este facto, podemos estar perante de uma situação de
exclusão diante da sociedade, visto que durante o ensino bilingue, alguns saem em
benefício e outros prejudicados. Com isto surge a seguinte questão de reflexão: Qual é
o impacto do ensino bilingue para o melhoramento do processo de ensino-
aprendizagem,?
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1.3. Hipóteses
Para legitimarmos os objectivos traçados no presente trabalho, avançamos as
respostas que abaixo se seguem:
Supõe-se que haja falta duma seriedade na escolha duma política educacional
capaz de responder a ansiedade da sociedade;
Presume-se a implementação de metodologias duma forma isolada poderá estar
na origem do fracasso do processo de ensino-aprendizagem.
1.4. Objectivos
1.4.1. Objectivo geral
Analisar o papel dos diferentes actores do processo de ensino-aprendizagem na
melhoria de qualidade de ensino.
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Capítulo II : Revisão da Literatura
2.0.Definição de Bilinguismo
Ainda o ensino bilingue, por exemplo no segundo ciclo, por sua vez, consiste na
mudança do meio de ensino, de L1 para a L2. Assim, no início da 3ª classe, os alunos
iniciam a aprendizagem da leitura e escrita em Português, através de um processo de
transferências de habilidades adquiridas na sua L1, (INDE/MECH, 2003).
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funciona em duas línguas em todos os domínios, sem apresentar interferência de uma
língua na outra”.
Para Bloomfield (1933), o bilinguismo “resultaria da adição de um conhecimento
perfeito de uma língua estrangeira”. Weinreich (1953) disse que o bilinguismo “seria o
uso alternado de duas línguas”.
Grosjean (1994. p.91) baseia seu conceito de bilinguismo na ideia de uso: bilingues
são pessoas que utilizam duas ou mais línguas ou dialectos no seu dia-a-dia. Segundo
o autor, essa definição inclui desde o imigrante que fala com dificuldade a língua do
país que o acolheu até o intérprete profissional que é totalmente fluente nas duas
línguas .
Moura (1997) define o Bilinguismo como uma filosofia educativa que permite o
acesso pela criança, o mais precocemente possível, a duas línguas. Bilinguismo “é o
uso, dentro de uma mesma comunidade linguística, ou pela mesma pessoa, de mais de
uma língua”(P.45).
Por seu turno, o aumento progressivo dos números de ingresso nas escolas e o
problema da formação dos professores, constituem duas extremidades contrárias, mas
que convergem incisivamente para a inoperância do sistema educativo, já que o
provimento das escolas com professores qualificados e com formação continua a ser
um dos maiores obstáculos para a promoção de um ensino com qualidade.
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Assim, e como nos referimos ao longo deste trabalho, pretendemos contribuir para a
melhoria de ensino da habilidade escrita, cujo processo requer uma orientação
metodológica adequada por parte do professor de língua Portuguesa.
Para o autor, o importante é que, para além da grande diversidade linguística existente
entre essas pessoas, todas compartilham algo em comum e, levam suas vidas com duas
ou mais línguas que usam na interacção com as outras pessoas.
Na prática, nem sempre que os pais, alunos e até o corpo docente têm clareza sobre o
que vem a ser educação bilingue de fato, sobre seus objectivos e orientações, modelos
e tipos de programas adequados às diferentes populações de alunos e, principalmente,
sobre sua eficácia.
Como são muitas as variações de um contexto para outro, é importante ir além das
discussões sobre o que significa educação bilingue para investigar como e por que os
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programas bilingues funcionam da maneira como são num determinado contexto
sócio-histórico.
A própria expressão educação bilingue tem sido usada de maneira abrangente para
caracterizar diferentes formas de ensino nas quais os alunos recebem instrução (ou
parte da instrução) numa língua diferente daquela que normalmente eles usam em
casa. Vários são os modelos e tipos de educação bilingue.
Eles, porém, diferem quanto aos objectivos, às características dos alunos participantes,
à distribuição do tempo de instrução nas línguas envolvidas, às abordagens e práticas
pedagógicas, entre outros aspectos do uso das línguas e do contexto em que estão
inseridos.
Apesar de a expressão educação bilingue fazer referência a “duas línguas”, muitos dos
programas assim denominados proporcionam instrução académica em apenas uma
língua. De fato, esses programas são monolingues, mas são popularmente
considerados como bilingues porque atendem a populações multiétnicas e seus alunos
tornam-se bilingues à medida que usam na escola uma língua diferente daquela que é
falada regularmente em casa.
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2.3. Problemas de escolha de modelo bilingue para Moçambique
Na essência, o modelo de ‘transição gradual’ proposto pelo INDE traz alguns
problemas para o Português porque, a ser implementado globalmente, não daria igual
oportunidade ao uso deste como língua de ensino para o número crescente de crianças
que a falam como língua materna (cf. Lopes (op. cit.).
Ademais, há que realçar que um EB ideal que tem um objectivo aditivo tem propósitos
pluralísticos e não de assimilação. Encoraja a aquisição, a manutenção e o uso de todas
as línguas que estão no repertório da criança para a aprendizagem e uso legítimo.
Ora, se o modelo de transição em si não seria benéfico por razões diversas, estaria
longe de angariar apoio ao nível microlinguístico, tendo em conta as considerações
destes autores. Daí que o modelo debilinguismo inicial para o caso de Moçambique
pensamos que não se aplicaria o modelo de manutenção nos moldes referidos por
Contasse (2004:355) por não ser necessariamente inicial ora proposto por Lopes
(1997), em alternativa ao de transição, encontre eco na sua plenitude.
Amores (1993) mostra através de diversos estudos, que os bilingues, tendo a vantagem
de dois sistemas linguísticos com dois conjuntos de regras de construção, são mais
flexíveis e analíticos nas suas habilidades em língua.
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Capítulo III: Aspecto Metodológico
Antes de apresentar a metodologia usada na elaboração deste trabalho, importa
salientar que este capítulo faz referência as abordagens da pesquisa que
proporcionaram o desenvolvimento da mesma.
De acordo com Carvalho (2009: 83), “a capacidade do investigador não é feita pelos
instrumentos que utiliza, mas sim pelos conhecimentos das entidades que estuda e dos
métodos que utiliza para os pôr em prática”. Portanto, trabalho teve como base o
estudo misto (qualitativo e quantitativo), auxiliado com a abordagem bibliográfica que
serviu de suporte através de revistas, livros, artigos que abordam sobre o assunto.
Para Gil (1996), apud Cassandra e Silva (2004), ressaltam que a investigação científica
depende de um “conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos”, para que os seus
objectivos sejam atingidos.
O método indutivo é o método pelo qual se buscam conclusões que partem dos
princípios gerais para as causas particulares, isto é dos efeitos para as causas.
A pesquisa será feita inicialmente com uma colecta de dados através de pesquisa
bibliográfica, em livros, revistas, documentos e fontes da Internet, no segundo
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momento, faremos a selecção de dados que serão registados em fichas bibliográficas
para serem utilizados com desenvolvimento da pesquisa, tendo como base norteadora
nas análises, interpretações e entendimentos para aceitação ou rejeição das hipóteses,
com o intuito de almejar o objectivo maior deste trabalho.
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Para Lakatose Marconi (2005), “observação é a técnica de colecta de dados para
conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da
realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar factos ou
fenómenos que se desejam estudar”(P.192).
A entrevista foi efectuada por meio de um guião, o que facilitou de alguma forma a
recolha de informações junto dos entrevistados. Esta técnica foi vantajosa, pois
permitiu colher a informação pretendida duma forma imediata e fácil.
Sua participação na aula, discussão dos temas, trabalhos em grupo, trabalho de casa
(vide guião de entrevista 2 nos apêndices).
3ª Etapa: esta etapa consistiu numa entrevista aberta, onde o grupo alvo foram
os professores com a finalidade de perceber o seu sentimento em relação aos
métodos que usam, rácio aluno professor por turma, o que acham sobre os seus
alunos quanto a assimilação da matéria, o saber fazer, quais as maiores
dificuldades que os alunos têm na aprendizagem através do ensino bilingue,
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que métodos /estratégia sugeriam para ultrapassar as dificuldades dos alunos,
(vide guião de entrevista 3 nos apêndices).
A escola funciona com um universo de 1008 alunos, dos quais 576 homens e 432
mulheres, distribuídos por 17 turmas, com o rácio de 55 alunos por turma, assistidos
por 22 professores onde 9 são mulheres e 13 homens.
Desta feita, vale salientar que uma vez optamos pelo uso de guião de entrevista, o
grupo alvo foram alunos e professores da escola de Sanguene. Os dados foram obtidos
através de observação de aulas e entrevista aos alunos, professores e alguns membros
da comunidade residente. A selecção de alunos para a entrevista foi feita
aleatoriamente. Também foram entrevistados alguns professores que leccionam as
diferentes classes da escola.
3.5. População
Constituiu população, como anteriormente nos referimos, todos os intervenientes do
processo de ensino-aprendizagem, visto que este grupo é o que sente na íntegra tudo
que constitui melhoria, onde podemos destacar a vantagem e desvantagens do uso
desta metodologia que diz respeito a introdução do ensino bilingue.
3.6. Amostra
Segundo Gil (2006), “amostra é subconjunto do universo ou da população, por meio
do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população”.
Desta feita, a amostra esta relacionada com os professores, pais ou encarregado de
educação e dos alunos, e acima de tudo dos gestores da escola (P.90).
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Capítulo IV: Análise e interpretação de dados
Uma vez que o nosso trabalho de pesquisa centrou-se na recolha de dados no campo
como forma de sustentarmos as nossas abordagens, neste capítulo vamos apresentar
duma forma sucinta todos os aspectos relacionados com a perspectiva do que
avançamos anteriormente.
Terminada esta assistência de aulas, na turma acima indicada, também assistimos mais
três turmas da 4ª, 5ª e 7ª classe, onde o rácio de alunos não foge tanto em relação a
primeira turma, o cenário verificado foi quase geral, visto que os alunos durante a
interacção entre colegas, privilegiam muito o uso da língua local.
Observada á aula, constatamos que de facto o ensino bilingue é muito benéfico no que
tange ao capítulo de facilidade de compreensão da matéria leccionada, mas como é do
nosso conhecimento que cada língua tem os seus pressuposto e regras quer
tradicionais, tanto as gramaticais que devem ser tomadas em consideração de maneira
que esta mesma língua não perca o seu valor.
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Neste âmbito de sala de aulas, verificamos que durante o decurso das aulas, aulas tem
muitas formas diferentes de ser, em virtude das trocas e interacções que nela se
reproduzem, tanto nas tarefas académicas como nos modos de relação social que
estabelecem.
Perante esta problemática, concluímos que não basta apenas introduzir o ensino
bilingue sem antes apetrechar em conhecimento os protagonistas que têm a nobre
missão de fazer sentir o impacto do mesmo duma forma positiva por parte da
sociedade. Mesmo tendo em mente que o actual processo de ensino-aprendizagem é
centrado no aluno, mas o professorconstitui o juiz que deverá sentenciar, ou seja dar o
seu palpite duma forma clara e convincente.
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Tabela número 1: Professores assistidos
Professores assistidos Frequência Percentagem
Número de professores a que assistimos 04 40%
Professores que têm o domínio da língua 02
local 20%
Professores que apresentaram dificuldades 02
no uso da língua local 20%
Professores não assistidos do número 02 20%
previsto
Total 10 100%
Fonte autora (2017)
Com base nos pressupostos acima arrolados, podemos inferir que quando falamos do
em sino a partir da língua do aprendizado, é necessário ter em conta as regras
gramaticais que regem e legitimam esta mesma língua. Em relação ao ensino bilingue
que é o foco principal neste trabalho, devemos fazermos uma reflexão profunda no que
tange ao seu objectivo central.
Como ilustra a tabela acima indicada, podemos perceber que com a complexidade que
as nossas línguas nacionais têm, é extremamente complicado o total domínio por parte
dos professores durante o processo de transmissão dos conteúdos.
Tendo como base nos dados da tabela acima apresentada, podemos constatar que nem
todos os professores daquela escola têm ao mínimo capacitação na matéria do ensino
bilingue, mesmo reconhecendo que este constitui uma das soluções encontrada pelos
gestores que planificam e reformulam os contornos do sistema nacional de educação.
Quanto a nós, fazendo uma reflexão e análise profunda dos factos levantados achamos
que de facto o problema apresentado constitui um grande desafio que merece um
reparo por parte dos gestores. Porque mesmo a língua portuguesa, detêm de muitos
recursos que facilitam a aprendizagem, desde da consulta de vários livros, manuais,
entre outros materiais o que faz com que os próprios alunos aprendam com muita
facilidade.
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Tabela número 3: Alunos entrevistados
Alunos que falam fluentemente a Alunos que falam a língua local mesmo
língua portuguesa e a língua local estando na escola
H M HM H M HM
12 08 20 14 16 30
Fonte: Autora (2017)
Como ilustra a tabela acima, podemos notar que dos 5 alunos entrevistados, são
poucos que usam a língua portuguesa na comunicação, ou seja, durante a interacção
com os de mais colegas, o que mostra claramente que a maior parte dos alunos
comunicam-se usando a língua local.
Alguns mesmos chegaram a dizer que não sabem o que esperam futuramente, isto é,
nas classes subsequentes, principalmente as do ensino secundário, o que significa que
os próprios alunos têm em mente que o ensino bilingue não abarca todos níveis do ou
classes. Daí que com esta questão que os alunos levantam, podemos sem dúvidas
prever que terminada a 7ª classe, muitos poderão não continuar com os seus estudos,
por afinal de contas não falam português com maior frequência.
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visão dos40%
alunos em relação ao ensino bilingue
4
3.5
3 20%
2.5 20%
2 10%
1.5 10%
1
0.5
0
A B C D E
Já a casquilha de 20%, disseram a nossa fonte que sendo um desafio, iriam continuar
com os seus estudos no ensino Secundário mesmo sabendo que cão encarar muitas
dificuldades. E por último, os 10% que representam ambos sexos, mostraram indecisos
por não saberem se é bom ou não a implementação do ensino bilingue naquele
estabelecimento de ensino.
Perante este cenário, vale recordar que quando Moçambique se tornou independente
em 1975, o Português foi adoptado como língua oficial e como símbolo da unidade
nacional. Segundo Ganhão (1979), citado por Carvalho (2009: 83),o papel da língua
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portuguesa em Moçambique como língua oficial visa preservar a unidade nacional e a
integridade do território.
Opções opções
TOTAL 10 100%
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disseram a nossa fonte que o ensino bilingue deveria ser implementado em todas
classes como forma de valorizar as línguas nacionais.
Assim sendo, pode-se depreender que para a maioria dos alunos, do campo, o primeiro
contacto com a língua portuguesa só tem lugar com a entrada na escola, ao passo que
para a maioria dos da cidade já existe algum conhecimento desta língua quando
iniciam a vida escolar. Além disso, para os alunos do campo, ao longo da sua vida
estudantil, a escola é praticamente o único espaço em que falam e ouvem enunciados
em língua portuguesa, (Gonçalves & Diniz, 2004).
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Capitulo VI: Conclusões e recomendações
6.0. Conclusões
Mesmo reconhecendo que este ensino está contribuindo duma forma positiva na
perceção dos conteúdos transmitidos, mas por outro lado julgamos que ainda há
muitos desafios que deverão ser tomados em conta visto que tudo esta sendo em
regime experimental e ainda não se faz sentir outros níveis de ensino.
Para além dos aspectos acima apresentados, a outra problemática que verificamos o
ensino bilingue naquele estabelecimento de ensino, está aliado com o facto de os
professores terem muitas dificuldades no que tange as metodologias que usam para o
ensino da escrita e da leitura a partir da língua local.
O ponto de partida desta pesquisa consiste em verificar que técnicas são usadas pelos
professores na difusão da expressão escrita em L2, assim como do impacto do ensino
bilingue no aproveitamento pedagógico. E procurar perceber se com o ensino bilingue
seria capaz de levar os alunos a adquirirem a habilidade escrita de forma sistemática e
programática A tese principal aqui defendida assenta na constatação de que,
contrariamente ao que prevê o programa de ensino bilingue, os alunos abrangidos pelo
tal ensino ou deste programa apresentam um domínio de escrita fraco.
6.1. Sugestões
Fazer uma reflexão profunda para encontrar ou para definir uma politica clara
do se seria de facto o ensino bilingue no país;
Alocar material de consulta exclusivamente para o ensino bilingue a
semelhança do que se verifica no ensino da língua portuguesa;
Incorporar a formação de professores para o ensino bilingue tanto nos IFPP,
assim como no ensino superior;
Criar mecanismos para que o ensino bilingue abarque todos níveis de ensino;
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Fazer do ensino bilingue uma realidade no ensino, assim como forma da
variolização da diversidade linguística do país;
Criar condições metodológicas que permitam a continuidade dos alunos que
militam em escolas onde existe a implementação do ensino bilingue para o
ensino secundário.
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Referências Bibliográficas
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