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ÍNDICE
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................3
O papel do professor na sala de aula......................................................................................................4
O ensino e aprendizagem na sala de aula...............................................................................................5
Motivação na sala de aula.......................................................................................................................7
Interacções na sala de aula.....................................................................................................................8
CONCLUSÃO.....................................................................................................................................13
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................14
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INTRODUÇÃO
A presente pesquisa na cadeira de Praticas Pedagógicas I, aborda o papel do professor na sala
de aula, e como não podia deixar de ser, aliado a esta temática, transcorremos sobre o
processo de ensino na sala de aula, a motivação e a interacção na sala de aula. Com estas
noções, pretende-se reflectir o actual papel do professor na sala de aulas diante das profundas
mudanças sociais acompanhadas com as novas tecnologias de comunicação.

Em relação ao tópico do papel do professor na sala de aula, contextualizamos o estatuto deste


profissional diante das novas tecnologias, e das práticas pedagogias embasadas na abordagem
construtivista. Sobre o processo de ensino e aprendizagem na sala de aulas, referimos da
concepção sobre a construção do conhecimento e dos erros dela resultante.

Sobre a motivação e interacção, referimos os elementos a recorrer como potências factores de


motivação, e os modelos dos professores e seus aspectos importantes no âmbito da motivação
dentro da sala de aula.

Metodologicamente, esta é uma pesquisa qualitativa de natureza teórica, e conta com as


referências bibliográficas como fonte principal das informações nela constante. Assim, com
estas informações, descrevem-se e explicam os principais conceitos relacionados a temática,
recorrendo aos métodos indutivo e dedutivo.
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O papel do professor na sala de aula


A ideia de sala de aula, remete-nos imediatamente ao ensino formal, as quatro paredes, as
interacções entre o professor e os seus alunos, a organização do processo de ensino-
aprendizagem, os processos motivacionais para que essa aprendizagem possa ocorrer, em
suma, o seu papel verdadeiramente define-se a medida em que, o professor toma pertença da
responsabilidade de garantir o cumprimento e qualidade do ensino fazendo uma auto-
avaliação critica e permanente do seu trabalho.

Em meio as modificações politicas e sócias, a chegada das tecnologias de informação e


comunicação, mudou significativamente a rotina dos profissionais em todas áreas, em
particular as práticas pedagógicas do professor, utilizando ferramentas das quais muitas vezes
não tem domínio, mas o faz em nome do progresso. Com isso, muda o paradigma do papel do
professor, deixando de ser um mero transmissor da sabedoria, e passando a ser um mentor,
mediador estimulador do aluno no uso das múltiplas ferramentas a sua disposição
(telemóveis, computadores, internet, entre outras) na construção do conhecimento (Silva,
[s.d])

Estas reformas a base das novas ferramentas tecnológicas requerem maior proximidade do
professor em relação aos seus alunos, diagnosticando o nível de socialização com as
ferramentas, convidando-os a participação nessa virada onde todos são desafiados a mudança
de mentalidades sobre a forma como passam a conceber a sala de aulas numa modalidade de
ensino ubíqua.

Nesta fase em que as paredes da sala de aula desaparecem e o mundo junta-se a sala ou esta
ao mundo mutuamente, para Silva ([s.d]), o professor é desafiado a actualizar
permanentemente os seus conhecimentos técnicos e científicos, de forma a tirar máximo
partido das tecnologias cada vez mais dominadas pelos seus alunos, e dessa forma levá-los a
uma aprendizagem problematizadora, mais interactiva e colaborativa. Nãos distante a este
vista esta Moraes ([s. d]), quando se refere da necessidade de formar-se um novo mestre que
saiba ouvir mais, observar, reflectir, problematizar conteúdos e actividades, propor situações-
problema, analisar erros, fazer perguntas, formular hipóteses e ser capaz de sistematizar,
acima de tudo um mediador entre o texto, o contexto e o seu produtor.

Mais do que acumular informações descontextualizadas, o papel do professor-mediador passa


pela visão de construção da pessoa humana (técnico, científico, cultural, social), capaz de
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contextualizar os problemas vigentes e soluciona-los com as ferramentas existentes a sua


volta.

O notório extermínio gradual do quadro-preto, do livro-texto, do professor conteudista em


benefícios das telas gigantes ou smart, do hipertexto e as plataformas moodle, não significa
necessariamente a marginalização do lugar do professor e do aluno, antes maior autonomia e
responsabilidade de ambos, na construção do conhecimento, na medida em que as tecnologias
por se só, não qualificam o processo de ensino e aprendizagem (Silva. [s. d]).

Mais do que informatizar as instituições de ensino, é importante repensar conjuntamente nos


projectos pedagógicos dessas instituições (missão social, reformas necessárias, finalidades
científicas, ente outras questões), sob o risco de ao invés de facilitar, elas façam o contrário e
desconstruam o ideal sua criação.

Diante desta situação, Silva ([s.d]), silva aconselha aos professor para que não sintam o medo
de serrem substituídos pelas tecnologias, nem de concorrer com elas, mas sim enfrentá-las
como qualquer meio de ensino (tradicional ou moderno), no qual a sua utilidade depende da
forma como os professores tiram proveito.

O ensino e aprendizagem na sala de aula


Seguidos os passos lógicos da preparação do processo de ensino e aprendizagem, que passam
pela, programação analítica e temática dos conteúdos em função do tempo disponível,
diagnostico do nível de conhecimento de base dos alunos, as condições ambientais da sala de
aula, e a consequente micro planificação da aula, que agrega em si (objectivos, conteúdos,
métodos, tempo, meios e recursos) são condições propícias para que haja interacção na sala de
aula.

Em meio as mudanças constantes que a sociedade tem vivido (as novas tecnologias de
comunicação e informação, os valores culturais, as guerras, as diferentes formas de
exploração e dominação, entre outras), desafiam igualmente a mudança do papel do professor
diante deste cenário, que passa pela estratégia de como encara os erros, estimula as
aprendizagens, educa os seus alunos, transformando-os em sujitos activos capazes de
reivindicar o seu lugar na história (Junkes, 2003).

Aqui o papel do professor reveste-se de alta responsabilidade a semelhança do que se assistia


no paradigma tradicional (onde o professor era o único com legitimidade de transpassar
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conhecimento), na medida em que a educação dos seus alunos depende da forma como ele
lida com as diferenças, os insucessos e os progressos, levando-os a consultas bibliográficas,
leituras, notas, sínteses, interpretações gráficas, experiencias e discussão de resultados
utilizando varias ferramentas a disposição.

Neste contexto o professor é o mediador que estimula os seus alunos na busca pelo
conhecimento pela descoberta, aprendendo a aprender, o que naturalmente eleva a auto
estima, possibilitando novas formas de pensar e agir incorporadas nas estruturas cognitivas
(Junkes, 2003).

É necessário que as instituições de ensino no seu todo procurem renovar suas aprendizagens e
busquem adaptá-las as mudanças que se assistem nesta sociedade do conhecimento, levando
os seus actores: gestores, professores e alunos na abertura do diálogo construtivo sem
distinção de raça, etnias, cor, religião, classes sociais, entre outras formas de estratificação.

Este paradigma construtivista desafia em última análise a opção metodológica que se queira
utilizar na mediação dos conteúdos na sala de aulas. A este respeito, Cagliari (2009, p. 38)
citado em Junkes (2003), afirma:

a questão metodológica não é a essência da educação, apenas uma ferramenta. Por


isso, é preciso ter ideias claras a respeito do que significa assumir um ou outro
comportamento metodológico no processo escolar. É fundamental saber tirar todas as
vantagens dos métodos, bem como conhecer as limitações de cada um.

A atitude pedagógica do professor diante dos seus alunos (activa, passiva, interactiva), o papel
a desempenhar nesse processo (expositor, mediador), o centro do ensino (professor ou aluno),
são importantes na legitimação dos modelos de aprendizagem na sala de aulas, resultando em
função disso na diversidade de sujeitos e no grau de consolidação das aprendizagens.

É na curiosidade dita por Freire (1996), estímulos ou incentivos referidos por Piletti (2004),
que o professor deve direccionar as suas acções, levando a escola ao resgate do seu papel
social, sob o risco de continuar a ser, na visão de Cagliari (2002) citado em Junkes (2003),
segundo a qual a escola moderna se envolveu num emaranhado de teorias descontextualizadas
com a realidade vigente da sociedade, e os alunos poucas vezes assimilam as matérias porque
ele não faz por merecer e quando a aprendizagem ocorre, reflecte uma mera casualidade.

A sala de aula, não deve ser confundida com um palco onde se deposita conhecimentos
técnicos, científicos, políticos e sociais, é mister que o professor galvanize o desenvolvimento
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da capacidade critica e o pensamento lógico, na busca de soluções dos problemas práticos do


dia-a-dia contrariando a visão deturpada de que a aprendizagem seja uma mera memorização
de conteúdos transmitidos pelo professor.

Esta visão construtivista demanda no professor a mudança de mentalidade através da


criatividade permanente, quebrando sempre que possível o protocolo estabelecido, evitando
acomodação com o que já existe (tradicionalismo), quebrando paredes levando a sala para o
mundo e trazendo o mundo para a sala

Motivação na sala de aula


Reunidas as condições de ensino, antes mesmo que se parta para a mediação, chama-se a
presença de um elemento fundamental neste processo, a motivação.

Motivação é o conjunto de incentivos e estímulos induzidos a terceiros (neste caso aos alunos)
dados por alguém (caso vertente do professor), esperando-se uma atitude específica
(disposição, força de vontade ou participação em alguma tarefa) (Piletti, 2004). No caso
vertente do ensino-aprendizagem, os recursos didácticos, os procedimentos (metodologias), as
actividades, exercícios ou até mesmo a personalidade do professor são condimentos
importantes na motivação dos alunos.

Assim a experiencia ensina-nos que as matérias mais preferidas pelos alunos, em grande
medida justificam-se pela simpatia manifestada pelo professor em relação aos alunos e a
descontracção e prazer que se transmite durante a mediação das referidas matérias.

Para Piletti (2004), esta postura requerida do professor na sala de aula, não se resume ao seu
modo de agir ou de fazer as coisas, mas na sua totalidade enquanto pessoa, onde a acção
pedagógica não se limita a incitação para o conhecimento, transcendendo as relações afectivas
(professor e alunos), alcançando as dificuldades delas emanadas e procurando sempre
perpassar a segurança, confiança ou encorajamento.

Ciente de que cada aluno vive seus próprios problemas, constrói suas expectativas, e busca
por algum socorro, a sala de aula, investida de um pedagogo, deve propiciar um diálogo
multicultural seguro.
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Interacções na sala de aula


Na esteira da relação professor-aluno, a motivação, como fizemos referência anteriormente,
deve estar sempre presente, onde a selecção metodológica (contextualizada a realidade do
aluno e onde o ensino tem lugar) e a competência do professor (conhecimento técnico,
pedagógico e de vida), sirvam para valorizar e estimular os alunos em todas as etapas do
processo de ensino-aprendizagem (introdução, mediação, consolidação e avaliação).

A formação continuada das qualificações profissionais do professor, possibilitam a


actualização e aprimoramento das suas práticas metodológicas (técnicas e estratégias), e a
postura critica em sala de aula, levando o aluno no mergulho das descobertas (Kubata, Frões
& Fontanezi, [s. d]).

Assim, a visão construtiva a ser assumida pelo professor encontra fundamento nos domínios
abaixo referidos:

auto-avaliação do professor deve cingir-se em quatro acções: descrever (relato escrito


e autocritico das suas acções estratégica em sala de aulas), informar (embasamento
teórico dos conteúdos por si ministrados), confrontar (reflexão da postura assumida
diante da cada etapa do processo de ensino e aprendizagem ou mesmo se o aluno esta
crescendo no processo decorrente) e reconstruir (humildade e maturidade são
chamadas para uma avaliação sincera autónoma e participativa, ciente de que há
sempre algo a melhorar e que o homem faz, numa visão inacabada das coisas) (Cortez,
2003, p. 25 citado em Kubata, Froes & Fontanezi, [s. d]).

Em meio a estes indicadores de auto-avaliação, era de se esperar que fosse de adopção por parte da
maioria dos professores, enquanto indicadores de qualidade do seu exercício profissional, e de
consolidação da relação destes e seus alunos na sala de aulas. Desta forma, Nedelcoff (1983) citado
em Kubata, Froes & Fontanezi, [s. d], propõe alguns perfis dos professores:

a) Professor policial

É o perfil que espelha o velho paradigma do ensino baseado na ideia de que só o professor sabe, e cabe
a ele ensinar aos seus alunos, que normalmente deve obediência total na escuta da matéria a ser
exposta até ao fim. Neste modelo, as discussões não tem lugar, a crítica dos alunos é reprimida,
esperando-se apenas a memorização e o alcance de melhores notas para o destacamento.

Um subtil realce ao valor da cultura, a funcionalidade dos conteúdos, não valorizando as ideias dos
alunos, a autocritica, o diagnostico no nível do ensino, os pais não acompanham o ensino, impõe
castigos quando notabilizo algum fracasso do aluno, entre outros aspectos.

b) Professor povo
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Neste perfil, o professor não só se preocupa tão-somente com o depósito de conhecimento aos
alunos numa visão automática e bancaria, mas também com atitudes e valores, sempre
partindo do princípio de que as aprendizagens partem de uma situação concreta de vida, e os
alunos os futuros cidadãos de uma sociedade (Nidelcoff, 1983 citado em Kubata, Froes &
Fontanezi [s.d]).

Este professor encara o ensino como arma de intervenção social, chamando os alunos a luta
contra as forças de opressão, trabalhando em grupos, assumindo responsabilidade do seu
rendimento escolar, aprendendo a ser responsáveis dos seus actos através da reflexão dos
acontecimentos do meio em que se encontram inseridos.

Neste contesto o papel político da escola e do professor é notabilizado, a medida em que


procura-se afirmação de uma ideologia em detrimento doutra. Apesar da aparente
emancipação vislumbrada neste perfil, esta educação patriótica, por vezes, transpassa uma
visão sectarista e/ou apologista da realidade.

c) Professor reflexivo

Na visão construtivista da sociedade do conhecimento, o professor-mediador deve ostentar


entre outros qualificadores, o reflexivo, pelo que abre espaço de diálogo na sala de aula,
devolvendo a autonomia da aprendizagem ao aluno. A dinâmica do processo de ensino e
aprendizagem demanda visão critica e tomada de decisões pontuais e acertadas, antes durante
e no final da aula.

A prática do ensino reflexivo exige conhecimento geral, valores pessoais, planificação


investigativa (atractividade, inovação e eficácia do ensino). Este modelo assume a sala como
palco de resolução de problemas concretos, partilhando valores e suposições vigentes do
contexto social, desenvolvendo o espírito crítico dos envolvidos (Kubata, Froes & Fontanezi,
[s.d]).

Este professor reflexivo constrói na sala de uma educação problematizadora, na medida em


que apresenta problemas concretos, questiona causas, avalia possíveis soluções com recurso
as tecnologias a seu dispor. A problematização neste contexto não encontra fronteiras, a
começar pelas reais dificuldades enfrentadas na sala de aulas, na família e na sociedade em
geral.
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Em meio aos perfis apresentados (professor policial, professor povo e professor reflexivo), é
facto para dizer que, cada um deles apresenta em si, pontos fortes e fracos, cabendo ao
professor-mediador a capacidade de síntese e reajuste em função da realidade que o ensino
demanda, sabendo tirar proveito dos aspectos positivos.

E para qualquer que seja, o perfil predominantemente assumido pelo professor, é preciso ter
em mente que o alcance dos objectivos de ensino, as habilidades e comportamentos, as
actividades de consolidação (exercícios individuais, colectivos, em pequenos grupos e/ou fora
da sala de aulas) dependem fundamentalmente da forma como os conteúdos são mediados
pelo professor, imbuídas de interacções cognoscitivos e interacções sócio - emocionais
(Libâneo, 2006).

 Aspectos de interacção cognoscitivos

Interacções cognoscitivas têm que ver com as condições necessárias para haver
transmissão/mediação e aquisição/assimilação de conhecimentos, e para que isso decorre, o
professor socorre-se de tarefas cognoscitivas (exercícios e problemas), guiados por objectivos,
conteúdos e métodos empregues. Assim, em resposta, os alunos dependem de um nível de
potencial cognoscitivo em função do nível de desenvolvimento psíquico, idade, experiencia
de vida, conhecimentos assimilado entre outros (Libâneo, 2006).

O facto descrito acima, prenuncia o ideal que nessas relações cognoscitivas, por mais que o
professor canaliza estratégias acertadas aos alunos de forma colectiva, deve em sua
intervenção ter em consideração a necessidade de comunicação individualização que ofereça
oportunidade de progresso conjunto da turma (na assimilação e realização de tarefas durante
processo de ensino e aprendizagem).

De acordo com Libâneo (2006), o professor tem de ter o cuidado de apresentar


criteriosamente, de forma compreensível e clara, os objectivos da aula, o tema em estudo e as
tarefas elegíveis para posterior realização, num fluxo permanente onde os alunos são
atribuídos tarefas cognoscitivas que desafiam os limites das suas capacidades intelectuais.

Importa referir, por mais que se adopte todo protoloco pedagógico de ministração de qualquer
que seja a tarefa, hão-de persistir problemas de caris comunicacional, o que é próprio deste
processo, pelos factores externos que influenciam directamente o normal funcionamento do
processo de ensino e aprendizagem.
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Na visão reflexiva do ensino, o diálogo deve fluir naturalmente, sem monopólio de quem
direcciona as questões ou informações, onde o professor e os alunos, podem questionar,
responder ou opinar em relação ao assunto em questão (num ciclo reversível), tendo sempre
em mente que as participações denunciam o grau de compreensão ou incompreensão
manifesta pelos alunos na sala de aulas.

Algumas medidas concorrem para o sucesso da interacção cognoscitiva entre o professor e os


alunos, a começar pela clareza da comunicação (variação da tonalidade da voz, simplificação
correcta dos termos complexos); conhecimento prévio do conhecimento de base (resultante de
um diagnostico à partida); deter de um bom plano (flexível, materializável, claro em relação
aos objectivos); e partilha das metas (à prior é importante que se diga o que se espera dos
alunos até ao final de uma meta) (Libâneo, 2006)

 Aspectos de interacção sócio – emocionais

As relações afectivas e normativas (disciplina escolar), que se estabelecem entre o professor e


os alunos, não havendo espaço de distorção do sentido, ou seja, não se trata de amar os alunos
(no sentido erótico ou familiar da palavra), muito menos de preferir uns em relação a outros,
mas sim, de um apreço pedagógico (Libaneo, 2006).

A semelhança do que se assiste no dia-a-dia da escola, encontramos sempre os professores


preferidos, e os menos preferidos, esta tendência por vezes tem-se verificado na perspectiva
do professor em relação aos seus alunos, por vezes, o aluno preferido é aquele que mais
participa, predisposto, dá menos trabalho, entre outras qualificações, em prejuízo daqueles
com baixo rendimento nas matérias, com aparente dificuldade nas aprendizagens, entre outros
aspectos.

Um ano, ou mais de relacionamentos interpessoais entre professor e alunos, relações afectivas


involuntárias podem ocorrem, pelo que não é condenável, como bem se refere Libaneo
(2006), desde que este sentimento seja uniforme e decorra no âmbito pedagógico, voltado aos
conteúdos, actividades de ensino e os objectivos a serem alcançados por todos alunos
(individualmente e colectivamente).

Na sala de aulas o professor deve sempre conciliar a severidade, o respeito e autoridade fruto
de sua qualificação técnica, científica e moral, zelando sempre o que se ensina, as tarefas a
realizar e as obrigações de cada aluno, tendo em consideração o seu desenvolvimento
individual e activo em todas dimensões (comportamental, técnica-científica, cultural e social).
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É neste contexto que se enquadra o perfil do professor dentro e fora da sala de aula, e o seu
poder influenciador na turma, enquanto futuros cidadãos, onde o papel pedagógico não se
limita apenas a mediação de conteúdos técnicos, mas alcança a dimensão da formação da
pessoa humana.

A autoridade do professor é conferida no seu papel social enquanto mediador do individuo e


essa mesma sociedade e a autonomia do aluno é embasada na sua individualidade e liberdade,
embora aparentem contradição, devem caminhar conjuntamente de forma complementar,
onde as liberdades individuais sujeitam-se as obrigações grupais e pedagógicas que
fundamenta a responsabilidade de cada um (Libaneo, 2006).

Esta autoridade fundamentada pela liberdade em momento algum deve abrir espaço de modos
exacerbados de força moral humilhando os alunos com imposições descabidas, antes pelo
contrário, fundamentando os interesses do grupo na responsabilidade que cada aluno deve
construir.
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CONCLUSÃO
Quando nos referimos o conceito de sala de aula, remete-nos rapidamente a ideia de escola,
quatro paredes, professor, aluno, quadro entre outros elementos. As actuais tendências das
mudanças sociais, instam a todos actores do processo de ensino (gestores, professores, alunos,
pais) na mudança de mentalidade, a começar pela forma como a sala deve ser concebida
(agora como um lugar em constante adaptação, que quebra as barreiras impostas pelas
paredes).

Este cenário transforma o professor de transmissor e detentor do saber em mediador e


coactor do conhecimento, acrescendo-lhe assim a responsabilidade deste profissional na
educação dos seus alunos. Deste modo o progressivo fim quadro-preto, do livro-texto, do
professor conteudista em benefícios das telas gigantes ou smart, do hipertexto e as
plataformas moodle, não significa necessariamente a marginalização do lugar do professor e
do aluno, antes maior autonomia e responsabilidade de ambos, na construção do
conhecimento.

Assim objectivos, os métodos, os recursos e a significância dos conteúdos a serem ensinados


e até a personalidade do professor são elementos essenciais na activação da motivação dos
alunos para as novas aprendizagens, uma vez que cada um apresenta suas particularidades.

O perfil a ser adoptado pelo professor (professor policial, povo, mediador ou reflexivo), è
fundamental para a construção de um ambiente interactivo na sala de aula, sendo que cada
perfil apresenta seus aspectos positivos e negativos, porem o novo panorama social exige a
necessidade dos professores passarem a construir modelos construtivistas
(mediação/reflexão).

Neste sentido, as motivações podem interferir directamente aspectos cognoscitivos e sócio


-efectivo dos alunos, sendo que sempre deve-se conciliar a autoridade do professor
(comedida) e o respeito, a liberdade (limitada) individual do aluno e a responsabilidade.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Junkes, R. C. (2013). Prática docente em sala de aula: mediação pedagógica: v Simpósio
sobre Formação de Professores, Campos Universitário de Tubarão. Recuperado em
http//: www. linguagem.unisul.br › linguagem › eventos › simfop›.

2. Kubata, L., Frões, R. de C., Fontanezi, R. M. M. ([s. d]). A postura do professor em sala
de aula: atitudes que promovem bons comportamentos e alto rendimento
educacional. Recuperado em http//: www. periodicos.unifacef.com.br.

3. Libânio, J. C. (2006). Didáctica (2º ed.). São Paulo: Cortez Editora.

4. Moraes, M. C [s. d]. O paradigma educacional emergente. PUC/SP/Brasil. Recuperado


em http//:www.ub.edu›sentipensar›pdf›candida›paradigma_emergente.
5. Piletti, C. (2004). Didáctica geral (23ª ed.). São Paulo: Ática Editora.

6. Silva, F. D. O. ([s. d]). O Professor frente as novas tecnologias e as implicações do


trabalho docente: III Congresso Nacional de Educação. Recuperado em http//:
www.conedu.com.br.

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