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AS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES HISTORIOGRÁFICAS

O conceito Historiografia está intimamente ligado ao conceito História. Embora a palavra


História remonte aos gregos, o hábito de registar os acontecimentos do passado foi muito
anterior aos gregos. O modo e a finalidade com que se escreveu a História não foram sempre
os mesmos. Primeiro foram exaltadas as forças sobrenaturais, depois vieram “os grandes
homens” (reis, generais, etc..) e, mas tarde os sujeitos da História assim por diante. O mesmo
acontece com a sua conservação e transmissão. Durante vários milénios de existência
humana o passado foi sendo transmitido de geração em geração por via da oralidade e da
experiência, só mais tarde apareceu a escrita.

A historiografia encarrega-se em descrever este processo. Portanto, compreende não só a


reconstituição do processo da cientificação, mas também a reconstituição do processo de
elaboração da problemática histórica.

“A história nasceu do mito, como a filosofia e a ciência”.

A Historiografia pode ser definida como o conjunto de obras concernentes a um assunto


histórico, como exemplo a produção histórica de uma época. Quando se diz historiografia
moçambicana refere-se as obras escritas sobre a história de Moçambique, por autores
nacionais ou estrangeiros. A historiografia inclui tudo quanto foi escrito para proporcionar
informações sobre o passado humano como testemunho. Integram esta literatura os relatos
autobiográficos e memorialistas desde que sejam referentes a aspectos da vida social mais
amplos do que os estritamente pessoais. A história oral também ocupa um lugar, tanto
quando este conceito designa as tradições históricas transmitidas oralmente, nos povos sem
escrita, como quando se refere ao registo escrito ou por gravação de depoimentos orais de
autores ou testemunhas de acontecimentos históricos.

No sentido mais amplo a história da historiografia não se reduz ao estudo das principais obras
históricas de cada época ou civilização, compreende também trabalhos de metodologia,
publicação de documentos, ensino de história e apreciação de obras literárias de teor
histórico. A história da historiografia está também ligada a história das ideias, pois os
historiadores estão sempre ligados às correntes de pensamento do seu tempo.
• Mitologia
A Mitologia, é a ciência que estuda os mitos. O termo MITO vem do grego e
etimologicamente significa fábula, lenda, palavra, fala ou dizer. Os mitos não são pura
invenção da imaginação, mas reflectem sim o ponto de vista dos homens dos tempos antigos
sobre a natureza, a vida, as crenças religiosas, as ideias morais da sociedade primitiva; são,
portanto, rudimentos do conhecimento pré-científico, reunindo imagens fantásticas e
elementos cognitivos. Os mitos despertavam a energia da colectividade e foram instrumentos
de desenvolvimento cultural. O “material” dos mitos era as imagens (o do pensamento
racional são as noções e conceitos). O objecto do mito são as forças sobrenaturais e os produtos
da fantasia em geral (o objecto do pensamento racional é o mundo real). É a diferença entre
a lógica simbólica ou figurada e a lógica abstracta.

• Mito: são símbolos na forma narrativa – por exemplo, a estória da criação no livro
Génesis. Estas são estórias ou tradições que buscam de maneira imaginativa e
simbólica, apresentar uma verdade fundamental sobre o mundo e a vida humana;
De um modo geral, a necessidade de se interpretar fenómenos que aconteciam com alguma
regularidade no seio dos homens, sobretudo para se explicar a sua origem, criavam um
contexto de mitografias. A título de exemplo, a historiografia grega tem como o começo a
existência de mitografias e cosmogonias. Assim, a intenção de interpretar o universo fez com
que os primeiros Gregos se interessassem sobretudo com os mitos de criação (os logógrafos).
A sua narração podia apoiar-se em escritos, como foi o caso de Hecateu de Mileto, na segunda
metade do século VI a.C. Na fase de mitografias e cosmogonia destaca-se Homero e Hesíodo.
• Cosmogonias
Como já se disse, as cosmogonias contam-se entre as primeiras tentativas pré-científicas de
explicação da formação do universo. Nessa explicação, não intervêm apenas elementos
naturais, mas também elementos sobrenaturais. Vejamos a seguir como aparecem associados
os dois elementos em algumas das cosmogonias mais conhecidas.

O pensamento histórico judaico

A historiografia judaica pertence o famoso povo judeu, várias vezes enumerado ao longo da
História Universal. O seu protagonismo foi evidente no contacto com outros povos da
antiguidade.
Escrita e conservada pelos sacerdotes, a Bíblia constituiu para os judeus um instrumento de
unidade, que era posta em causa pelo contacto com outros povos, a que os judeus eram
sujeitos por ser um povo nómada. O papel dos sacerdotes na conservação por escrito do
legado de um determinado povo foi sempre inquestionável. Desde as ruínas neolíticas de
Chatal Huyuk aos impérios contemporâneos, a presença da comunidade de sacerdotes e
leigos deixou vários testemunhos que o tempo não consegue eliminar.

A Bíblia funcionou, portanto, como instrumento dos objectivos da classe sacerdotal,


conservando um carácter exclusivista de defesa da tradição judaica e de ataque a tudo o que
lhe fosse estranho. A Bíblia corresponde:

1. Um conjunto de seis obras (Hexateuco) assim intituladas: Genesis, Êxodo, Levítico,


Números, Deuteronómio e Josué. Exceptuando o Deuteronómio e o Levítico, que são
códigos de leis, os restantes constituem a história dos Hebreus desde a origem ate à
sua instalação na Palestina (canaan), depois do exilio no Egipto;
2. Um conjunto de oito livros, conhecidos por livros históricos: Juízes, Rute, Samuel,
Reis, Cronicas, Esdras e Noémia Ester e finalmente Jonas.
3. Livros poéticos: Salmos, Lamentações, Poesia erótica (Salmo XLV e Cântico dos
Cânticos), Poesia didactica (Jó, Proverbios e Eclesiastes);
4. Livros proféticos: Isaías, Jeremias, Ezequiel e outros profetas;
5. Os livros apocalípticos: Livro de Daniel;
6. Livros apócrifos: livro dos Macabeus, livro de Judite, etc.

Estes livros não têm todos a mesma idade. “O canto de Débora” que faz parte do V livro dos
juízes, é das composições mais antigas da Bíblia, não excedendo porem o seculo XII a. C.; o
que não quer não possa haver nele algum fragmento ainda mais antigo. Dos Códigos, o mais
antigo parece ser o da Aliança.

O cântico dos Cânticos é um livro erótico, não sagrado, mas pelo simples facto de fazer parte
do património judeu, levou com que eles lhe atribuíssem um caracter sagrado baseada na
bíblia, a historiografia judaica teve como principal característica a incapacidade de aceder a
uma concepção universalista do homem, ou seja, a limitação do homem ao homem judeu.
Assim, para os judeus, a história da humanidade passava a confundir-se com a história
judaica contada na Bíblia. Os povos apenas eram referenciados na medida em que tivessem
algum relacionamento com os judeus.

Como livro sagrado dos católicos, protestantes e cristãos ortodoxos, a Bíblia, teve uma
credibilidade quase universal e ate ao século XIX constituiu a única fonte da história dos
judeus e dos povos do médio oriente, com quem estiveram em contacto. Só no século XIX,
com a decifração dos escritos egípcios e sumérios surgiu uma alternativa para as fontes da
história judaica. A Bíblia passaria a ocupar um lugar secundário como fonte histórica.

A historiografia Judaica é uma referência no estudo da evolução do pensamento histórico.


Nela destaca-se a Bíblia, um conjunto de livros que acaba por se assumir como fonte da região
do próximo e médio oriente asiático. No entanto, a bíblia apresenta um conjunto de
informações que devem ser aprofundadas devido a tendências metafóricas e fabulesca dalguns
livros.

• O pensamento histórico Grego


A história nasceu na Grécia, é frequente ouvir-se dizer sobre este pensamento. Na Grécia
também existiu a abordagem mítica e teocrática da evolução da humanidade como no oriente
antigo. Dos vários mitos destacou-se o mito das cinco idades que considerava que a
humanidade tinha passado por cinco etapas de evolução nomeadamente a idade do ouro, da
prata, do bronze, dos heróis e do ferro. Entre estas, a etapa do ouro e a melhor porque nela
não havia preocupações, sofrimento, velhice, etc.

Entretanto de acordo com o conceito de ciência não podemos ainda falar nesta altura de uma
ciência histórica. A cientificação da história só terá início na Grécia clássica. É o que nos leva
a falar do surgimento da história na Grécia. Este logro dos gregos tem explicação no facto de
a Grécia desse tempo ter conseguido avançar em muitas áreas de desenvolvimento social, a
partir do século V a.c. Neste século vivia-se na Grécia, uma sociedade democrática, fruto de
cerca de três séculos de reformas, iniciadas por Dracon e que atingiram o seu pico no reinado
de Péricles.
Portanto a Atenas do século V destaca-se dos restantes estados da época pois pôde conceber
e aplicar os princípios da igualdade perante a lei, da liberdade individual e da fraternidade,
embora com algumas reservas, principalmente ligadas com o alcance das referidas reformas
democráticas. Este contexto, de abertura da vida nacional a todos os cidadãos, levou a Grécia
antiga a se destacar em vários domínios da vida incluindo o do pensamento. É assim que o
pensamento grego da época revelava já uma maturidade que se reflectia no desenvolvimento
de várias ciências entre as quais a História.

O surgimento e desenvolvimento da história na Grécia deve-se em grande parte ao papel de


Heródoto de Halicarnasso (484- 424), “o pai da Histoóia”. É claro que havia na Grécia
antiga muitas pessoas reflectindo sobre questões de carácter racional incluindo a história, mas
foi Heródoto o primeiro a adoptar uma atitude científica, daí que lhe atribua a “paternidade
da Histoóia”.

Na sua obra “Historias” Heródoto tentou para além de escrever sobre os gregos, falar dos
bárbaros, reconstituir os factos e apresentar a razão deles. A ele também se deve uma visão e
uma abordagem universalista dos homens pois, como cidadão oriundo da nobreza, Heródoto
teve facilidades de viajar e escrever sobre várias regiões (Egipto, Mesopotâmia, etc) incutindo
desse modo uma visão mais global do homem e do universo. Era a passagem da historiografia
gentílica a historiografia ecuménica (universal).

Numa das passagens do livro de Heródoto, Historias, pode se ler: Eis a exposição do inquérito
empreendido por Heródoto de Thouriori para impedir que as acções cometidas pelos homens
se apaguem da memoria com o tempo e que grandes e admiráveis factos, levados a cabo tanto
do lado dos gregos como do lado dos bárbaros, cessem de ser nomeados, finalmente e
sobretudo, o que foi causa de entrarem em guerra uns contra outros (…) Até aqui, falei
segundo a minha observação, reflexão e informação, mas a partir de agora passarei a referir
a tradição egípcia, tal como a ouvi, acresce ainda um pouco do que vi (…). O meu dever é
referir a tradição, mas de modo algum sou obrigado a acreditar nela”.

A história de Heródoto é feita com base em testemunhos fidedignos, ou seja, dignos de


crédito. Assim ele preferiu servir-se da tradição oral, mas sempre aquela prestada por
protagonistas ou testemunhas dos acontecimentos, bem como o seu testemunho ocular. No
caminho de Heródoto esteve também Tucídides, cujo grande contributo para a história foi o
início do questionamento das fontes, procurando apurar a sua veracidade e credibilidade. Foi
o que ele fez na sua obra “Historia da guerra do Peloponeso” que escreveu servindo-se do seu
próprio testemunho de participante. Tucídides revelou-se superior a Heródoto na inteligência
crítica, na arte e na solidez do saber. As ideias de Tucídides sobre a história da guerra do
Peloponeso. “(…) Só falo como testemunha ocular, ou depois duma critica das minhas
informações, tão completa quanto possível (…)”.

Outros historiadores deram corpo à história grega como foram os casos de Xenofonte,
Plutarco, Eforo, etc. Observando os trabalhos de Heródoto e Tucídides verificamos que os
gregos começaram a caminhar para a cientificação da história. A sua história tem um objecto
de estudo, uma metodologia própria e um objectivo bem definido.

Senão vejamos:

1. Estuda-se, o passado e o presente dos homens ou simplesmente o Homem;


2. Alarga-se a noção de fonte histórica que para além da tradição oral passa a considerar
os testemunhos oculares;
3. Cria-se uma metodologia que integra a recolha de dados através da observação e da
informação, a reflexão, analise critica e a comparação das fontes e finalmente a síntese;

Portanto na Grécia clássica temos uma história humanista (seu objecto de estudo é o homem),
cientifica (inicia-se neste caminho), auto- reveladora (procura a projecção do presente no
futuro, ensinar aos homens o seu passado e a relação entre o passado e o presente, para revelar
o sentido da acção humana) e pragmática, porque tenta tirar do ocorrido uma lição
aproveitável para o futuro.

Embora dando notáveis passos a nível da história os gregos revelaram ainda algumas
insuficiências. Os historiadores gregos viram-se confrontados e até encurralados pela
contradição entre o ideal de história universal baseada em fontes fidedignas e a incapacidade
de falar de regiões relativamente afastadas, pois o nível de desenvolvimento dos transportes
não permitia ir para longe e são praticamente inexistentes informações escritas sobre essas
regiões. Deste modo eles vêm-se condenados a ter que fazer a história que negam, a história
de alguns povos, de algumas regiões, a história regional e não a universal que defendem.

Por outro lado, as fontes orais e os testemunhos oculares não permitem abarcar períodos de
tempo relativamente longos mantendo a fidelidade numa história que busca de facto a
verdade, pelo que ficam também a este nível limitados.

• O pensamento histórico Romano


Roma localiza-se na península itálica no Mediterrâneo tal como a Grécia. Enquanto a Grécia
está rodeada de ilhas e o seu litoral é muito recortado, facilitando a navegação e o comércio,
na Itália tal não acontece.

Do III ao I seculo a.n.e graças a um exército de cidadãos hábil e disciplinado, Roma lançou-
se à conquista de toda a bacia Mediterrâneo e Norte de África transformando-se num grande
imperio. A historiografia deste periodo procurou ajustar-se às ideias politicas da época cuja
finalidade era exaltar e preservar o imperio.

Dentre os principais historiadores romanos destacam-se:

1. Políbio É um historiador de origem grega que viveu, como prisioneiro, em Roma e lá


produziu quase toda a sua obra histórica e, naturalmente, sobre o império romano.
Foi o responsável pela transmissão das tendências racionalistas da historiografia grega
a Roma, sendo por isso contrário a história oficial, defendida por muitos historiadores
romanos com destaque para Tito Lívio que por vezes recorria a mitologia para
sustentar as suas ideias. Aplicou a História o modelo de ciclo, conduzindo à concepção
segundo a qual a História é o conhecimento do geral, daquilo que se repete, que
obedece a leis e por isso susceptível de previsão.
2. Tito Lívio Diferentemente de Políbio, esteve mais virado para o passado, tido, pelos
romanos, como fonte de virtudes nacionais. Foi um intelectual ao serviço da política
imperial, cuja preocupação maior foi elevar bem alto o rei e o império romanos não
hesitando quando a defesa passasse pela deturpação da verdade, ou impusesses o
recurso à mitologia.
3. Tácito político e homem das letras, foi autor de uma importante obra histórica com o
senão de ter misturado, por vezes, indevidamente a história com o género literário. O
seu maior defeito terá sido fazer uma comparação unilateral dos romanos com os
bárbaros, os bretões e os germanos revelando-se percursor da teoria do “bom
selvagem”, ao apresentar uns como os de costumes mais puros e outros mais
corruptos.
Outros historiadores romanos foram Flávio Josefo, Salústio, Plutarco e Suetónio.

A grande preocupação era exaltar a grandeza do império romano cujo mérito era atribuído
aos “grandes homens” - os imperadores.

• A Idade média e a história


O império romano do ocidente desmoronou-se no século V na sequência da tomada de Roma
pelos bárbaros em 476. A destruição do império romano do ocidente, marcou o fim da
antiguidade esclavagista e o início da Idade Media, feudal, a substituição de formas de vida,
política, económica, social, até aí estabelecidas. As populações abandonaram as cidades
retornando ao campo onde se organizaram em pequenas comunidades rurais baseadas na
identidade religiosa (nisto, difere das primeiras comunidades rurais ligadas por
consanguinidade.

No contexto histórico da idade média, predomina uma história cristã, cuja produção é da
responsabilidade dos monges. Os géneros mais dominantes são os anais e as crónicas. Tanto
uns como outros são narrativas sobretudo de factos políticos e militares, que tomam por
unidade temáticos períodos mais ou menos longos. A diferença reside no facto de que os anais
dividem as épocas estudadas em períodos de um ano, relatando secamente os factos.

Também constituem literatura histórica cristã medieval as hagiografias, as histórias, as actas


de sínodos e concílios, as bulas, e outros diplomas de origem papal, as obras de clérigos
seculares, os manuais dos confessores e outras de carácter eclesiástico. Em princípio, a
historiografia crista medieval, assim como as fontes de origem eclesiástica prevalecem ate ao
seculo XIII. Mas nem todas as fontes medievais até essa data são obrigatoriamente de origem
eclesiástica. Quer para o entendimento crítico da historiografia crista, quer para efeito de
novas abordagens historiográficas torna-se indispensável recorrer também às fontes
provenientes da cultura popular mais profunda, ou seja, folclore. É ao que parece, desse
folclore que emergem produções como os cancões de gesta (supostamente de origem nobre),
desvios religiosos como as heresias cátara, valdense e patarina, e géneros poéticos.

Nesta história, medieval o papel principal no processo histórico é atribuído a Deus e seus
agentes e, aos reis e seus prelados. É a estes que se atribui responsabilidade pela evolução
histórica da humanidade e, portanto, são eles o objecto de estudo da história. A nível
metodológico a interpretação dos dogmas divinos constitui a principal operação do
historiador em detrimento da investigação das razoes humanas. Os aspectos morais
sobrepõem-se aos vividos na explicação dos fenómenos.

Nesta historiografia, o papel principal no processo histórico é atribuído a Deus e aos reis. É a
estes que se atribui responsabilidade pela evolução histórica da humanidade e, portanto, são
eles o objecto de estudo da história. A interpretação dos dogmas divinos constitui a principal
operação do historiador em detrimento da investigação das razões humanas.

• Historiografia Cristã
A Historiografia Cristã, como o próprio nome sugere encarnou basicamente as ideias do
cristianismo. Durante a Idade Média, a política era grandemente influenciada pela questão
espiritual. Para a sociedade medieval, o rei não era, simplesmente, uma instituição política,
mas sim uma manifestação divina, tendo o papel de integrar o homem no cosmos.

A igreja cristã foi uma das mais poderosas instituições do período medieval. Nesta história,
medieval o papel principal no processo histórico é atribuído a Deus e seus agentes e, aos reis
e seus prelados. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a
psicologia e as formas de comportamento na Idade Média.

Desde o princípio o cristianismo assumiu-se como religião universalista e histórica, ou seja,


teve a sua concepção do universo e de evolução da humanidade. Para os cristãos a história é
um combate permanente entre Lúcifer (o mal) e Deus (o bem) e a sua trajectória, irreversível
e oposta à concepção cíclica defendia pelos gregos e romanos, começa com o pecado original,
passa pela redenção e termina com o juízo final.

Foi do cristianismo a autoria da primeira filosofia de história, a tentativa de determinar as leis


porque se rege o curso dos acontecimentos. Os seus defensores procuraram mostrar como o
mundo seguiu um desígnio de Deus na sua longa preparação para o advento de Cristo. A
partir desse ponto central a humanidade continuaria uma marcha de sofrimentos até ao juízo
final. Esta ideia foi exposta por S. Agostinho no seu livro “Cidade de Deus” e a demonstração
coube a Paulo Orósio no seu “sete livro de história contra os pagãos”, uma continuação de
“cidade de Deus”.

É, portanto, a história providencialista, em que a evolução da humanidade aparece como


providência divina.

Link de material de Leitura da disciplina de Evolução ao Pensamento Histórico

http://ead.mined.gov.mz/site/wp-content/uploads/2020/03/Historia1-2%C2%BA-Ciclo.pdf

https://www.fe.unicamp.br/pf-fe/publicacao/5248/art11_17.pdf

https://www.scielo.br/j/hcsm/a/n8g6f6sWFRfFywzb5J7hPFq/?format=pdf

http://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1428357432_ARQUIVO_ArtigoSNH2015Historiogra
fia.pdf

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