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1. Introdução............................................................................................................................ 1
2. Historiografia ...................................................................................................................... 2
5. Conclusão ......................................................................................................................... 14
Desta feita, objetivamos visualizar as tendências e grupos nos quais se relacionam os escritos
sobre as temáticas africanas, dentro de um recorte temporal que, inicia-se nos tempos modernos,
dentro da perspectiva européia, indo até o fim da década de 1980. Entretanto, será dada maior
1.1.Justificativa
1.2.Problematização
1.3.Objectivos
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2. Historiografia
Historiografia é o registro escrito da História. Podemos dizer que é a arte de escrever e registrar
os eventos do passado.
O termo historiografia também é utilizado para definir os estudos críticos feitos sobre aquilo
que foi escrito sobre a História. Um exemplo: se um historiador faz um estudo crítico sobre o
trabalho feito por Heródoto (historiador que viveu na Grécia Antiga e escreveu sobre o período),
então ele está produzindo um trabalho de historiografia.
É uma corrente marcadamente racista, pois defende a superioridade da raça branca sobre a
negra. Sustenta que os africanos não tinha, história antes de estabelecerem contactos com os
europeus. Afirma que África não é uma parte histórica do mundo.
Hegel citado em KI-Zerbo 2010, definiu explicitamente essa posição em sua Filosofia da
História, que contém afirmações como as que seguem: “A África não é um continente histórico;
ela não demonstra nem mudança bem desenvolvimento”. Os povos negros “são incapazes de
se desenvolver e de receber uma educação. Eles sempre foram tal como os vemos hoje”.
As coisas ficaram ainda mais difíceis para o estudo da história da África após o aparecimento,
nessa época e em particular na Alemaha, de uma nova concepção sobre o trabalho do
historiador, que passava a ser encarado mais como uma actividade científica fundada sobre a
análise rigorosa de fontes originais do que como uma actividade à literatura ou à filosofia.
Tal concepção foi exposta de forma muito precisa pelo professor A. P. Newton, em 1923, numa
conferência diante da Royal African Society de Londres, sobre “A África e a pesquisa
histórica”. Segundo ele, a África não possuía :nenhuma história antes da chegada dos europeus.
A história começa quando o homem se põe a escrever”.
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Nega assim, a possibilidade de os africanos terem contribuído para o desenvolvimento da
História Universal. O Eurocentrismo defende que somente com as fontes escritas é que se faz
a história.
É uma corrente que reconhece o valor das fontes escritas, mas recusa aceitar que a história seja
feita apenas com base em documentos escritos, negando assim, ao eurocentrismo.
Contrariamente ao eurocentrismo é ao afrocentrismo, o progressismo não espelha complexo de
superioridade nem de inferioridade.
O progressismo expandiu-se a partir de meados do século XIX com historiadores como: Albert
Adu Boahen, Joseph Ki-Zerbo, Teófilo Obenga, e Roland Oliver.
Uma investigação histórica séria e não discriminatória tendo como chave a combinação de
várias bases metodologias e fontes. Esta corrente depende a importância das fontes orais para
todo o conhecimento – tudo o que é escrito é antes pensado e falado.
3. Historiografia Africana
Foi a partir dos meados do século XX que a África aparece na cena internacional. Por um lado
devido as descobertas arqueológicas que revelaram as civilizações até então desconhecidas e
devido aos processos das independências. Durante muito tempo, pensou-se que a África não
tinha História, por exemplo: Hegel diz que a África não é uma parte da História do Mundo, pois
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ela não tem progresso, nem movimentos históricos próprios dela. Portanto, apenas a sua parte
setentrional pertence ao mundo asiático ou europeu.
Aquilo, que entendemos pela África, são o espírito do não desenvolvimento, ainda em volta das
condições morais e que deve ser apresentado apenas no início da História do mundo. Por seu
turno, Eugéne Pittard, pensa que com a excepção do Egipto e da África do norte, o resto do
continente nada fez de digno como desempenho histórico.
Porém, a historiografia africana pode ser explicada sobre vários ângulos, as chamadas correntes.
Assim, existem três principais correntes que tentam explicar a participação ou não dos africanos
na reconstituição da História mundial a destacar:
I. Corrente
Para estes, a África negra nunca participou nas páginas da História Universal. Esta abordagem
é feita por historiadores e outros estudiosos que defendem a exploração e a pilhagem dos
recursos naturais e humanos do continente africano durante as fases mercantil e colonial. Para
estes a participação africana na História Universal é dada pela África branca e dizem que ela
constituiu o prolongamento da História da Ásia e da Europa.
É uma corrente que surge intimamente ligada ao nacionalismo africano e é caracterizada por
valorizar excessivamente as realizações dos povos africanos como quando deram importância
no comércio de ouro, quando participaram no comércio euro-asiático da idade média, quando
o trabalho contribui no desenvolvimento da revolução industrial, quando os negros participaram
na primeira guerra mundial.
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Ela ocupa o seu radicalismo o extremo oposto ao do eurocentrismo ao recusar a influência que
os europeus exerceram sobre a História de África. Sustenta que as transformações que
marcaram as diversas fases de evolução dos povos africanos não beneficiaram das conquistas
dos outros povos. Para esta corrente a história de África é o que é graças ao esforço exclusivo
dos africanos sem a concorrência de nenhum factor positivo ou negativo externo. Esta linha de
abordagem histórica é absolutamente inaceitável porque apresenta os africanos como
comunidades hermenéuticamente fechadas incapaz de absorver e aproveitar os aspectos
positivos das experiências e realizações dos outros povos. Em suma, pode-se dizer que é
também uma corrente racista e marcadamente ideológica como a Eurocentrista.
Para estes defensores da História Universal, tudo pode ser História. É uma corrente que
reconhece o valor das fontes escritas, mas que recusa o argumento que diz que a História só é
feita apenas de documentos escritos. Portanto, através da investigação com métodos científicos
apresenta o passado africano como tendo sido dinâmico e quanto a relação ao período em que
os africanos estabeleceram os primeiros contactos com os asiáticos e depois os europeus admite
apresentando provas de valor irrefutável que os africanos entraram em interacção activa que
influenciou grandemente a sua História.
Para estes, onde existe o Homem, existe mudança, dinâmica, progresso, logo existe História.
Assim, todos os vestígios humanos deixados pelos antepassados desde os restos de comida,
fósseis, contos, desenhos são de tomar em conta na feitura da História.
A História de África é ainda hoje um mistério devido as imensas dificuldades que caracterizam
o trabalho de quem pretenda debruçar-se sobre a historiografia africana. Porém, a ausência das
fontes escritas, constitui o grande problema com que depara o Historiador africano. Por isso, o
papel do Historiador africano vai ser de acreditar na validade das fontes africanas. Para este, as
tradições orais são credíveis para reconstituir a História do povo africano.
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O Historiador africano, procura valorizar o passado africano, procurando a identidade dos povos
africanos mediante a junção de elementos dispersos nos vários tipos de fontes. Procura
desmantelar mitos e concepções eurocentristas mostrando as contribuições do povo africano
para o movimento da História Universal. Ainda procura resgatar as origens do passado africano
tentando transmitir as novas gerações sobre o seu verdadeiro lugar e passado da História de
África mostrando que a História é feita a partir de todas as fontes disponíveis.
A evolução histórica do continente africano influenciou a evolução historiográfica, por ter sido
caracterizada por grandes disparidades. Existem diferenças entre o norte e o sul do Saara, entre
a costa e o interior, entre o oriente e o ocidente, etc. – Todas estas particularidades iriam fazer-
se sentir no curso da historiografia africana.
Os primeiros trabalhos sobre a História de África datam da época do surgimento da escrita (IV
milénio a.n.e.). Nessa altura, surgiram no Egipto (e de forma geral em toda a África do Norte),
tal como em todo o oriente, as mais antigas formas de literatura histórica - as cosmogonias e as
mitografias.
O resto do continente, que ainda desconhecia a escrita e tinha escassos contactos com outras
civilizações, não produziu muito neste domínio.
O saber era, via de regra, conservado e transmitido por via da oralidade e da experiência.
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Durante este período, o estudo da África tropical foi bastante limitado, e as informações eram
raras e pouco credíveis. Exceptuam-se desta realidade as fontes clássicas sobre o mar Vermelho
e o oceano índico produzidas por mercadores.
Sobre a África ocidental, norte do Sudão e África oriental, as melhores informações dos séculos
XI-XV são da autoria de mercadores árabes como Al-Masu'di (?-950), Al-Bakri (1014-1094),
Al-Idrisi (?-1166), Ibn Battuta (1304-1369), Hassan Ibn Muhammad al Wazza'n (o Leão
Africano 1494-1552), etc.
Embora nos pareça ter havido nesta época algum dinamismo no processo de elaboração, a
verdade é que estas produções não passaram de descrições de regiões de África a partir das
informações possíveis na época.
Não existia, pois, nenhum estudo sistemático sobre as mudanças ocorridas ao longo do tempo
e as informações eram em geral duvidosas.
Um dos primeiros e mais importantes historiadores de Africa foi Ibn Khaldun (1332-1406).
Estudou África e as suas relações com o Mediterrâneo e o Próximo Oriente, introduziu na
História de África o modelo de ciclo e tentou chegar à verdade histórica através da critica e da
comparação. Estudou, igualmente, o Mali, com base na tradição oral da época.
Quando o Islão, e com ele a escrita, chegou à África oriental, os negros africanos começaram a
conservar a sua História através de textos escritos.
Foi assim que surgiram o Ta'rikh al-Sudan, Ta'rikh al-Fattash, a Crónica de Kano, a Crónica de
Kilwa, etc.
No século XV iniciou o contacto dos europeus com a costa africana que deu lugar produção de
obras literárias com algum valor histórico.
Sobre a costa da Guiné e outras regiões de África foram produzidos, especialmente por
missionários, materiais que fornecem testemunhos directos e datados, bem como compilações
de relatos. Porém, também estes são essencialmente descrições sobre a situação da época e não
propriamente História.
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3.1.3. Do século XVIII à princípios do século XX
Desde finais do século XVIII assiste-se a uma nova atitude dos europeus em relação ao
continente africano. Nesta altura regista-se um Certo interesse dos autores europeus pelas
questões africanas. Para este facto, concorreram vários factores ligados à pretensão
expansionista da Europa, nomeadamente a expedição de Napoleão ao Egipto (1798), a tomada
de Argel pela Franca (1830) e a ocupação do Egipto pela Inglaterra (1882).
A partir do século XVIII, a Europa começaria a prestar uma certa atenção a África. Os livros
europeus começavam a contemplar à Africa com um número considerável de páginas.
Hegel foi muito claro a este respeito quando disse: África não é um continente histórico, ela
não demonstra nem mudança nem desenvolvimento, Este ponto de vista manteve-se no século
XIX e tinha ainda alguns adeptos em pleno século XX.
A implantação de uma nova Historia de Africa foi produto de historiadores profissionais que
fizeram dela o objecto do seu ensino e dos seus escritos.
A promoção de uma História de Africa descolonizada começaria por volta de 1947, quando
intelectuais africanos começaram a definir a sua própria concepção em relação ao passado
africano buscando, nele, as fontes de uma identidade cultural negada pelo colonialismo.
Tratava-se já de uma História livre de mitos e de preconceitos subjectivos.
A partir de meados do século XX foram criadas universidades, dando novo impulso à História
de África. Surgia uma História de Africa comparável à de qualquer outra parte do mundo.
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As independências dos países africanos a partir da década de 1960 criaram um renovado
interesse por Africa e uma considerável curiosidade popular.
Portanto, a partir do século XIX, a História de Africa seguiu três correntes principais: o
eurocentrismo, o afrocentrismo e ainda uma corrente intermédia - progressista - que visava
estabelecer um certo equilíbrio entre as duas primeiras claramente radicais em defesa dos
objectivos que perseguem.
3.2.1. As fontes
Em termos de documentos escritos, o continente africano é pobre, dai que se diga que não é
possível dar valor à fonte escrita na historiografia africana porque as fontes escritas que existem
são poucas.
Pode-se recorrer a fontes antigas (egípcias, núbias, greco-latinas) árabes, europeias, africanas
recentes (escritas por africanos ou europeus) asiáticas ou americanas.
Nas sociedades africanas, em épocas recuadas só sabiam ler e escrever os escribas e os monges,
enquanto a massa da população e a aristocracia, tal como na Europa, era analfabeta.
A escassez de fontes escritas podia ser minimizada pelo recurso à arqueologia, mas não é o que
sucede, como veremos mais adiante. As dificuldades no uso da arqueologia têm a ver com a
exiguidade de meios financeiros para suportar os custos das escavações e também a ausência
de especialistas em diferentes ciências auxiliares, uteis à actividade arqueológica.
3.2.2. A cronologia
Uma das grandezas básicas para a reconstituição da História é o tempo. Entretanto, para o caso
de África, são muito poucos os registos de datas referentes ao período anterior à nossa época.
Os africanos sempre consideraram o tempo e tentaram estabelecer formas de contagem; dai que
certos reis, uma vez chegados ao poder, depositavam anualmente num vaso, pepitas de ouro até
à morte, o que permitia contabilizar os anos de reinado.
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Ora, este procedimento era insuficiente para uma correcta datação, pois apenas permite saber
quanto tempo o rei esteve no poder ou quantas dinastias governaram um certo império.
Entretanto, não permite saber com precisão o momento em que os acontecimentos tiveram
lugar.
Portanto, qualquer um que se lance na tarefa de reconstituir a História de África terá como
obstáculo a deficiente datação dos acontecimentos.
3.2.3. Os mitos
Outro grande problema da História africana é o dos mitos, ou seja, as diferentes ideias que
influenciaram a evolução da historiografia africana.
Um dos mitos foi a ideia, defendida por Georg Hegel em 1830 e que se popularizou na época,
que dizia que além da parte Norte, a Africa não ter movimento histórico, é a-Histórica. Acredita
na passividade histórica dos povos africanos e dos povos negros em particular.
Esta forma de pensar influenciou sobremaneira a elaboração da História africana nos séculos
XIX e XX, falseando as perspectivas em favor de uma concepção eurocêntrica da História, que
se difundiu por todo o lado, mesmo nos países que nunca tinham sido colonizados.
Hoje, essa visão tende a desaparecer; contudo, prevalece ainda em muitos historiadores, tanto
no ocidente como fora dele.
Portanto, ao estudar a História de África, o historiador deve estar sempre atento ao perigo de
manipulação de fontes resultante da influência dos mitos.
Entre os principais desafios dos historiadores africanos coloca-se a produção de uma História
cada vez mais isenta e objectiva. Assim, uma das principais tarefas da História africana é a
desmistificação da História.
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Os historiadores africanos, desde meados do século XX, começaram a tentar uma História do
mundo verídica, na qual Africa e os outros continentes fossem vistos na mesma dimensão e
ocupassem o seu verdadeiro lugar no plano internacional.
Para esta reversão, o papel dos historiadores africanos é particularmente importante, por ter sido
a História de Africa a mais negligenciada e desfigurada pelo racismo no século XIX e nos
princípios do XX.
O esforço tendente a descolonizar a História de Africa incluiu a modificação dos juízos de valor,
invertendo os papéis entre os intervenientes da História de África. Os agentes coloniais, que
antes eram vistos como heróis ao serviço da civilização em marcha, passaram a cruéis
exploradores, enquanto o africano passava a vítima inocente.
Tendo em conta as condições especificas do seu desenvolvimento, nos últimos anos a História
de África caminhou busca de novos métodos, com vista a alcançar, no seu estudo, zonas não
suficientemente exploradas.
Neste sentido, há a destacar os progressos da História analítica (História de campo, que não
depende apenas dos arquivos) para a História colonial e pré-colonial, cuja documentação é rara.
O facto de os arquivos coloniais terem sido criados e mantidos por estrangeiros e, naturalmente,
incorporarem os preconceitos dos seus autores, torna ainda mais importante a busca de métodos
que libertem a História dos arquivos.
Portanto, ao historiador africano impõe-se o recurso a outras fontes (que não as escritas), como
é o caso da informação oral, sob o risco de chegar a resultados desastrosos.
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Neste sentido, torna-se muito importante que os cidadãos moçambicanos tenham o cuidado e a
preocupação de preservar as fontes que existem. É so com o conhecimento das fontes que se
conseguem reconstruir a História de Moçambique.
4.1.Disponibilidade
As fontes históricas não existem segundo a vontade do historiador. É necessário entender que
elas às vezes são escassas para determinados períodos e assuntos que são trazidos para o estudo,
muitas vezes abundantes para outros e há casos em que elas não existem para a construção de
muitos aspectos da vida do passado que o historiador procura conhecer.
Todas as fontes tem as suas limitações. Através delas só é possível obter uma parte da realidade.
O historiador tem, por isso, de desenvolver um novo trabalho de pesquisa com vista a busca de
novas revelações no longo caminho da procura da verdade histórica.
As fontes históricas, sejam elas escritas, orais ou de outro tipo qualquer, mostram-nos apenas
uma parte da realidade. No entanto, as fontes orais permitem-nos muitas vezes colocar novas
perguntas à própria História pela boca do protagonista e problematizá-la1. No entanto, mesmo
na História oral há limitações. Por vezes, já passaram tantos anos, décadas ou séculos sobre um
acontecimento que muitas fontes já foram eliminadas da memória coectiva, foram esquecidas.
4.2.Credibilidade
Qualquer investigação da história do nosso país tem de passar por um trabalho de análise
rigorosa das fontes, pois a maior parte delas levanta sérios problemas de credibilidade.
Os criadores das fontes podem manipular a historiografia da época. As fontes escritas, como as
leis e outros documentos semelhantes, são produzidas por quem está no poder naquele
momento. Assim os historiadores tem de estar atentos a esse condicionalismo e analisar com
forte espírito crítico aqueles documentos.
1
Teresa Cruz e silva e Alexandrino José, História e a Problemática das Fontes, Moçambique, 16 anos de
Histografia, VOL. 1 P. 18.
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geração em falsidade ou adulteração históricas. Na análise de todas as fontes, o historiador tem
de ser crítico e analítico.
As mudanças políticas que se operam presentemente neste país irão certamente criar outras
aberturas para determinadas interpretações do dever histórico fundamental da epopeia
moçambicana. Não nos podemos no entanto esquecer que, em qualquer época ou período
histórico, a classe que está no poder determina um certo tipo de produção histórica, manipulação
para qual os investigadores sociais devem estar sempre atento2.
4.3.Acesso
Para o estudo das fontes é necessário saber onde encontra-las. Para o estudo de fontes escritas,
podem pesquisar-se arquivos históricos públicos, bibliotecas públicas e, também, arquivos
pessoais ou familiares.
Nos últimos tempos, têm sido desenvolvidos esforços para tornar públicas algumas coleções de
documentos e livros, através de sites.
Para o estudo das fontes materiais, deve-se visitar campos de arqueologia, museus,
monumentos, etc.
Para o estudo das fontes orais devem-se consultar os relatos escritos existentes, mas, sobretudo,
devem-se interrogar os próprios moçambicanos sobre os temas passados.
2
Teresa Cruz e Silva e Alexandrino José, História e a Problemática das Fontes. Moçambique 16 anos de
Historiografia, vol. 1, pp. 17-18.
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5. Conclusão
O continente que deu vida ao próprio homem foi condenando por muitos deles ao esquecimento
e a inferioridade. Complexa e diversa, a África, sua história e seus povos precisam ser mais
bem compreendidos, e seus papéis, na história do mundo, redimensionados. Vimos ao longo
dessas linhas que, em parte, dezenas de historiadores têm se esforçado nos últimos anos nessa
tarefa. Um reflexo, na verdade, de décadas de idas e vindas, superações e convencimentos de
que a história da África não se limitava ao estudo da tradição, do exótico ou das influências
colonialistas das potências européias.
Sua história possui vida e instrumentos variados de resgate. Mais do que isso, o esforço e os
caminhos alternativos da pesquisa histórica na África, para além, de reconstruir sua relevância
teórica e política no estabelecimento de contribuições às diversas correntes interessadas na
superação da agenda eurocêntrica das ciências sociais3, também serviram como modelos de
estudos realizados fora do continente.
Assim como os historiadores africanistas e africanos passaram a beber das inovações das
pesquisas em outras regiões que possibilitaram vislumbrar o passado de seus tão complexos
contextos. É evidente que tropeços ocorreram como também existiram avanços. Percebe-se,
portanto, que, no momento atual da construção das formas de ver e pensar a história da África,
as renovações e modificações nos enfoques dos estudos trouxeram modelos explicativos que
tendem a fugir dos enquadramentos simplistas, generalizantes e somente ocidentais. Suas
análises se iniciam pelo próprio universo africano, seja pelas perspectivas dos africanos, seja
pelas novas percepções sobre suas histórias, realizadas por pesquisadores de vários países.
3
LANDER, Edgardo. Apud BARBOSA, Muryatan Santana. op. cit. pp. 57-58.
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6. Referência Bibliográfica
FARIAS, P. F. De Moraes. Afrocentrismo: entre Uma Contranarativa histórica Universalista e
o Relativismo Cultural. São Paulo. 2003
https://www.escolamz.com/2020/07/a-evolucao-da-historiografia-africana.html#gsc.tab=0.
Saite visitado no dia 17/08/2022 pelas 15:14.
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