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Universidade Católica de Moçambique


Instituto de Educação à Distância

A contribuição das religiões para o desenvolvimento humano em


Moçambique)

Nome do Estudante: Luísa João Mandala


Código do estudante 708223658

Curso: Historia
Disciplina: Ética Social,
Ano de Frequência: 3o
Docente: MSc. Vasco Novele

Quelimame , Março, 2024


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organizacionais Discussão 0.5
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Bibliografia 0.5
Contextualização
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problema)
Descrição dos
1.0
Introdução objectivos
Metodologia
adequada ao
2.0
objecto do
trabalho
Articulação e
domínio do
discurso
Conteúdo académico 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência
/ coesão textual)
Análise e
Revisão
discussão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
Exploração dos
2.0
dados
Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento
entre linhas
Normas APA 6ª Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referênci
bibliografia as bibliográficas
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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor


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Índice
1. Introdução .............................................................................................................. 3

1.1. Objectivo geral ................................................................................................... 3

1.1.2. Objectivos específicos ........................................................................................ 3

1.1.2. Metodologia ........................................................................................................ 3

2.A contribuição das religiões para o desenvolvimento humano em Moçambique .... 4

2.1. Entender o etho dos Moçambicanos .................................................................. 4

2.2. Perceber o tipo ideal do comportamento social do moçambicanos ................... 6

2.3.Principais crenças e práticas religiosas ................................................................... 8

2.3. Importância sociocultural da religião em Moçambique..................................... 9

3. Conclusão final .................................................................................................... 11

4. Referencias Bibliográficas ................................................................................... 12


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1. Introdução
Ao longo da história da humanidade, que é também história da Igreja, enquanto
chamada a acompanhar, a servir e a estar com a humanidade em todas as épocas
históricas e contextos geográficos e culturais, muito se tem produzido e questionado
sobre a presença e acção da Igreja nas nossas sociedades e, sobretudo, nas sociedades
mais jovens, o seu papel e o contributo que dela se espera.
Religião é um sistema de regras e valores morais estabelecido por meio de
crenças e práticas que caracterizam um grupo de indivíduos. Um aspecto importante das
religiões é servirem de ponte entre o mundo humano e o espiritual. As crenças
mencionadas são introduzidas por meio de narrativas que procuram atribuir sentido à
vida. Elas também explicam a origem das coisas, como o mundo e o universo.
Tal como é preciso contribuir para o desenvolvimento e para uma cultura de paz,
também é, igualmente, indispensável pautar por uma educação familiar sólida.

1.1. Objectivo geral


Falar da contribuição das religiões para o desenvolvimento humano em
Moçambique)

1.1.2. Objectivos específicos


Entender o etho dos Moçambicanos
Perceber o tipo-ideal do comportamento social do Moçambicano
Identificar as religiões determinantes no comportamento dos moçambicanos

1.1.2. Metodologia
O trabalho foi feito na base de revisão bibliográfica por meio de artigos
científicos, e foi no método dedutivo.
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2. A contribuição das religiões para o desenvolvimento humano em


Moçambique
A descrição generalista sobre religião expressa pelo músico azagaia: “a minha religião
também é verdadeira. A minha catedral é a palhota da curandeira. E África cura tudo,
por isso é hospitaleira.” (Azagaia citado por Lopes, 2015, p. 1), Representa a ideia na
qual a sociedade moçambicana é fundamentada na diversidade religiosa, sendo uma
sociedade multicultural cujas peculiaridades são relevantes para estudos e análises.
Definir, descrever e entender a Religião e seu papel no contexto moçambicano se torna
pertinente, tendo em conta os aspectos religiosos universais e, de forma particular, os do
contexto africano. Este procedimento tem como objecto de estudo a Religião em
Moçambique, objectivando entender o contexto socio religioso e o papel sociológico
da religião no processo da formação da nação e sociedade moçambicana.

A religião é um sentimento ou uma sensação de absoluta dependência; A religião


significa a relação entre o homem e o poder sobre--humano no qual ele acredita ou do
qual se sente dependente. Essa relação se expressa em emoções especiais (confiança,
medo), conceitos (crença) e Ações (culto e ética); A religião é a convicção de que
existem poderes transcendentes, pessoais ou impessoais, que atuam no mundo, e se
ex-pressa por insight, pensamento, sentimento, intenção e acção (GAARDER;
HELLERN; NOTAKER, 2000, p. 17)

2.1. Entender o etho dos Moçambicanos


Entender o "ethos" dos moçambicanos implica compreender os valores, crenças,
tradições e comportamentos que caracterizam essa sociedade. Moçambique é um país
multicultural, com uma rica diversidade étnica, linguística e cultural, o que torna o seu
"ethos" bastante complexo e multifacetado. Aqui estão alguns aspectos-chave que
podem ajudar a entender melhor o "ethos" dos moçambicanos:

1. Hospitalidade e Comunitarismo: Os moçambicanos muitas vezes valorizam a


comunidade e as relações interpessoais. A hospitalidade é uma parte importante
da cultura, e as pessoas muitas vezes demonstram generosidade para com os
outros, mesmo quando têm recursos limitados.

2. Respeito pelos Idosos e pela Família: O respeito pelos mais velhos é uma parte
fundamental da cultura moçambicana. Os membros da família tendem a cuidar
uns dos outros e a buscar o conselho dos mais velhos em questões importantes.
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3. Diversidade Étnica e Cultural: Moçambique é lar de várias etnias e grupos


culturais distintos, cada um com suas próprias tradições, línguas e práticas. Essa
diversidade é valorizada e celebrada na sociedade moçambicana.

4. Resiliência e Solidariedade: Moçambique tem enfrentado desafios


significativos, incluindo desastres naturais, conflitos políticos e problemas
económicos. No entanto, os moçambicanos muitas vezes demonstram resiliência
e solidariedade em tempos difíceis, trabalhando juntos para superar
adversidades.

5. Sincretismo Religioso: A religião desempenha um papel importante na vida das


pessoas em Moçambique, e muitos moçambicanos praticam uma forma de
sincretismo religioso, combinando crenças e práticas tradicionais com
influências do cristianismo, do islamismo e de outras religiões.

6. Valorização da Música e da Dança: A música e a dança têm uma grande


importância na cultura moçambicana. Essas formas de expressão são usadas em
diversas ocasiões, desde rituais tradicionais até celebrações festivas e eventos
sociais.

7. Orgulho Nacional e História Cultural Rica: Os moçambicanos muitas vezes


têm um forte orgulho nacional e valorizam sua história cultural rica, incluindo a
luta pela independência e a diversidade de influências culturais que moldaram o
país ao longo dos séculos.

8. Desafios Sociais e Económicos: Apesar das muitas qualidades positivas,


Moçambique enfrenta desafios significativos, incluindo pobreza, desigualdade
social, acesso limitado à educação e saúde, bem como questões relacionadas à
governança e corrupção.

Compreender o "ethos" dos moçambicanos requer uma abordagem holística, levando


em consideração esses diversos aspectos da cultura e da sociedade moçambicana.

Os estudos de Junod (1996), no início do século XX, entre os povos do sul de


Moçambique, podem ser tomados como referência para a compreensão da importância
da religião na vida dos povos bantu de Moçambique. .
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De acordo com Junod, para os povos bantu do sul de Moçambique, a religião é


ancestrológica: há uma forte presença dos ancestrais no seu universo religioso (Junod,
1996, p. 317). É uma religiosidade que gira em torno da adoração dos antepassados e
do respeito para com eles. Embora mortos, acredita-se que tais antepassados se fazem
presentes no cotidiano individual e coletivo.

À religião dos povos bantu, deve se juntar a sabedoria de vida, representada pela figura
do ancião, do mais velho, também como uma das expressões culturais do ethos. O
sábio, sublinha Lima Vaz, é “[…] o paradigma ou exemplar da conduta ética presente
em praticamente todas as tradições culturais” (Lima Vaz, 1999, p. 52). Nas diversas
formas de vida da África Negra, o sábio é representado pela figura do ancião,
considerado depositário dos conhecimentos sobre os hábitos, usos e costumes que
regem a vida tanto da família restrita quanto da família alargada, a grande comunidade
ética.

2.2. Perceber o tipo ideal do comportamento social do moçambicanos


O "tipo-ideal" do comportamento social dos moçambicanos é uma construção abstrata
que tenta capturar os traços predominantes e ideais de comportamento em sua
sociedade. Aqui está uma tentativa de descrever esse tipo-ideal com base em
observações gerais:

Hospitalidade e Generosidade: Os moçambicanos muitas vezes são conhecidos por


sua hospitalidade calorosa e generosidade para com os outros. Espera-se que as pessoas
recebam os visitantes com cortesia e ofereçam ajuda sempre que possível, mesmo que
tenham recursos limitados.

Respeito pela Hierarquia e pelos Idosos: O respeito pela autoridade e pelos mais
velhos é uma parte importante da cultura moçambicana. Espera-se que os mais jovens
mostrem deferência aos mais velhos e sigam as tradições estabelecidas pela sociedade.

Solidariedade e Apoio Comunitário: Em tempos de dificuldade, os moçambicanos


muitas vezes se unem em solidariedade para apoiar aqueles que estão em necessidade.
Isso pode incluir vizinhos ajudando uns aos outros em momentos de crise ou a
comunidade se reunindo para resolver problemas comuns.
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Comunicação Indireta e Respeito pela Face: Em situações sociais, os moçambicanos


podem valorizar uma comunicação indireta e sutil, mostrando respeito pela face e
evitando confrontos diretos ou confrontações abertas.

Importância da Família e das Relações Sociais: A família é uma instituição central na


vida dos moçambicanos, e as relações sociais desempenham um papel significativo na
estruturação da sociedade. Manter laços familiares fortes e cultivar amizades são
considerados aspectos essenciais da vida social.

Adaptação Cultural e Sincretismo Religioso: Devido à diversidade étnica e cultural


do país, os moçambicanos muitas vezes demonstram uma habilidade de adaptação e
aceitação de diferentes tradições e práticas culturais. Isso se reflete no sincretismo
religioso observado em muitas partes do país.

Valorização da Música, Dança e Expressão Criativa: A música, a dança e outras


formas de expressão criativa desempenham um papel importante na vida social dos
moçambicanos. Essas atividades são frequentemente usadas para celebrar ocasiões
especiais, expressar identidade cultural e promover o convívio social.

Este "tipo-ideal" do comportamento social dos moçambicanos é uma generalização e


pode não se aplicar a todas as pessoas ou situações em Moçambique. No entanto,
oferece uma visão geral dos valores e comportamentos que são frequentemente
considerados significativos na sociedade moçambicana.

Tylor (1929) defendia que o elemento essencial presente em todas as religiões do


mundo era simbolizado pela crença em seres espirituais. Considerava seres espirituais,
os sujeitos conscientes, dotados de poderes sobrenaturais, bem como as divindades
propriamente ditas. Este posicionamento tinha o seu fundamento nas teorias
evolucionistas e historicistas do século XIX. No âmbito dessas abordagens, a religião
era vista como resultado de um processo de carácter natural, progressivo e regular,
produzido de acordo com as leis naturais das capacidades mentais do homem.

A teoria evolucionista e historicista considera que a humanidade, como um todo,


passou por diversas fases históricas, desde a pré-história, até a época moderna ocidental,
constituindo a civilização ocidental o momento áureo desse processo.
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2.3.Principais crenças e práticas religiosas

Magia (feitiçaria)
A magia é capacidade de modificar o mundo através do carácter ritual, é um
conjunto de técnicas de manipulação do sobrenaturais orientadas a alcançar propósitos
específicos. Na magia é costume a utilização de conjuros, fórmulas verbais e
encantamentos.

Mitos

Mitos são crenças que expressam valores culturais através de relatos que narram
acontecimentos do passado remoto: a origem do mundo ou de uma povoação através de
factos extraordinários, os deuses, heróis, com atributos humanos, seres sobrenaturais
com o fim de ensinar e moralizar, ilustrar crenças religiosas, oferecer esperança,
emoção e evasão.

Tabu

Geralmente refere se a uma proibição da prática de qualquer actividade social


que seja moral, religiosa ou culturalmente reprovável. Dizer que algo é um tabu pode
significar que é sagrado e por isso interdito qualquer contacto. Ou pode também
significar algo perigoso, imundo ou impuro. Cada sociedade possui os seus próprios
padrões morais, tabus existentes em uma cultura podem não existir em outras.

Os tabus são criados por convicções sócias, religiosas e culturais. São meios de
preservar os bons costumes da sociedade, limitando a prática de determinados actos ou
evitando falar de assuntos polémicos.
Segundo Matumona, (2008), os primeiros humanos entediam os sobrenaturais
como uma força que não podiam controlar. Esta concepção era muito importante na
Melanésia (Pacifico do sul, Papua Nova Guiné e Ilhas de Perto).
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Religião em Moçambique

As religiões tradicionais em Moçambique envolvem um conjunto de


procedimentos culto dos antepassados, a crença na magia e na feitiçaria diferentes da
maioria das religiões do mundo (o cristianismo e o islamismo). Esses cultos resultam de
crenças numa segunda vida acreditando que os antepassados que tiveram uma óptima
conduta em vida têm a possibilidade de ter uma relação directa com deus. É uma
religião que não tem um calendário delimitado, varia segundo o momento em que um
determinado factor se manifesta (ex.: a evocação da chuva só ocorre quando houver
escassez da mesma).

Dessa forma em Moçambique predominam as seguintes religiões:


 Catolicismo (30,5%);
 Protestantes (28,7%);
 Islão (19,3%);
 Sem Religião (9,9%);
 Igreja Sionistas (10,3%);
 Outras religiões desconhecidas (1,4%).

2.3. Importância sociocultural da religião em Moçambique

Ela permite conhecer o local onde as pessoas vivem seus valores em uma
cultura. Ela é influenciada pela cultura, mas ela também influencia a cultura daqueles
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que vivem em seu em torno. A religião permite um conhecimento maior dos valores que
envolvem uma dada sociedade, principalmente seus valores éticos.
A religião pode ser entendida como sistema de crenças rituais ligados com seres,
poderes, forças sobre naturais. A religião é um universal da cultura, isto é, é um
fenómeno inerente a todas as culturas.

De acordo com Martinez (2007), religião é um sistema de regras e valores


morais estabelecido por meio de crenças e práticas que caracterizam um grupo de
indivíduos. Um aspecto importante das religiões é servirem de ponte entre o mundo
humano e o espiritual. As crenças mencionadas são introduzidas por meio de narrativas
que procuram atribuir sentido à vida. Elas também explicam a origem das coisas, como
o mundo e o universo.
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3. Conclusão final
Nas sociedades africanas de cultura Bantu, em particular, onde enquadramos
também Moçambique, com a consciência de Deus mais profunda, a todos os níveis, um
Deus que é criador e artífice de tudo, próximo que caminha lado-a-lado com o povo,
que é a suprema explicação de todas as interrogações do ser humano, estas questões
crescem ainda mais, devido à sua história recente de submissão aos outros povos.
Portanto indivíduos religiosos diferem daqueles que não são por uma série de
razões, que podem tanto ser negativas como positivas. A religião também influencia
positivamente a vida das pessoas moçambicanas de uma maneira mais intrínseca, pois
muitas religiões incluem a prática da meditação, que auxilia no bem-estar do indivíduo.
Além disso, a religião pode ajudar pessoas de classes económicas mais baixas, pelo seu
efeito de “cura” nas situações de dificuldade que enfrentam.
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4. Referencias Bibliográficas
Bourdieu, P. (1989). O Poder Simbólico. Rio De Janeiro: Ed. Bertrand.
Durkheim, E. 1984. Sociologia, Educação E Moral. Por To: Rés.
Martinez, L. 2007. Antropologia Cultural. Guia De Estudo 5ª Edição, Maputo.
Matumona, M. 2008. Teologia Africana: Da Reconstrução Como Novo Paradigma
Epistemológico. Roma

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