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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Agricultura de Subsistência em Moçambique: estratégias de adaptação às


mudanças climáticas

Líria Gussul Obra–708207369

Nome do Docente: Ornélia Lhavane

Curso: História
Cadeira: Noções de Geografia
Económica
Ano de Frequência: 4o Ano
Turma: Santa Mónica

Quelimane, Abril, 2023


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problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
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Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
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Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

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Índice

1. Introdução............................................................................................................................4

2. Objectivos:..........................................................................................................................5

2.1. Geral:................................................................................................................................5

2.2. Específicos:......................................................................................................................5

3. Metodologia........................................................................................................................5

4. Agricultura de Subsistência em Moçambique: Estratégias de Adaptação às Mudanças


Climáticas................................................................................................................................5

4.1. Agricultura de Subsistência..............................................................................................5

5. Agricultura de Subsistência em Moçambique.....................................................................6

6. Impacto das Mudanças Climáticas na Agricultura de Subsistência....................................7

7. Estratégias de Adaptação às Mudanças Climáticas.............................................................8

8. Conclusão..........................................................................................................................10

9. Bibliografia........................................................................................................................11

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1. Introdução

O Presente trabalho, tem como tema: Agricultura de Subsistência em Moçambique:


Estratégias de Adaptação às Mudanças Climáticas. A agricultura de subsistência é aquela
que tem como principal objectivo a produção agrícola voltada para o abastecimento
alimentício do agricultor e da sua família. Consiste em todas as actividades e processos de
transformação promovidos pelo homem no meio ambiente que a humanidade tanto precisa,
por meio do cultivo das plantas

a agricultura são um sector fundamental para Moçambique, onde cerca de 80% da população
depende da agricultura de subsistência, contribuindo esta actividade com 30% do Produto
Interno Bruto. Um dos principais objectivos da política agrícola do Governo é contribuir para
o alívio da pobreza, e promover a segurança alimentar. Assim sendo, tem como:

2. Objectivos:

2.1. Geral:

 Compreender a Agricultura de Subsistência em Moçambique: Estratégias de


Adaptação às Mudanças Climáticas.

2.2. Específicos:

 Definir a Agricultura de Subsistência;


 Descrever a Agricultura de Subsistência em Moçambique;
 Identificar Estratégias de Adaptação às Mudanças Climáticas.

3. Metodologia

Para a realização do presente trabalho, foi graças a alguns artigos, teses e como de algumas
fontes bibliográficas, que consistiu na análise e a retirada dos pressupostos básicos que fazem
menção ao trabalho em destaque.

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4. Agricultura de Subsistência em Moçambique: Estratégias de Adaptação às Mudanças
Climáticas

4.1. Agricultura de Subsistência

Para Oliveira e Silva (2006), A agricultura de subsistência é aquela que tem como principal
objetivo a produção agrícola voltada para o abastecimento alimentício do agricultor e da sua
família. Consiste em todas as actividades e processos de transformação promovidos pelo
homem no meio ambiente que a humanidade tanto precisa, por meio do cultivo das plantas.

De acordo com Santos (2007), trata-se de uma actividade realizada em uma pequena extensão
de terra destinada ao cultivo de policulturas, sendo necessária para a sobrevivência dos grupos
familiares que são mantidos pelo trabalho familiar, no qual o alimento colhido geralmente
serve apenas para o sustento dos habitantes locais.

Na agricultura de subsistência predominam vários tipos de estrutura agrária, isto é, a


economia agrícola de subsistência é geralmente policultura, que é a produção de mais de um
género alimentício, permitindo seu abastecimento em todas as épocas do ano. Nesse tipo de
economia agrícola predominam alguns produtos como: feijão, trigo, arroz e milho, e alguns
tubérculos como: macaxeira, inhame, batata, entre outros.

5. Agricultura de Subsistência em Moçambique

Na visão de Oliveira (2006), a agricultura é um sector fundamental para Moçambique, onde


cerca de 80% da população depende da agricultura de subsistência, contribuindo esta
actividade com 30% do Produto Interno Bruto. Um dos principais objectivos da política
agrícola do Governo é contribuir para o alívio da pobreza, e promover a segurança alimentar.

Por outro lado, é de destacar o papel fundamental desempenhado pela agricultura familiar
como garante da subsistência do produtor e sua família, contribuindo de forma decisiva para a
sua segurança alimentar e satisfação de necessidades básicas, bem como a geração de
rendimentos no caso de venda de excedentes nos mercados. Efectivamente, tratando-se da
forma principal de abastecimento dos mercados locais (e, consequentemente, da população
urbana na maior parte dos casos), ela funciona como uma caixa de poupança essencial na
melhoria das suas condições de vida.

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Importa destacar a importância extensível da agricultura familiar a outros níveis: esta
desempenha um papel crucial na manutenção da paisagem rural, conservação do património
genético das plantas, de harmonização com o ambiente, exploração sustentável de recursos
naturais e defesa do património cultural das comunidades locais.

Moçambique têm uma população maioritariamente rural cuja sobrevivência depende


fundamentalmente da agricultura de Subsistência. A prática agrícola e a segurança alimentar
da população são afectadas por muitos problemas ligados a mudanças climáticas com
repercussões directas advindas da seca, cheias, ciclones e agravadas pela presença da
epidemia do HIV/SIDA.

6. Impacto das Mudanças Climáticas na Agricultura de Subsistência

As mudanças climáticas são alterações nos padrões do clima que podem ser identificadas
(usando testes estatísticos) por mudanças na média e/ ou na variabilidade de suas
propriedades, e que continuam por um longo período de tempo, normalmente décadas ou
mais, Andrade; Silva e Souza (2014).

Grande parte da população rural em Moçambique vive em situação de vulnerabilidade devido


à degradação das terras, das condições climáticas, socioeconómicas e políticas. A degradação
das terras é atribuída à agricultura, cujo desenvolvimento tradicionalmente ocorre por meio do
desmatamento, somada as características climáticas de altas temperaturas, com períodos de
secas levaram a um histórico de deterioração dos solos, salinização e tendências à
desertificação.

Além disso, pode ocorrer o aumento da temperatura e consequente aumento da


evapotranspiração, com substituição da vegetação semiárida por outra de ambientes mais
áridos. E ainda agravar o quadro de salinização e desertificação das terras agrícolas. Isso
poderá afectar o calendário agrícola e colocar em risco a segurança alimentar da população e
também reduzir produtos destinados à exportação.

O sector agrícola em Moçambique, o mais importante para o desenvolvimento económico e


social do país, está entre os mais afectados pelas mudanças climáticas, mais especificamente
pela seca e inundações. A seca afecta a agricultura porque uma grande proporção de terras
agrícolas é irrigada pela chuva e com as mudanças climáticas a precipitação tem sido baixa,
irregular e com início tardio e término precoce.
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As inundações afectam a agricultura porque uma proporção significativa de terras está dentro
das bacias hidrográficas internacionais partilhadas que são propensas às inundações.

O INGC (2009) projectou que os impactos das mudanças climáticas resultarão na redução do
rendimento das culturas devido ao aumento da temperatura, redução da precipitação média
anual e sua alta variabilidade e aumento da concentração de ozono. A redução do rendimento
também deverá ocorrer devido ao surgimento de espécies agressivas de pragas e doenças.
Estas novas pragas e doenças destruirão culturas e matarão animais.

Além disso, as mudanças climáticas afectarão as pastagens e pecuária através do aumento da


duração da estação seca, causando escassez de alimentos e água para o gado devido à redução
do fluxo e secura das fontes naturais de água. Estes impactos resultarão na redução da
produção pecuária devido ao aumento da mortalidade do gado e redução de ganho do peso
médio e produção do leite, agravando a escassez de alimentos e insegurança alimentar nas
comunidades rurais dependentes da produção de gado.

O aumento da frequência e gravidade dos ciclones têm colocado as culturas em risco, tais
como o Ciclone IDAI, que destruiu quase 30.000 hectares de culturas e 135.000 cajueiros e
coqueiros. Estes impactos na produção, combinados com os efeitos de inundações e chuvas
fortes nas estradas rurais, poderiam resultar numa perda do PIB agrícola de 4,5 - 9,8 por cento
até 2050.

Algumas das principais culturas alimentares sensíveis à seca, como o milho, poderiam
diminuir em média até 11% (2046-2065), e até 45% em áreas como Tete. Chuvas mais
irregulares e mudanças de temperatura poderiam contribuir para a propagação de pragas
agrícolas existentes e novas, tais como a lagarta do cartucho, representando uma ameaça sem
precedentes para o milho e o sorgo. O aumento do risco de cheias e secas é susceptível de
afectar culturas-chave da cadeia de valor como a soja, o feijão bóer e o sésamo, perturbando
os mercados locais e os rendimentos dos agricultores.

7. Estratégias de Adaptação às Mudanças Climáticas

De acordo com Mitader (2015), As mudanças climáticas foram reconhecidas como a principal
ameaça aos meios de subsistência e desenvolvimento, afectando diferentes sectores, incluindo
agricultura, pecuária e pastagens, pescas, sector de água, energia e infra-estruturas e zonas
costeiras. Como resultado, os governos e comunidades afectados tem desenvolvido estratégias
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que podem contribuir para adaptação e construir resiliência. Algumas das estratégias de
adaptação que estão sendo empregues no país para agricultura, pecuária e pastagens e pescas.

As políticas e estratégias de adaptação a eventos climáticos na Agricultura de Subsistência,


são implementadas fundamentalmente com vista a mitigação da vulnerabilidade à insegurança
alimentar. A produção agrícola depende fundamentalmente da disponibilidade da semente,
sendo este muitas vezes, o factor determinante para garantir a produção e a produtividade. No
caso de Moçambique, devido ao fraco poder de compra dos camponeses, a fonte principal das
sementes provém da própria reserva do camponês e a assistência esporádica de distribuição de
sementes feitas pelas ONG’s e as demais instituições governamentais.

Por esse facto, o MADER (DINA/INIA), com o apoio da FAO e ICRISAT, tem vindo a
melhorar o acesso a semente de boa qualidade através da produção local de sementes, e a
realização de feiras comunitárias desse importante insumo. Como componente principal desse
esquema, está-se a introduzir o modelo de feiras, que, apesar de estar na sua fase embrionária
exibe vantagens múltiplas.

São identificadas várias intervenções, resultado de uma larga participação através de um


intenso diálogo a vários níveis que envolveram todos intervenientes na redução da
vulnerabilidade à insegurança alimentar. De entre as várias acções preconizadas no plano de
acção destacam-se as seguintes:

 Alargamento das áreas com culturas perenes, através de produção e distribuição de


plântulas;
 Produção intensiva de hortícolas e outras culturas anuais;
 Multiplicação de rama de batata doce e estacas de mandioca como material tolerante à
seca e para a substituição de variedades sensíveis a doença de podridão radicular da
mandioca;
 Produção e multiplicação local de sementes;
 Realização de feiras de sementes;
 Aquisição e fornecimento de kits de equipamento de protecção e combate as pragas e
doenças;
 A utilização intensiva de recursos hídricos através da construção e reabilitação de
sistemas de regadio, represas e fontes de água, bem como a aquisição e montagem do

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equipamento de regadio (exemplo, bombas pedestais) visando garantir intervenções
sustentáveis.

Para Mitader (2015), o governo moçambicano, está a implementar várias medidas de


adaptação às mudanças climáticas. Algumas dessas medidas incluem, por exemplo, o
combate à seca através da multiplicação de variedades de batata-doce, estacas de mandioca e
produtos tolerantes à seca, assim como a utilização intensiva de recursos hídricos mediante a
construção e a reabilitação de barragens de sistemas de irrigação e fontes de água.

O sistema agrícola misto é particularmente tolerante as variações climáticas implicando


diversidade de culturas, multiplicidade no seu plantio e o tipo de parcelas usadas. Uma família
pode possuir machambas em ambas zonas altas e baixas e semear em duas ou três estações
diferentes. A maioria dos agricultores depende das variedades de sementes disponíveis
localmente, que se adaptam facilmente às condições locais.

No período pós-desastre, é frequente a escassez de disponibilidade local da semente. A


semente é um bem tão essencial para a futura segurança alimentar das famílias de tal maneira
que os agricultores fazem tudo ao seu alcance para salvaguardar pelo menos uma pequena
quantidade, mesmo no decurso de uma calamidade.

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8. Conclusão

Dado o trabalho, conclui-se que o sector agrícola em Moçambique, o mais importante para o
desenvolvimento económico e social do país, está entre os mais afectados pelas mudanças
climáticas, mais especificamente pela seca e inundações. A seca afecta a agricultura porque
uma grande proporção de terras agrícolas é irrigada pela chuva e com as mudanças climáticas
a precipitação tem sido baixa, irregular e com início tardio e término precoce.

O governo moçambicano, está a implementar várias medidas de adaptação às mudanças


climáticas. Algumas dessas medidas incluem, por exemplo, o combate à seca através da
multiplicação de variedades de batata-doce, estacas de mandioca e produtos tolerantes à
seca, assim como a utilização intensiva de recursos hídricos mediante a construção e a
reabilitação de barragens de sistemas de irrigação e fontes de água.

As políticas e estratégias de adaptação a eventos climáticos na Agricultura de Subsistência,


são implementadas fundamentalmente com vista a mitigação da vulnerabilidade à insegurança
alimentar. A produção agrícola depende fundamentalmente da disponibilidade da semente,
sendo este muitas vezes, o factor determinante para garantir a produção e a produtividade. No
caso de Moçambique, devido ao fraco poder de compra dos camponeses, a fonte principal das
sementes provém da própria reserva do camponês e a assistência esporádica de distribuição de
sementes feitas pelas ONG’s e as demais instituições governamentais

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9. Bibliografia

Andrade, A. J. P.; Silva, N. M.; Souza, C. R. (2014). As percepções sobre as variações e


mudanças climáticas e as estratégias de adaptação dos agricultores familiares do
Seridó potiguar. Revista Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 31.

Mitader 2015. Termos de Referência para Avaliar as Necessidades Tecnológicas de


Adaptação e Mitigação as mudanças climáticas em Moçambique. Maputo, Moçambique.

Oliveira, F. A. S. (2006). A agricultura de subsistência no município de jacaraú/pb:


sustentabilidade e problemas ambientais decorrentes (Monografia apresentada ao curso de
Geografia da Universidade Estadual da Paraíba), Guarabira/PB.

Pineda, O.L. and Gomes, M. (2013). Tracking Adaptation and measuring development
(TAMD). Quarterly Report 2: July-November 2013. Save the Children in Mozambique.

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