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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Tema do Trabalho
MEIOS DIDÁCTICOS; MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM;
E PLANIFICAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Tutor: Nome e Código do Estudante:


Mauane Manuel Faustina Lobo Rocha Segurar
708212820

Curso: Geografia
Disciplina: Didáctica Geral
Ano de Frequência: 1ª

Milange, Janeiro, 2022


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Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice

1. Introdução................................................................................................................................. 1
1.1. Objectivos ......................................................................................................................... 2
1.1.1. Geral .......................................................................................................................... 2
1.1.2. Específicos ................................................................................................................. 2
1.2. Metodologia ...................................................................................................................... 2

2. Meios Didácticos no Processo de Ensino e Aprendizagem ..................................................... 3


2.1. Conceito dos Meios Didácticos ........................................................................................ 3
2.2. Classificação dos Meios Didácticos ................................................................................. 4
2.3. Importância dos Meios Didácticos.................................................................................... 5

3. Métodos e técnicas de Ensino-aprendizagem .......................................................................... 6


3.1. Conceito de Métodos e Técnicas ...................................................................................... 6
3.2. Classificação de Métodos e Técnicas ............................................................................... 7

4. Planificação do Processo de Ensino e Aprendizagem ............................................................. 9


4.1. Conceito de Planificação .................................................................................................. 9
4.2. Importância de Planificação ............................................................................................ 10
4.3. Componentes da Planificação ......................................................................................... 11
4.4. Etapa da Planificação ...................................................................................................... 13

5. Conclusão .............................................................................................................................. 15
6. Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 16
1. Introdução
A planificação envolve a análise de uma realidade, a reflexão sobre as condições nela existentes e
a previsão de processos de intervenção, visando superar as dificuldades ou atingir os objectivos
ambicionados. O plano tem a conotação de produto da planificação. Na educação pode-se falar
que a planificação é um processo de racionalização, organização e coordenação de acções, que
permitam a concretização de objectivos que envolvam e articulem a actividade escolar e a
problematização do contexto social.

Entretanto, antes de falarmos da planificação iremos falar dos meios didácticos; métodos e
técnicas do processo de ensino-aprendizagem. Qualquer ensino, mesmo o mais tradicional que
seja, apoia-se em meios ou recursos; aliás, esta é uma participação inerente a todas actividades
humanas que, para a sua realização, um mínimo de recursos materiais e humanos serem
indispensável.

No caso do ensino trata-se sobretudo de meios que se devem utilizar para despertar e motivar as
actividades dos alunos, ao mesmo tempo que poderam representar forma através da qual os
conteúdos são representados e concretizados, tornando-os reais e palpáveis, próximos dos alunos.
Portanto, são estes meios de ensino que iremos tratar nesta unidade.

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1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
 Falar dos meios didácticos; métodos e técnicas de Ensino-aprendizagem; e planificação
do processo de ensino-Aprendizagem.

1.1.2. Específicos
 Definir meios didácticos; métodos e técnicas de ensino-aprendizagem; e planificação do
processo de ensino-aprendizagem;
 Classificar os meios didácticos; e os métodos e técnicas de ensino;
 Mencionar a importância dos meios didácticos; dos meios e técnicas de ensino; e de
planificação no processo de ensino-aprendizagem;
 Identificar as componentes e etapas da planificação no processo de ensino-aprendizagem.

1.2.Metodologia
O presente trabalho realizou-se com base nas regras de publicação de trabalhos científicos da
UCM. Para o desenvolvimento do tema em questão, recorreu-se a leitura de varias obras
literárias, artigos e manuais que abordam assuntos relacionados com o tema. Como não basta-se,
recorreu-se também ao uso da internet.

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2. Meios Didácticos no Processo de Ensino e Aprendizagem
2.1.Conceito dos Meios Didácticos
Os meios didácticos são todos aqueles recursos usados pelos educadores em simultâneo com os
educando com vista a fazer acontecer o processo de ensino-aprendizagem, de uma forma simples
e compreensiva dos conteúdos. Libâneo (2013) afirma que:

Se sabe que para existir uma boa aprendizagem é necessário um ambiente agradável, uma sala
equipada de materiais básicos, o professor munido de recursos necessários para a matéria que
pretende leccionar e por fim o aluno também acompanhado de cadernos, livros, caneta e o mais
importante confiante e motivado para a realização das suas actividades (p. 150).

De acordo com Araújo (2018), podemos definir os meios didácticos como sendo uma “variada
gama de dispositivos materiais e humanos, naturais e artificiais que o professor utiliza para
facilitar o seu trabalho didáctico. E esses meios didácticos são usados com determinados fins
pedagógicos” (p. 78).

Nivagara (2004) expressa que:


Os meios ou recursos de ensino que também podendo ser designados recursos didácticos são
todos os meios e recursos materiais e humanos utilizados pelo professor e pelos alunos para a
organização e condução metódica do processo de ensino e aprendizagem. O ideal seria que toda
aprendizagem se efectuasse em situação real de vida. Não sendo isso possível, os materiais/meios
ou recursos de ensino tem por fim substituir a realidade, representando-a da melhor forma
possível, de maneira a facilitar a sua intuição por parte do aluno (p. 189).

A estes pensamentos não foge a lógica de Souza (2007, cit em Nicola, 2016), recurso didáctico é
todo material utilizado como auxílio no ensino e aprendizagem do conteúdo proposto para ser
aplicado pelo professor a seus alunos. De salientar que, os materiais didácticos variam consoante
as matérias e as disciplinas. Por exemplo, de acordo com o autor acima citado:

Na disciplina de Geografia quando se trata de conteúdos que dizem respeito a localização dos
continentes será necessário os Mapas em especial Mapa-Mundo, Globo terrestres, atlas. Na
disciplina de Biologia na matéria relacionado com o corpo humano, o professor precisará de
Esqueleto Humano. Nesta vertente, os recursos não têm sido os mesmos para todas as disciplinas,
e por vezes nem mesmo para a própria disciplina (Nicola, 2016, p. 111).

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2.2.Classificação dos Meios Didácticos
De acordo com Piletti (2006, Araújo, 2018), os métodos de ensino são os componentes do
ambiente da aprendizagem que dão origem há estímulos para o aluno. Geralmente, segundo o
autor acima citado, esses componentes podem ser o professor, os livros, os mapas, os objectos
físicos, a fotografias, as fitas gravadoras, os filmes, os recursos da comunidade, ao recurso
naturais e assim por diante.

Piletti (2006, Araújo, 2018) afirma ainda que não há uma classificação de recursos
universalmente aceite. Algumas dessas classificações são bastantes incompletas. De salientar que,
existem muitas classificações de meios didácticos, de igual modo, constata-se que cada disciplina
exige também seu material específico. Piletti (2006, Araújo, 2018) expressa que, de um modo
tradicional os meios didácticos são classificados da seguinte maneira:

Projecções

Meios Visuais Cartazes

Gravuras

Rádio
Meios Didácticos
Meios Auditivos
Gravações

Cinema
Meios Audiovisuais
Televisão

Como podemos perceber, de acordo com Piletti (2006, Araújo, 2018), essa classificação é
bastante arbitrária, pois, na prática as expressões verbais, sonoras e visuais se completam. Uma
outra classificação de meios didácticos está apresentada a seguir. Conforme o autor, está é uma
classificação bastante ampla, mas que têm a vantagem de incluir os recursão da comunidade.

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Professor

Alunos
Recursos
Humanos
Pessoal Escolar

Comunidade
Meios Didácticos
Natural (água, folhas, pedras)
Do
Ambiente
Recursos
Escolar (quadro, giz, carteiras)
Materiais
Da Biblioteca; industria; lojas;
Comunidade repartições públicas.

2.3.Importância dos Meios Didácticos


De acordo com Schmitz (1993, cit. Em Nivagara, 2004), refere-se que os meios didácticos
também conhecidos como meios de ensino-aprendizagem são usados com vista a determinadas
finalidades, dentre as quais:

 Aproximar o aluno a realidade;


 Desenvolver a capacidade de observação;
 Desenvolver a experimentação concreta;
 Visualizar, ou concretizar os conteúdos de aprendizagem;
 Permitem a fixação da aprendizagem.

Em resumo, pode dizer-se que, na escola actual, o material didáctico mais do que ilustrar, tem por
fim levar o aluno a trabalhar, a investigar, a descobrir e a construir, pois é neste sentido que ele
aprende. Assume assim, de acordo com Nivagara (2004), aspecto funcional e dinâmico,
proporcionando oportunidade de enriquecer a experiência do aluno, aproximando-o da realidade

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e oferendo-lhe oportunidade de actuação. Entretanto, para que o material didáctico seja realmente
auxiliar eficiente do ensino, deve obedecer as seguintes condições:

 Ser adequado ao assunto da aula;


 Ser de fácil apreensão e manejo;
 Estar em perfeito estado de funcionamento quando, principalmente, se trata de aparelhos.

E por outro lado, a utilização dos recursos de ensino de acordo com Piletti (2004:154) deve ter
em conta alguns critérios e princípios, nomeadamente:

 Seleccionar um recurso de ensino deve-se ter em vista os objectivos a serem alcançados;


 Nunca se deve utilizar um recurso de ensino so porque esta na moda;
 Nunca se deve utilizar um recurso que não seja conhecido suficientemente de forma a
poder empregar correctamente
 A eficácia dos recursos dependerá da interacção entre eles e os alunos.

Por isso, devemos estimular nos alunos certos comportamentos que aumentam a sua
receptividade, tais como a atenção, a percepção, o interesse, a sua participação activa.

3. Métodos e técnicas de Ensino-aprendizagem


3.1.Conceito de Métodos e Técnicas
Etimologicamente, método quer dizer caminho para chegar a um fim. Representa a maneira de
conduzir o pensamento ou acções para alcançar um objectivo. É, também forma de disciplinar o
pensamento e as acções para obter maior eficiência no que se deseja realizar (Nivagara, 2004, p.
155).

Existem várias definições sobre os métodos de ensino, alguns autores partem essencialmente da
actividade do professor, outros integram a actividade do professor e dos alunos; alguns definem
com uma via para alcançar os objectivos de ensino, outros como um conjunto de procedimentos
metodológicos. De acordo com Libâneo (1992, cit. em Araújo, 2018):

Assim os métodos de ensino são um conjunto de acções, pessoais, condições externas e


procedimentos utilizados intencionalmente pelo professor para dirigir e estimular o professor de
ensino em função da aprendizagem dos alunos. A par das dificuldades de se encontrar

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unanimidade na definição dos métodos, o professor na actividade docente tenta estabelecer uma
diferenciação entre método e técnica de ensino (p. 70).

No entanto, segundo Araújo (2018), não é fácil estabelecer fronteiras bem definidas entre estas
duas componentes essenciais da formação. Na literatura sobre o assunto não encontramos
unanimidade. Alguns autores consideram como método que outros reduzem a simples técnicas,
sendo o contrário igualmente verdadeiro.

Assim, para o autor, tendo em conta o carácter necessariamente elástico e permeável da


actividade pedagógica, talvez não seja muito conveniente estabelecer fronteiras rígidas; é
necessário, todavia, definir conceitos que consideramos essenciais e igualmente compreender a
relação entre métodos e técnica.

A técnica de ensino ou pedagogia é o conjunto de atitudes, procedimentos e actuações que o


professor/formador adopta para utilizar correctamente os diversos instrumentos de formação de
que dispõe: a palavra, o gesto, a imagem, o texto, o audiovisual, a informática. Deste modo, a
utilização correcta de diferentes técnicas pedagógicas contribui para que o método desempenhe,
de facto, a sua função de gestão de situação de formação (Araújo, 2018, p. 70).

Exemplificando, se, ao fazer uma exposição de determinado assunto, o formador não é


conhecedor das técnicas de exposição ou não as emprega de forma correcta, é evidente que o
método utilizado, Expositivo - não pode cumprir a sua função e deste modo a relação de
formação é claramente prejudicada.

3.2.Classificação de Métodos e Técnicas


3.2.1. Método de ensino expositivo
Caracteriza-se por uma maior actividade visível do professor e por uma atitude de aprendizagem
receptiva por parte dos alunos: o professor ou aluno expõe a matéria e os alunos recebem-na. Isto
acontece quando se sabe que as exposições do professor só são recebidas pelos alunos se o
professor conseguir estimular a actividade independente destes (Araújo, 2018, p. 79).

O método expositivo, visto sob ponto de actividade do professor e do aluno, concede maior
espaço de tempo de actividade ao professor, eis porque poderia ser classificado como tendo muita
probabilidade de desenvolver uma aprendizagem passiva nos alunos. Entretanto, quando bem
utilizado, reactivados os pré-requisitos dos alunos, através do método expositivo é possível
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prosseguir mobilizar a actividade mental dos alunos, chamando atenção para a interligação do
quê vêem e ouvem com as aprendizagens anteriores, com situações da vida real e a sua aplicação
concreta na vida real (Nivagara, 2004, p. 176).

3.2.2. Trabalho independente


O método de trabalho independente caracteriza-se por uma maior actividade visível dos alunos,
individualmente ou em grupo. É por isso que a auto-actividade e a independência experimentam
aqui sua máxima expressão, uma vez que o método de trabalho independente consiste de tarefas,
dirigidas e orientadas pelo professor, para que os alunos as resolvam de modo relativamente
independente e criador (Nivagara, 2004, p. 179).

3.2.3. Elaboração conjunta


A elaboração conjunta consiste numa interacção activa entre o professor e os alunos visando a
obtenção de novos conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções, bem como a fixação e
consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos. Quer dizer, nesta variante metódica
existe um maior equilíbrio da actividade visível do mediador/professor/formador e dos alunos
(Nivagara, 2004, p. 182).

Nivagara (2004) expressa que:


O trabalho independente e a elaboração conjunta completam, juntamente com a exposição, o ciclo
das funções didácticas. Dizemos o ciclo porque, na verdade, a sua utilização não significa
especificamente que teríamos que recomendar uma delas em separada para cada aula ou conjunto
de aulas, senão que deve ser articulando essas variantes metódicas básicas e as respectivas formas
de realização (p. 185).

Segundo o autor, a escolha desta ou doutra variante metódica básica ou das suas formas de
utilização tem substancialmente a ver com as particularidades dos alunos, com os conteúdos, com
as características do professor, assim como dos meios de ensino. Estas em presença duma
verdadeira situação em que se recomenda fortemente ao professor a inventar situações que
correspondam a diferentes actividades dos alunos, conforme permite cada forma de utilização das
variantes metódicas básicas, e assim tornar a aula num processo que interessa aos alunos pela
variação de actividades e situações vivenciadas na sala de aula.

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4. Planificação do Processo de Ensino-Aprendizagem
4.1.Conceito de Planificação
O processo de ensino e aprendizagem é uma actividade intencional e, nesta condição, requer uma
planificação, a começar pelo nível central, da escola e da aula. Neste sentido, a planificação do
ensino-aprendizagem assume carácter de obrigatoriedade para o professor: o plano de ensino
determina os objectivos a que se pretende chegar e o conteúdo a mediar e, ademais, algumas
características fundamentais da estruturação didáctico metodológico e organização do ensino. É
essencialmente uma concepção de direcção didáctica do ensino. De acordo com Nivagara (2004):

Uma aula implica a relação professor e aluno, além doutras categorias didácticas que se
interrelacionam igualmente nesse momento, de facto, nela estão envolvidos vários elementos
como os objectivos, tanto da sociedade como do aluno, os métodos e técnicas de ensino, os meios
de ensino, as condições da sala de aulas, o meio social e cultural em que decorre a leccionação, as
condições de ordem política e económica do pais (p. 217).

A conjugação destes elementos todos, orientados para o fim de conseguir-se a aprendizagem dos
alunos, requer do sector da educação uma planificação, ao mesmo tempo que o professor deve
também ter seu plano de aula, de ensino. Ainda conforme o autor:

A planificação é uma prática corrente em todas as actividades humanas, especificamente as que


são realizadas intencionalmente. Portanto, o plano de aula, ou seja, a planificação do processo de
ensino-aprendizagem é a previsão mais objectiva possível de todas as actividades escolares para a
efectivação do processo de ensino e aprendizagem que conduz o aluno a alcançar os objectivos
previstos (p. 218).

E neste sentido, segundo o autor a planificação do ensino é uma actividade que consiste em
traduzir em termos mais concretos e operacionais o que o professor e os alunos farão na aula para
conduzir os alunos a alcançar os objectivos educacionais propostos. Nivagara (2004) afirma que:

A planificação do PEA é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das actividades didácticas
em termos da sua organização e coordenação em face dos objectivos propostos, quanto a sua
revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. A planificação é um meio para se
programar as acções docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente
ligado a avaliação (p. 218).

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4.2.Importância de Planificação
A planificação da aula é a sistematização de todas as actividades que se desenvolvem no período
de tempo em que o professor e aluno interagem numa dinâmica de ensino e aprendizagem. Piletti
(2004, cit. em Nivagara, 2004) expressa que, é importante planificar as actividades de ensino-
aprendizagem, porque:

 Evita a rotina e o improviso;


 Contribui para a realização dos objectivos visados;
 Promove a eficiência do ensino;
 Garante maior segurança na direcção do ensino;
 Garante economia de tempo e energia.

A Planificação do PEA, por parte do professor afigura-se como uma etapa necessária se
admitirmos que se trata de prever o conjunto de actividades que estarão ao centro do PEA,
incluindo conteúdo, meios, seleccionados tendo em conta os objectivos que se pretendem atingir
e as condições em que se irá realizar o PEA. De acordo com Araújo (2018), refere-se que

Ao falarmos da planificação das aulas, sobretudo da sua importância, compreendemos porquê a


aula não pode ser um improviso, cada aula enquadra-se dentro de um universo do sistema de
saberes que se pretendem sejam propriedade dos alunos mediante o PEA, os quais estão
interligados e respondem a interesses curriculares. Estamos, portanto cientes que cada aula dada,
significa aula planificada, não que isso signifique que o que vai acontecer na sala de aulas é uma
simples reprodução mecânica do plano (p. 87).

O plano de aula é um instrumento flexível, aliás, o momento de aula é dinâmico por envolver
uma relação dialéctica entre alunos e destes para com o professor, o que suscita reacções, inter-
relações, a ajustar /equilibrar, isto mas que para que o PEA respeite o ritmo do que se passa
efectivamente na sala de aula: Dificuldade de aprendizagem dos alunos, perguntas e
contribuições dos alunos, recursos existentes na sala de aula antes não previstos mas que têm
grande potencialidade para a aprendizagem dos alunos, tempo.

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4.3.Componentes da Planificação
4.3.1. O Meio Ambiente
Só artificialmente se pode considerar a escola separada do meio. As paredes da sala de aula são
unicamente barreiras físicas, totalmente permeáveis aos problemas, interesses e hábitos culturais
da zona em que ela está inserida. Se estes factores, aparentemente estranhos não são considerados
nas propostas de aprendizagem, corre-se risco de não interessarem ou de serem inacessíveis aos
alunos. Os exemplos que se dão, os exercícios a que se vão propor, as motivações que se
utilizam, a linguagem que se usa, tudo têm de ser adequado ao meio (Araújo, 2018, p. 92).

Esta adequação, de acordo com o autor, tem muito a ver com as limitações e com os recursos
quer materiais quer humanos que a escola e o meio oferecem. Com efeito, as condições em que se
trabalha são por vezes tão fortemente imitantes que será utópico não se tomar em consideração. E
assim, frequentemente o professor é forçado, por exemplo, a mudar de estratégia porque não é
mesmo possível concretiza-la com o material e que dispõe.

4.3.2. Recursos/meios de ensino existentes


De acordo com Araújo (2018), é importante conseguir o aproveitamento óptimo dos recursos
existentes. Desde o quadro preto a árvore do pátio da escola, a mão do professor que pousa
amigavelmente no ombro do aluno, as experiências vividas podem contribuir para que a
aprendizagem se torne mais rica e gratificante. Ainda segundo o autor acima citado,

O facto de a escola ter ou não máquina de projectar, filmes, slides, retroprojectores, ter
laboratórios bem ou mal equipados, o facto de a região ter ou não indústrias, explorações
mineiras, abertas a uma colaboração com a escola, ou ainda mercados ou feiras, artesanatos
característicos que se possam explorar, irá ser decisivo na escolha de estratégias. Há pois que
contar com a riqueza de que são portadores os professores, os alunos, os familiares dos alunos,
bem como os elementos da comunidade (p. 93).

Ainda segundo o autor, é importante que o professor pense também que ele constitui um
excelente recurso de ensino, pois tudo depende do seu empenhamento, das atitudes, da natureza e
da qualidade de relação pedagógica investida no processo educativo. O professor ao planificar a
sua acção tem, pois de estar bem consciente dos seus aspectos positivos e das suas limitações
como pessoa e como profissional, a fim de que possa delas tirar o maior partido possível.

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4.3.3. O aluno
Qualquer criança, adolescente ou jovem é portador de uma experiência de vida, de um saber, cujo
aproveitamento é um recurso económico e eficaz, e o facto de permitir ao aluno trazer o
contributo do seu próprio mundo ao PEA permite-lhe sentir que é um dos protagonistas desse
processo e fá-lo-á sentir-se digno de crédito, confiante em si mesmo e no outros. De acordo com
Araújo (2018), refere-se que:

Por outro lado, uma componente importante na planificação do PEA é a sua adequação ao aluno.
Realmente, para além da compreensão das características próprias do nível etário do aluno e das
características da população escolar, certamente tidas na elaboração dos programas, é fundamental
que o professor conheça as características pessoais do aluno (p. 93).

Para o autor, o conhecimento do comportamento da turma irá ainda ter uma influência decisiva
no tipo de trabalho que se irá propor: a uma turma irrequieta será preciso fazer propostas mais
dinâmicas que canalizam aquela energia excessiva para actividade produtiva. Para alunos
excessivamente competitiva terá de insistir em propostas assentes no trabalho de grupo.

4.3.4. Conteúdos
Os conteúdos a se ter em conta na planificação do PEA pelo professor já vêm indicados, em
linhas gerais, pelos programas de ensino que se baseiam nos esquemas conceptuais que os
presidem e os temas organizadores. Araújo (2018) expressa que:

Neste sentido, quando os professores duma mesma escola não trabalham em conjunto sobre um
mesmo programa pode haver diferenças de interpretação. Este facto poderá aparentemente não ser
importante, mas a discrepância de situações em que inevitavelmente os alunos se encontrarão ao
enfrentarem os exames, naturalmente, a nível da classificação (p. 94).

Neste sentido, o importante consiste em perceber que para além da organização do conhecimento
em si, com base nas suas regras, o conteúdo abrange todas as experiências educativas do
conhecimento, devidamente seleccionadas e organizadas pela escola. E na selecção da matéria
deve-se ter em conta o valor funcional que mais se liga aos problemas da actualidade e tenha
valor social. A selecção deve ter em conta os interesses regionais bem como as necessidades e
fases do desenvolvimento do aluno.

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4.3.5. Objectivos
De acordo com Araújo (2018), os objectivos consistem na descrição clara do que se pretende
alcançar como resultado da nossa actividade. Os objectivos nascem da própria situação
(comunidade, da família, da escola, da disciplina, do professor e, principalmente, do aluno).

4.3.6. Procedimentos de ensino


Trata-se de acções, processos ou comportamentos planeados pelo professor para colocar o aluno
em contacto directo com coisas, factos e fenómenos que possibilitam modificar sua conduta, em
funçõ dos objectivos previstos. Eles se relacionam com os recursos didácticos, teóricos e
materiais que o professor tem de utilizar para alcançar os objectivos da aprendizagem dos seus
alunos: compreende método e técnicas de ensino e de todos os recursos auxiliares usados para
estimular a aprendizagem do aluno (Araújo, 2018, p. 94).

4.3.7. Avaliação
Conforme Araújo (2018), a avaliação se justifica como componente essencial do plano de ensino
pelo facto de ajudar na determinação do grau e quantidade de resultados alcançados em relação
aos objectivos definidos. Nesta ordem de ideias, quando terminam os trabalhos previstos para o
ano lectivo, para aquela unidade de ensino ou para aquela lição, bem como as actividades que,
por se se ter de atender a qualquer acontecimento inesperado substituíram ou complementaram o
que estava planificado, a próxima etapa são avaliar o plano executado, referindo determinadas
perspectivas: a sua eficácia, o seu rendimento e optimização, a sua maximização

4.4. Etapa da Planificação


4.4.1. Sondagem
Essa etapa é crucial, para começar qualquer tipo de planeamento, trata-se do conhecimento da
realidade, realidade em que esse plano vai ser realizado, sobre a pertinência desta etapa, Schmitz
(1993, cit. em Araújo, 2018), observa que:

Conhecendo o aluno em seu ambiente, com seus elementos integrantes, com suas aspirações,
frustrações, necessidades e possibilidades pode-se planificar para ele. A falta de sondagem e
diagnóstico, muitas vezes se propõe ou o que é impossível alcançar, ou o que não interessa, ou até
o que já foi alcançado (p. 97).

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A observação deste autor é importante para a compreensão da necessidade de olhar sempre para o
destinatário desse processo de planificação, incluindo as condições ambientais e materiais, bem
como os métodos, os recursos didácticos necessários para o cumprimento das actividades de
aprendizagem planificadas.

4.4.2. Elaboração
Comecemos a distinguir o plano da planificação. A planificação refere-se ao processo em que o
professor ou os profissionais da educação, senta para esse exercício em que prevêem o que
deverá acontecer na prática, no terreno pensando nas condições físicas, sociais e mentais dos
alunos, nas condições da sala de aula ou da escola, condições da comunidade, no conteúdo que
será trabalhado, nos objectivos a atingir, nos procedimentos a empregar, na forma de avaliação,
isso tudo faz parte da planificação (Araújo, 2018, p. 98).

Segundo o autor, essas actividades serão colocadas a disposição sob forma de um documento
escrito, a esse documento é que se chama de plano. Quer dizer, um é processo (planificação) e o
outro é produto deste processo (plano). Penso que o nosso estudante, já compreendeu a diferença,
agora vamos explicar em que consiste a elaboração do plano.

4.4.3. Execução
Essa etapa faz a transposição da teoria para a prática, isto é, das idealizações para a concretização
das acções previstas, é colocar em prática as ideias esboçadas nas etapas anteriores. Aqui a
semelhança da elaboração há sempre um elemento não previsto desde que não coloque em causa
os objectivos planificados daí que se refere que a planificação exige flexibilidade, uma das
características do plano. Ao longo deste processo é sempre importante ter em conta a avaliação
dessas actividades (Araújo, 2018, p. 98).

4.4.4. Avaliação
Igualmente importante na planificação, pois é a garantia dos resultados Schmitz (1993, cit. em
Araújo, 2018), importa referir, que a avaliação dos resultados da planificação exige também
estabelecimento de critérios claros para não correr o risco de pensarmos que tudo anda bem
quando na verdade estamos longe de cumprir com os objectivos previstos. Essa etapa envolve
todo o processo de planificação.

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5. Conclusão
Conclui-se que, os meios ou recursos de ensino são todos os meios e recursos materiais e
humanos utilizados pelo professor e pelos alunos para a organização e condução metódica do
processo de ensino e aprendizagem. Geralmente, esses componentes podem ser o professor, os
livros, os mapas, os objectos físicos, a fotografias, as fitas gravadoras, os filmes, os recursos da
comunidade, ao recurso naturais e assim por diante. Refere-se que os meios didácticos são usados
com vista a determinadas finalidades, dentre as quais: aproximar o aluno a realidade; desenvolver
a capacidade de observação; desenvolver a experimentação concreta; visualizar, ou concretizar os
conteúdos de aprendizagem; permitem a fixação da aprendizagem.

Os métodos de ensino são um conjunto de acções, pessoais, condições externas e procedimentos


utilizados intencionalmente pelo professor para dirigir e estimular o professor de ensino em
função da aprendizagem dos alunos. E esses classificam-se em método de ensino expositivo;
trabalho independente; e elaboração conjunta. O trabalho independente e a elaboração conjunta
completam, juntamente com a exposição, o ciclo das funções didácticas. A escolha desta ou
doutra variante metódica básica ou das suas formas de utilização tem substancialmente a ver com
as particularidades dos alunos, com os conteúdos, com as características do professor, assim
como dos meios de ensino.

A planificação é uma prática corrente em todas as actividades humanas, especificamente as que


são realizadas intencionalmente. é importante planificar as actividades de ensino-aprendizagem,
porque: evita a rotina e o improviso; contribui para a realização dos objectivos visados; promove
a eficiência do ensino; garante maior segurança na direcção do ensino; garante economia de
tempo e energia.

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6. Referências Bibliográficas
Araújo, E. A. L. de. (2018). Manual de Tronco Comum: Didáctica Geral. Universidade Católica
de Moçambique (UCM) – Centro de Ensino à Distância (CED). Moçambique: Beira –
Sofala.

Libâneo, J. C. (2013). Didáctica (2ª ed). SP-Brasil: Cortez editora.

Nicola, J.A. (2016). A importância da utilização de diferentes recursos didácticos no ensino de


ciências e biologia. Revista NEaD-Unesp, São Paulo, v. 2, n. 1, p.355-38.

Nivagara, Daniel. (2004). Didáctica Geral – Aprender a Ensinar. Módulo de Ensino à distância,
Universidade Pedagógica.

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