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Edson Ngaúnje
Gerónimo Lobo Rocha Segurar
Métodos Analíticos
(Licenciatura em Ensino de Química com Habilitações em Gestão de Laboratório)
Universidade Rovuma
Lichinga
2023
Andrea de Charles Manuel
Edson Ngaúnje
Gerónimo Lobo Rocha Segurar
Métodos Analíticos
(Licenciatura em Ensino de Química com Habilitações em Gestão de Laboratório)
Universidade Rovuma
Lichinga
2023
Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 3
2. Metodos analíticos............................................................................................................... 4
2.4.2. Eletroquímica...................................................................................................... 23
3. Conclusão .......................................................................................................................... 27
4. Referências bibliográfica................................................................................................... 28
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1. Introdução
A Química envolve métodos analíticos voltados para a determinação da composição da matéria.
Os métodos qualitativos geram informações sobre a identidade das espécies atômicas ou
moleculares ou mesmo grupos funcionais na amostra. Já os métodos quantitativos
proporcionam resultados numéricos relacionados à quantidade dos componentes na amostra.
Neste trabalho será definido o conceito de química analítica, diferenciado analítica qualitativa
da quantitativa e classificaremos e subclassificaremos os métodos analíticos. Os procedimentos
analíticos podem ser de interesse não apenas para químicos analíticos, mas para os demais
químicos e investigadores de outras áreas. As técnicas e resultados analíticos podem ser
empregados para vários propósitos científicos e tecnológicos de sorte que são incomensuráveis
as aplicações da Química Analítica.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Analisar os metodos analíticos.
1.1.2. Específicos
Definir o conceito de quimica analítica;
Classificar os metodos analíticos;
Descrever os metodos analíticos.
1.2. Metodologia
O trabalho desenvolveu-se utilizando-se a metodologia de pesquisa bibliográfica e a abordagem
qualitativa, que é uma técnica de pesquisa que utiliza como base de dados conteúdos materiais
já publicados em revistas, livros, artigos e teses, assim como também materiais disponíveis na
internet.
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2. Metodos analíticos
2.1. Introdução a Química Analítica
Skoog (2007), A química analítica é a ciência que estuda os princípios e métodos teóricos da
análise química. A análise química consiste em um conjunto de técnicas que permite identificar
quais os componentes que se encontram presentes em uma determinada amostra e sua
quantidade.
Por sua vez, a análise quantitativa requer que a medida esteja relacionada reprodutivelmente à
concentração e, portanto, as reações devem ser completas e acompanhadas pela formação de
apenas uma restrita série de produtos. Além disso, na análise quantitativa alguma propriedade
do sistema deve ser relacionada às quantidades dos análitos, facto que restringe as reações que
podem ser empregadas (Vasconcelos, 2019, p. 12).
informação requerida, a análise quantitativa pode ser de cinco tipos: análise parcial, análise
completa, análise aproximada, análise exata e análise de traços (Vasconcelos, 2019, p. 12).
Quando realizadas corretamente apresentam elevada exatidão e precisão, às vezes até superiores
aos métodos instrumentais, embora sejam mais demoradas. Os métodos clássicos para
separação e determinação de um análito ainda continuam sendo usados em vários laboratórios,
entretanto, suas aplicações estão se restringindo com o avanço tecnológico dos processos. Nos
primórdios da Química as análises eram realizadas através da separação do componente de
interesse em uma amostra por precipitação, extração ou destilação (Passos, 2011).
Existem diversos tipos de análise gravimétrica, os principais são gravimetria por precipitação,
gravimetria de volatilização e eletrogravimetria. No método gravimétrico utiliza-se a
separação de um composto estável e puro, de composição conhecida, que contenha o análito,
em seguida ocorre a pesagem. Utilizando as massas molares dos compostos (pesado e análito)
e a massa pesada, relaciona-se à estequiometria, assim pode-se quantificar o análito (Skoog,
2007, p. 298).
De acordo com Skoog (2007, p. 289), “a análise gravimétrica está baseada na medida indireta
da massa de um ou mais constituintes de uma amostra ao qual o análito está quimicamente
relacionado”.
Por medida indireta deve-se entender: “Converter determinada espécie química em uma forma
separável do meio em que esta se encontra, para então ser recolhida e, através de cálculos
estequiométricos, determinar a quantidade real de determinado elemento ou composto
químico, constituinte da amostra inicial”. A separação do constituinte pode ser efetuada por
meios diversos: precipitação química, eletrodeposição, volatilização ou extração. Na
gravimetria por precipitação química, o constituinte a determinar e isolado mediante adição
de um reagente capaz de ocasionar a formação de uma substância pouco solúvel (Skoog, 2007,
p. 298).
Inicialmente, o item em análise encontra-se em uma forma solúvel em determinado meio.
Precipitação: em linhas gerais segue a seguinte ordem: precipitação > filtração > lavagem >
aquecimento > pesagem.
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Harris (2001) ressalta dizendo que, são talvez os mais importantes de que trata a análise
gravimétrica. Na gravimetria por precipitação o constituinte a ser determinado é precipitado da
solução numa forma que seja tão pouco solúvel que não haja perda apreciável quando o
precipitado for separado por filtração e pesado.
seletividade, o reagente precipitante ideal deve provocar uma reação com o análito para formar
um produto que seja:
Poucos reagentes, se houver algum, produzem precipitados que apresentam todas essas
propriedades desejáveis.
2 – A natureza física do precipitado deve ser tal que possa ser separado da solução por filtração
e possa ser lavado até estar isento de impurezas solúveis. As partículas tenham um tal tamanho
que não passem através do meio filtrante. As dimensões das partículas não sejam afetadas (pelo
menos não sejam diminuídas) pelo processo de lavagem (Skoog, 2007).
3 – O precipitado deve ser conversível a uma substância pura de composição química definida.
Calcinação ou por evaporação num solvente apropriado (Skoog, 2007).
Solubilidade do precipitado,
Temperatura,
Concentrações dos reagentes
Velocidade com que os reagentes são misturados (agitação).
O tamanho das partículas é uma característica muito importante, pois dele depende em grande
parte, a qualidade do precipitado quanto a filtrabilidade. Os precipitados constituídos por
partículas grandes são desejáveis nos procedimentos gravimétricos porque essas partículas são
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fáceis de filtrar e de lavar visando a remoção de impurezas, além de serem mais puros que
aqueles formados por partículas pequenas (Skoog, 2007).
Por exemplos, uso da hidrólise da ureia em solução quente produzindo amônia e dióxido de
carbono, aumentando o pH do meio:
Neste processo o CO2 é eliminado por aquecimento da solução até a ebulição e a geração lenta
de amônia vai resultar num aumento gradual do pH da solução. A ureia é usada na precipitação
de hidróxidos de certos metais.
a) melhorar separações;
b) formar partículas cristalinas grandes;
c) produzir precipitados mais puros e fáceis de filtrar.
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Onde:
S = solubilidade do precipitado no estado de equilíbrio
Q = concentração dos íons em solução no instante anterior ao da precipitação
(Q – S) = grau de supersaturação
K = constante
Então, Quanto > [reagentes] > Grau de dispersão < tamanho das partículas. O K depende da
natureza do precipitado e de outros fatores como temperatura e viscosidade da solução. Para se
obter partículas maiores é necessário misturar soluções diluídas dos reagentes. Na análise
gravimétrica recomenda-se: uso de solução reagente diluída, adicionada lentamente e sob
agitação. manter o baixo grau de supersaturação durante a precipitação. Outra maneira de se
manter baixo grau de supersaturação: condições de elevada solubilidade; Precipitação em
solução quente; Resfriamento da solução: ↓S e precipitação quantitativa do precipitado
(Christian, 2004).
Porém isto deve ser feito quando apenas o análito é volátil na amostra e que o absorvedor tenha
afinidade apenas com o análito. Ao método onde massa da amostra da amostra é medida antes
da vaporização e a massa do análito é igual a subtração da massa inicial pela final da amostra,
dá-se o nome de método indireto. O análito deve ser o único volátil. São bastante utilizados na
determinação de água de dióxido de carbono, CO2 (Skoog, 2007).
2.3.1.3. Eletrogravimetria
Ocorre em um sistema oxido-redução, a aplicação de uma corrente elétrica que causa a
dissociação de substâncias análito (geralmente metais), no cátodo os catiões depositam-se,
contra-íões podem depositar-se no ânodo (Skoog, 2007).
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Segundo (Skoog, 2007), às vezes é necessário adicionar um excesso de titulante padrão e então
determinar a quantidade excedente por retrotitulação com um segundo titulante padrão. Por
exemplo, a quantidade de fosfato na amostra pode ser determinada pela adição de excesso
medido de nitrato de prata padrão a uma solução da amostra, a qual leva à formação de um
fosfato de prata insolúvel:
O excesso de nitrato de prata é então retrotitulado com uma solução padrão de tiocianato de
potássio:
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A retrotitulação é um processo no qual o excesso de uma solução padrão usado para consumir
o analito é determinado por uma segunda solução padrão. As retrotitulações são frequentemente
requeridas quando a velocidade de reação entre o análito e o reagente é lenta ou quando falta
estabilidade à solução padrão.
2.3.2.1. Requisitos para uma reação química ser usada como base de um método
volumétrico
a) Deve ocorrer uma reação simples, que possa ser expressa por uma equação química. A
substância a ser determinada deverá reagir completamente com o reagente adicionado
em proporções estequiométricas.
b) Deve ser praticamente instantânea ou proceder com grande velocidade. Equilíbrio seja
imediatamente estabelecido a cada adição do titulante.
c) Deve haver a alteração de alguma propriedade física ou química (pH, temperatura,
condutividade) da solução no ponto de equivalência.
d) Deve haver um indicador que provoque mudanças de propriedades físicas (cor ou
formação de precipitado). Defina nitidamente o ponto final da titulação (Skoog, 2007).
Deve ser suficientemente estável de modo a ser necessário apenas determinar sua
concentração uma única vez.
Reage rapidamente com o analito de modo a minimizar o tempo requerido entre as
adições de reagente.
Reage completamente com o analito de modo a ter um ponto final satisfatório.
Uma solução padrão é aquela cuja concentração é conhecida com grande exatidão. A exatidão
da solução padrão limita a exatidão do método analítico. De acordo com Skoog (2007), uma
solução padrão pode ser obtida de duas maneiras:
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a) Ser puro;
b) Não ser higroscópico, não perder água de hidratação, não absorver oxigênio, nem gás
carbônico;
c) Ser estável às temperaturas de secagem (exceto quando o padrão é um hidrato);
d) Ter boa solubilidade no meio da titulação;
e) Ter massa molar elevada, de modo que o erro relativo associado à pesagem seja
minimizado.
As soluções de padrões primários devem ser preparadas pela dissolução de uma massa
exatamente pesada (balança analítica) do soluto em um volume definido (balão volumétrico).
Concentração exatamente calculada. Po exemplo: Oxalato de sódio (99,95 %), Biftalato de
potássio (99,99 %), Dicromato de potássio (99,98 %). O número de padrões primários é muito
restrito e, frequentemente, tem que se recorrer aos padrões secundários. A concentração exata
dessas soluções é determinada por comparação com soluções de padrões primários via titulação.
Denominada de padronização (Skoog, 2007).
2- Formação de complexos:
3- Precipitação:
4- Oxidação-redução:
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2.3.3.2. Desvantagens
Procedimentos laboratoriais demorados;
Não é aplicável a análise de traços;
Erros no processo de precipitação;
Perdas de precipitados nas etapas de transferência, filtração, lavagem e secagem.
2.4.1. Cromatografia
A cromatografia pode ser definida como um método físico-químico de separação,
fundamentada na migração diferencial dos componentes de uma mistura. Esta migração
diferencial se deve a diferentes interações entre a fase móvel e a fase estacionária. Os
componentes de uma mistura se distribuem entre a fase móvel e a fase estacionária de tal forma
que cada um dos componentes é retido seletivamente na fase estacionária, resultando em
migrações diferenciadas (Harris, 2001).
A Figura 7 a seguir ilustra a separação de misturas por interação diferencial dos seus
componentes com uma fase estacionária (líquido ou sólido) e uma fase móvel (líquido ou gás).
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componentes de uma mistura pela fase estacionária. Os adsorventes comerciais mais utilizados
são: sílica, alumina, celulose, terra diatomácea e poliamida (Harris, 2001).
A amostra a ser separada é aplicada como uma solução no centro do disco giratório umedecido
com o solvente. A eluição com solvente gera bandas circulares de separação dos componentes
que são removidos juntamente com o solvente para um tubo de recepção. Utiliza-se como
adsorvente sílica gel, alumina e sílica gel-nitrato de prata. Possui compatibilidade com todos os
solventes comumente usados em outras técnicas cromatográficas, incluindo ácido acético,
sendo que o uso de ácidos minerais não é indicado (Harris, 2001).
A versatilidade desta técnica reside no grande número de fases estacionárias existentes, as quais
possibilitam análises e separações de uma ampla gama de compostos com alta eficácia. Na
CLAE, emprega-se uma coluna fechada, reaproveitável; portanto, até centenas de separações
individuais podem ser realizadas com a mesma coluna (Harris, 2001).
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Essas colunas são muito eficazes, mas oferecem uma grande resistência à vazão da fase móvel,
ou seja, ela sofre uma perda de carga. Por esta razão é necessário empregar sistemas de bomba
de alta pressão (até 400 bars) que fazem a fase móvel migrar a uma velocidade razoável através
da coluna. A vazão da fase móvel é controlada facilmente, resultando em operações mais
reprodutíveis, que tornam as análises executadas por CLAE mais precisas (Harris, 2001).
A cromatografia gasosa é uma das técnicas analíticas mais utilizadas. Além de possuir um alto
poder de resolução, é muito atrativa devido à possibilidade de detecção em escala de nano a
picogramas (10–9 a 10-12 g). A grande limitação deste método é a necessidade de que a amostra
seja volátil ou estável termicamente, embora amostras não voláteis ou instáveis possam ser
derivatizadas quimicamente (Harris, 2001).
2.4.2. Eletroquímica
De acordo com Skoog (2007), os métodos eletroanalíticos se baseiam em reações de oxidação-
redução. Esses métodos incluem a potenciometria, a voltametria e a condutimetria.
2.4.2.1. Potenciometria
Os métodos potenciométricos de análises baseiam-se na medida do potencial de células
eletroquímicas, sem o consumo apreciável de corrente. Há cerca de um século, as técnicas
potenciométricas têm sido utilizadas para localizar o ponto final em titulações. Em métodos
mais recentes, as concentrações de espécies iônicas são medidas diretamente a partir do
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potencial de eléctrodos de membranas seletivas a iões. Esses eléctrodos são relativamente livres
de interferência e representam uma forma rápida, conveniente e não destrutiva de se determinar
quantitativamente inúmeros catiões e aniões importantes (Skoog, 2007).
Esta medida é realizada com o auxilio de dois eléctrodos imersos na solução em estudo, sendo
que um recebe o nome de eléctrodo de referencia e o outro eléctrodo indicador. O instrumento
utilizado para realizar esta medida é denominado potenciômetro (também pH) e normalmente
permite que a medida seja feita na escala de milivolts (mV) ou pH. O potencial de uma célula
eletroquímica pode ser medido através da potenciometria direta, a qual permite relacionar o
potencial com a atividade (ou a concentração) de uma espécie iônica ou através de uma titulação
potenciométrica, que mede a variação do potencial da célula após cada adição de um titulante
sobre a amostra (Skoog, 2007).
2.4.2.2. Voltametria
Os métodos eletroanalíticos que dependem da medida da corrente, em função do potencial
aplicado, são chamados métodos voltamétricos. Esses métodos empregam condições que
favorecem a polarização do eléctrodo de trabalho. Geralmente, para aumentar a polarização, os
eléctrodos de trabalho utilizados na voltametria são relativamente pequenos, com áreas
superficiais de alguns milímetros quadrados, no máximo e, em algumas aplicações, apenas
alguns micrômetros quadrados (Skoog, 2007).
2.4.3. Espectroscopia
As medidas baseadas na luz ou outras formas de radiação eletromagnética são amplamente
empregadas em química analítica. As interações da radiação com a matéria são o objeto de
estudo da ciência da espectroscopia. Os métodos espectroscópicos de análise são baseados na
medida da quantidade de radiação produzida ou absorvida pelas moléculas ou pelas espécies
atômicas de interesse (Skoog, 2007).
3. Conclusão
Nesse trabalho foi reapresentada a definição de química analítica e sua classificação em
qualitativa e quantitativa, empregando métodos clássicos ou instrumentais. Os métodos
analíticos instrumentais consistem na medida das propriedades físicas do analito, tais como
condutividade, potencial de eléctrodo, absorção ou emissão de luz, razão massa/carga e
fluorescência.
O método analítico selecionado deve ser eficiente, sempre que possível, simples, rápido e de
baixo custo. O desempenho de um instrumento pode ser usado para decidir se um método
instrumental é ou não apropriado para resolver determinado problema analítico. Estes são
classificados em precisão, sensibilidade, limite de detecção, faixa de concentração e
seletividade.
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4. Referências bibliográfica
Harris, D. (2001). Analise Química Quantitativa. Ed. LTC, 5 ed.; Rio de Janeiro.
Skoog, D. A.; West, D. M.; Holler, F. J.; Crouch, S. R. (2007). Fundamentos de Química
Analítica. Tradução da 8 ed. Americana. Ed. Thomson; São Paulo.
Christian, G. D. (2004). Analytical Chemistry, 6 ed. Ed. John Wiley & Sons Inc, EUA.
Vasconcelos, Nadja Maria Sales de. (2019). Fundamentos de Química Analítica Quantitativa
(2ª edição). Fortaleza – Ceará.