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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
BACHARELADO EM ENGENHARIA QUÍMICA
GUILHERME AUGUSTO SPINETI CAETANO
AMANDA REINERT

ANÁLISE SISTEMÁTICA DE CÁTIONS E ÂNIONS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DA DISCIPLINA DE QUÍMICA ANALÍTICA

PONTA GROSSA
2023
SUMÁRIO

1. Introdução...........................................................................................................................3
2. Descrição da análise química........................................................................................... 3
3. Áreas de aplicação.............................................................................................................3
4. Classificação...................................................................................................................... 4
4.1. Tamanho da amostra...................................................................................................4
4.1.1. Análise macroscópica........................................................................................ 4
4.1.2, Análise semi microscópica................................................................................. 4
4.1.3. Análise microscópica..........................................................................................4
4.2. Proporção dos constituintes da amostra..................................................................... 4
4.2.1 Análise qualitativa............................................................................................... 4
4.2.2. Análise quantitativa............................................................................................ 5
5. Reações química em via seca e via úmida...................................................................... 5
6. Análise sistemática de cátions......................................................................................... 5
6.1. Classificação de cátions..............................................................................................5
6.2 Reações de identificação e caracterização..................................................................6
7. Testes para identificação e caracterização de ânions....................................................6
8. Referências.........................................................................................................................7
1. Introdução

Este documento explora a análise sistemática de cátions e ânions, uma técnica


fundamental na química analítica. Focando na identificação e separação de íons em
amostras desconhecidas, abordaremos seus procedimentos, métodos e importância,
tanto qualitativa quanto quantitativa. Esta análise é crucial na determinação da
composição química de substâncias desconhecidas, sendo valiosa em contextos de
pesquisa e controle de qualidade industrial.

2. Descrição da análise química

A análise sistemática de cátions e ânions é um conjunto de procedimentos


laboratoriais estruturados e sequenciais, empregados para identificar e separar íons
presentes em uma amostra desconhecida. Essa abordagem envolve uma série de
etapas cuidadosamente projetadas, utilizando reações químicas específicas para
testar a presença de íons metálicos (cátions) e não metálicos (ânions).

Importância Qualitativa: A análise qualitativa desempenha um papel crucial na


determinação dos constituintes iônicos de uma substância. Através de testes
seletivos, como a formação de precipitados, reações de complexação, produção de
gases ou mudanças de cor, é possível identificar os íons presentes na amostra. Isso
é fundamental para caracterizar a composição química e classificar a substância,
sendo uma ferramenta valiosa na identificação de compostos desconhecidos ou na
confirmação da presença de determinados íons em uma mistura.

Importância Quantitativa: Além da identificação qualitativa, a análise sistemática


pode ser adaptada para fornecer informações quantitativas sobre os constituintes
iônicos. Esse estágio envolve métodos analíticos mais avançados, como titulação,
espectrofotometria, gravimetria, entre outros, para determinar as concentrações
precisas dos íons na amostra. Essa quantificação é crucial em diversas áreas, desde
o controle de qualidade na indústria até pesquisas científicas que exigem precisão
nas concentrações dos íons presentes.

3. Áreas de aplicação

Indústria Farmacêutica: Na fabricação de medicamentos, a análise química é crucial


para garantir a pureza, estabilidade e concentração dos princípios ativos. Testes de
identificação de compostos, quantificação de ingredientes ativos e análises de
impurezas são realizados para assegurar a qualidade dos medicamentos.
Indústria Alimentícia: Para garantir a segurança e qualidade dos alimentos, a análise
química é utilizada na detecção de aditivos, pesticidas, resíduos de agrotóxicos e
microrganismos. Isso permite o controle rigoroso dos padrões de produção e a
conformidade com regulamentações de segurança alimentar.

Indústria Petroquímica: Na extração e processamento de petróleo, a análise química


é usada para caracterizar e separar os diferentes componentes do petróleo,
permitindo a produção de combustíveis, plásticos e outros derivados. Métodos como
a cromatografia e espectroscopia são comuns nesse contexto.

Indústria de Materiais (Cimenteira, Metalúrgica): Na produção de materiais como


cimento, aço, ligas metálicas, entre outros, a análise química é aplicada para
garantir a composição adequada, resistência e durabilidade dos materiais. Testes de
composição química e propriedades físicas são fundamentais nesses processos.

Pesquisa Científica: Em laboratórios de pesquisa, a análise química é utilizada para


investigar propriedades de novos materiais, compreender reações químicas
complexas, identificar compostos desconhecidos e realizar estudos fundamentais
em diversas áreas, como química orgânica, inorgânica, bioquímica, entre outras.

4. Classificação

4.1. Tamanho da amostra

4.1.1. Análise macroscópica


É a análise que se baseia na observação direta das propriedades físicas da
amostra sem o uso de instrumentação específica. Envolve observações
visuais e sensoriais simples, como cor, forma, textura, brilho e outras
características macroscópicas. É útil para análises preliminares e rápidas.
Exemplo: Identificação de minerais com base em sua cor, brilho e dureza.

4.1.2, Análise semi microscópica


Envolve a utilização de instrumentos ópticos simples, como microscópios e
lupas, para examinar amostras em uma escala maior que o olho nu. Permite
a visualização de detalhes menores, mas ainda visíveis, sendo útil para
análises mais detalhadas de amostras. Exemplo: Observação da estrutura de
fibras têxteis por um microscópio óptico.
4.1.3. Análise microscópica
Utiliza instrumentos mais avançados, como microscópios eletrônicos ou de
fluorescência, para examinar amostras em escalas muito pequenas, incluindo
a escala microscópica e submicroscópica. Permite a visualização de
estruturas muito pequenas e detalhes moleculares. Exemplo: Análise da
estrutura de células por microscopia eletrônica de transmissão.

4.2. Proporção dos constituintes da amostra

4.2.1 Análise qualitativa


Busca identificar e classificar os constituintes presentes na amostra, sem
necessariamente determinar suas quantidades específicas. É mais focada na
presença/ausência de componentes e em suas características químicas.
Exemplo: Identificação de íons em uma solução através de testes
específicos, como a formação de precipitados.
4.2.2. Análise quantitativa
Visa determinar as quantidades específicas dos constituintes presentes na
amostra, seja em termos de massa, concentração ou proporção. É mais
precisa e envolve a quantificação precisa dos componentes. Exemplo:
Medição da concentração de íons em uma solução por meio de titulação ou
espectroscopia quantitativa.

5. Reações química em via seca e via úmida

É possível identificar um reagente através de mudanças ocorridas a partir da adição


de um reagente conhecido, mudanças essas macroscópicas como mudança de coloração,
formação de precipitado e a liberação de gases.
A identificação do reagente a partir da via seca ocorre sem a presença de líquidos,
como por exemplo o teste de chama para a identificação de cátions, em que é possível a
identificação dos metais a partir do espectro de luz refletido a partir do comprimento de
onda da luz. Esse experimento pode ser realizado com o bico de bunsen; além disso, é
possível identificar ânions a partir da reações de precipitação em via seca, nas quais a
formação de precipitados sólidos indica a presença de determinados ânions. A via seca na
identificação de cátions e ânions proporciona uma abordagem distintiva, muitas vezes
permitindo a análise de amostras complexas de forma eficiente, contribuindo para a
compreensão da composição química das substâncias analisadas.
Na identificação de cátions e ânions em via úmida, utiliza-se uma abordagem em
que os reagentes e amostras são dissolvidos em solventes, proporcionando um meio líquido
para as reações ocorrerem. No caso dos cátions, testes de precipitação são frequentemente
empregados. Adicionando-se reagentes específicos a uma solução contendo o cátion
desejado, forma-se um precipitado característico que confirma a presença do íon metálico.
Por exemplo, o teste do sulfeto pode ser utilizado para identificar cátions metálicos
precipitando-os como sulfetos insolúveis.Para ânions, as técnicas em via úmida geralmente
envolvem a formação de compostos solúveis ou insolúveis mediante reações específicas.
Testes químicos, como o teste do cloreto de prata para identificar íons cloreto ou o teste do
nitrato de prata para identificar íons brometo, são exemplos de métodos comuns.Além
disso, a formação de complexos coloridos ou a ocorrência de reações redox também são
utilizadas na identificação de íons específicos. A via úmida oferece flexibilidade ao permitir a
manipulação da concentração e do volume da solução, facilitando a observação de reações
e a obtenção de resultados conclusivos. Em muitos casos, a identificação de cátions e
ânions em via úmida é complementar à via seca, proporcionando uma ampla gama de
técnicas analíticas para caracterizar a composição química de amostras desconhecidas.
6. Análise sistemática de cátions

6.1. Classificação de cátions


A classificação de cátions é uma parte fundamental da análise
química qualitativa, onde íons metálicos são identificados com base em suas
propriedades distintivas. Este processo envolve a aplicação de uma série de
testes sistemáticos, conhecidos como esquema de análise, que separa e
identifica os cátions presentes em uma amostra.

Grupo I: Ag⁺, Hg₂²⁺, Pb²⁺


Esses cátions são precipitados como cloretos insolúveis em ácido clorídrico;
a adição de ácido nítrico solubiliza o precipitado, exceto o AgCl, que permanece
insolúvel.
Grupo II: Hg₂²⁺, Pb²⁺
Os cátions do Grupo II são precipitados como sulfetos insolúveis em ácido
sulfídrico; a adição de ácido nítrico solubiliza o precipitado, exceto o HgS, que
permanece insolúvel.
Grupo III: Al³⁺, Fe³⁺, Cr³⁺
Esses cátions são precipitados como hidróxidos insolúveis em meio alcalino;
a adição de ácido acético solubiliza o precipitado, exceto o Cr(OH)₃, que permanece
insolúvel.
Grupo IV: Ni²⁺, Co²⁺, Fe²⁺, Mn²⁺, Zn²⁺
Os cátions do Grupo IV são precipitados como sulfetos insolúveis em meio
básico com sulfeto de amônio; a adição de ácido cianídrico solubiliza o precipitado,
exceto o ZnS, que permanece insolúvel.

6.2 Reações de identificação e caracterização


Geralmente inicia com testes de grupo, nos quais cátions são agrupados
com base em suas reações químicas com reagentes específicos. Por exemplo,
cátions do Grupo I podem ser precipitados como cloretos insolúveis. Em seguida,
testes subsequentes permitem a separação e identificação de cátions dentro de
cada grupo. Técnicas como testes de chama, formação de precipitados, reações de
complexação e reações redox são utilizadas para caracterizar os cátions presentes
na amostra. A observação cuidadosa da ocorrência ou ausência de reações
específicas e a interpretação dos resultados levam à classificação precisa dos
cátions em grupos sucessivos. Esse método sistemático é crucial em laboratórios de
química para a identificação confiável de cátions, sendo uma etapa essencial na
análise de amostras desconhecidas.

7. Testes para identificação e caracterização de ânions


Os testes para identificação e caracterização de ânions seguem uma
abordagem semelhante à dos cátions, mas focam nos íons não metálicos. Testes
específicos são realizados para detectar a presença de ânions com base em suas
características químicas distintas. Testes de precipitação são comuns, nos quais a
formação de precipitados indica a presença de ânions específicos. Por exemplo, a
adição de cloreto de prata pode revelar a presença de ânions cloreto. Além disso,
testes específicos para ânions como sulfatos, carbonatos e halogenetos são
conduzidos, proporcionando informações valiosas sobre a composição iônica da
amostra. A combinação de diferentes testes fornece uma abordagem sistemática
para a identificação e caracterização confiáveis de ânions em amostras
desconhecidas.

8. Referências

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