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SUMÁRIO
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO 3
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8 7
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Trata-se de uma ciência de medições que envolve um conjunto de ideias, métodos e procedimentos para
que ocorra a caracterização e identificação da quantidade de componentes de compostos químicos conhecidos
ou não em uma amostra. Estas técnicas e métodos são utilizados na indústria, medicina e em diversos outros
segmentos, como, meio ambiente, agricultura, engenharias e biologia por exemplo.
Pode-se dizer também que a química analítica, é a parte da química que trata, basicamente, da composição
química dos sistemas materiais e se estende ainda à elucidação da configuração estrutural das substâncias. Ela
compreende duas grandes partes: a análise qualitativa, que trata da identificação dos elementos presentes e,
eventualmente, também da caracterização do estado de combinação destes; e a análise quantitativa, que abrange os
métodos e técnicas usadas para determinar as quantidades relativas dos componentes.
O progresso de muitas pesquisas na medicina e na biologia não teriam sido possíveis sem as ferramentas,
que compreendem equipamentos e metodologia, desenvolvidos pelos químicos analíticos. Por outro lado, muitos
biólogos foram responsáveis pela criação de muitas metodologias para tratar de problemas bioquímicos, que hoje
são largamente utilizadas na química analítica. Assim, a interação entre a química e a biologia tem fornecido
muitos resultados positivos para o bem da humanidade.
Abaixo se encontra um esquema onde a localização central da química analítica no mesmo representa sua
importância e a abrangência de sua interação com muitas outras disciplinas.
Utilizamos termos específicos na química analítica, para que seja facilitado o entendimento, vejamos as
definições desses termos:
gravimetria,
titrimetria,
titulação volumétrica.
Métodos Clássicos
Utilizados para análises esporádicas, com baixo custo, com equipamentos e vidrarias de fácil aquisição e é
possível realizar macroanálises. Os métodos clássicos são largamente utilizados devido à relativa simplicidade
com que são realizados e obtenção de resultados confiáveis.
Métodos Instrumentais
É aconselhável para análises rotineiras, possui equipamentos de custo elevado e requer profissionais capacitados
para realizar as análises, os equipamentos analíticos requerem calibração e é amplamente utilizada na indústria
e em laboratórios.
Infraestrutura e Insumos: Verificar a disponibilidade de todos os reagentes, água, energia elétrica, gás,
bancadas, capelas, fornos, etc., para realizar os métodos sem surpresas desagradáveis durante o
percurso;
Existem diversas fórmulas e cálculos que são utilizados na química analítica, conforme iremos ver nos próximos
capítulos, a fim de obter-se resultados os mais precisos possíveis. Dentre os principais cálculos utilizados estão:
valor médio, mediana, cálculos de concentração, cálculos de erros, cálculos de volume e massa, etc.
CAPÍTULO 2
Um laboratório de Química normalmente é um local que desperta a curiosidade e as pessoas, mas também
contem uma grande variedade de reagentes, vidrarias e equipamentos elétricos que se mal utilizados podem
se tornar causa de acidentes. Aqueles utilizam do laboratório devem estar sempre atentos para evitar qualquer
tipo de problema. Para isto foram criadas algumas regras básica de segurança que se aplicam a qualquer
laboratório, a saber:
a) Nunca trabalhe sozinho em um laboratório, se acontecer alguma coisa não terá o auxilio de ninguém.
b) Dentro do laboratório deve-se ter atitudes responsáveis e prudentes. Não misture material de laboratório
com seus pertences pessoais.
c) Não é permitido dentro do laboratório o uso de bermudas, sandálias e chinelos. Utilizar sempre o avental,
calçado fechado e óculos de segurança. Conforme o serviço a ser executado outros equipamentos de
segurança próprios devem ser utilizados.
d) Não use lentes de contato no laboratório, pois podem ser danificadas por vapores de produtos químicos,
causando lesões oculares graves. Cabelos longos devem ser amarrados.
e) É proibido fumar ou comer no laboratório. Nunca coloque nenhum alimento nas bancadas, armários,
geladeiras e estufas dos laboratórios. Nunca utilize vidraria de laboratório como utensílio doméstico.
f) Procure sempre ter informações sobre a experiência, as propriedades físicas e a toxicidade dos
reagentes a serem utilizados. Antes de utilizar qualquer reagente, leia seu rótulo, verificando os riscos
existentes.
g) Nunca deixar frascos de reagentes abertos e evitar contaminá-los.
h) Afaste qualquer produto ou material, antes de utilizar uma chama.
i) Evitar qualquer contato dos reagentes com a pele e olhos. Caso ocorra lava-los
imediatamente com água em abundância, exceto quando o produto químico for o ácido sulfúrico, neste caso
a utilização de água irá provocar queimadura. Com ácido sulfúrico é necessário a sua neutralização com uma
solução de carbonato.
j) Existindo a formação de gases ou vapores, utilizar a capela
k) Evitar improvisações, na duvida procurar pessoas mais experientes
l) Ao termino do trabalho, arrumar a bancada e lavar o material utilizado, fechar todas as gavetas e portas,
mantenha as bancadas limpas e organizadas
m) Qualquer fato estranho ou incidente, comunicar ao responsável pelo laboratório.
n) Certifique-se da localização e funcionamento dos equipamentos de segurança coletivos: extintores de
incêndio, lava-olhos e chuveiros de emergência e da saída de emergência.
o) Não pipete nenhum tipo de produto com a boca, use sempre a pera nesta atividade.
p) Não leve as mãos à boca ou aos olhos quando estiver manuseando produtos químicos. Lave
cuidadosamente as mãos com bastante água e sabão, antes de sair do laboratório.
q) Não se exponha a radiação UV, IV ou de luminosidade muito intensa sem a proteção adequada
(óculos com lentes filtrantes).
r) Faça uma limpeza prévia, com água, ao esvaziar um frasco de reagente, antes de colocá- lo para
lavagem.
s) Rotule imediatamente qualquer reagente ou solução preparados e amostras coletadas.
t) Retire da bancada os materiais, amostras e reagentes empregados em um determinado experimento,
logo após o seu término.
u) Jogue papéis usados e materiais inservíveis na lata de lixo somente quando não representar
risco para as pessoas ou meio ambiente.
v) Limpe imediatamente qualquer derramamento de produtos químicos. Proteja-se, se necessário,
para fazer esta limpeza e utilize os materiais e procedimentos adequados.
2.1Riscos
Chamamos de risco todo perigo ou possibilidade de perigo, onde existe a probabilidade de termos
uma perda ou de causar um dano.
O risco é avaliado com base na probabilidade de exposição e conseqüência detectada pela exposição.
A identificação do risco é uma das atividades primordiais a ser feita antes de iniciar uma atividade. A partir
desta identificação é que podemos avaliar a extensão do mesmo, e estudar a melhor maneira de prevenir e
controlar o mesmo.
Os riscos são identificados pela natureza do agente causador (químico, físico, biológico, etc.), sua
característica física (gás, líquido, vapor,etc.), pela forma com que pode entrar em contato com a
pessoa(inalação, pele, ingestão, etc.) e pelo efeito que a exposição do mesmo pode causar ( lesões físicas,
envenenamento, asfixia, câncer, irritação, etc.)
a) Riscos Químicos – são os oriundos de do contato com produtos químicos irritantes, venenosos,
cancerígenos, tóxicos, etc.
b) Riscos Físicos - são os riscos onde a natureza do agente é uma propriedade física: ruído, radiação,
temperatura, vibração, frio, umidade, etc.
c) Riscos Biológicos – são os riscos onde o agente causador é um microorganismo: vírus, bactéria,
parasita, fungos, etc.
d) Riscos Ergométricos – são os decorrentes de posicionamentos incorretos durante a execução de
atividades.
e) Riscos de Acidentes – são os decorrentes de condições inseguras ou de um ato inseguro praticado
durante a execução das atividades.
2.2Mapa de risco
Mapa de risco é uma representação gráfica que serve para representar todos os riscos existentes em
um local de trabalho. Ele é elaborado com base na planta do local e leva em conta também a magnitude do
risco existente, ou seja, se a probabilidade do risco é alta, média ou baixa. São levados em consideração
na elaboração do mapa de risco todos os fatores capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores:
acidentes e doenças de trabalho. No mapa de risco além da descrição do risco tem-se também noção da
magnitude do mesmo, pois dependendo do tamanho com que ele é representado graficamente, tem-se
noção se o mesmo é grande médio ou pequeno. Além da identificação dos riscos existentes no local
analisado propicia o fornecimento de medidas preventivas de controle.
2.3Prevenção de Acidentes
Manuseio de vidraria
As vidrarias de laboratório são em geral composta de vidro borosilicato, que é uma mistura
sintética de óxidos semelhantes ao vidro comum, com a adição de 12% de óxido de Boro (B2O3). Esta
composição faz com este vidro, tenha uma boa resistência química, mecãnica e térmica, e que o mesmo
tolere variações bruscas de temperatura.
Em quase todas as atividades desenvolvidas dentro de um laboratório químico, envolve sempre a utilização
de uma vidraria, de forma que é comum termos acidentes no manuseio da mesma. Para prevenir acidentes
temos que tomar os seguintes cuidados:
a) Nunca utilizar material de vidro que esteja trincado, ou que apresentar alguma irregularidade.
Antes de iniciar o trabalho, deve-se inspecionar visualmente a vidraria, caso haja alguma trinca, a
mesma deve ser descartada.
b) Deve-se usar luvas de pelica ou de malha metálica e óculos de segurança sempre que:
Atravessar ou remover tubos de vidro ou termômetros em rolhas de cortiça ou borracha;
Remover tampas de vidro emperradas ou cacos de vidro;
Montagem de equipamentos
c) Deve-se sempre usar luvas de Grafatex ou de Kevlar ou pinças quando for manusear vidrarias que
estejam quentes.
d) Deve-se colocar os frascos quentes sempre sobre uma placa refratária, nunca deixar diretamente na
bancada de marmore, pois como a mesma é mais fria pode-se ter um choque térmico, o que poderá
provocar a quebra do vidro.
e) Nunca aqueça líquidos em recipiente de vidro diretamente na chama do bico de Bunsen. Utilize sempre
neste caso a tela de amianto.
f) Deve-se utilizar luvas e protetor facial quando agitar solventes voláteis em frascos fechados. Neste
caso deve-se agitar e periodicamente parar e destampar para que a pressão interna do frascos e iguale
a pressão externa.
d) As operações de evaporação devem ser feitas em capelas e com acompanhamento constante para que
ao final do aquecimento o recipiente seja removido da chapa elé- trica, pois poderá haver precipitação dos
sólidos dissolvidos e se perder a análise, ou se houver a total secagem do líquido, pode-se trincar o
recipiente de vidro.
Nunca inicie um trabalho sem que o sistema de exaustão esteja ligado e o piso e janelas estejam
limpos.
Deixe na capela só o material necessário para o desenvolvimento da análise a ser realizada, ela não
deve ser um local de estocagem de produtos químicos.
Durante os trabalhos mantenha a janela com a abertura mínima possível, para possibilitar o funcionamento
adequado do sistema de exaustão.
Periodicamente verifique se o sistema de exaustão está funcionando conforme o recomendado
Todo laboratório que trabalhe com reagentes e solventes, tem um perigo em potencial à saúde. Deste
modo a primeira atividade a ser desenvolvida é conhecer as propriedades dos produtos químicos a serem
utilizados. Isto pode ser feito, através das informações contidas na própria embalagem do reagente, no
catálogo de fornecedores dos mesmos,na literatura e pela Ficha de Informação de Segurança de Produto
Químico (FISPQ), que deve sempre estár disponível no laboratório.
Técnico em Química 9 Química Analítica Qualitativa e Quantitativa
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
O diamante de Hommel é uma outra simbologia bastante aplicada em vários países, no entanto sem
obrigatoriedade. Diferentemente das placas de identificação, o diamante de HOMMEL não informa qual
é a substância química, mas indica todos os riscos envolvendo o produto químico em questão. Os riscos
representados no diamante de Hommel são os seguintes:
Diamante de Hommel
Vermelho – Inflamabilidade:
4 - Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis, materiais pirotécnicos
3 - Produtos que entram em ignição a temperatu- ra ambiente
2 - Produtos que entram em ignição quando a- quecidos moderadamente
1 - Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignição
0 - Produtos que não queimam
A solução sulfocrômica pode ser usada repetidamente até se tornar de cor esverdeada. Di- lua em
grandes volumes de água antes de jogar fora ou neutralize a solução diluindo-a com hidróxido de
sódio.
Quando for necessário usar solução sulfocrômica, o produto a ser limpo deve ser enxagua- do com a
solução ou preenchido com a mesma e deixá-lo atuar. O tempo máximo que a solução deve permanecer
depende da extensão da contaminação. Produtos relativamente limpos necessitam de apenas alguns
minutos, enquanto que se houver resíduos sólidos
talvez seja necessário deixar toda uma noite. Depois se deve lavar repetidas vezes com água
potável em abundância e enxaguar com água destilada ou deionizada.
Outra solução comumente utilizada para limpeza de vidraria, é a solução hidroalcólica, ou seja uma
solução de hidróxido de potássio 0,3M em álcool. Para efetuar a limpeza, deixa- se a vidraria de molho
por 10 minutos na solução hidroalcólica, depois se lava com .água potável em abundância, seguindo pelo
enxágüe com água deionizada ou destilada, seguido de enxágüe com solução de ácido clorídrico 0,01M.
Para secar o material de vidro pode-se utilizar uma estufa a 100ºC, com exceção dos mate- riais
volumétricos, que não devem nunca ser colocados em estufa para não perderem a sua calibração.
Outro fato é de que os líquidos quando em frascos de diâmetro pequeno, normalmente, formam uma
curvatura que é denomina de menisco. No uso de um equipamento de precisão analítica, deveremos ter
o cuidado de deixar a parte inferior da curvatura tangenciando traço de referência, conforme
podemos ver
No mercado existem vários tios de equipamentos volumétricos, sendo que eles podem ser
classificados como equipamentos de precisão com certificado de calibração, podem ser também
vendidos como classe A e B, sendo que a classe A tem maior precisão e deve ser utilizada para
análises de alta precisão.
CAPÍTULO 3
ERROS E TRATAMENTOS DOS DADOS ANALÍTICOS
Regra para arredondamento de números: Se o dígito que segue o último algarismo significativo
é igual ou maior que 5, então o último dígito significativo é aumentado em uma unidade. Caso este dígito
seja menor que 5, o último algarismo significativo é mantido. Existem outras regras, mas não serão
consideradas aqui.
Tipos de erro: Toda medida possui uma certa incerteza, que é chamada de erro experimental. As
conclusões podem ser expressas com um alto ou baixo grau de confiança, mas nunca completa certeza. O
erro experimental é classificado como sistemático ou como aleatório.
CAPÍTULO 4
CLASSIFICAÇÃO DAS OPERAÇÕES EM PROCEDIMENTOS ANALÍTICOS
Método da gota: (reações gota a gota): usam-se reações que são acompanhadas de uma viragem da
coloração da solução ou da formação de precipitados corados. As reações realizam-se numa tira de
papel de filtro onde se depositam sucessivamente e numa ordem bem definida, gota a gota, a solução
em estudo e os reagentes. Como resultado da reação, no papel de filtro aparece uma mancha corada,
cuja cor permite comprovar a presença na solução do íon a identificar.
Ultramicroanálise: usam-se quantidades de substâncias inferiores a 1mg. Todas as operações
analíticas efetuam-se as observando ao microscópio.
Quando a amostra é sólida, para a realização da análise, o primeiro passo é dissolvê-la. O solvente
usual é a água, ou um ácido se ela for insolúvel em água. Por exemplo:
Por exemplo:
Sal: BaCl2 → Ba2+ + Cl- (eletrólito forte)
Ácido: CH3COOH → CH3COO- + H+ (eletrólito fraco)
Base: NH4OH → NH4+ + OH- (eletrólito fraco)
Ácido: HCl → H+ + Cl- (eletrólito forte)
Base: NaOH → Na+ + OH- (eletrólito forte)
Como nas reações analíticas por via úmida não se detecta o sal, mas sim o(s) íon(s) deste sal,
representa-se estas de uma forma simplificada denominada - EQUAÇÃO DE REAÇÃO. Escrevem-se,
apenas, as fórmulas daquelas espécies que, efetivamente, participam da reação (reação efetiva), ou
seja, estão envolvidas no processo.
Por exemplo: Cl- é detectado em HCl ou soluções de cloretos metálicos por ação de solução de AgNO3:
HCl + AgNO3 → AgCl + HNO3
CaCl2 + 2 AgNO3 → 2 AgCl + Ca(NO3)2
Em ambos os casos, ocorre a formação do precipitado branco de AgCl. Pelas equações observa-se que
apenas ele não está na forma de íons, logo, conclui-se que os íons H+ e NO3-, no primeiro caso, e Ca
2+ e NO3- , no segundo, não participam da reação. Então, ambos os processos podem, simplesmente,
ser representados pela EQUAÇÃO IÔNICA:
Ag+ + Cl- → AgCl
A EQUAÇÃO IÔNICA mostra que a reação ocorre, essencialmente entre os íons Ag+ e Cl- na formação
do precipitado branco de AgCl.
CAPÍTULO 5
REAÇÕES POR VIA ÚMIDA
Solubilização de amostras sólidas (abertura ou preparação da amostra para análise).
O ensaio prioritário é feito com água laboratorial. Caso a amostra não se dissolva é escolhido outro
reagente necessário para a sua abertura (dissolução da amostra). Os reagentes preferenciais são os
ácidos, pois a maioria das amostras sólidas apresentam características alcalinas ou sais e óxidos que
sofrem ataque por estes compostos.
A ação dos ácidos mais comumente usados pode ser assim resumida:
HCl : O ácido clorídrico é o solvente básico para a análise de minérios, minerais, e algumas ligas
metálicas. Rochas carbonáticas são facilmente solubilizadas, até mesmo a frio, mas deixam um resíduo
insolúvel (geralmente sílica, pirita, grafite e silicatos).
Óxidos e hidróxidos de ferro e manganês dissolvem-se em HCl com maior ou menor facilidade. Hematita
e magnetita dissolvem-se em 15 min. Silicatos são, em sua grande maioria, insolúveis em HCl. Com HCl,
pode-se trabalhar em recipientes de vidro, a volatilização do ácido é fácil e os sais obtidos são
geralmente solúveis em água.
HNO3: o ácido nítrico, diluído ou concentrado, é um ótimo solvente para inúmeros minerais,
particularmente sulfetos e fosfatos. Por seu poder oxidante, o ácido nítrico dissolve a maioria dos
elementos em sua forma metálica, bem como ligas metálicas.
ÁGUA RÉGIA: A combinação do ácido clorídrico com o nítrico chega muito perto do Alcaest (solvente
universal) que os alquimistas tanto procuraram. Na proporção de 3:1 (v/v) forma-se a Água Régia, cujos
componentes ativos são o cloreto de nitrosila e o cloro nascente (facilmente combinável, formando cloro
gasoso), ambos tremendamente agressivos e oxidantes. A reação que ocorre na mistura dos dois ácidos
A água régia dissolve óxidos, sulfetos e sulfossais, minérios polimetálicos e ligas metálicas. Além disso,
pode dissolver materiais como ouro e platinóides.
A Água Régia, embora amplie a ação dos ácidos que a formam, não dissolve todos os minerais.
Continuam insolúveis ou de demorada solubilização algumas ligas metálicas (platinóides), e minerais
como cassiterita, columbita-tantalita, zirconita, barita, cromita, rutilo, espinélio, e alguns silicatos, entre
outros.
HF: O ácido fluorídrico tem alta afinidade por alguns íons, formando complexos importantes com Be, B,
Nb, Ta, Ti e Zr. Por esta característica, o HF tem sido usado industrialmente para separar esses e outros
íons de soluções complexas. Sua ação sobre material geológico difere grandemente dos demais ácidos
pela reação com sílica e silicatos, formando o instável e volátil SiF4, facilmente removido de uma solução
por aquecimento. Há que se remover, posteriormente, os fluoretos restantes, pois causam uma série de
perturbações nas análises, além de corroer materiais de vidro.
H2SO4 - Embora possa decompor vários minérios, é pouco usado em material geológico. O ácido
sulfúrico é o mais denso dos ácidos minerais até agora mencionados, e a viscosidade resultante provoca
um forte abatimento de sinal, que deve ser compensado pela identidade ácida de padrões e amostras.
Pode ser usado na decomposição de muitos minérios como sulfetos, terras raras, fluorsilicatos e
compostos de Nb, Ta, Ti e Zr.
HClO4 - Sendo um agente oxidante poderoso, consegue dissolver materiais refratários, mas oferece
perigo de explosão em contato com matéria orgânica. É mais usado como oxidante, em pequenas
Técnico em Química 19 Química Analítica Qualitativa e Quantitativa
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quantidades, junto a outros ácidos, como o fluorídrico. A fluorização de amostras é muito usada, como
citado anteriormente, pela eliminação de boa parte da massa pela volatilização do silício, mas o ácido
fluorídrico deve ser eliminado completamente, para não danificar os equipamentos. O ácido perclórico e
o sulfúrico costumam ser usados: a visualização do final da volatilização do HF é acompanhada pelo
aumento de fumos densos e brancos desses ácidos, cujos pontos de ebulição são bem superiores ao do
fluorídrico. O ácido perclórico é preferido ao sulfúrico nas fluorizações por dois motivos: os sais
resultantes (cloretos) são mais solúveis que os sulfatos e o seu poder oxidante é maior, auxiliando a
solubilização em geral.
H3PO4 - A ação do ácido fosfórico sobre os minerais é muito semelhante à do sulfúrico, e pode ser usado
tanto na destilação do flúor como na solubilização de minerais portadores de terras raras, com a
vantagem de ser a solubilização um pouco mais rápida. Fosfatos são facilmente solubilizados, assim
como sulfetos, cromita, minérios de manganês e ferro, mas este ácido tem sido pouco usado, talvez por
repetir a ação de outros ácidos mais comuns.
ÁCIDOS ORGÂNICOS - São importantes nas análises de material geológico por sua ação bastante
seletiva em determinadas fases minerais.
O ácido acético a 10% em volume é usado para dissolver carbonatos em minérios onde coexistem
fluorita e calcita, podendo-se estimar o teor de calcita pela dosagem do Ca na solução. Fábricas de
cimento utilizam esse ácido na avaliação da matéria-prima.
Após a etapa preliminar, percebe-se que a adição de um reagente a solução que contém a amostra em
estudo leva a formação de um precipitado, por desprendimento de gás, ou por mudança de cor. A
maioria das reações de análise qualitativa é conduzida por via úmida.
Reações analíticas usadas no método via úmida
Reações seletivas: são aquelas que sob certas condições tornam possível detectar alguns íons na
presença de outros. A quelação do Ni2+ com dimetilglioxima (DMG) em meio amoniacal (pH=8) é uma
reação seletiva amplamente empregada na análise química.
Outros íons também reagem com a DMG, porém em outras condições de reação. Havendo condições
seletivas, íons Ni2+ podem ser detectados na presença de outros íons. Portanto, diz-se que uma reação é
seletiva quando ocorre somente com um número restrito de íons em determinadas condições. A
seletividade de uma reação é tanto maior quanto menor for o número de íons que dá teste positivo.
Em síntese:
CAPÍTULO 6
CLASSIFICAÇÃO DOS CÁTIONS (ÍONS METÁLICOS) EM GRUPOS ANALÍTICOS
Para fins de análise qualitativa sistemática, os cátions são classificados em cinco grupos, tomando-se
por base sua peculiaridade a determinados reagentes, ou seja, os íons de comportamento análogo são
reunidos dentro de um grupo. Os reagentes usados para a classificação dos cátions mais comuns são o
ácido clorídrico, o ácido sulfídrico (sulfeto de hidrogênio), o sulfeto de amônio e o carbonato de amônio.
A classificação baseia-se no modo como os cátions reagem a tais reagentes pela formação ou não de
precipitados. Os cincos grupos e suas características são, como se segue:
Classificação dos Cátions (íons metálicos) em Grupos Analíticos
Curiosidade sobre o Grupo III: Vaitsman e Olymar classificam os cátions que não estão em negrito em grupo III e os
em negrito em grupo IV. A solução que contém o primeiro grupo, depois de acidificada com HCl concentrado é aquecida
com cloreto de amônio (sólido) e hidróxido de amônio concentrado, formando hidróxidos. A solução que contém o
segundo grupo tratada com ácido sulfídrico leva a formação de sulfetos. O sistema de grupo de cátions pode ser
estendido para satisfazer a inclusão de íons menos comuns, como o tungstênio, molibdênio, titânio, vanádio e berílio
que têm importantes aplicações industriais. São denominados íons menos comuns ou mais raros devido sua análise
qualitativa de rotina ser menos comum. Logo, nosso estudo se restringirá apenas aos cátions que ocorrem com mais
freqüência nas amostras comuns. Sendo que serão estudadas apenas as reações mais importantes de um número
limitado de cátions.
CAPÍTULO 7
TÉCNICAS DE ANÁLISE QUALITATIVA
-Adição de Reagentes
É vital que os reagentes sejam preservados contra contaminação. Conta-gotas de frascos de
reagentes devem ser mantidos acima dos tubos ou outros recipientes e não é permitido tocá-los.
Algumas vezes, particularmente na neutralização, é desejável adicionar menos de uma gota de
reagente. Comprima levemente o bulbo do conta-gotas e remova com um bastão limpo a fração de
uma gota que emerge primeiro da extremidade do conta-gotas, introduza então o bastão na solução.
Amostragem
É essencial que a amostra tirada de uma grande quantidade de material para análise, seja
representativa, isto é, deve conter todos os constituintes presentes no material. No caso de uma
solução é necessário apenas que seja perfeitamente misturada antes que os sólidos tenham tempo
de decantar.
Materiais sólidos podem não ser homogêneos, mesmo depois de terem sido eles cuidadosamente
misturados. A separação dos constituintes pode ocorrer depois que a mistura for guardada caso os
mesmos diferirem consideravelmente em densidade. Examine o material com o auxílio de uma lente
para evidenciar falta de homogeneização e nesse caso misture completamente antes de separar uma
amostra.
Aquecimento de Soluções
As soluções em cápsulas podem ser aquecidas diretamente sobre a chama com tela de amianto ou
em chapas de aquecimento. Isto não é satisfatório para soluções contidas em tubos de ensaio por
causa da tendência em formar bolhas de vapor no fundo e expelir a solução à medida que o volume
se expande. Aqueça sempre essas soluções em tubos imersos em banho-maria. Um banho simples
pode ser feito utilizando um béquer de 250 mL.
– Centrifugação
Para a separação de quantidade pequena de material, a centrifugação é muito mais rápida que a
filtração. Uma centrífuga submete um objeto a uma força excessivamente maior que a gravidade. Se
“d” é a distância do eixo de rotação para o precipitado, a força atuante sobre este é proporcional a “d”
multiplicado pelo quadrado da velocidade da rotação. Quando “d” é 11 cm e a velocidade de rotação
é de 1650 rpm, a força é cerca de 330 vezes maior que a gravidade. O precipitado decantará 330
vezes mais rápido na centrífuga do que em um tubo colocado em uma estante.
Centrifugue apenas alguns minutos, 1 ou 2 minutos a uma velocidade 2. Não é necessário utilizar a
velocidade máxima de sua centrífuga. Compartilhe o uso da centrífuga com os outros. “NÃO A
MONOPOLIZE”.
♦ Tubos de ensaio são satisfatórios para a maioria das centrifugações e são preferencialmente
usados
porque as soluções são facilmente misturadas em tubo de fundo maior.
♦ Algumas centrífugas podem ser freadas com a mão ou com um dispositivo mecânico, porém isso
não é aconselhável, pois se for feito muito abruptamente o precipitado pode se redispersar no tubo.
– Separação de um precipitado
Depois de centrifugar um precipitado num tubo de ensaio deve-se separar o líquido sobrenadante. O
modo mais simples será usando a pipeta conta-gota para succionar. É claro que antes de inserir a
pipeta na solução deve-se expelir o ar de dentro do bulbo da borracha. Se o ar for expelido com a
ponta da pipeta introduzida no líquido poderá provocar novamente a dispersão do sólido, devido ao
movimento brusco ocasionado no líquido.
– Lavagem do Precipitado
Mesmo após a remoção do líquido sobrenadante, todos os precipitados conterão ainda uma pequena
quantidade de solução. O precipitado pode também absorver íons da solução em sua superfície. Para
remover esses íons e melhorar a pureza do precipitado, ele deve ser lavado. O solvente de lavagem
é usualmente água, mas algumas vezes é vantajoso lavá-lo com uma solução muito diluída do
reagente usado para a precipitação.
Os cloretos do primeiro grupo de cátions, por exemplo, são lavados com ácido clorídrico muito diluído,
porque sua solubilidade é mais baixa na presença do íon cloreto. A lavagem é efetuada adicionando-
se o líquido ao precipitado e utilizando um bastão de vidro para desagregar o precipitado e dispersá-
lo no líquido. Após a centrifugação o líquido de lavagem pode ser adicionado à primeira solução se
contiver quantidade apreciável de íons, ou pode ser abandonado.
Como regra geral é mais eficiente lavar o precipitado com duas pequenas porções de líquido de
lavagem do que apenas uma porção de maior volume.
– Medidas de Quantidade
As quantidades de soluções são medidas em gotas ou mililitros. Uma gota padrão corresponde a 0,05
mL, desse modo 20 gotas correspondem a um mililitro. Na maioria das vezes é suficiente supor que
os conta-gotas usados liberem gotas desse tamanho. O volume de uma gota pode variar não apenas
com as dimensões do conta-gotas, mas com o reagente, praticamente ignoramos tais variações.
Quando se requer uma medida mais precisa de volume, usam-se pipetas capilares calibradas.
As quantidades de sólidos são convenientemente medidas com uma balança analítica de
sensibilidade de 10 mg (0,01 g ou 0,1 cg). Essa sensibilidade é satisfatória para a maioria do trabalho.
Pese por diferença: pese primeiro um tubo de ensaio e em seguida pese-o contendo a amostra.
Quando a medida exata de uma quantidade não é importante, pode-se usar uma espátula.
– Dissolução de Amostras
Aqui, são consideradas apenas as situações mais simples que possuem as amostras desconhecidas.
O solvente mais desejável é a água. Teste a solubilidade de uma pequena quantidade (menos que 20
mg) em água. Se a amostra não se dissolver rapidamente à temperatura ambiente depois de agitar
adequadamente, então experimente aquecer por alguns minutos em banho-maria. Adicione mais água
se as primeiras gotas parecerem dissolver um pouco a amostra, mas não toda. Caso a amostra não
se dissolva em água, teste sua solubilidade em ácido nítrico 6 mol/L. Espere um pouco para que a
amostra se dissolva em ácido. Alguns sais se hidrolisam extensivamente em água formando
precipitados. Muitas vezes é mais fácil dissolvê-los diretamente em ácido do que tentar dissolver o
precipitado que se forma por hidrólise.
Ácidos concentrados e água régia (3:1 HCl:HNO3) podem algumas vezes serem usados com
vantagem, mas devem ser evitados, se possível, pois o excesso de ácido teria que ser neutralizado
ou removido por evaporação. Alguns sais são notavelmente insolúveis em ácidos concentrados.
– Evaporação de Soluções
Os recipientes mais adequados para evaporação de alguns mililitros de uma solução são as cápsulas.
Micros cadinhos também podem ser usados para evaporação de algumas gotas. Béqueres pequenos
(5 ou 10 mL) também podem ser usados para evaporação, mas não devem ser aquecidos diretamente
na chama.
Evaporações devem ser conduzidas de modo que o material não se perca por projeções. Usualmente
não é desejável superaquecer um resíduo por evaporação completa, pois ele é muitas vezes volátil
ou muda para uma forma menos solúvel.
Sendo assim, durante uma evaporação em que se utiliza cápsula, mantenha os ingredientes sob
agitação circular para mantê-los sempre úmidos, pois o centro do material seca primeiro. Antes de
atingir a completa secura, retire a cápsula da chapa e deixe o calor do próprio recipiente completar a
evaporação, isso evitará o superaquecimento.
CAPÍTULO 8
REAÇÕES QUÍMICAS
MATERIAIS E REAGENTES
Tubos de ensaio / Estante para tubos de ensaio / Pinça de madeira / Pinça metálica ou tenaz
Bico de Bunsen / Tela de amianto e tripé / Cápsula de porcelana / Pisseta com água destilada
Bastão de vidro / Papel indicador universal (pH faixa de 0 – 14) / Prego previamente lixado
Fita de Mg / Sulfato de cobre II 0,1 mol/L / Sulfato de zinco 0,1 mol/L
Cloreto de bário 0,1 mol/L / Cloreto de ferro III 0,1 mol/L / Ferrocianeto de potássio 0,1 mol/L
Zinco em pó ou em grânulos / Ácido clorídrico 10% / Cloreto de sódio 0,1 mol/L
Ácido clorídrico 0,2 mol/L / Nitrato de prata 0,1 mol/L / Nitrato de alumínio 0,2 mol/L
Hidróxido de amônio 30% / Sulfato de sódio 0,1 mol/L / Ácido nítrico 1 mol/L
Acetato de sódio sólido / Nitrato de ferro III 1 mol/L / Tiocianato de potássio 1 mol/L
Ácido acético 1 mol/L / Acetato de sódio 0,2 mol/L./ Hidróxido de amônio 1 mol/L
Cloreto de amônio 0,2 mol/L / Ácido clorídrico 0,1 mol/L / Hidróxido de sódio 0,1 mol/L
Cloreto de amônio 0,1 mol/L / Bicarbonato de sódio 0,1 mol/L / Carbonato de sódio 0,1 mol/L
OBJETIVOS
• Desenvolver a capacidade de observar e coletar dados experimentais, correlacionando-os.
• Utilizar tabelas na resolução de problemas de laboratório.
• Realizar algumas reações químicas para entender a técnica laboratorial.
• Escrever as equações correspondentes para fortalecer o domínio do tema.
• Preparar e observar sistemas ácido-base em equilíbrio.
• Verificar os efeitos da variação de concentração sobre a posição do equilíbrio.
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
A matéria encontra-se em permanente transformação. Certas transformações conduzem a variações
drásticas na composição química das espécies, por meio de ruptura e formação de ligações
interatômicas, quase sempre acompanhadas de trocas energéticas com o ambiente. São
transformações geralmente descritas através de equações químicas e recebem a denominação
específica de reações químicas.
Uma reação química ocorre quando certas substâncias se transformam em outras. Para que isso
possa acontecer, a ligação entre átomos e moléculas deve ser rompida e deve ser restabelecida de
outra maneira.
Como estas ligações podem ser muito fortes, energia, geralmente na forma de calor, é necessária
para iniciar a reação. As novas substâncias possuem propriedades diferentes das substâncias
originais (reagentes).
Como a ocorrência de uma reação química é indicada pelo aparecimento de novas substâncias (ou
pelo menos uma) diferentes das que existiam antes, quando as substâncias reagem, às vezes
ocorrem fatos bastante visíveis que confirmam a ocorrência da reação e dentre eles, podemos
destacar:
desprendimento de gás ou luz, mudança de coloração, liberação de odor, formação de precipitados
etc.
As reações químicas não ocorrem somente nos laboratórios, mas, em toda a parte e a todo o
momento.
Oxidação e redução são exemplos destes tipos de reações que ocorrem em nosso dia-a-dia.
Transformações de estado como, por exemplo, fusão, ebulição, sublimação, condensação e
solidificação, também envolvem ruptura e formação de ligações, porém estas não alteram a
composição química das espécies. Neste caso, as ligações rompidas ou formadas são ligações
intermoleculares ou, mais genericamente, interpartículas enquanto, nas reações químicas, são
rompidas e/ou formadas ligações intramoleculares ou intrapartículas (partículas, no caso, podem
ser moléculas ou íons).
Nesta aula prática, você efetuará reações envolvendo substâncias em solução aquosa (reações por
via úmida) e substâncias não dissolvidas em solventes (reações por via seca) e poderá propor
algumas generalizações a respeito da ocorrência de reações em solução.
Quando um sólido iônico é dissolvido em um líquido (geralmente água), as interações com o solvente
conduzem à formação de íons solvatados, com características bastante distintas das exibidas no
retículo iônico. Inúmeros fatores influem na estabilidade dos íons em solução. Quando os compostos
iônicos são pouco solúveis, a concentração de seus íons, na solução, é baixa. Assim, quando pelo
menos um desses íons é introduzido na solução em quantidades mais altas do que as produzidas
normalmente pela dissolução parcial do sal, o que se verifica é uma rápida associação do mesmo com
o contra-íon pré-existente na solução, formando o composto pouco solúvel. Essas reações são
chamadas de precipitação.
Muitos compostos covalentes são capazes de produzir íons em solução, de maneira semelhante aos
compostos iônicos. Os ácidos e as bases fracas são exemplos típicos destes compostos. Quando a
extensão em que ocorre a ionização é baixa, os compostos são ditos pouco dissociados. Neste caso,
a mistura de quantidades excessivas desses íons em solução é sempre acompanhada de sua rápida
associação, formando o produto pouco dissociado. Produtos pouco dissociados podem ser água,
ácidos e bases fracos e complexos .
Ao lado das reações de associação ou de combinação acima discutidas (também denominadas
metatéticas), os íons, átomos e moléculas podem perder ou ganhar elétrons, oxidando-se ou
reduzindose, respectivamente. Estas transformações exigem sempre a presença simultânea de um
doador e de um receptor de elétrons e são denominadas reações de oxirredução Equação Química
A equação química é a forma de se descrever uma reação química. Símbolos e números são utilizados
para descrever os nomes e as proporções das diferentes substâncias que entram nestas reações. Os
reagentes são mostrados no lado esquerdo da equação e os produtos no lado direito. Não é criada e
nem destruída matéria em uma reação, os átomos somente são reorganizados de forma diferente,
por isso, uma equação química deve ser balanceada: o número de átomos na esquerda precisa ser
igual ao número de átomos da direita.
Exemplo de uma Equação Química não equilibrada:
H2 + Cl2 → HCl
Exemplo de uma Equação Química equilibrada:
H2 + Cl2 → 2HCl
Oxidação e Redução
Oxidação e redução são exemplos destes tipos de reações que ocorrem em nosso dia-a-dia. A
oxidação pode ocorrer em três circunstâncias: quando se adiciona oxigênio a substância, quando uma
substância perde hidrogênio ou quando a substância perde elétrons. Quando o magnésio queima no
ar, o metal se transforma em cinza à medida que vai ganhando oxigênio e se torna oxidado. Essa
cinza é o óxido de magnésio.
A redução, por sua vez, é o inverso e ocorre também de três maneiras: quando uma substância perde
oxigênio, quando ganha hidrogênio ou quando ganha elétrons. Quando o Óxido de Cobre (negro) é
colocado em aparelhagem apropriada (câmara) para redução do Óxido de Cobre, o Gás Hidrogênio
entra em contato com o Óxido de Cobre superaquecido e como resultado ele perde oxigênio e vai aos
poucos tornando-se rosa, pois, está sendo reduzido a Cobre.
Reação Redox
Sabe-se que oxidação e redução ocorrem juntas na mesma reação química. Esse fenômeno recebe
o nome de reação redox (ou de oxirredução). Algumas dessas reações são muito úteis para a
indústria. O ferro, por exemplo, é extraído pela combinação do minério de ferro com o monóxido de
carbono, num alto-forno. Nessa reação, o minério perde oxigênio para formar o ferro e o CO recebe
oxigênio para formar o CO2. A ferrugem é um dos resultados de uma reação redox, na qual o ferro se
oxida e forma o óxido de ferro (ferrugem), e o oxigênio do ar é reduzido.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
.1. Coloque, num tubo de ensaio, 2-3 gotas de solução de cloreto de sódio 0,1 mol/L ou ácido clorídrico
0,2 mol/L e observe o seu aspecto. Adicione 1 gota de solução de nitrato de prata 0,1 mol/L.
Guarde este tubo e examine-o após 30 minutos.
Anote a sua observação.
Escreva a equação química que representa este processo na forma completa e na forma iônica.
.2. Adicione, em um tubo de ensaio, 2-3 gotas de solução aquosa de nitrato de alumínio 0,2 mol/L.
Após isto, coloque, gota a gota, solução de hidróxido de amônio 30%, agitando o tubo após cada
adição.
Deixe de adicionar hidróxido de amônio quando observar mudança do sistema. Anote as
suas observações e tente justificá-las.
Escreva a equação química que representa este processo na forma completa e na forma iônica.
.3. Coloque, num tubo de ensaio, algumas gotas de solução de cloreto de bário 0,1 mol/L e adicione
gotas de solução de sulfato de sódio 0,1 mol/L ou sulfato de zinco 0,1 mol/L. Observe e interprete o
que ocorre no sistema.
Escreva a equação química que representa este processo na forma completa e na forma iônica.
3.1. Coloque 5 gotas de ácido nítrico 1 mol/L num tubo de ensaio. Dobre o volume obtido com água
destilada e agite a solução com o auxílio de um bastão de vidro.
Determine, através de um papel indicador, o caráter ácido-básico da solução. Marque o valor obtido
e conserve o conteúdo do tubo. Escreva equação ocorrida no sistema em estudo.
3.2. À solução obtida em 3.a, adicione uma pequena porção de acetato de sódio sólido. Agite bem o
tubo até dissolver o sal e determine novamente o caráter ácido-básico desta mistura. Compare com
o resultado obtido na experiência anterior, procurando sentir o odor que deve se desprender da
mistura recentemente preparada. Use as Tabelas para justificar, teoricamente, a formação do
produto, escrevendo as equações químicas que representam as transformações observadas no
sistema. Anote as suas observações. Escreva equações ocorridas no sistema em estudo.
3.3. Coloque uma pequena porção de acetato de sódio sólido em um tubo de ensaio. Adicione água,
agitando até dissolver. Determine o caráter ácido-básico da solução, utilizando papel indicador.
Observe e interprete seus resultados. Escreva as equações químicas que representam as
transformações ocorridas no sistema.
4.1. Coloque em um tubo de ensaio 10 gotas de solução de sulfato de cobre II 0,1 mol/L. Adicione a
este tubo, aos poucos e sob agitação, hidróxido de amônio 30%.
Anote a mudança no aspecto da solução comparando o sistema antes e depois da adição da base.
Escreva a equação química que representa esta transformação.
4.2. Coloque em um tubo de ensaio 4 gotas de solução de nitrato de ferro III 1 mol/L e dobre o volume
com água destilada. Junte 2 gotas de tiocianato de potássio 1 mol/L e agite. Observe o que ocorre e
anote suas considerações.
Escreva a equação química que representa a transformação ocorrida no sistema.
5.1. Coloque em um tubo de ensaio um pouco de solução de sulfato de cobre II 0,1 mol/L e um prego
previamente lixado. Observe após algum tempo.
Escreva a equação que representa esta reação.
5.2. Apanhe uma fita de Mg, previamente lixada, de aproximadamente 3 cm de comprimento e
coloque sobre uma tela de amianto de forma que cerca de 1 cm fique fora do amianto e o resíduo
gerado possa a ser recolhido numa cápsula de porcelana. Acenda o bico de Bunsen e aproxime a
chama da fita. Ao se iniciar a reação, apague o bico. Observe o que ocorre. Coloque água no
resíduo da cápsula, homogeneíze bem até dissolver e teste o pH da solução com papel indicador
universal. Escrevas as equações ocorridas nesses ensaios.
Cuidado: temperatura proveniente da reação é bastante alta.
CAPÍTULO 9
REAÇÕES DE EQUILÍBRIOS ÁCIDO-BASE
2. Cite alguns produtos encontrados no comércio, para uso cotidiano, que apresentam
características ácidas ou básicas e diga que substâncias neles contidas são responsáveis por tais
características.
Constituem este grupo os seguintes cátions: Ag+, Hg22+ e Pb2+. Esses íons são precipitados como
cloretos insolúveis pela adição de um pequeno excesso de HCl diluído, daí o grupo ser conhecido
como grupo do cloreto insolúvel. Nenhum dos outros cátions considerados neste estudo sistemático
formam precipitados nesta condição, de modo que os íons deste grupo são separados e identificados
primeiro na análise de um grupo geral de cátions. Os íons cobre (I), ouro (I) e Tálio (I) também podem
ser incluídos neste grupo, pois formam cloretos insolúveis, porém não são comumente encontrados.
PRECIPITAÇÃO DO GRUPO
As solubilidades dos cloretos de prata e de mercúrio (I) são muito baixas e estes sais podem ser
precipitados, quase completamente, mediante adição de um pequeno excesso de ácido clorídrico à
solução de cátions. O cloreto de chumbo é muito mais solúvel, só precipitando se a
concentração do íon Pb2+ for elevada. Portanto, bastante chumbo é deixado em solução para
precipitar como sulfeto de chumbo com o 2º grupo de cátions.
O ácido clorídrico é preferido para a precipitação do grupo por não introduzir cátions (tais como
Na+, K+)que deverão ser identificados mais adiante no curso da análise, e porque cria e/ou mantém
uma acidez
na solução. As equações iônicas da precipitação dos cloretos insolúveis são:
A solução deve estar suficientemente ácida com HCl para prevenir a precipitação dos oxicloretos de
bismuto (III) e antimônio (III), ambos brancos e insolúveis em meio aquoso.
Além do mais, o excesso de íons cloreto assegura uma precipitação mais completa dos cloretos deste
grupo devido à redução de suas solubilidades pelo efeito do íon comum. Entretanto, um grande
excesso do ácido deve ser evitado para que não haja redissolução do precipitado devido à formação
de cloro complexos solúveis, fracamente dissociados, com o excesso de íons cloreto.
O precipitado resultante da separação dos cátions do grupo da prata é constituído por uma mistura
de AgCl, Hg2Cl2 e PbCl2. Dos íons deste grupo o chumbo é separado primeiro levando em
consideração o aumento da solubilidade do PbCl2 com a elevação da temperatura. Como
demonstrado através da Tabela, todos os cloretos deste grupo tornam-se mais solúveis com o
aumento da temperatura, mas o efeito só é pronunciado no caso do PbCl2. Enquanto a 100oC, 1 mL
de água dissolve apenas 0,0021 mg
de AgCl, a quantidade de PbCl2 que se dissolverá em 1 mL de água e a 100oC será superior a 30
mg.
Como a solubilidade do AgCl e Hg2Cl2 é ainda muito baixa em temperatura elevada, estes dois
cloretos não podem ser detectados pelos métodos da análise qualitativa. Assim, a água quente
dissolve apenas o PbCl2 sólido.
Como o AgCl e o Hg2Cl2 são insolúveis em água quente, esta diferença constitui a base
para a separação dos íons chumbo dos íons prata e mercúrio (I).
O cloreto de chumbo solúvel em água quente ou mesmo como precipitado em água fria é facilmente
convertido pelo íon cromato, no cromato de chumbo menos solúvel e de cor amarelo- brilhante,
confirmando a presença do chumbo.
O resíduo proveniente da extração com água quente pode ser cloreto de prata ou de mercúrio (I) ou
uma mistura de ambos. Estes dois sólidos diferem na reação com a amônia. O AgCl é solúvel em
amônia. O Hg2Cl2 reage com a amônia para formar uma mistura de Hg e HgNH2Cl, ambos insolúveis.
Este fato é a base para a separação dos íons prata dos íons mercúrio (I).
A reação da amônia com o AgCl sólido forma o íon complexo solúvel, diaminprata, Ag(NH3)2+, que
é
incolor em solução aquosa.
HgNH2Cl,branco.
A formação do resíduo preto é, em geral, uma indicação suficiente da presença de mercúrio (I) na
amostra original.
IDENTIFICAÇÃO DA PRATA
A presença do íon prata é confirmada acidificando com ácido nítrico a solução amoniacal resultante
da separação do mercúrio (I). A amônia que se encontra em equilíbrio com os íons diaminprata é
convertida no íon amônio pelos íons H+ do ácido, deslocando o equilíbrio de dissociação do complexo
para a direita, e os íons prata então se combinam com os íons cloreto da solução para formar cloreto
de prata, branco.
Quando o mercúrio encontra-se presente em grande quantidade, pequenas quantidades de íon prata
podem ser perdidas pela redução do cloreto de prata a prata metálica, prejudicando sua identificação.
2AgCl(s) + 2Hg(l) → 2Ag(s) + Hg2Cl2(s)
Se o teste da prata é indefinido ou negativo, a prata deve ser investigada no resíduo negro do
tratamento
com amônia. Este resíduo é dissolvido em água régia, que converte a prata em cloreto de prata.
Ag(s) + Cl-(aq) +
ou, com excesso de cloreto, no íon dicloroargentato, AgCl2-.
Observações:
1- Ácido clorídrico diluído (ou cloretos solúveis): forma-se um precipitado branco (cloreto de
chumbo) em solução fria e não muito diluída:
O precipitado pode ser tratado com água quente na qual apresenta certa solubilidade (33,4 g L-1 a
100ºC contra 9,9 g L-1 a 20ºC).
Ele é também solúvel em ácido clorídrico concentrado ou cloreto de potássio concentrado, formando
íons tetracloroplumbato (II) ([PbCl4]2-):
Se o precipitado for lavado após decantação e sifonação e se adicionar amônia diluída, não se
observará qualquer alteração (diferença dos íons mercúrio (I) ou prata), embora ocorra uma reação
de precipitação concorrente, formando-se o hidróxido de chumbo:
-(aq)
2- Ácido sulfúrico diluído (ou sulfatos solúveis): forma-se um precipitado branco de sulfato de
chumbo:
Ele é dissolvido em ácido nítrico ou hidróxido de sódio. Ambas as reações são reversíveis utilizando
amônia ou ácido acético nestes equilíbrios e fazendo o cromato de chumbo precipitar quando
favorecer a sua formação.
A solução mais concentrada de iodeto de potássio (6mol/L) dissolve o precipitado e forma íons
tetraiodoplumbato (II) ([PbI4]2-). Ele é moderadamente solúvel em água fervente, dando uma solução
incolor, da qual se separa por resfriamento, formando lâminas amarelo-douradas. Um excesso de
solução de iodeto de potássio (6 mol/L) dissolve o precipitado que pode reaparecer por diluição do
meio.
Observações: Produtos de análise mais comuns contendo chumbo são: Ligas metálicas (solda,
fusíveis,projéteis), canos, munição, baterias, minérios (galena-PbS, cerusita-PbCO3, anglesita-
PbSO4),inseticidas, vernizes, esmaltes, tintas (zarcão), antidetonante da gasolina [Pb(C2H5)4],
recobrimento de cabos telefônicos, chapas contra radiações...
O mercúrio é um metal branco prateado, líquido nas temperaturas normais e apresenta um peso
específico de 13,534 g mL-1 a 25ºC. Não é atacado pelo ácido clorídrico ou pelo ácido sulfúrico
2mol/L,
mas reage prontamente com o ácido nítrico. A frio e em concentração média de ácido nítrico
(8mol/L),com um excesso de mercúrio produz íons mercúrio (I)
e com excesso de ácido nítrico concentrado a quente, formam-se íons de mercúrio (II)
CAPÍTULO 10
VOLUMETRIA
Cálculo da volumetria
temos:
Sendo:
À primeira vista pode-se pensar que a reação entre quantidades equivalentes de um ácido e de uma
base resultaria sempre em uma solução neutra. Entretanto isto não é verdade, por causa dos fenômenos
de hidrolise que acompanham as reações entre ácidos fortes e bases fracas ou ácidos fracos e bases
fortes.
Além disso, a detecção do ponto final na volumetria ácido-base pode se tornar difícil devido a efeitos
tamponantes gerados no meio reagente, que podem prejudicar a ação dos indicadores.
Estas características dos sistemas ácido-base devem ser bem conhecidas e estar sob controle
durante a realização de uma análise por neutralização.
O hidróxido de sódio não é um padrão primário porque sempre contém uma certa quantidade
indeterminada de água e de Na2CO3 adsorvida no sólido. Por esta razão é necessário preparar uma
solução de NaOH de concentração próxima daquela desejada e determinar a sua concentração real através
de titulações contra amostras de um padrão primário. O procedimento a ser seguido consiste em
pesar aproximadamente 0,21 g de NaOH em pastilhas e dissolvê-las em água destilada previamente fervida
e resfriada. A solução é então diluída até cerca de 500,0 mL e armazenada em um frasco plástico.
Para a padronização desta solução usam-se amostras de ftalato ácido de potássio (biftalato de
potássio, C6H4(COOH)(COOK)), seco em estufa por 1-2 horas a 110°C. Pesam-se exatamente, por
diferença, duas ou mais amostras de 0,03 a 0,035 g (anotando até ± 0,1 mg) de sal e transfere-se cada
uma delas para um erlenmeyer de 250 mL, ao qual são adicionados cerca de 25 mL de água destilada.
Agita-se com cuidado até a dissolução total da substância e titulam-se separadamente as amostras com a
solução de NaOH preparada, usando-se duas gotas de solução de fenolftaleína como indicador. O
aparecimento de uma leve coloração rosada que perdura por cerca de 30
segundos indica o ponto final da titulação. Calcula-se, então, através dos dados experimentais
O ácido clorídrico também não é um padrão primário e por isso torna-se necessário padronizá-lo.
Sabe-se que o cloridreto (HCl gasoso) tem uma massa molar de 36,5 g mol -1 e que uma solução
saturada deste gás fornece uma solução a 35,6% (m/m) de HCl, com uma densidade d
= 1,18 g mL-1. Tendo-se conhecimento destes dados, calcula-se que cerca de 0,45mL (medidos
com uma proveta) desta solução saturada (HCl, 12 mol L-1) devem ser tomados e diluídos a 500mL
para se obter uma solução aproximadamente 0,01 mol L-1 do referido ácido.
A padronização desta solução é feita com carbonato de sódio (padrão primário) previamente aquecido
a 270ºC < T < 300ºC por 1 hora. O procedimento a ser seguido na prática consiste em pesar, por
diferença, 0,02 a 0,025 g (anotando até ± 0,1 mg) do sal tratado termicamente, transferir a amostra pesada
para um erlenmeyer de 250 mL, adicionar 25 mL de água destilada, duas gotas de vermelho de metila 0,1%
(m/V). Titular até a viragem para coloração rósea. Aquecer a ebulição, para
eliminar o gás carbônico. Esfriar e prosseguir a titulação. Repetir essa operação até coloração
rósea persistente. Com os dados obtidos, calcular a concentração em mol.L-1 da solução de HCl.
O ácido acético é um ácido fraco tendo um Ka de 1,8x10-5. ele é amplamente usado em química
industrial na forma de ácido acético glacial (densidade de 1,053 e 99,8% m/m) ou em soluções diferentes
concentrações. Na indústria alimentícia é consumido como vinagre, que é uma solução diluída do ácido
acético glacial (3,5 a 8% m/V).
PROCEDIMENTO:
Lava-se, seca-se e pesa-se um erlenmeyer de 250mL (anotando até mg em balança analítica). Agita-
se bem a amostra recebida e transfere-se rapidamente 5 a 6 g para cada o erlenmeyer. Pesa-se novamente
e por diferença anota-se a massa do leite de magnésia. Usando-se uma pipeta volumétrica de 50 mL
(aferida) ou uma bureta de 50 mL adicionam-se exatamente 50 mL da solução padrão de ácido
-1
clorídrico 0,5 mol L para o erlenmeyer. Agita-se para assegurar uma reação completa. A amostra deve
dissolver-se completamente. Se a solução ficar turva ou restar algum precipitado, isto indica que não foi
colocada uma quantidade suficiente do ácido clorídrico. Conseqüentemente, deve-se adicionar uma
quantidade extra, conhecida, do HCl.
VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
Baseados nos diferentes tipos de indicadores disponíveis, existem três métodos distintos para
Método de Mohr
Segundo o método de Mohr para a determinação de cloretos, o haleto é titulado com uma solução-
padrão de nitrato de prata usando-se cromato de potássio como indicador. No ponto final, quando a
precipitação do cloreto for completa, o primeiro excesso de íons Ag+ reagirá com o indicador
ocasionando a precipitação do cromato de prata, vermelho.
prata. Considerando-se que as concentrações dos íons Ag+ e Cl- em solução (em equilíbrio com o sólido
AgCl) são iguais, é fácil calculá-las a partir do valor do
produto de solubilidade:
+ -
Ag + Cl ↔ AgCl (s)
-5 -1
Então, a concentração de íons prata no ponto de equivalência é igual a 1,25 x 10 mol L . Assim,
a precipitação do Ag2CrO4 deve ocorrer quando a concentração [Ag+] = 1,25 x 10-5 mol L-1. Substituindo
este valor na expressão do produto de solubilidade do Ag2CrO4:
CAPÍTULO 11
Análise Química Quantitativa
Experimento I
Introdução:
Para determinar essa umidade, pode-se utilizar do método de análise gravimétrica, que está baseada na
medida indireta da massa de um ou mais constituintes de uma amostra.
Essa medida indireta se dá através de cálculos estequiométricos, utilizando valores iniciais do peso da
amostra, e os valores finais do peso da amostra seca.
A análise pode ser tanto de elementos químicos isolados quanto espécies químicas.
Os principais tipos de análise gravimétrica são: a gravimetria por volatilização e por precipitação química.
Objetivo:
Determinar o percentual de umidade de uma amostra de Sulfato de Cobre Pentahidratado por método
indireto de gravimetria.
Materiais Utilizados:
1 béquer
1 espátula
Procedimento:
1º - Previamente, um béquer foi aquecido em uma estufa regulada entre 105ºC e 110ºC durante uma hora,
em seguida foi levado a um dissecador para ser esfriado até a temperatura ambiente.
2º - Com o auxílio de uma tesoura, o béquer foi levado e colocado dentro uma balança analítica, o peso obtido
foi aproximadamente 50,4080g .Depois de obtido o peso do béquer, a balança foi tarada para que fosse
possível pesar o Sulfato de Cobre Pentahidratado.
3º - Foi acrescentado aos poucos, dentro do béquer, com a ajuda de uma espátula, aproximadamente
1,9903g de Sulfato de Cobre Pentahidratado.
4º - Após a pesagem da amostra em questão, o béquer foi retirado da balança analítica, e esta foi tarada
novamente, o béquer então foi levado até uma estufa que estava regulada entre 105ºC e 110ºC, e
permaneceu durante uma hora.
5º - Com uma tesoura, o béquer foi retirado da estufa e levado para o dissecador, durante
aproximadamente vinte minutos, para que sua temperatura retorne a ambiente.
6º - Depois de atingida a temperatura suficiente para se conduzir o béquer, ele foi retirado do dissecador com
a amostra seca, com a ajuda de uma tesoura e levado até uma balança analítica, o peso obtido foi de
51,8225g.
Resultado:
Peso Inicial do Béquer = 50,4080g
U% = ( Pi – Pf ) x 100% / PI
Onde Pi = 1,9903g ( peso inicial da amostra ); Pf = 0,5758g ( peso final da amostra ); U% ( percentual de
umidade da amostra ).
U% = 71,07 %
Conclusão:
Determinação de Ferro
Introdução:
O ferro (do latim ferrum) é um elemento químico, símbolo Fe, de número atômico 26 (26 prótons e 26 elétrons)
e massa atómica 56 u. À temperatura ambiente, o ferro encontra-se no estado sólido. É extraído da natureza
sob a forma de minério de ferro que, depois de passado para o estágio de ferro-gusa, através de processos
de transformação, é usado na forma de lingotes. Adicionando-se carbono dá-se origem a várias formas de
aço.
Este metal de transição é encontrado no grupo 8B da Classificação Periódica dos Elementos. É o quarto
elemento mais abundante da crosta terrestre (aproximadamente 5%) e, entre os metais, somente o alumínio
é mais abundante.
É um dos elementos mais abundantes do Universo; o núcleo da Terra é formado principalmente por ferro e
níquel (NiFe). Este ferro está em uma temperatura muito acima da temperatura de Curie do ferro, dessa
forma, o núcleo da Terra não é ferromagnético.
O ferro tem sido historicamente importante, e um período da história recebeu o nome de Idade do ferro.
O ferro, atualmente, é utilizado extensivamente para a produção de aço, liga metálica para a produção de
ferramentas, máquinas, veículos de transporte (automóveis, navios, etc), como elemento estrutural de pontes,
edificios, e uma infinidade de outras aplicações.
O ferro está presente em várias partes do organismo, porém a maior quantidade localiza-se no sangue,
onde encontramos a hemoglobina (Hb) com a função de transportar oxigênio. Este mineral é armazenado
na forma de ferritina.
Materiais Utilizados:
1 Béquer (400ml)
Papel de filtro
1 Cadinho de porcelana
Reagentes e Soluções:
Sal de Ferro
HCL concentrado
NH4NO3
NH4OH (1:3)
H2O2 (3%)
Procedimento:
2º – Em um béquer de 400ml, diluiu-se ácido clorídrico em 300ml de água destilada e adicionou-se 2ml de HCl
concentrado e 2ml de uma solução de H2O2 3%.
5º – O sistema foi levado até quase a ebulição e adicionou-se lentamente e sob agitação, NH4OH (1:3) até que foi
notado um forte odor característico.
9º – O béquer e o precipitado foram lavados com uma solução (quente) de NH4NO3 a 1% (contendo algumas gotas de
NH4OH).
11º – O cadinho foi levado para uma mufla, para ser calcinado, a 1000ºC por 30 minutos.
12º – O cadinho foi retirado da mufla e colocado em um dessecador por 1 hora, para ser resfriado.
Resultado:
m(amostra) = 1,0023g
m(final) = 23,8222g
0,2012g
VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO.
Titular 3x
Repetir o procedimento acima utilizando fenolftaleina para a detecção do primeiro
ponto de Equivalência, e após o aquecimento colocar 2 gotas de alaranjado de metila,
para detecção do ponto Final.
-Reações:
Dados Obtidos
Responda:
4. Você pode utilizar dois indicadores para detecção do ponto final na técnica 1, explique.
→Reações:
Dados Obtidos
→ Responda:
Tab. I Cálculos de valores de pH durante a titulação de 100mL de HCl a 0,1mol/L com solução a
0,1mol/L de NaOH
0 10 0 10/100 1
10 9 0 9/110 - 1,09
20 8 0 8/120 - 1,18
50 5 0 5/150 - 1,48
90 1 0 1/190 - 2,28
100 0 0 - - 7,00
Evidentemente se estivermos titulando um ácido fraco, digamos CH3COOH (ácido acético) com
uma base forte, por exemplo NaOH, o sal obtido no ponto de equivalência, onde não haveria nem ácido, nem
base, terá uma reação básica, isto é, no ponto de equivalência o pH será maior que 7. Por outro lado se a
titulação for entre um ácido forte, por exemplo HCl e uma base fraca, tal como NH 3H2O (amônia hidratada),
no ponto de equivalência o pH será menor que 7.
Indicadores ácido-base, também chamados de indicadores de neutralização, são substâncias que podem
mudar de cor conforme o pH do meio. Por exemplo o indicador conhecido como alaranjado de metila
apresenta coloração vermelha em valores de pH 3,1 e coloração amarela em pH 4,4. Para pH entre
3,1 e 4,4 a cor não seria bem definida. Outro indicador de extenso uso é a fenolftaleina. Este indicador
apresenta coloração vermelha para valores de pH 10 e se apresenta como incolor em pH 8.
Hind H+ + Ind-
Digamos que na forma molecular Hind, o indicador apresenta uma cor azul, enquanto na forma
dissociada Ind-, tem uma cor vermelha. Se aumentarmos o pH do meio, isto é, diminuindo-se a concentração
de íons H+, o equilíbrio (em 57) se desloca para a direita predominando a cor vermelha (cor de Ind-), mas se
diminuirmos o pH, isto é, aumentarmos a concentração de íons H+, o equilíbrio (em 57) se desloca para a
esquerda, passando a predominar a cor azul (cor de Hind).
Exercício: Considere que o indicador é uma base orgânica fraca. Como poderíamos justificar suas
diferentes colorações se o meio estivesse ácido ou básico?
A segunda teoria referente ao funcionamento dos indicadores é conhecida como “teoria cromófora” e
se baseia no fato de que a cor de uma substância orgânica depende da estrutura de suas moléculas e que
pode mudar de coloração quando do rearranjo destas estruturas. Por exemplo, as duas estruturas A e B,
núcleo benzênico e grupo quinólico, respectivamente, que diferem quanto a estrutura e,
Pela teoria cromófora a mudança de cor de um indicador seria conseqüência de uma mudança
isomérica, isto é, de um reagrupamento intramolecular na estrutura do indicador. (É conveniente lembrar que
isômeros são compostos que apresentam a mesma composição química, porém tem diferentes estruturas e
consequentemente diferentes propriedades).
Tomemos por exemplo o indicador ácido-base conhecido como paranitrofenol, que pode
Tautomerismo apresentado pelo indicador paranitrofenol. O tautômero (A) é descolorido, enquanto o (B) é
amarelo
O tautômero (A) dado na figura acima predominaria em meio ácido, enquanto o (B), em meio alcalino.
Atualmente aceita-se como mais provavel uma mistura das duas teorias. Numa primeira etapa haveria
um equilíbrio tautomérico e numa segunda, um equilíbrio iônico, conforme mostrado na figura 3,
Equilíbrio tautomérico entre as estruturas (A) e (B) (equilíbrio I) e equilíbrio iônico entre as
estruturas (B) e(C) (equilíbrio II)
Em um meio alcalino haveria consumo de íons H+ e o equilíbrio (II) se deslocaria para a direita.
Em conseqüência, também o equilíbrio (I) se deslocaria para a direita e consequentemente haveria o
predomínio da coloração amarela. Em meio ácido, ao contrário, haveria uma aumento da concentração dos
íons H+ e o equilíbrio (II) se deslocaria para a esquerda. O equilíbrio (I) também se deslocaria para a esquerda
e assim passaria a predominar a estrutura incolor.
O equilíbrio mostrado na figura para o indicador paranitrofenol, pode ser generalizado para todos os
indicadores ácido base, que fossem ácidos orgânicos fracos, pela sequência seguinte:
i
HIndo Hind H+ + Ind- (58)
onde as forma Hindo e Hind representariam os tautômeros, com o equilíbrio (i) sendo o equilíbrio
tautomérico e o equilíbrio (ii) o iônico, com Ind- representando a forma iônica do indicador, que seria aquela
que predominaria em meio alcalino.
[HInd ]
Equilíbrio (1) K tautom erism o
[HInd o ]
[H ][Ind ] .K ,
K
tautom erism o dissociação
[HInd o ]
[H ][Ind ]
K
[HInd o ]
[HInd o ]
[H ] K. (63) ou ainda
[Ind ]
o
-log[H+] = -log K - log [HInd ] (64) ou
[Ind ]
o
pH = pK - log [HInd ] (65)
[Ind ]
o
A relação [HInd ] é uma função do pH do meio.
[Ind ]
O olho humano só consegue distinguir a predominancia de uma cor devida a cada um dos
tautômeros, quando a concentração do mesmo for no mínimo igual a 10 vezes a do outro, isto é, predomina
a cor devida ao tautômero HIndo, quando (a) [Hindo] = 10.[Ind-]. Por outro lado, predomina a cor de Ind- quando
(b) [Ind-] = 10.[Hindo].
10.[Ind ]
Levando a relação (a) na expressão (64) teremos pH = pK -log , o que leva a;
[Ind ]
pH = pK –log10 pH = pK – 1.
[HInd o ]
Levando agora na expressão (64) a relação (b) teremos pH = pK - log .
10.[HInd o ]
1
Simplificando teremos pH = pK - log pH = pK + 1.
Técnico em Química 54 Química Analítica Qualitativa e Quantitativa
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Podemos então dizer, que um indicador de neutralização muda de cor numa faixa de pH
dada por:
pH = pK 1
Exercício: Sabendo-se que o expoente do indicador alaranjado de metila é 4, qual será sua faixa de
viragem ?
Curvas de Titulação. Titulação de um ácido forte com uma base forte ou vice-versa
Uma curva de titulação mostra graficamente a variação do pH durante uma titulação e são bastante
úteis na escolha dos indicadores adequados a uma determinada titulação.
Consideremos a titulação de 50mL de solução de HCl a 0,1mol/L com uma solução de NaOH a
0,1mol/L.
A equação da reação envolvida HCl + NaOH NaCl + H2O, mostra que 1 mol de NaOH reage
com 1 mol de HCl, formando 1 mol de NaCl.
Após a adição de 10ml da solução de NaOH (adição de 1 mmol da base) restarão 4mmol de
ácido sem neutralizar e será formado 1mmol do sal NaCl. O sal, derivado de ácido forte e base forte, na irá
4mmol
intervir no pH do meio. A concentração do ácido que sobra será 0,067mol / L , onde o volume de
60mL
60mL corresponderá aos 50mL de ácido que estão sendo titulados mais os 10mL da base titulante
adicionados. o pH será então igual a –log 0,067=1,18.
Quando o volume adicionado da base titulante for igual a 20ml, restarão 3mmol de ácido. Sua
concentração será dada por 3mmol e o pH será 1,37.
0,043
70ml
Prosseguindo com este raciocínio, iremos obter os dados mostrados na tabela abaixo
Tabela: Valores de pH durante a Titulação de 50mL deHCl 0,1mol/L com NaOH 0,1mol/L
no de mmol de
vol de NaOH no mmol de HCl
NaOH- que H+] [OH-] pH
adicionados que sobram
sobram
0 5 0 0,1 0 1,00
10 4 0 0,066 0 1,18
20 3 0 0,043 0 1,38
30 2 0 0,025 0 1,60
40 1 0 0,011 0 1,96
50 0 0 0 0 7,00
60 0 1 0 0,010 11,95
70 0 2 0 0,016 12,22
80 0 3 0 0,023 12,36
90 0 4 0 0,029 12,46
onde observamos que no ponto de equivalência, isto é, quando não tivermos excesso nem de ácido
nem da base (o que foi alcançado quando o volume da base titulante foi de 50mL) o pH será igual a 7. Isto é
consequência de existir neste instante no sistema apenas o sal NaCl, que sendo derivado de base forte e de
ácido forte dará à solução um pH = 7.
Após o ponto de equivalência haverá excesso de base forte. Calculamos os valores de pH após este
ponto levando este fato em consideração. Por exemplo, após o volume adicionado da base ser 50,1mL. O
número de mmol de base adicionados será 5,01. Como estavam sendo titulados 5mmol de ácido, sobrarão
0,01mmol de base, num volume igual a 100,1ml. A concentração de íons OH- será então
0,01mml
9,99x10 5 . O pOH será –log9,99x10-5 = 4. Como pH = 14-pOH, teremos pH = 14-4=10
100,1ml
Curva de titulação de solução a 0,1mol/L de HCl, com solução a 0,1mol/L de NaOH. São mostradas
também faixas de viragem de dois indicadores (fenolftaleina 8 – 10, e alaranjado de metila 3 – 4)
Da figura acima, como também na tabela II, observamos que o pH varia rapidamente nas
proximidades do ponto de equivalência, ocorrendo um salto brusco entre os volumes de 49,9 e 50,1ml de
titulante adicionados, quando a pequena variação de volume, 0,2ml, provoca uma variação de 6 unidades
nos valores de pH (de pH 4 a pH 10). Observamos ainda, que nesta titulação o ponto de equivalência situa-
se exatamente a meia distância neste salto brusco.
Evidentemente que o indicador ideal seria aquele que mudaria de cor quando o pH do meio atingisse
o valor 7. Neste caso a titulação seria parada exatamente no ponto de equivalência e o erro seria zero.
Digamos porém que dispomos do indicador alaranjando de metila, que apresenta uma faixa de viragem
compreendida entre pH 3 e 5, (pT = 4) e que apresenta coloração vermelha em valores de pH 3 e amarela
em pH 5. Se usássemos este indicador iríamos para a titulação quando o indicador virasse de vermelho
para amarelo, isto é quando o volume adicionado de titulante estivesse entre 49,9 e 50ml. Vemos
0,1
que o erro cometido, devido à insuficiência de titulante, seria menor que x100 0,2% .
50
Se o indicador disponível fosse a fenolftaleina (faixa de viragem 8 – 10, pT = 9)) que é vermelha em
meios cujos valores de pH 10 e incolor quando pH 8. Com este indicador iríamos para a titulação
quando o indicador ficasse vermelho, isto é quando o volume de titulante adicionado fosse algo como
0,1
50,1mL. O erro cometido, devido a excesso de titulante seria também próximo de x100 0,2% .
50
0 2,00
10 2,18
20 2,37
30 2,40
40 2,95
49 4,00
49,9 5,00
50 7,00
50,1 9,00
51 10,00
60 10,95
70 11,22
80 11,36
90 11,46
100 11,53
Na figura abaixo são traçadas as duas curvas referentes às titulações com reagentes de concentrações a
Exercício -1: Considere os indicadores, cujas faixas de viragem são dadas entre parêntesis: Amarelo
de alizarina (10 – 12); Vermelho de cresol (7,4 – 9); Tropeolina 00 (1,4 – 3,2); Azul de bromofenol (3 – 4,6);
Tornassol (5 – 8). Quais seriam os pT destes indicadores? Quais serviriam e quais não serviriam para a
titulação acima.?
Exercício –2: Trace a curva de titulação de 50mL de uma solução a 0,1mol/L de KOH com solução de
HNO3 a 0,01mol/L. Dos indicadores dados no exercício 1, qual ou quais serviriam para esta titulação ?
restarão 4mmol do ácido e será formado 1mmol do sal. A concentração do ácido (Ca) será
4mmol 1mmol
0,067mmol / mL e a concentração do sal (Cs) será 0,017mmol / mL . Como teremos um
60mL 60mL
ácido fraco (que sobrou na titulação) e um sal de íon comum com o ácido, teremos um tampão, que irá
0,067
reger o pH do meio. O pH será então pH C
log K a . a pH log1,86x10 5 4,13 .
Cs 0,017
O tampão irá permanecer até que seja atingido o ponto de equivalência, quando então
teremos apenas o sal, que será derivado de um ácido fraco e uma base forte. O pH neste ponto será então
K w . A concentração do sal (C ) será 5mmol
pH 14 log Cs s 0,05mmol / mL . O pH será então
Ka 100mL
pH 14 log 8,71
A partir do ponto de equivalência, o pH será dado pelo excesso da base forte titulante. Com
estas considerações construimos a tabela abaixo e a seguir a figura
0 5 0 0 0,1 0 0 2,87
50 0 0 5 0 0,05 0 8,71
Podemos observar nesta figura que ocorre um ponto de inflexão quando da adição de 10mL da base
titulante. Este fato se deve ao efeito tampão, uma vez que no início não havendo sal, o sistema não estava
tamponado, mas a partir da primeira adição do titulante, haverá a formação de acetato de sódio e teremos
então a ação do tampão, impedindo variações bruscas do pH.
É também visível, que o ponto de equivalência não se coloca a meia distância do salto brusco, mas
se encontra deslocado no sentido do ramo superior da curva, isto é, daquele calculado em função apenas,
da ação da base forte isolada.
Usando-se soluções mais diluídas, de maneira semelhante à titulação de ácido forte com base
forte, haverá a diminuição do salto brusco, o que restringe o número de indicadores adequados.
Exercício: Trace a curva de titulação de ácido acético com hidróxido de sódio, porém considerando
soluções de concentrações a 0,01mol/L.
Outro fator que influencia a extensão do salto, nas proximidades do ponto de equivalência, é a “força”
do ácido, isto é, o valor da constante de dissociaçãol, Ka, do ácido.
Por exemplo consideremos a titulação de 50mL de solução a 0,1mol/L de ácido fórmico, HCOOH (K a = 1,74 x
10-4), ácido ligeiramente mais forte que o acético,CH3COOH (Ka = 1,86 x 10-5) com solução a 0,1mol/L de NaOH.
Tab. Variação do pH durante a Titulação de Solução de HCOOH (ácido fórmico) 0,1mol/L com Solução de
NaOH 0,1mol/L.
A partir dos dados da tabelas foi construída a figura, onde são traçadas as curvas referentes às
titulações de ácido fórmico (HCOOH) (curva A) e do ácido acético (CH3COOH) (curva B)
Curvas de titulação de ácido fórmico (HCOOH) (Ka = 1,74 x 10-4) (curva A) e de ácido acético
(CH3COOH) (Ka = 1,86 x 10-5) (curva B) com solução de NaOH e faixa de viragem de um indicador (4 – 6)
Observa-se na figura , que a curva de titulação para o ácido mais forte, o ácido fórmico (K a = 1,74 x 10-4),
apresenta um salto, na proximidades do ponto de equivalência, com maior extensão, que aquele do ácido mais fraco,
o ácido acético (Ka = 1,86 x 10-5). O indicador hipotético apresentado, com faixa de viragem 4 – 6, se prestaria melhor
para a titulação do ácido fórmico, mas não para a do ácido acético.
Titulação de Base Fraca com Ácido Forte, ou Vice-Versa.
Consideremos a titulação de 50mL de solução a 0,1mol/L de NH3H2O, uma base fraca, de Kb = 1,79 x 10-5,
com HCl a 0,1mol/L.
Também neste caso iremos deparar com a formação de um tampão, após a primeira adição do ácido
titulante, até se alcançar o ponto de equivalência. Assim o cálculo dos valores de pH serão. a) antes da adição do
titulante: pH de uma solução de base fraca, ou pH = 14 + log Kb .Cb , onde Cb = concentração da base. b) Após a
primeira adição do ácido titulante, até ser alcançado o ponto de equivalência, teremos a formação de um tampão, uma
vez que teremos porções de base fraca sem titular e de sal com íon comum com a base. O pH será calculado por: pH
Cb
= 14 + log K b . c) No ponto de equivalência teríamos apenas o sal derivado de uma base fraca e de um ácido
C
s
Kw
forte. O pH neste ponto será dado por pH = -log .C . d) Após o ponto de equivalência, o pH será dado pelo
A equação da reação envolvida será: NH3H20 + HCl NH4Cl + H2O. Também neste caso a reação será na
proporção de um mol de base, para um mol do ácido. Os valores de pH são mostrados na tabela.
Tab.– Variação do pH durante a titulação de uma solução a 0,1mol/L de NH 3H2O, (Kb = 1,79 x 10-5) com
solução a 0,1mol/L de HCl
Vol de.HCl no de mmol no mmol no mmol
Cb Cs [H+] pH
adicionado da base ácido sal
0 5 0 0 0,1 0 0 11,13
10 4 0 1 0,067 0,017 0 9,85
20 3 0 2 0,043 0,029 0 9,43
30 2 0 3 0,025 0,038 0 9,08
40 1 0 4 0,011 0,044 0 8,65
49 0,1 0 4,9 0,001 0,049 0 7,56
49,9 0,01 0 4,99 0,0001 0,0499 0 6,55
50 0 0 5 0 0,05 0 5,28
50,1 0 0,01 5 0 0,0499 0,0001 4,00
51 0 0,1 5 0 0,0495 0.001 3,00
60 0 1 5 0 0,0455 0,01 2,00
70 0 2 5 0 0,0417 0,017 1,78
80 0 3 5 0 0,0385 0,023 1,64
90 0 4 5 0 0,0357 0,029 1,54
100 0 5 5 0 0,0333 0,033 1,48
Com os dados pH x volume de titulante foi construído o gráfico da figura 8, onde foram localizadas
ainda as faixas de viragens dos indicadores fenolftaleína (8 – 10) e alaranjado de metila (3 – 5).
Observa-se na figura que o ponto de equivalência se encontra deslocado no sentido do ramo da curva
devido ao ácido forte em excesso. Pode notar também que entre os indicadores aqui citados, o mais apropriado
apropriado para esta titulação é o alaranjado de metila.
Devemos ressaltar ainda, que à semelhança do caso anterior, tanto a diluição das soluções envolvidas
no processo, quanto a menor “força” da base (menor Kb), iriam diminuir a extensão do salto brusco.
Fig. : Curva de titulação de solução a 0,1mol/L de uma base fraca (Kb= 1,86 x 10-5, com solução de HCl a
0,01mol/L usando-se como indicador alaranjado de metila (pT=4) e fenolftaleina (pT=9)
Não é viável a titulação de uma ácido fraco com uma base fraca, ou vice-versa, utilizando-se
indicadores de neutralização, uma vez que não ocorre a variação brusca do pH nas proximidades do ponto de
equivalência. Esta variação sendo suave, não haveria uma nítida mudança de cor do indicador anunciando o ponto
final da titulação.
Prática
1- Introdução
Alcalinidade da água é a sua capacidade neutralizante ácida. É a soma de todas as bases tituláveis.
O valor medido pode variar significativamente com o pH do ponto final. Em muitas águas superficiais a
alcalinidade é função dos carbonatos, bicarbonatos e hidróxidos, por isso ela pode ser tomada como uma
indicação da concentração destes constituintes. Se os boratos, fosfatos, silicatos e outras bases estiverem
presentes, elas podem contribuir para os valores medidos da alcalinidade. Os valores da alcalinidade são
usados na interpretação e controle dos processos de tratamento de água e efluentes.
Os carbonatos podem estar presentes juntamente com os hidróxidos ou com os bicarbonatos, porém
os hidróxidos e bicarbonatos não podem estar presentes ao mesmo tempo numa mesma amostra. As
seguinte reações mostram o que ocorre quando cada um dos três tipos de compostos são titulados com
ácido:
Há cinco condições de alcalinidade possíveis de ocorrer em uma amostra de água: devida apenas
aos hidróxidos; devida aos hidróxidos e carbonatos;devida só aos carbonatos; devida aos carbonatos e
bicarbonatos; devida só aos bicarbonatos
2- Procedimento Experimental
1. Tomar uma alíquota de 100 ml, da amostra e transferi-la para erlenmeyer de 250 mL. Adicionar 2 gotas
do indicador de fenolftaleína e titular com HCl 0,1 N até que a solução mude a coloração de rosa para
incolor.
2. Anotar o volume gasto (VP) de HCl.
3. Adicionar então 2 gotas de metilorange e continuar a titulação com HCl 0,1N até que a coloração da
solução mude de amarelo para alaranjado.
4. Anotar o volume gasto (VT) de HCl.
OBS: Quando adicionar o indicador fenolftaleína e a solução não tornar-se rosa VP=0 e P=0.
3- Preparação de Soluções
a - Solução de Fenolftaleína 1%
Dissolver 0,5 g de metilorange em 50 mL de água destilada quente, esfriar e completar para 100 mL
com água destilada.
Em 500 mL de água destilada adicionar 8,5 mL de HCl P.A., completar para 1000 mL e deixar em
repouso por 24 horas. Usar balão volumétrico.
Padronização do HCl
Tomar 25 mL de solução de Na2CO3 0,1 N, transferir para erlenmeyer de 250 mL, adicionar 2 gotas
de vermelho de metila e titular com HCl 0,1 N até que a coloração da solução mude de amarelo para
levemente vermelha.
Aquecer enquanto a coloração avermelhada persistir esfriar e continuar a titulação com HCl 0,1 N.
Aquecer, esfriar e titular a solução até que a coloração avermelhada permaneça.
V1
f
V2
Pesar cerca de 5,3266 g do carbonato seco, dissolver em água destilada recém fervida (isenta de
CO2) e completar o volume para 1000 mL. Usar balão volumétrico
CAPÍTULO 12
→ Reações:
Cálculo.
→ Responda:
Fazer 3 titulações.
→ Reações:
Questões:
01) O que significa a expressão "determinação do álcali total"?
02) Como você explica a presença de Na2CO3 na soda cáustica? Dê também a
equação de reação da formação deste carbonato.
03) Escreva a equação de reação de precipitação que é provocada durante a
execução do método de análise. Qual é a finalidade desta precipitação ?
O ácido fosfórico é um ácido poliprótico que possui três etapas de dissociação, as quais
proporcionam, teoricamente, três pontos de equivalência para este sistema químico. O
primeiro é verificado em pH = 4,67; o segundo em pH 9,45 e o terceiro em pH = 11,85.
A mudança de pH na região do primeiro ponto de equivalência não é muito pronunciada.
Usando-se alaranjado de metila ou verde de bromocresol como indicador, é necessário que
uma determinação paralela com fosfato diácido de potássio seja feita, de modo a ser possível
uma comparação de cor para observação do ponto de viragem do indicador.
Em pH ao redor de 9,6 ocorre o segundo ponto de equivalência do sistema.
Nesta região de pH pode-se empregar fenolftaleína ou azul de timol como indicador.
A transição de cor destes indicadores, no entanto, ocorre antes do ponto desejado se
não for adicionado ao meio uma solução saturada de NaCl, a qual, aumentando a força iônica
do meio diminui a extensão da hidrólise dos íons HPO42-. Se for empregado como indicador
a timolftaieína não é necessário a adição de NaCl ao
meio, porque ao contrário dos outros indicadores acima citados, sua transição começa a
ocorrer em pH ≈ 9,6.
Procedimento:
Preparação da amostra:
01- Pesar 0,5 g de amostra de calcário (triturada e seca a 100 - 110oC por duas
horas), com precisão de 1mg, diretamente num béquer de 150 mL, de forma alta.
02- Adicionar 10,00 mL de água destilada e a seguir 10,00 mL de HCl concentrado,
com um conta-gotas, evitando-se qualquer perda devido a efervescência que ocorre
durante a reação dos carbonatos com o ácido. Aquecer a solução resultante durante 15
minutos. Adicionar 20 mL de água e aquecer por mais 5 minutos.
03- Filtrar, recolhendo o filtrado diretamente em balão volumétrico de 100,00 mL.
Lavar o papel de filtro de 3 a 5 vezes com pequenas porções de HCl 1% a quente.
Tomar cuidado para não ultrapassar a marca de menisco do balão. O resíduo,
possivelmente contém sílica e/ou carvão vegetal, e pode ser desprezado.
04- Resfriar o balão e diluir com cuidado até a marca do menisco. Agitar a solução que
será chamada de solução estoque.
Determinação de cálcio:
01- Pipetar uma alíquota de 5,00 mL da solução estoque para um erlenmeyer de
125mL e adicionar 2 mL de solução de cloridrato de hidroxilamina a 10%. Deixar em
repouso por 5 minutos.
02- Adicionar 2 mL de Trietanolamina 1:1 e agitar. Adicionar alguns cristais KCN
(cuidado 1) e agitar.
03- Adicionar 5 mL de NaOH 20% e titular com solução de EDTA 0,01 mol L-1 usando
o indicador Cálcon até os últimos traços da cor vermelha.
(1 Cuidado, adicionar cristais de FeSO4 antes de jogar os detritos na pia).
QUESTÕES
01) Como funciona o indicador complexométrico para indicar o ponto final de
titulações?
02) Explique como é possível usando EDTA como titulante e os indicadores Ério-T e
Cálcon, determinar cálcio e magnésio numa mesma amostra.
03) Qual é a finalidade de se adicionar solução tampão pH 10 em uma titulação e
NaOH na outra, para a determinação de cálcio e magnésio, respectivamente, em
calcário?
04) Nas titulações, qual a função do cloridrato de hidroxilamina, trietanolamina e KCN?
05)Qual o objetivo de se adicionar FeSO4 no erlenmeyer, após a titulação, antes de se
jogar os detritos na pia?
06) Explique o princípio da indicação do ponto final das titulações complexométricas.
Objetivos:
Aplicar a técnica de análise gravimétrica para determinação de íons sulfatos.
Introdução:
O método baseia-se na precipitação dos íons sulfatos com cloreto de bário
Ba2+ + SO42- ⇔BaSO4(s) (solubilidade = 0,3 mg/100 mL).
O produto obtido é secado a 100oC e em seguida pesado, calculando-se daí a
concentração de sulfato na amostra. Várias substâncias são coprecipitadas,
provocando erro na determinação de sulfato. Não se pode empregar reprecipitação
sucessivas para a obtenção de um precipitado mais puro, porque não se tem um
solvente adequado para dissolução deste composto. A melhor maneira de evitar a
contaminação por coprecipitação é remover, a priori, as substâncias interferentes,
através de uma precipitação, complexão ou qualquer outra transformação química
adequada.
Material e reagentes:
- Pipeta volumétrica de 1,00 mL
- Béquer de 400 mL, forma alta
- Vidro de relógio para o béquer
- Bastão de vidro
- Proveta de 100 mL
- Cadinho Gooch de porcelana com camada de amianto
- Banho-maria
- Bomba de vácuo
- Estufa
- Dessecador
- Solução amostra de Na2SO4 0,1 mol L-1
- Solução de HCl 1:1 v/v
- Solução de BaCl2 a 1% m/v
- Álcool etílico
Procedimento:
01- Pesar 0,5 g de CuSO4.5H2O (anote a massa pesada), transferir para um um béquer de
400 e diluir com água destilada até ± 100 mL.
02- Adicionar 1mL de HCl 1:1, aquecer a solução à ebulição e adicionar, gotejando
rapidamente, 100 mL de solução quente de BaCl2 1%. Durante a adição do cloreto de
bário, a agitação deve ser constante.
03- Deixar o precipitado depositar por 1 ou 2 minutos e testar o líquido sobrenadante
com gotas de cloreto de bário para verificar se a precipitação foi completa. Se
necessário adicionar mais solução de cloreto de bário.
04- Deixar a mistura em banho-maria por uma hora e depois em repouso por 12 horas
para digestão do precipitado.
05- Filtrar em cadinho Gooch de porcelana com camada filtrante de amianto
previamente aferido. Lavar o precipitado com água quente (± 100 mL) em pequenas
porções e depois com álcool etílico.
06- Secar em estufa a 110oC por duas horas, deixar em dissecador por 1 hora e pesar.
Resultados:
Massa pesada de CuSO4 na solução amostra: .......................g L-1.
Massa de íons SO42- correspondentes na amostra:................. g L-1.
Massa determinada de BaSO4:..................
Massa de íons SO42- correspondentes:................. g L-1.
Erro percentual na determinação de íons SO42-:..........................
Discuta o erro encontrado
Atenção: apresente os cálculos!
B) Questões:
01) Dê a equação de reação fundamental do método empregado.
02) No procedimento empregado, qual é a finalidade de adicionar HCl antes da
adição do precipitante?
03) O que é digestão do precipitado e qual a sua importância na determinação
gravimétrica de sulfato?
04) Faça um comentário sobre o sistema de filtração e lavagem do precipitado na
determinação de sulfato. 57
CAPÍTULO 13
pH e Poh
Kohlrausch e Heydweiller (1894) descobriram que mesmo a água mais bem purificada ainda
possuía condutividade. A água deve, portanto, estar ionizada segundo a equação:
Aplicando a lei da ação das massas a esta equação, obtém-se para uma dada temperatura que
Como a água está fracamente ionizada, as concentrações de íons são pequenas e seus coeficientes
de atividade podem ser tomados como sendo iguais a um. As atividades das moléculas não- ionizadas
também podem ser tomadas como sendo iguais a um. A expressão então torna-se
Em água pura ou em soluções diluídas, a concentração da água não- ionizada pode ser
considerada como constante. Assim,
em que kw é o produto iônico da água. Ele varia com a temperatura, mas, nas condições
experimentais usuais (cerca de 25ºC), pode ser tomado como sendo igual a 1X10-14, com as
concentrações expressas em moles
.L-1. Este valor é apreciavelmente constante em soluções diluídas. Se o produto [H+] X [OH-]
momentaneamente excede este valor, os íons em excesso se combinam para formar água. Se o
produtoiônico for menor do que 10-14, algumas moléculas de água se dissociam para restabelecer
o equilíbrio.
As concentrações dos íons hidrogênio e hidróxido são iguais em água pura, logo,
em 25ºC. Uma solução em que as concentrações dos íons hidrogênio e hidróxido são iguais é
chamada solução neutra. Se [H+] é maior do que 10-7, a solução é definidacomo ácida e, se menor
do que 10
-7, ela é dita alcalina (ou básica). Em consequência, na temperatura normal,[OH-] é maior do que 10
-7em soluções alcalinas e menor em soluções ácidas.
Introduzindo o logarítimo negativo à constante Kw, tem-se então o pH e o pOH:
Com isso para soluções que contém concentrações de [H+] igual a 10-7, o pH da solução será:
- Sistema Tampão
Uma solução tampão (ou simplesmente tampão) é uma solução que sofre apenas pequena variação
de pH quando a ela são adicionados íons ou H+ou OH-
. É uma solução que contém um ácido e sua base conjugada, em concentrações aproximadamente
iguais. Um bom exemplo é uma solução de ácido acético e íons acetato em concentrações quase
iguais. De que maneira a combinação CH3COOH / CH3COOtampona a solução?
Considere o seguinte equilíbrio:
Para se calcular o pH de uma solução tampão, fazemos o seguinte: Vamos supor um tampão de
ácido acético e acetato:
Como na solução tampão as concentrações de ácido e de base conjugada são praticamente iguais,
tem-se que pH = pKa +log 1. como log 1 = 0, então:
Dado que Ka para o ácido acético é 1,8 x 10-5, temos que pH = pKa = -log (1,8 x 10-5) = 4,74
Se forem adicionadas pequenas quantidades de H+ou de OHa esta solução, o resultado será a
conversão de algum CH3COOH a CH3COOou vice-versa. Entretanto, a relação entre as
concentrações de ácido acético e acetato não muda muito. Se forem adicionados íons OH-, por
exemplo, esses íons (base) tenderão a capturar prótons do meio, ou seja, converterão ácido acético
em acetato, através da
Portanto, se no início tem-se que [CH3COOH] = [CH3COO-] = 1,00mol/L, a adição de 0,1 mol de
OH por litro mudará a relação para:
E como log 0,82 = 0,09, isto significa que o novo pH será 4,74 - 0,09 = 4,83.
Como podemos ver, a adição de 0,01 mol de base aumentou o pH da solução de 0,09 unidades.
Enquanto [CH3COOH] tiver a mesma ordem de grandeza de [CH3COO-], a relação entre os dois
permanecerá bastante próxima de 1,00. Assim, o pH mudará pouco pela adição de ácido ou base à
solução. Logicamente, temos o melhor tampão quando [CH3COOH] = [CH3COO-].
CAPÍTULO 14
LISTA DE EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS 1
1) Uma amostra de 0,8552 g de uma liga de cobre é tratada com HNO3 8 mols/L e filtrada. O
precipitado é calcinado gerando um resíduo de 0,0632 g de SnO2. O zinco é determinado
tomando-se metade do filtrado e precipitando como ZnNH4PO4, cuja calcinação formou 0,2231 g
de Zn2P2O7. O cobre foi determinado como CuSCN usando-se a outra metade do filtrado, gerando
um precipitado de 0,5874 g. Calcule a percentagem de estanho, zinco e cobre na amostra.
2) Uma série de amostras das quais se sabe conter entre 20,0 e 48,0% de sulfato é analisada
gravimetricamente pelo método do sulfato de bário. Responda:
a) Qual é a massa mínima de amostra que deve ser tomada para assegurar que o precipitado
de BaSO4 pese pelo menos 0,3125 g?
b) Qual será a massa máxima de BaSO4 que pode ser obtida a partir da massa de amostra
calculada acima?
3) O cloreto de NaClOn é convertido, mediante tratamento apropriado, a íon cloreto, que é
precipitado como AgCl. Se 0,2502 g de amostra gera 0,3969 g de AgCl, calcule o valor de n.
4) Uma amostra de solo contém 2,60% de umidade e 19,88% de Al 2O3 na forma como ela foi
enviada para análise. Qual deve ser a percentagem de Al2O3:
13) Um estudante determinou cloreto numa amostra mas esqueceu-se de secá-la antes. Ele
encontrou 20,35% de cloro na amostra, mas o valor correto era 20,38%. Calcule a percentagem
de umidade na amostra.
14) Considerando amostras sólidas, faça um breve comentário sobre:
a) formação da amostra bruta.
b) quarteamento da amostra bruta.
c) preparação da amostra a ser analisada.
15) Discutir sobre a formação e contaminação de precipitados, tendo em vista a execução de
uma análise gravimétrica.
16) Faça um breve resumo sobre:
a) Digestão do precipitado
b) Abertura por fusão alcalina
17) Explique o que é digestão de um precipitado e quando essa técnica é viável.
18) O que é o fenômeno conhecido por peptização, quando e como ocorre?
19) Explicar a importância dos fenômenos de co-precipitação e pós-precipitação na formação
de precipitados.
20) Numa análise gravimétrica encontrou-se os seguintes resultados, através dos quais deve-
se calcular o teor de íons cloreto na amostra:
p1 = tara do pesa-filtro = 25,7549g p2 = p1 + amostra = 26,0750g
hidróxido de amônio 10 mol/L. Qual a perda ocorrida em casa caso? Justifique o melhor
método.
EXERCÍCIO 2
1) Qual é a molaridade de uma solução de NaOH da qual 50,00mL requer 42,19mL de HCl
0,1184mols/L para total neutralização?
2) O volume de titulante consumido numa padronização ou numa titulação deve estar entre 35
a 45mL, de forma a minimizar os erros de leitura de volume (numa bureta de 50mL). Quantos
gramas de substância devem ser tomados:
a) ao padronizar uma solução supostamente 0,1mols/L de NaOH com biftalato de potássio
(KHC8H4O4, MM = 204,223g/mol)?
b) ao titular uma amostra contendo 40% de biftalato de potássio com NaOH 0,1000mol/L?
3) Uma amostra pesando 0,3344g, contendo NaHCO3, é dissolvida em água e titulada com
38,14mL de uma solução de HCl. Na padronização do HCl, 37,83mL do ácido foram
consumidos para titular 0,2001g de Na2CO3 até a viragem do alaranjado de metila. Calcule a
percentagem de NaHCO3 na amostra.
4) No método de Kjeldahl para a determinação de nitrogênio a amostra é tratada com H 2SO4
concentrado, na presença de um catalisador, para converter o nitrogênio a NH4+(digestão). A
solução é tornada fortemente alcalina para converter o íon NH4 a NH3, que é então
destiladanuma solução contendo um excesso conhecido de um ácido padronizado. O excesso de
ácido não reagido é titulado com uma solução padronizada de uma base. A partir dos
seguintes dados calcule a percentagem de nitrogênio em um fertilizante: 0,5874g de amostra,
50,00mL de HCl 0,1000mols/L e 22,36mL de NaOH 0,1064mols/L.
consumir toda a amônia dessa amostra, foram gastos 25mL do ácido. Qual a concentração, em
g/L, da solução, calculada com os dados da titulação?
26) 25g de hidróxido de sódio (NaOH) impuro são dissolvidos em água suficiente para 500mL de
solução. Uma alíquota de 50mL dessa solução gasta, na titulação, 25mL de ácido sulfúrico
(H2SO4) 1 molar. Qual é a porcentagem de pureza do hidróxido de sódio?
27) O metal X reage com ácido clorídrico de acordo com a equação balanceada: X + 3HCl →
+ -
X + 3Cl + /2H2. Considerando que 500mL de uma solução 3M de ácido clorídrico reagem
completamente com 26,0g desse metal, calcule a massa atômica de X.
28) Uma amostra impura de hidróxido de potássio (KOH), com massa igual a 16,8g foi dissolvida
em água até obter-se 300mL de solução. Uma amostra de 250mL desta solução foi neutralizada
totalmente por 50mL de ácido sulfúrico 2 molar. Admitindo que as impurezas não reagem com ácido,
determine a molaridade da solução de KOH e o teor de pureza do hidróxido de potássio.
29) 0,195g de um metal bivalente foi dissolvido em 10mL de ácido sulfúrico 0,50 molar.
O excesso de ácido foi neutralizado por 16mL de hidróxido de potássio 0,25 molar. Calcule
a massa atômica do metal.
30) Para realizar a titulação de 20mL de hidróxido de sódio (NaOH) de molaridade
desconhecida, foram utilizados 50mL de ácido sulfúrico 0,2 molar. Qual a molaridade do
hidróxido de sódio?
31) Por lei, o vinagre (solução aquosa de ácido acético) pode conter, no máximo, 4%
em massa de ácido acético (M = 0,67mol/L). Suponha que você queira verificar se o
vinagre utilizado em sua casa atende as especificações legais. Para isso, você verifica
que 40mL de vinagre são completamente neutralizados por 15mL de uma solução aquosa
de hidróxido de sódio 2,0 molar. A que conclusão você chega?
32) Qual o volume de Mg(OH)2 0,4 molar necessário para neutralizar 80mL de HCl
1,5 molar?
33) Um estudante verifica que 20mL de KOH 0,3 molar são necessários para neutralizar
uma amostra de 30mL de ácido clorídrico (HCl). Determine a molaridade do HCl.
34) Que massa de carbonato de cálcio é necessária para neutralizar 20mL de ácido
sulfúrico de concentração 490g/L?
35) Qual a massa de ácido fórmico (HCOOH), que, dissolvida em 500mL de água, resulta
em uma solução que é completamente neutralizada por 500mL de uma solução de
hidróxido de sódio 1 molar?
36) 1,4g de Iodo foi dissolvido em álcool; a seguir, juntou-se água até o volume de
250mL. Dessa solução, retiraram-se 25mL, que foi titulados com 5mL de tiossulfato de
sódio 0,2 molar. Qual é a porcentagem de pureza do iodo analisado? Dado: I2 + 2Na2S2O3
à 2NaI + Na2S4O6
37) 0,3g de cloreto de cálcio impuro é dissolvido em água e a solução é titulada,
gastando 25mL de oxalato de sódio 0,1 molar. Qual é a porcentagem de pureza do cloreto
de cálcio?
EXERCÍCIO 3
1) Na titulação de 50mL de água de caldeira em presença do indicador fluoresceína, sobrepassado o
ponto estequiométrico, houve uma mudança de coloração em virtude da adsorção do ânion
fluoresceinato, formando uma camada sobre o precipitado. Nesta titulação gastaram-se 7mL de
uma solução de nitrato de prata 0,2mol/L com fator de correção 0,9987. calcular a concentração
de cloreto na água de caldeira na forma de cloreto de cálcio em molaridade, em normalidade e em
concentração comum.
2) Foi pesada uma massa de 0,760g de uma amostra de CaCl2.H2O para ser analisada, sendo
dissolvida convenientemente em meio ácido. A esta amostra foi adicionado um volume de
50mL de uma solução padrão de AgNO3 0,02mol/L e fc = 0,9850. o excesso de AgNO3 foi titulado
com solução padronizada de KSCN 0,02mol/L e FC=0,9860, tendo-se gasto 15mL desta solução.
Pede-se o teor (%) de cloreto de cálcio na amostra e o método utilizado.
3) Pesou-se uma massa igual a 0,284g de cloreto de cálcio para ser analisada e transferiu-se esta
massa para um erlenmeyer, sendo dissolvida convenientemente. Foi adicionado o indicador
fluoresceína e titulado com uma solução padronizada de AgNO3 0,15mol/L e fc =
1,002. sabendo que foram consumidos na titulação 28mL da solução de AgNO3, calcule o teor de
NaCl na amostra.
4) Pesou-se 0,270g de uma amostra de cloreto de potássio impuro e dissolveu-se em água, sendo
adicionado cromato de potássio como indicador. Foi titulado com solução padronizada de AgNO3
0,12mol/L e FC=0,9985. o final da reação foi definido pela formação de um precipitado vermelho,
no qual foram lidos na bureta um volume consumido de AgNO3 de 30mL. Pede-se o teor de KCl na
amostra e o método utilizado.
5) Quantos mL de solução de oxalato de sódio 0,12mol/L são necessários para precipitar
37,0mg de íons cálcio?
6) 25mL de uma solução de NaCl 0,1mol/L são titulados com AgNO3 0,1mol/L. Como indicador do
ponto final é escolhido o cromato de potássio a 5% (m/v). Qual o volume de nitrato de prata
consumido e a massa de NaCl presente na alíquota?
7) Uma amostra de NaBr comercial pesando 0,452g foi dissolvida em água e o volume da solução
elevado a 200mL. Uma alíquota de 20mL foi titulada com solução de AgNO3 0,1mol/L, em presença
de cromato de potássio, consumindo 5,25mL do titulante. O volume gasto na prova em branco foi
de 1,10mL. Calcular o teor de NaBr e de Br na amostra.
8) Uma amostra de NaCl pesando 0,25g foi dissolvida em água e o volume da solução elevado a
250mL. Uma alíquota de 25mL de solução foi adicionada de 5mL de AgNO3 0,1mol/L e o precipitado
formado foi protegido com nitrobenzeno. Em seguida, a mistura foi titulada com solução de KSCN
0,01mol/L em presença de Fe3+ e de ácido nítrico, consumindo-se 1,6mL. Calcular o teor de sal na
amostra.
.
86
Técnico em Química – Química Analítica Qualitativa e Quantitativa
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BACCAN, N. et al., Química Analítica Quantitativa Elementar. 3ª ed. Edgard Blücher, São
Paulo, 2002
HARRIS, D.C. Química Analítica Quantitativa. 7 ed., Ed. LTC, Rio de Janeiro, 2008, 876 p
Kotz, J. C., Treichel, Jr. P. Química e Reações Químicas, 4ed. Rio de Janeiro: LTC- Livros Técnicos e
Científicos, 2002.
Vogel, Análise Química Quantitativa. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC-Livros Técnicos e Científicos, 2002. 488 p.
87
Técnico em Química – Química Analítica Qualitativa e Quantitativa
Hino Nacional Hino do Estado do Ceará
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!