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Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Centro de Engenharias e Ciências Exatas

Materiais de Construção Mecânica

RELATÓRIO TÉCNICO 4

Ensaio de Micrografia

Alunos
Danielly Furlaneto Azeredo 252311
Breno Garcia Alcure 148412
Henrique Olegini da Costa 155931

Professor
Marciel Viapiana

Foz do Iguaçu, 03 de abril de 2023.


Resumo

Neste relatório, será apresentado um ensaio de micrografia, que consiste na obtenção de


imagens em alta resolução da estrutura de materiais. Serão descritos os equipamentos
utilizados e as etapas realizadas para garantir a eficiência do ensaio. Além disso, os
resultados obtidos por meio das imagens serão analisados utilizando o aplicativo ImageJ.
Isso permitirá a obtenção dos resultados de forma mais simplificada e precisa, os quais
serão apresentados juntamente com as conclusões finais deste relatório.

Palavras-chave: Micrografia; Aço; Politriz.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4
1.1 CARACTERÍSTICAS ................................................................................................. 4
1.2 APLICAÇÃO .......................................................................................................... 4
1.3 ETAPAS DO ENSAIO ................................................................................................ 4
1.4 PREPARAÇÃO DA AMOSTRA................................................................................ 4
1.5 POLIMENTO .............................................................................................................. 5
1.6 ATAQUE QUIMICO .................................................................................................. 5
1.7 ANÁLISE MICROSCÓPICA ..................................................................................... 6
1.8 ObJETIVOS GERAIS ........................................................................................... 6
1.9 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 7

2 METODOLOGIA 7
2.1 MATERIAIS UTILIZADOS ................................................................................. 7
2.2 PROCEDIMENTOS .................................................................................................... 7

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 15
3.1 RESULTADOS OBTIDOS ................................................................................. 15
3.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS .............................................................................. 16

4 CONCLUSÃO 19

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 20
1 INTRODUÇÃO

1.1 CARACTERÍSTICAS

O ensaio de micrografia é uma técnica de análise microestrutural que utiliza microscópios


ópticos ou eletrônicos para examinar as características de uma amostra em escala microscópica.
A micrografia permite visualizar e analisar a estrutura interna de um material, incluindo a forma,
o tamanho e a distribuição de grãos, inclusões, fases e outras características microestruturais. O
ensaio de micrografia é amplamente utilizado em diversas áreas, incluindo a metalurgia, a
engenharia de materiais, a ciência dos materiais, a biologia e a medicina.

1.2 APLICAÇÃO

A análise de micrografia é uma técnica utilizada para examinar materiais em escala microscópica
e verificar suas características estruturais. Essa análise é geralmente feita por meio de microscopia
óptica, eletrônica ou por varredura.
Ao analisar a microestrutura de um material, é possível verificar características como a
composição química, a distribuição de fases, a orientação cristalográfica e a presença de defeitos,
como trincas, porosidade, inclusões ou precipitados.

1.3 ETAPAS DO ENSAIO

De um modo geral, as principais etapas para a realização do ensaio micrográfico


englobam a preparação da mostra, onde ocorre o precesso de lixamento, logo em seguida
ela passa pela etapa de polimento, então o CP é direcionado ao microscopio, onde ele passa
pela primeira análise, logo em seguida o mesmo é submetido no processo de ataque
quimico e por fim ele retorna a microscopio onde ocorre um novo processo de análise.

1.3.1 PREPARAÇÃO DA AMOSTRA

O processo de preparação de uma amostra por lixamento é um procedimento comum


em diversas áreas, como metalurgia, mecânica, cerâmica, entre outras. Para realizar esse
processo, siga os seguintes passos: Selecionar a lixa adequada: a escolha da lixa depende
do material a ser lixado e do acabamento desejado. Existem diversos tipos de lixas, como
as abrasivas, diamantadas, entre outras. Preparar a superfície: antes de iniciar o lixamento,
é importante que a superfície da amostra esteja limpa e livre de impurezas. Para isso, utilize
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um pano úmido para retirar poeira, óleo ou outras sujeiras.
Lixar a amostra: inicie o lixamento com uma lixa grossa, movendo-a de forma uniforme
sobre a superfície da amostra. É importante que o movimento seja sempre no mesmo
sentido, para evitar riscos na amostra. Após a utilização da lixa grossa, utilize uma lixa
mais fina para aperfeiçoar o acabamento. Limpar a amostra: após o lixamento, limpe a
amostra com um pano úmido para retirar os resíduos gerados pelo processo. Verificar o
resultado: após a limpeza, verifique o resultado do lixamento e, se necessário, repita o
processo com lixas mais finas até obter o acabamento desejado.
É importante lembrar que o processo de lixamento requer cuidado e precisão para evitar
danos à amostra e garantir a qualidade dos resultados obtidos.

1.3.2 POLIMENTO

De acorde com Rohde (2010) o polimento em politriz é um processo mecânico utilizado


para remover pequenas imperfeições e riscos da superfície de um material, deixando-a mais
lisa e brilhante. O resultado final dependerá do tipo de material polido, da qualidade da
politriz e dos produtos de polimento utilizados.
No caso de metais, como o aço, o polimento pode resultar em uma superfície espelhada
e sem riscos visíveis. Já para plásticos e acrílicos, o polimento pode reduzir
significativamente a aparência de arranhões e marcas superficiais, proporcionando um
acabamento mais uniforme.
Para garantir o melhor resultado, é importante seguir as instruções do fabricante do
produto de polimento e escolher a velocidade adequada da politriz para o material a ser
polido. É também recomendável fazer um teste em uma pequena área antes de polir a
superfície inteira para verificar a compatibilidade dos produtos utilizados e garantir que o
resultado atenda às expectativas.

1.3.3 ATAQUE QUIMICO

Um ataque químico em aço é um processo em que o aço é exposto a uma solução química
corrosiva para remover camadas superficiais do material. O objetivo desse processo pode ser a
limpeza da superfície, a remoção de óxidos, a preparação da superfície para tratamentos posteriores,
entre outros fins.
O ataque químico com nital é um método utilizado para revelar microestruturas em
amostras de aço. O nital é uma solução composta de ácido nítrico e álcool etílico, na
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proporção de 1:3. Esse método é especialmente útil para identificar microestruturas em
aços carbono e aços de baixa liga.

1.3.4 ANÁLISE MICROSCÓPICA

Para realizar a análise microscópica de um aço em uma micrografia, é necessário


utilizar um microscópio óptico ou eletrônico para visualizar as características da estrutura
do material em uma escala microscópica. Na micrografia de um aço, é possível observar
diferentes estruturas microscópicas, como grãos, inclusões, trincas, precipitados, entre
outros. Alguns dos aspectos que podem ser analisados incluem:
Tamanho e forma dos grãos: Os grãos são as regiões individuais da estrutura do aço e
podem variar em tamanho e forma. Um aço com grãos menores tende a ser mais resistente
e tenaz, enquanto um aço com grãos maiores tende a ser mais frágil.
Distribuição de inclusões: As inclusões são partículas estranhas presentes no aço que
podem afetar as propriedades mecânicas e de corrosão. É importante analisar a distribuição
e o tipo de inclusões presentes para determinar a qualidade do material.
Presença de trincas: As trincas são descontinuidades que podem levar a falhas no
material. É importante identificar a presença de trincas e sua orientação para determinar a
resistência do aço.
Precipitados: Os precipitados são fases secundárias que podem se formar na estrutura
do aço durante o processo de fabricação ou tratamento térmico. É importante analisar sua
distribuição e tamanho para determinar como eles afetam as propriedades do aço.
A análise microscópica de uma micrografia de aço pode fornecer informações
importantes sobre as propriedades e qualidade do material. É uma ferramenta valiosa para
engenheiros e cientistas que trabalham com materiais e desejam entender melhor as
características microestruturais do aço.

1.4 OBJETIVOS GERAIS

Em geral, o objetivo desse trabalho, após submeter o corpo de prova ao ensaio de


micrografia, é de estimar o teor de carbono do mesmo, por meio da análise de superfície
utilizando um microscópio. Para isso, utiliza-se um aplicativo chamado ImageJ para
escanear as imagens do microscópio.

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1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

(a) Identificar as características micrograficas dos corpos de prova;

(b) Relacionar os resultados obtidos com o aplicativo ImageJ;

(c) Estimar a porcentagem de teor de carbono dos corpos de prova.

2 METODOLOGIA

2.1 MATERIAIS UTILIZADOS

• Água;

• Álcool etílico;

• Corpo de Prova (CP);

• Lixadeira mecânica;

• Lixas 220, 320, 480 e 600;

• Reativo químico Nital 2%;

• Secador elétrico;

• Oculos de proteção;

• Politriz;

• Microscópio;

• Computador;

• Aluminio diluido

2.2 PROCEDIMENTOS

Primeiramente, a prática teve início com uma conversa entre os monitores e os acadêmicos, na
qual a parte teórica da prática foi esclarecida, relembrando os conceitos relacionados aos ensaios de
micrografia. Tendo em vista que, esses foram essenciais para o desenvolvimento desta prática.
Sequencialmente, as outras etapas do ensaio foram apresentadas para os alunos, esses também foram
orientados durante todas as etapas da prática. Logo após, foi fornecido aos alunos um corpo de prova
como mostrado na Figura 1.

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Figura 1: Foto do corpo de prova.

Fonte: Autores (2023).

Logo em seguida, o corpo de prova passou pelo processo de lixamento em uma


lixadeira mecânica, com lixas de quatro gramaturas diferentes, sendo elas de 220, 320, 400 e
600, como mostra na Figura 2.

Figura 2: Lixas 220, 320, 400 3 600.

Fonte: Autores (2023).

Cada lixa dá um acabamento diferente para a peça, o CP deve passar primeiro pela lixa de
gramatura 200 pois a mesma possui grãos maiores resultando em uma remoção mais rápida de material
e um acabamento bem grosseiro. Como mostra na Figura 3.
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Figura 3: Foto do corpo de prova após passar pela lixa 220.

Fonte: Autores (2023).

Após o CP ser lixado na gramatura 220, é necessário girá-lo em 90 graus para passar para a
próxima lixa de gramatura 320, essa segunda lixa ela tem um funcionamento relativamente parecido
com a anterior, porém seu acabamento é um pouco mais suave e a mesma é responsável por tirar aquele
acabamento grosseiro que ficou no CP no primeiro lixamento. Como mostra a Figura 4.

Figura 4: Foto do corpo de prova após passar pela lixa 320.

Fonte: Autores (2023).

Novamente é necessário girar a peça em 90 graus, e iniciar a lixagem na gramatura 400, que
serve para dar acabamento ao resultado da lixa anterior. Como mostra na Figura 5.

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Figura 5: Foto do corpo de prova após passar pela lixa 400.

Fonte: Autores (2023).

Para finalizar o processo de lixamento, o corpo de prova deve ser girado uma última vez em
90 graus, e deve ser lixado na última lixa de gramatura 600, que serve basicamente para finalizar e
tirar todas as ranhuras deixadas pela lixa anterior, é bem importante realçar que a função dessa lixa
não é deixar a peça polida, mas sim com aspecto liso. Assim como mostra na figura 6.

Figura 6: Foto do corpo de prova após passar pela lixa 600.

Fonte: Autores (2023).

Após o lixamento a peça é direcionada a politriz, onde ocorre o processo de polimento, a


máquina estava funcionada a 60rp/min e como abrasivo utiliza-se alumínio diluído, o mesmo deve ser
colocado sobre a peça durante todo processo de polimento, a máquina ainda pinga gotas de água para

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auxiliar no processo, seguindo o mesmo esquema das lixas, como mostra na figura 7.

Figura 7: Foto do CP no processo de polimento .

Fonte: Autores (2023).

O uso do oculos de proteção é necessário quando a politriz estiver ligada, logo que ela é
desligada o CP deve ser retirado da maquina com um devido cuidado. A figura 8 mostra como o corpo
de ficou após o polimento.

Figura 8: Foto do corpo de prova polido.

Fonte: Autores (2023).

Após passar pela politriz o CP, passa pela primeira análise. A amostra é então observada no
microscópio óptico ou eletrônico para analisar sua estrutura. A análise inclui a identificação de grãos,
inclusões, fases e outras características importantes.

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Finalmente o corpo de prova pode ser submetido ao ataque químico com Nital 2%, O processo
se resume em fazer uma imersão no corpo de prova em um recipiente com Nital 2%, em um período
de tempo de 5 segundos. Como mostra a Figura 9.

Figura 9: Foto do corpo de prova sefrendo ataque quimico no Nital 2%.

Fonte: Autores (2023).

Rapidamente o corpo de prova deve ser retirado do Nital e lavado em água correte de
modo que a reação para de acontecer. Assim como é representado na Figura 10.

Figura 10: Foto do corpo de prova sendo lavado com água.

Fonte: Autores (2023).

Logo em seguida é necessário fazer a lavagem do corpo de prova com álcool etílico,
como mostrado na Figura 11.

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Figura 11: Foto do corpo de prova sendo lavado com alcool.

Fonte: Autores (2023).

Por fim, para que a peça seja secada rapidamente, nessa etapa utiliza-se um secador elétrico,
para se obter uma secagem mais rápida, o álcool que foi aplicado logo antes auxilia bastante nesse
processo de secagem, uma vez que o mesmo evapora mais rápido em relação a água. Como mostra na
figura 12.

Figura 12: Foto do corpo de prova sendo secado com secador eletrico.

Fonte: Autores (2023).


Esse processo de ataque quimico deve se repetir duas vezes, ambas com o mesmo tempo
de 5 segundo por ataque no Nital 2%, repetindo todas as etapas necessárias do mesmo.Após o
primeiro ataque já perde um pouco do brilho ganho na politriz, assim como mostra na Figura 13.

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Figura 13: Foto do corpo de prova após o primeiro ataque quimico.

Fonte: Autores (2023).

Com um segundo ataque químico no corpo de prova ele já perde todo o brilho ganhado durante
o polimento, como mostra na Figura 14.

Figura 14: Foto do corpo de prova após o segundo ataque quimico.

Fonte: Autores (2023).

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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 RESULTADOS OBTIDOS

A primeira análise realizada no corpo de prova com o microscópio foi logo após o polimento,
nessa analise a lente estava com uma aproximação de (100X), como mostra na Figura 15.

Figura 15:CP no microscópio (100X) antes do ataque.

Fonte: Autores (2023).

Posteriormente, foram realizados dois ataques quimicos no corpo de prova, ambos com um
tempo de 5 segundos, com o objetivo de visualizar com maior nitidez a composição do aço. Então
o CP retornou ao microscópio, dessa fez utilizando novamente a lente com ampliação de (100X)
como mostra na figura 16, e ampliação de (400X) como mostra na figura 17.

Figura 16: CP no microscópio (100X) pós ataque.

Fonte: Autores (2023).

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Figura 13: CP no microscópio (400X) pós ataque.

Fonte: Autores (2023).

3.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS

Primeiramente, o CP foi submetido ao lixamento e logo depois a politriz, para se obter um


acabamento melhor e com visualização adequada para o microscópio. Com isso, pode-se ver na
figura X (coloca o número da figura que mostra o CP polido), que houve defeitos no polimento,
com inúmeros riscos aparentes e sendo comparado com a figura 14, observa-se que é um defeito
comum do processo de polimento.

Figura 14: Superfície mal polida, com riscos de polimento em várias direções.

Fonte: COLPAERT, 2008.


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Como também, ao observar a figura 14, foi comparada com a figura 15 (COLPAERT,
2008), assim, foi classificado como um do tipo óxido D5 as inclusões presentes no CP.

Figura 15: Classificação para avaliação micrografia das inclusões dos aços.

Fonte: COLPAERT, 2008.

Outrossim, após o ataque químico, como mostra a figura 15 e assim, sendo possível a
visualização da granulometria média do CP, com o auxílio da figura 16, que nos mostra a
classificação dos aços pelo tamanho dos grãos de austenita ao ser visto com ampliação 100x.

Figura 16: Classificação dos aços pelo tamanho dos grãos de austenita

Fonte: COLPAERT, 2008.


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Logo, o material foi classificado como um aço nQ7 e com isso, podemos afirmar que a
peça passou por resfriamento térmico em alta temperatura, já que os grãos formados são
grosseiros. Como também, podemos afirmar que o CP sofreu um corte transversal e passou por
processos de usinagem e térmicos.

Em seguida, utilizou-se o ImageJ, um software que nos fornece a porcentagem de perlita


e ferrita, através da coloração da imagem, podendo ser diferenciada a cor clara (ferrita) e a escura
(perlita). Assim, como mostra a figura 17, foi afirmado que o CP é composto de 34,75% ferrita e
65,25% de perlita.

Figura 17: Resultado do software ImageJ.

Fonte: ImageJ (2023).

Ademais, com a porcentagem, de perlita e ferrita obtidas, através de uma relação


matemática e com dados já conhecidos sobre os constituintes, obteve-se o teor de carbono de
0,52%, portanto, nosso CP trata-se de um Aço Sae 1050.

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4 CONCLUSÃO

Conclui-se que, o ensaio micrográfico permite verificar algumas propriedades do material,


como o teor de carbono no caso do aço. Através da análise das imagens capturadas no microscópio, é
possível determinar a porcentagem dos microconstituintes e relacioná-la com o teor de carbono usando
o programa computacional ImageJ e gráficos encontrados na literatura. Com isso, pode-se obter uma
estimativa da porcentagem de carbono no corpo de prova utilizado na prática, que é aproximadamente
0,52%. Assim alcançando todos objetivos específicos propostos que estavam em consonância com a
teoria estudada.

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COLPAERT, H.; COSTA, A. L. V. da et al. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns. [S.l.]:
Editora Blucher, 2008.
ROHDE, R. A. Metalografia preparação de amostras. Laboratório de ensaios mecânicos.
Universidade Regional Integrada do alto Uruguai e Missões, 3ª Edição, Rio Grande do Sul, 2010.

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