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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO SUL DE MINAS UNIS-MG


UNIDADE DE GESTÃO DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E
TECNOLOGIA - GEAT

ENGENHARIA MECÂNICA

DÉBORAH CRISTINA LIMA


ERIK WILLIAM DE LIMA

TÍTULO: ENSAIO METALOGRÁFICO

Varginha-MG
2014
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DÉBORAH CRISTINA LIMA


ERIK WILLIAM DE LIMA

TÍTULO: ENSAIO METALOGRÁFICO

Trabalho Acadêmico apresentado para


cumprir um dos requisitos na disciplina
TECNOLOGIA DE MATERIAIS-I do
curso de Engenharia Mecânica.

Varginha-MG
2014
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FOLHA DE AVALIAÇÃO

DÉBORAH CRISTINA LIMA


ERIK WILLIAM DE LIMA

TÍTULO: ENSAIO METALOGRÁFICO

Trabalho Acadêmico apresentado ao Prof. Fabiano Farias de Oliveira do Curso de


Engenharia Mecânica do Centro Universitário do Sul de Minas, UNIS-MG, como um
dos requisitos para avaliação de trabalho acadêmicos na disciplina TECNOLOGIA
DOS MATERIAS-I.

Avaliado com nota: ___________

Data / /

_________________________________________________________
Profº. Fabiano Farias de Oliveira

OBS.:
3

Dedico este trabalho a todos aqueles


contribuíram para sua realização.
4

Agradeço aos meus colegas,


professores e a minha família por
terem ajudado na construção deste
trabalho.
5

“Reaja com inteligência mesmo a um


tratamento não inteligente.”
Lao-Tse
6

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo sobre o ensaio metalógrafo, dispositivos


utilizados, preparação dos corpos de prova e suas normas regentes. Será
apresentado também os ensaios realizados nas aulas práticas da disciplina em
laboratório.
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ABSTRACT

This work presents a study about the metallographic test, utilized


devices, preparation of specimens test and its regent standards. It will be presented
also the realized tests in the practical classes of the discipline in lab.
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO………………………………………………………… 9
1 1 METALOGRAFIA........................................................................10
2 1.1 Classe de ensaios metalográficos...........................................10
1.1.2 Metalografia qualitativa.........................................................10
1.2.3 Metalografia quantitativa.......................................................11
2 PREPARAÇÃO PARA ANALISE METALOGRAFICA................12
2.1 Escolha do material.................................................................12
2.2 Corte........................................................................................12
2.3 Lixamento................................................................................13
2.3.1 Procedimento para lixamento...............................................14
2.4 Polimento.................................................................................14
2.4.1 Procedimento para polimento...............................................15
3 LAVAGEM...................................................................................16
4 ANÁLISE DE INCLUSÕES NO MICROSCÓPIO........................16
5 ATAQUE QUÍMICO.....................................................................17
6 METODOLOGIA E RESULTADOS.............................................17
7 CONCLUSÃO..............................................................................20
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA....................................................21
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INTRODUÇÃO

O controle de qualidade de um produto metalúrgico pode ser estrutural e


dimensional. O dimensional trata de controlar as dimensões físicas de determinado
produto, nomeada Metrologia. Já o controle metalúrgico preocupa-se com qual
material é fabricado determinada peça, sua composição, propriedade, estrutura e
aplicação, e esse controle pode ser realizado com o auxílio dos ensaios
metalograficos.
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1 METALOGRAFIA

O estudo das características estruturais ou da constituição dos metais e suas


ligas, para relacioná-los com suas propriedades físicas, químicas e mecânicas.
Para se conseguir essa relação entre estrutura observada ao olho nú, lupa ou
microscópio com as propriedades mecânicas, deve-se seguir uma linha definida de
procedimentos. É o que chamamos de ensaio metalográfico.
Para a realização da análise, o plano de interesse da amostra é cortado,
lixado, polido e atacado com reagente químico, de modo a revelar as interfaces entre
os diferentes constituintes que compõe o metal.

1.1 Classe de ensaios metalográficos

Quanto ao tipo de observação, está subdivida basicamente em duas classes:


- Microscopia: Analise feita em um microscópio com aumentos que
normalmente são 50X, 100X, 200X, 500X, 1000X, 1500X e 2500X.
- Macroscópica: Analise feita a olho nu, lupa ou com utilização de
microscópios estéreos (que favorecem a profundidade de foco e dão, portanto, visão
tridimensional da área observada) com aumentos que podem variar de 5X a 64X.

1.1.2 Metalografia qualitativa

Consiste apenas em observar a microestrutura, determinando-se quais são os


microconstituintes que a compõe. Os microconstituintes variam de acordo com o tipo
de liga analisada e de acordo com os tratamentos térmicos, tratamentos mecânicos,
processos de fabricação e outros processos a que o material haja sido submetido.
Para os aços, os principais constituintes são :
 ferrita: composta por ferro e baixíssimo teor de carbono;
 perlita: composta por ferro e cerca de 0,8% de carbono;
 martensita: resultante de tratamentos térmicos de têmpera;
 austenita: constituinte básico dos aços inoxidáveis.
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1.1.3 Metalografia quantitativa

O objetivo da metalografia quantitativa é determinar o tamanho médio dos


grãos, a porcentagem de cada fase constituinte do material, a forma e o tipo de
inclusões não metálicas, a forma e o tipo da grafite, no caso de ferros fundidos e
outros dados específicos de cada liga.
Com estes dados, é possível identificar uma liga, prever o comportamento mecânico
e o método como o material foi processado.
Este tipo de análise pode ser feito através da observação direta da amostra,
utilizando uma ocular padronizada, ou de forma experimental, através do Método
Planimérico de Jeffries e do Método dos Interceptos de Heyn.
Os métodos experimentais podem ser utilizados de forma manual e de forma
automatizada, através de um sistema computadorizado de análise de imagens.
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2.PREPARAÇÃO PARA ANALISE METALOGRAFICA.

2.1 Escolha do Material

Para análise metalográfica, primeiramente escolhe-se um material de um


determinado lote que se deseja analisar. Após termos o material definido
preparamos para o corte de uma amostra desse material para trabalharmos com
uma maior eficiência de sua análise.

2.2 Corte

Às vezes é necessário particionar o corpo de prova para obterem-se amostras


que servirão para análise metalográfica. Operações mecânicas como torneamento
aplainamentos e outras, impõem severas alterações microestruturais devido ao
trabalho mecânico a frio. O corte abrasivo oferece a melhor solução para este
seccionamento, pois elimina por completo o trabalho mecânico a frio, resultando em
superfícies planas com baixa rugosidade, de modo rápido e seguro.
O equipamento utilizado para o corte conhecido como “cut-off”, ou policorte, com
discos abrasivos intensamente refrigerados (evitando deformações devido ao
aquecimento) a relativas baixas rotações é largamente utilizado nos laboratórios
metalograficos.
Preparamos o material para executarmos o corte da amostra, com o auxílio de
óleo refrigerante para evitarmos o desgaste excessivo do equipamento e perca da
qualidade superficial da amostra. Foi essencial o posicionamento adequado do
material para que a barra permanecesse perpendicular em relação ao disco de corte
da cortadeira. Ao executarmos o corte foi fundamental mantermos uma velocidade
constante, porém moderada para evitarmos o superaquecimento do material no
momento do corte e garantir a qualidade do corte
Após o corte passamos para o lixamento pois não foi necessário o
armazenamento da peça, já que concluímos os trabalhos no mesmo dia.
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2.3.Lixamento

Devido ao grau de perfeição requerida no acabamento de uma amostra


metalográfica idealmente preparada, é essencial que cada etapa da preparação seja
executada cautelosamente.
Operação que tem por objetivo eliminar riscos e marcas mais profundas da
superfície dando um acabamento a esta superfície, preparando-a para o polimento.
Existem dois processos de lixamento: manual (úmido ou seco) e automático.
A técnica de lixamento manual consiste em se lixar a amostra sucessivamente
com lixas de granulometria cada vez menor, mudando-se de direção (90°) em cada
lixa.

A sequência mais adequada de lixas para o trabalho metalográfico com aços


é 100, 220, 320, 400, 600 e 1200. Existe fatores podem dar uma imagem falseada
da amostra, por isso devem-se ter os seguintes cuidados:
 Escolha adequada do material de lixamento em relação à amostra e
ao tipo de exame final (oque se quer analisar);
 A superfície deve estar rigorosamente limpa, isenta de líquidos e
graxas que possam provocar reações químicas na superfície;
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 Riscos profundos que surgirem durante o lixamento deve ser


eliminado por novo lixamento;
 Metais diferentes não devem ser lixados com a utilização da mesma
lixa.

2.3.1 Procedimento Para o Lixamento

1-Verificar se há todas as lixas necessárias para a preparação da amostra


mecanográfica
2-verificar se há água
3-fazer um ponto de referencia na amostra
4-começar o lixamento de desbaste
5-lixar ate que só restem os riscos da ultima lixa utilizada
6-gire 90° e vá para a próxima lixa
7-repetir passos 5 e 6 ate chegar à lixa de granulometria 1200

2.4 Polimento

No processo de polimento da amostra foi utilizado o equipamento politriz para


auxiliar na execução. Durante este processo o equipamento era mantido a uma
velocidade de 600 rpm, e periodicamente era aplicado alumina para obter o melhor
polimento possível, e executando movimentos circulares e uniformes da superfície
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da amostra sobre o disco do equipamento. Mantendo este processo por


aproximadamente 15 minutos até obtermos uma superfície polida.

2.4.1 Procedimento Para o Polimento

1- Verificar se o pano da Politriz é adequado para o tipo de abrangente e se


encontra em condições de uso
2- Verificar se o pano de polimento está limpo
3- Verificar se o motor está funcionando corretamente
4- Ligar a água (bem pouco)
5- Se for polir com alumina coloque a mesma sobre o pano de polimento e abra
a agua (bem pouco) para a lubrificação e eliminação de impurezas, se for polir
com pasta de diamante espalhe a mesma sobre o pano e lubrifique com
álcool.
6- Segurar a amostra levemente encima do pano de polimento, se recomenda
movimentar a amostra o no sentido inverso ao do movimento do pano,
mas para iniciantes recomenda-se apenas segurar a amostra encima do pano
para não riscar.
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3 LAVAGEM E SECAGEM

Após o polimento da amostra é necessário a lavagem em água corrente para


eliminar o excesso de alumina. E antes de seguir para a análise microscópica
realiza-se a lavagem com álcool e secagem com secador.
Antes de a amostra sofrer o ataque, a mesma deve estar perfeitamente limpa
e seca, por isso utilizam-se líquidos de baixo ponto de ebulição como o álcool, éter,
etc., os quais são posteriormente secados rapidamente através de um jato de ar
quente fornecido por uma ventoinha elétrica ou secador.

4 ANALISE DE INCLUSÃO NO MICROSCOPIO

Para a análise de inclusão na amostra do material deve posicionar a


superfície polida para baixo na cavidade do microscópio e travar com o apalpador
para evitar a movimentação da amostra no momento da análise.
Ajustando o foco e a luz do microscópio girando os manípulos para obter a melhor
análise. Observa-se o tipo e a quantidade de inclusões na amostra classificando
segundo
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5 ATAQUE QUIMICO

Após classificação da inclusão presente na amostra é feito um ataque químico


na superfície polida para estabelecer a fração mássica do material. Para executar
esse processo é colocado o produto químico nital 5% em um vasilhame, então a
superfície da amostra é mergulhada no vasilhame executando um movimento
circular uniforme por um tempo determinado de 3 a 5 segundos e logo após é feito a
lavagem em água corrente, seguindo para a lavagem com álcool e secagem.

6 METODOLOGIA E RESULTADOS

Na aula prática de metalografia em laboratório realizamos todos os


procedimentos descritos acima, utilizando um corpo de prova qualquer, devidamente
preparado para a análise metalografica. A intenção foi identificar e classificar o tipo
de inclusão no aço em questão, o tipo de aço ensaiado e com os resultados
encontrados colocar na forma e obter a porcentagem de carbono existente naquele
material. A seguir demonstraremos as imagens capturadas da estrutura
metalográfica do material e os cálculos para obtenção da porcentagem de carbono:
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Área total da amostra: 4759,2


Área total de ferrita na amostra: 1740,01

Portanto:
4759,2 --------- 100%
1740,01--------------X
X = 36,6% (Wα)

100 – 36,6 = 63,4% (Wp)


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Realizando os cálculos descobrimos a quantidade mássica de perlita e ferrita,


em seguida colocamos nas formulas e encontramos o valor mássico de carbono
existente no material ensaiado:

Ou,

Concluímos então que o aço tem 0,489p de Carbono:


A classificação geral do nosso corpo de prova ficou da seguinte forma:
Inclusões: Tipo Oxido Globular – D – entre nível 2 e 3
Aço Hipoeutetóide
Wα’ = 0,366
Wp’ = 0,634
Co = 0,489
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7 CONCLUSÃO

Podemos concluir que os ensaios metalográficos são de altíssima importância no


controle de qualidade metalúrgico, pois conseguimos detectar os tipos de estrutura,
quantidades de carbono, tipos de inclusões entre muitos outros aspectos que determinam se o
material está conforme o especificado, se poderá ser aplicado para a função o qual foi
projetado, evitando a má aplicação e a fadiga, ruptura, oxidação ou qualquer intervenção que
venha prejudicar o bom funcionamento de uma estrutura ou equipamento que foi
confeccionado com este material.
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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

COLPAERT; Hubertus. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns, 3ª


Edição, Editora Edgarg Blücher Ltda, São Paulo – 1974.
Apostila Curso de Ensaio Metalográfico – LIME 1.1
Slides disponibilizados em aula do profº Fabiano Farias de Oliveira

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