Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Laboratório de Metalografia
Gustavo Ludwig
08 de Julho de 2021
1. Objetivos
O objetivo da atividade é realizar a análise de Metalografia em duas amostras de aço, um
pedaço de barra chata de SAE 1020 e um pedaço de vergalhão SAE 1045.
As amostras serão submetidas a embutimento, lixamento, utilizando lixas de diferentes
granulometrias, a fim de deixar a superfície das amostras mais planas para que o ensaio seja mais
assertivo, seguido por polimento. Logo após, será realizado um ataque químico nas amostras para que
se possa verificar a estrutura do grão de cada uma das amostras utilizando um microscópio ótico.
2. Introdução Teórica
1
Materiais Mecânicos I
A etapa de polimento consiste na obtenção de uma superfície isenta de riscos de modo que se
obtenha uma imagem nítida no microscópio, para isso normalmente é executada com panos especiais,
colados à pratos giratórios, sob os quais são depositadas pequenas quantidades de abrasivos. Estes
abrasivos seriam em função do tipo do metal que está sendo preparado. Os mais comuns são o óxido
de alumínio (alumina) e a pasta de diamante.
2
Materiais Mecânicos I
Para isso deve-se ainda ter alguns cuidados como a escolha do pano correto para que não se
tenha riscos, ao fazer a troca dos panos, a superfície da amostra deve estar isenta de poeira do
polimento anterior
Durante o polimento a amostra também é refrigerada com a utilização de álcool ou agentes
refrigerantes específicos.
Há uma enorme variedade de ataques químicos para diferentes tipos de metais e situações.
Em geral, o ataque é feito por imersão da amostra em uma cuba com o reagente, durante um período
de aproximadamente de 5 a 15 segundos dependendo da textura da amostra, assim a microestrutura é
revelada. Após o ataque químico lava-se a superfície da amostra com álcool e realiza-se a secagem
com chumaço de algodão umedecido em álcool e inserido um jato de ar quente para a limpeza total.
Um dos reagentes mais usados é o Nital, (ácido nítrico e álcool), que funciona para a grande
maioria dos metais ferrosos.
2.5 Microscopia
É a análise feita em um microscópio com aumentos que normalmente são de 50x, 100x, 200x,
1000x, 1500x e 2500x.
Este tipo de análise é realizada em microscópio específicos, conhecidos como microscópios
metalográficos ou microscópios metalúrgicos. Este tipo de microscópio possui baixo campo focal,
permitindo apenas a observação de superfícies perfeitamente planas e polidas. Em razão disto, a
preparação metalográfica tem grande importância na qualidade de uma análise. Normalmente
funciona através da emissão do feixe de luz, que pode ser direcionada de forma superior ou inferior.
Após isso, a luz passa pela objetiva e reflete na superfície da amostra que será analisada. A luz
refletida atravessa a objetiva novamente, exibindo a imagem ampliada. A ocular possibilita maior
ampliação da imagem formada, que pode ser visualizada ou registrada.
Estes microscópios, em geral, possuem sistemas de fotografias integrados, que permitem o
registro das análises realizadas.
3
Materiais Mecânicos I
3. Descrição da Atividade
3.1 Embutimento
No início do experimento colocou-se a peça em uma embutidora metalógrafa que por meio de
pressão e calor, ocasionou o embutimento da amostra. Este processo consistiu em escolher a
superfície com menos imperfeições da amostra, onde esta foi inserida virada para baixo dentro do
tubo da máquina.
Foi utilizado um desmoldante (WD40) no tubo da máquina, e no batente superior, que
auxiliaram na retirada da peça embutida.
Foi utilizado baquelite em pó para cobrir toda amostra. Posteriormente foi compactada, então
as alças da tampa da máquina serviram para selar o conjunto (amostra e baquelite).
4
Materiais Mecânicos I
Por fim, liga-se a máquina responsável por fundir o baquelite ao redor da amostra. Um calor
é mantido no interior (até 150°C) juntamente da adição de uma pressão entre 1000 a 1500 lb/pol²,
onde a mesma precisou ser mantida até o fim deste procedimento, pois com o passar do tempo a
pressão acabava diminuindo, exigindo novos ajustes. Vale ressaltar que processo durou cerca de vinte
minutos para cada amostra.
3.2 Lixamento
3.3 Polimento
5
Materiais Mecânicos I
Para uma melhor analise, as superfícies já lixadas e polidas, foram expostas a um ataque
químico com ácido, sendo responsável por revelar a microestrutura do material. O reagente químico
utilizado neste ensaio foi o Nital, onde este ficou em contato com a amostra por um período
aproximado de 10 segundos.
3.5 Microscopia
Através deste procedimento foi possível envolver o baquelite na amostra, aumentando a área
de manuseio da mesma, permitindo uma facilidade na execução dos processos posteriores a este, além
de garantir uma face plana, permitindo boa resolução no processo de microscopia. Figura 1.
6
Materiais Mecânicos I
4.2 Lixamento
Devido à utilização das lixas com a sequência da maior para a menor granulometria, foi
possível invalidar imperfeições superficiais nas amostras, como áreas profundas e rebarbas, tornando-
a plana, conforme mostrado na Figura 1. Foi necessário avaliar o ângulo de lixamento em relação ao
grão, girando a amostra à 90º para cada vez que o processo fosse interrompido. Ao esquecer deste
cuidado, obrigou-se a repetição do processo até que o procedimento fosse executado de maneira
correta, gerando assim o resultado conforme o esperado.
4.3 Polimento
Esta etapa da experimentação foi possível devido o auxílio da politriz de feltro e a Alumina
(Figura 3), utilizada como abrasivo, onde a peça apresentou uma face espelhada e sem a presença de
arranhões. Vale ressaltar que somente quando a amostra apresentar espelhamento e não obter mais
nenhum tipo de ranhura nela, o processo pode ser visto como concluído.
Este processo foi responsável por revelar a microestrutura do material, pois com o reagente
químico a camada amorfa foi removida através da corrosão, conforme mostra a Figura 4, ressaltando
a verdadeira estrutura do metal, desta forma sendo possível a observação microscópica detalhada.
4.5 Microscopia
8
Materiais Mecânicos I
40X 60X
5. Conclusão
A importância de efetuar cada etapa meticulosamente conforme as orientações previstas
devem ser respeitadas para que não haja alterações indevidas no resultado final. A correta execução
do conjunto obtido na etapa de embutimento é fundamental para que os experimentos sejam bem-
sucedidos, visto que sem a etapa de embutimento, o manuseio da amostra fica comprometido e dessa
forma poderá trazer complicações e dificuldades nas avaliações e análises.
Na etapa de lixamento da amostra, deve-se atentar a quantidade de força imposta contra a lixa,
esta força deverá ser mantida constante e quando aplicada, também deverá ser distribuída de maneira
mais uniforme possível sobre a amostra, dessa forma, evitam-se os desníveis. Se não efetuado
corretamente, o processo deverá ser repetido, até que o resultado almejado seja obtido.
O procedimento de polimento é de ordem mais simples, deve-se tomar cuidado após a
realização do processo para que a parte polida não entre em contato com impurezas que possam
interferir no polimento, por exemplo, marcas digitais, ácido úrico, eventuais riscos dentre outros
exemplos.
Já os ensaios de ataque químico e microscopia estão diretamente ligados. O reagente é o fator
que permite a visualização da estrutura, porém o posicionamento da amostra e a iluminação, seguida
de uma boa técnica para captura da imagem, em um microscópio, vão influenciar a análise final.
No ensaio de microscopia, foi possível observar a mudança de fase do aço. Foi possível
também observar o comportamento dos grãos nas respectivas fases da estrutura, como pode ser visto
na Figura 8 e na Figura 9.
Nas imagens obtidas pela microscopia óptica, podemos ver na figura 8, o aço 1020, e sua
principal composição, a cementita (~3%) e ferrita (~97%), em proporções idênticas aquelas previstas
pelo diagrama de fases. Praticamente todo o carbono presente no aço 1020 está na forma de cementita
apesar da mesma só representar 3% do volume. O restante do carbono está junto da ferrita. Esse tipo
de liga se chama hipoeutetoide, visto que se formou com aproximadamente 0,2% de carbono, estando
à esquerda do ponto eutetoide, no diagrama de fases.
9
Materiais Mecânicos I
Partindo para a análise do aço 1045, figura 9, percebemos que a parte mais escura aumentou
de tamanho, isso porque a concentração de carbono também aumentou. Consequentemente, a
quantidade de ferrita diminuiu. Assim como no aço 1020, no 1045, praticamente todo o carbono está
na forma de cementita e, o restante, está junto da ferrita. Essa liga também é do tipo hipoeutetoide,
visto que se formou com aproximadamente 0,45% de carbono, estando à esquerda do ponto eutetoide,
no diagrama de fases. A perlita será constituída de ferrita eutetoide intercalada com lamelas de
cementita e, a ferrita pro-eutetoide, vai se nuclear nos contornos de grão.
10
Materiais Mecânicos I
Por fim, diante da execução criteriosa do roteiro proposto, o experimento possibilitou aos
integrantes do grupo terem contato com o processo de metalografia e equipamentos utilizados durante
a atividade. Os experimentos atingiram seus objetivos. O grupo considera relevante destacar que para
obter bons resultados nesta atividade prática, os procedimentos devem ser seguidos à risca, conforme
são descritos no roteiro da atividade.
6. Referências Bibliográficas
- SEIDEL, Luis Guilherme, Metalografia e ensaio de tração nos aços 1020 e 1045, Lajeado, março
de 2016.
11