Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
02/06/2023
ITAJUBÁ - MG
PROF. BRUNO XAVIER DE FREITAS
MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO MECÂNICA EXPERIMENTAL
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 1
2. OBJETIVOS 1
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 6
4.1. METALOGRAFIA 6
4.2. MICROSCÓPIO ÓPTICO 6
4.3. ESCOLHA DA SEÇÃO A SER ANALISADA E CORTE 7
4.4. EMBUTIMENTO DA AMOSTRA 7
4.5. LIXAMENTO 7
4.6. POLIMENTO 8
4.7. ATAQUE QUÍMICO 9
4.8. ANÁLISE DA ESTRUTURA E REGISTRO DA IMAGEM 10
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 10
5.1. MICROSCOPIA ÓPTICA E ANÁLISE DE INCLUSÕES 10
5.1.1. Inclusões em aços 10
5.1.2. Análise da amostra temperada a óleo. 11
5.1.3. Análise da amostra temperada à água 12
5.1.4. Análise da amostra normalizada 13
5.1.5. Análise da amostra recozida 15
5.2. ANÁLISE QUANTITATIVA DA AMOSTRA RECOZIDA 16
6. CONCLUSÃO 18
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19
1. INTRODUÇÃO
Neste relatório, será apresentado uma análise metalográfica de uma amostra, com o
objetivo de compreender sua microestrutura e suas características. Por meio do uso de
técnicas, como microscopia, preparação de amostras, polimento e análise química, buscamos
revelar informações essenciais sobre a composição, a distribuição dos grãos e outros
constituintes presentes na amostra. A análise metalográfica desempenha um papel
fundamental na avaliação da qualidade e no desenvolvimento de materiais para diversas
aplicações industriais, permitindo uma compreensão mais aprofundada de suas propriedades
estruturais e desempenho mecânico.
2. OBJETIVOS
● Realizar a análise metalográfica do aço 1045;
● Diferenciar as microestruturas da amostra de acordo com o seu tratamento;
● Realizar análise qualitativa e quantitativa da amostra recozida e estimar a composição
do aço;
● Comparar as análises com a literatura.
1
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
De acordo com COLPAERT (1974, p. 121), “A apreciação da natureza destes, suas
respectivas porcentagens, suas dimensões, arranjo e formato, e a interpretação desses dados
constituem o escopo do exame micrográfico dos metais. A importância deste exame decorre
do fato de as propriedades mecânicas de um metal dependerem não só da sua composição
química como também da sua textura. Com efeito, um mesmo aço pode tornar-se mole, duro,
duríssimo, quebradiço, elástico, tenaz, etc. conforme a textura que apresentar e que lhe pode
ser dada por meio de trabalhos mecânicos ou tratamentos térmicos adequados”.
Figura 3.1 - Micrografia de um aço 0,4% C, temperado e atacado com Nital, ampliação de
1000x.
Na figura 3.1, as placas finas de martensita formadas após a têmpera foram reveladas
pelo ataque com Nital. Pode-se usar essa imagem para comparar com as imagens obtidas no
laboratório, da amostra de aço 1045 temperado a óleo.
2
Figura 3.2 - Micrografia de um aço 0,4%C, temperado e atacado com Picral, ampliação de
500x.
Pela imagem anterior, a ferrita proeutetóide já não é mais tão evidente, pois foi
absorvida durante a austenitização.
3
Na imagem 3.3, vê-se a bainita dispersa entre grãos de perlita em uma matriz ferrítica,
com algumas agulhas de martensita. É visível que se formou menos agulhas de martensita, o
tratamento foi feito em óleo sem agitação.
4
Figura 3.5 - Diagrama TTT para um liga ferro-carbono com composição eutetóide.
Figura 3.6 - Diagrama CCT para uma liga ferro-carbono com composição eutetóide e
superposição das curvas de resfriamento.
5
FONTE: CALLISTER, W. D.; RETHWISCH, D. G. Materials Science and Engineering an
Introduction 9ed.
A figura 3.6 é um diagrama CCT para uma liga ferro-carbono. É um gráfico que
relaciona a taxa de resfriamento com a temperatura durante a transformação de fases na liga.
Ele mostra as fases presentes e suas transformações durante o resfriamento.
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Para realizar uma análise metalográfica em materiais metálicos é necessário passar por
etapas. Por meio da preparação da amostra, lixamento, polimento e ataque químico, buscamos
compreender a microestrutura e as características específicas do material em estudo. A
amostra é seccionada e montada por meio de uma máquina em uma resina para sua
manipulação. Em seguida, realiza-se o lixamento para obter uma superfície plana. O
polimento é realizado com compostos abrasivos e panos específicos para obter um
acabamento espelhado. O ataque químico é aplicado para realçar as características
microestruturais. Após as etapas de preparação, a amostra é observada e analisada no
microscópio. Esse procedimento mostra informações sobre a estrutura cristalina, grãos e
outras características do material metálico em análise.
4.1. METALOGRAFIA
Metalografia é a área da ciência dos materiais que estuda a estrutura interna dos metais
e suas ligas. Através de técnicas de preparação de amostras, polimento, ataque químico e
observação microscópica, é possível analisar a microestrutura, incluindo a organização dos
grãos, fases presentes, inclusões e defeitos. Essa análise é amplamente aplicada na indústria
para controle de qualidade e engenharia para o estudo de materiais.
O item mais importante para realizar a metalografia é o microscópio óptico, pois sem a
ampliação que ele entrega não é possível enxergar os pontos desejados, como as inclusões,
defeitos, contorno de grãos e o microconstituinte presente na estrutura de acordo com o
tratamento que a amostra foi submetida. Com este aparelho obtém-se macrografia que o
aumento varia até 30x e é possível ver defeitos, poros, trincas, segregação,(macro)estrutura,
textura,distribuição/ocorrência de fases e micrografia que o aumento passa de 50x e se vê
defeitos, microestrutura e constituintes.
6
4.3. ESCOLHA DA SEÇÃO A SER ANALISADA E CORTE
A escolha da seção a ser analisada é uma etapa importante pois ela deve mostrar uma
superfície plana do material. É importante que a face escolhida mostre de maneira clara a
estrutura do material.
O corte da amostra é realizado por uma policorte com discos especiais e refrigerado
com líquido refrigerante para não alterar as propriedades do material enquanto ele está sendo
preparado. Deve seguir a condição de que materiais macios de baixa dureza, utilizam-se
discos duros e para materiais duros, utilizam-se discos moles. Após o corte, a amostra deve ter
um tamanho pequeno para ser analisada no microscópio, aproximadamente 10x10x10mm.
4.5. LIXAMENTO
7
Figura 4.1 - Micrografia óptica do aço 1045 temperado a óleo com ampliação de 50x e lixado
com (a) 220 e (b) 320
(a) (b)
Figura 4.2 - Micrografia óptica do aço 1045 temperado a óleo com ampliação de 50x e lixado
com (c) 400 e (d) 600
(c) (d)
4.6. POLIMENTO
O polimento da amostra é realizado para obter uma superfície lisa, livre de riscos e
arranhões. Isso é importante porque a rugosidade superficial pode prejudicar a qualidade das
imagens microscópicas e dificultar a identificação e análise dos componentes estruturais. O
polimento adequado melhora a clareza das características microestruturais, revelando detalhes
como os contornos dos grãos, inclusões, fases e outros constituintes presentes no material. No
experimento realizado foi utilizado a politriz metalográfica,alumina ,que possui granulometria
em micrômetros, e o pano de polimento. Esse processo deve ser bem limpo, pois qualquer
impureza que entre em contato com a superfície da amostra pode riscá-la. Não se deve tocar
na superfície da amostra depois de polida.
8
Figura 4.3 - Exemplo da amostra de aço 1045 temperado a óleo polida com ampliação de
100x
Figura 4.4 - Exemplo de amostra de aço 1045 temperado a óleo sem ataque com ampliação de
100x (a) e atacada com Nital 2% com ampliação de 100x (b)
(a) (b)
9
4.8. ANÁLISE DA ESTRUTURA E REGISTRO DA IMAGEM
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. MICROSCOPIA ÓPTICA E ANÁLISE DE INCLUSÕES
10
5.1.2. ANÁLISE DA AMOSTRA TEMPERADA A ÓLEO.
Figura 5.2. Micrografia óptica do aço 1045 temperado a óleo com ampliação de 50x (a) e
100x (b)
(a) (b)
Figura 5.3 - Micrografia óptica do aço 1045 temperado a óleo e atacado com Nital 2%,
ampliações de 50x (a), 100x (b), 200x (c) e 500x (d)
(a) (b)
11
(c) (d)
Como pode ser visto nas imagens atacadas com Nital, há a presença de martensita
pelas ripas ou placas um pouco escuras. A martensita, assim como dito na figura 3.1, é obtida
nas amostras temperadas devido a maior taxa de resfriamento, formando-se a partir da
austenita obtida em maiores temperaturas, assim como indica os diagramas das figuras 3.5 e
3.6. No entanto, como a têmpera a óleo tem uma taxa de resfriamento menor que a em água, a
microestrutura resultante tem uma combinação de martensita, bainita e perlita.
(a) (b)
De acordo com a figura 5.1 podemos analisar as inclusões. Pelas imagens, há uma
parte de inclusões com formato de Sulfeto, tipo 3 de espessura grossa e Óxidos globulares,
tipo 2 de espessura grossa.
12
Figura 5.5 - Micrografia óptica do aço 1045 temperado a água e atacado com Nital 2%,
ampliação de 200x (a) e 500x (b)
(a) (b)
Pela figura 5.5, percebe-se a presença maior de martensita em detrimento dos outros
constituintes, justificada pela maior taxa de resfriamento conseguida ao temperar em água. A
têmpera é um tratamento que resulta em alta dureza e resistência mecânica, mas aumentando a
fragilidade do material. Há concentrações de tensões residuais, sendo menor no tratamento em
óleo devido sua menor taxa de resfriamento.
(a) (b)
13
De acordo com a figura 5.1 podemos analisar as inclusões. Pelas imagens, há uma
parte de inclusões com formato de Sulfeto, tipo 1 de espessura grossa e Óxidos globulares,
tipo 2 de espessura grossa.
Figura 5.7 - Micrografia óptica do aço 1045 normalizado e atacado com Nital 2%, ampliação
de 100x (a), 200x (b), 200x com indicação de descarbonetação (c) e 500x (d)
(a) (b)
(c) (d)
14
5.1.5. ANÁLISE DA AMOSTRA RECOZIDA
Figura 5.8 - Micrografia óptica do aço 1045 recozido com ampliação de 100x (a) e 200x (b)
(a) (b)
De acordo com a figura 5.1 podemos analisar as inclusões. Pelas imagens, há uma
parte de inclusões com formato de Sulfeto, tipo 2 de espessura fina e Óxidos globulares, tipo
2 de espessura fina.
Figura 5.9 - Micrografia óptica do aço 1045 recozido e atacado com Nital 2%, ampliação de
100x (a), 200x (b), 500x (c) e 500x com análise de fases (d)
(a) (b)
15
(c) (d)
Figura 5.10 - Micrografia óptica do aço 1045 recozido e atacado com Nital 2%, ampliação de
500x e análise de fases pelo software do microscópio.
Na figura 5.10, à esquerda tem se a coloração das regiões, sendo verde a ferrita livre e
vermelho a perlita. Na direita, há a indicação de P para perlita e α para ferrita.
16
Figura 5.11 - Resultados do software organizados em uma planilha.
Então, pela primeira equação tem-se 42,8% de ferrita livre e 57,2% de perlita.
120/70 = 100/𝑥
120𝑥 = 7000
𝑥 = 58, 33%
Em seguida, foi possível utilizar três métodos diferentes para calcular as quantidades
de ferrita livre e perlita na amostra submetida ao recozimento. Entre os métodos, os resultados
do software foram os mais distantes, o que é esperado devido à ajustabilidade do software e a
imprecisão ao reconhecer os contornos.
18
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CALLISTER, W. D.; RETHWISCH, D. G. Materials Science and Engineering an
Introduction 9ed, 2014.
L. E. Samuels. Light Microscopy of Carbon Steels. ASM International, 1999. Disponível em:
https://bdec.dotlib.com.br/bases.
19