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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

ANÁLISE METALOGRÁFICA DO AÇO 1045

LUCAS PEREIRA DA SILVA - 2022012128


LUIZ FELIPE PALANDI DE ALMEIDA - 2022006336
PEDRO AUGUSTO FERREIRA RIBAS - 2022005221

02/06/2023
ITAJUBÁ - MG
PROF. BRUNO XAVIER DE FREITAS
MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO MECÂNICA EXPERIMENTAL
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1
2. OBJETIVOS 1
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 6
4.1. METALOGRAFIA 6
4.2. MICROSCÓPIO ÓPTICO 6
4.3. ESCOLHA DA SEÇÃO A SER ANALISADA E CORTE 7
4.4. EMBUTIMENTO DA AMOSTRA 7
4.5. LIXAMENTO 7
4.6. POLIMENTO 8
4.7. ATAQUE QUÍMICO 9
4.8. ANÁLISE DA ESTRUTURA E REGISTRO DA IMAGEM 10
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 10
5.1. MICROSCOPIA ÓPTICA E ANÁLISE DE INCLUSÕES 10
5.1.1. Inclusões em aços 10
5.1.2. Análise da amostra temperada a óleo. 11
5.1.3. Análise da amostra temperada à água 12
5.1.4. Análise da amostra normalizada 13
5.1.5. Análise da amostra recozida 15
5.2. ANÁLISE QUANTITATIVA DA AMOSTRA RECOZIDA 16
6. CONCLUSÃO 18
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19
1. INTRODUÇÃO
Neste relatório, será apresentado uma análise metalográfica de uma amostra, com o
objetivo de compreender sua microestrutura e suas características. Por meio do uso de
técnicas, como microscopia, preparação de amostras, polimento e análise química, buscamos
revelar informações essenciais sobre a composição, a distribuição dos grãos e outros
constituintes presentes na amostra. A análise metalográfica desempenha um papel
fundamental na avaliação da qualidade e no desenvolvimento de materiais para diversas
aplicações industriais, permitindo uma compreensão mais aprofundada de suas propriedades
estruturais e desempenho mecânico.

A análise metalográfica tem o objetivo de analisar as propriedades e comportamento


dos materiais metálicos que podem ser submetidos a diferentes condições de tratamento
influenciando diretamente nas suas propriedades mecânicas. Neste relatório, será apresentado
um experimento em cima da microestrutura do aço 1045, realizado por meio de um conjunto
de técnicas para defini-las. A amostra em análise consiste em uma seção transversal do aço
1045. O objetivo principal dessa análise é avaliar a composição, distribuição e características
dos constituintes microestruturais presentes no aço 1045.

2. OBJETIVOS
● Realizar a análise metalográfica do aço 1045;
● Diferenciar as microestruturas da amostra de acordo com o seu tratamento;
● Realizar análise qualitativa e quantitativa da amostra recozida e estimar a composição
do aço;
● Comparar as análises com a literatura.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
De acordo com COLPAERT (1974, p. 121), “A apreciação da natureza destes, suas
respectivas porcentagens, suas dimensões, arranjo e formato, e a interpretação desses dados
constituem o escopo do exame micrográfico dos metais. A importância deste exame decorre
do fato de as propriedades mecânicas de um metal dependerem não só da sua composição
química como também da sua textura. Com efeito, um mesmo aço pode tornar-se mole, duro,
duríssimo, quebradiço, elástico, tenaz, etc. conforme a textura que apresentar e que lhe pode
ser dada por meio de trabalhos mecânicos ou tratamentos térmicos adequados”.

Figura 3.1 - Micrografia de um aço 0,4% C, temperado e atacado com Nital, ampliação de
1000x.

FONTE: BDEC (image cs0871); referência a L. E. Samuels, ASM International, 1999.

Na figura 3.1, as placas finas de martensita formadas após a têmpera foram reveladas
pelo ataque com Nital. Pode-se usar essa imagem para comparar com as imagens obtidas no
laboratório, da amostra de aço 1045 temperado a óleo.

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Figura 3.2 - Micrografia de um aço 0,4%C, temperado e atacado com Picral, ampliação de
500x.

FONTE: BDEC (image cs0531); referência a L. E. Samuels, ASM International, 1999.

Pela imagem anterior, a ferrita proeutetóide já não é mais tão evidente, pois foi
absorvida durante a austenitização.

Figura 3.3 - Aço SAE 1045 temperado em óleo, ampliação de 500x.

FONTE: Contribuição técnica ao 71º Congresso Anual da ABM – Internacional e ao 16º


ENEMET - Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Metalúrgica, de Materiais e de
Minas, parte integrante da ABM Week, realizada de 26 a 30 de setembro de 2016, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.

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Na imagem 3.3, vê-se a bainita dispersa entre grãos de perlita em uma matriz ferrítica,
com algumas agulhas de martensita. É visível que se formou menos agulhas de martensita, o
tratamento foi feito em óleo sem agitação.

Figura 3.4 - Diagrama de fases para a liga ferro-carbono.

FONTE: CALLISTER, W. D.; RETHWISCH, D. G. Materials Science and Engineering an


Introduction 9ed.

Pelo diagrama de fases do ferro-carbono, o ponto eutetóide acontece em 727ºC, a uma


concentração de 0,76%p de carbono. Para o aço 1045, a composição é hipoeutetóide.

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Figura 3.5 - Diagrama TTT para um liga ferro-carbono com composição eutetóide.

FONTE: CALLISTER, W. D.; RETHWISCH, D. G. Materials Science and Engineering an


Introduction 9ed.

Pela figura 3.5, mostra a transformação da microestrutura de uma liga ferro-carbono


com composição eutetóide de acordo com temperatura e tempo gasto, sendo A, P, B e M os
microconstituintes (austenita, perlita, bainita e martensita, respectivamente).

Figura 3.6 - Diagrama CCT para uma liga ferro-carbono com composição eutetóide e
superposição das curvas de resfriamento.

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FONTE: CALLISTER, W. D.; RETHWISCH, D. G. Materials Science and Engineering an
Introduction 9ed.

A figura 3.6 é um diagrama CCT para uma liga ferro-carbono. É um gráfico que
relaciona a taxa de resfriamento com a temperatura durante a transformação de fases na liga.
Ele mostra as fases presentes e suas transformações durante o resfriamento.

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Para realizar uma análise metalográfica em materiais metálicos é necessário passar por
etapas. Por meio da preparação da amostra, lixamento, polimento e ataque químico, buscamos
compreender a microestrutura e as características específicas do material em estudo. A
amostra é seccionada e montada por meio de uma máquina em uma resina para sua
manipulação. Em seguida, realiza-se o lixamento para obter uma superfície plana. O
polimento é realizado com compostos abrasivos e panos específicos para obter um
acabamento espelhado. O ataque químico é aplicado para realçar as características
microestruturais. Após as etapas de preparação, a amostra é observada e analisada no
microscópio. Esse procedimento mostra informações sobre a estrutura cristalina, grãos e
outras características do material metálico em análise.

4.1. METALOGRAFIA

Metalografia é a área da ciência dos materiais que estuda a estrutura interna dos metais
e suas ligas. Através de técnicas de preparação de amostras, polimento, ataque químico e
observação microscópica, é possível analisar a microestrutura, incluindo a organização dos
grãos, fases presentes, inclusões e defeitos. Essa análise é amplamente aplicada na indústria
para controle de qualidade e engenharia para o estudo de materiais.

4.2. MICROSCÓPIO ÓPTICO

O item mais importante para realizar a metalografia é o microscópio óptico, pois sem a
ampliação que ele entrega não é possível enxergar os pontos desejados, como as inclusões,
defeitos, contorno de grãos e o microconstituinte presente na estrutura de acordo com o
tratamento que a amostra foi submetida. Com este aparelho obtém-se macrografia que o
aumento varia até 30x e é possível ver defeitos, poros, trincas, segregação,(macro)estrutura,
textura,distribuição/ocorrência de fases e micrografia que o aumento passa de 50x e se vê
defeitos, microestrutura e constituintes.

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4.3. ESCOLHA DA SEÇÃO A SER ANALISADA E CORTE

A escolha da seção a ser analisada é uma etapa importante pois ela deve mostrar uma
superfície plana do material. É importante que a face escolhida mostre de maneira clara a
estrutura do material.

O corte da amostra é realizado por uma policorte com discos especiais e refrigerado
com líquido refrigerante para não alterar as propriedades do material enquanto ele está sendo
preparado. Deve seguir a condição de que materiais macios de baixa dureza, utilizam-se
discos duros e para materiais duros, utilizam-se discos moles. Após o corte, a amostra deve ter
um tamanho pequeno para ser analisada no microscópio, aproximadamente 10x10x10mm.

4.4. EMBUTIMENTO DA AMOSTRA

O embutimento tem o objetivo de facilitar o manuseio da amostra e pode ser feito de


duas formas. Embutimento a frio que utiliza resina epóxi ou acrílica. A resina, misturada com
catalisador, é colocada em um molde juntamente com a amostra e o tempo de endurecimento
varia de 20 a 24 minutos. O embutimento a quente necessita de uma máquina de embutimento
e utiliza resina fenólica - baquelite. A amostra é colocada, juntamente com a resina, no
compartimento da máquina com uma força aplicada de 20 kN e 250ºC durante 10 minutos e
depois é submetida ao resfriamento por 5 minutos.

4.5. LIXAMENTO

O lixamento da amostra é feito em uma lixadeira metalográfica para remover camadas


superficiais indesejadas, como óxidos, contaminantes e marcas de processamento. Essas
camadas podem interferir na visualização e na análise precisa da estrutura interna do material.
O lixamento cria uma superfície plana e uniforme, permitindo uma observação clara dos
grãos, inclusões e outras características microestruturais relevantes para a análise
metalográfica. Para ter eficiência no lixamento e não alterar as propriedades do material, é
preciso seguir as granulometrias de lixa, utilizar água no lixamento e rotacionar a amostra em
90º quando passar para uma lixa diferente. Foram utilizadas as lixas d'água 220, 320, 400,
600, respectivamente. No processo de lixamento é importante fazer um chanfro na amostra já
com a resina a fim de não ter um canto vivo que pode rasgar a lixa e danificar o pano de
polimento.

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Figura 4.1 - Micrografia óptica do aço 1045 temperado a óleo com ampliação de 50x e lixado
com (a) 220 e (b) 320

(a) (b)

Figura 4.2 - Micrografia óptica do aço 1045 temperado a óleo com ampliação de 50x e lixado
com (c) 400 e (d) 600

(c) (d)

4.6. POLIMENTO

O polimento da amostra é realizado para obter uma superfície lisa, livre de riscos e
arranhões. Isso é importante porque a rugosidade superficial pode prejudicar a qualidade das
imagens microscópicas e dificultar a identificação e análise dos componentes estruturais. O
polimento adequado melhora a clareza das características microestruturais, revelando detalhes
como os contornos dos grãos, inclusões, fases e outros constituintes presentes no material. No
experimento realizado foi utilizado a politriz metalográfica,alumina ,que possui granulometria
em micrômetros, e o pano de polimento. Esse processo deve ser bem limpo, pois qualquer
impureza que entre em contato com a superfície da amostra pode riscá-la. Não se deve tocar
na superfície da amostra depois de polida.
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Figura 4.3 - Exemplo da amostra de aço 1045 temperado a óleo polida com ampliação de
100x

4.7. ATAQUE QUÍMICO

O ataque químico é realizado para realçar as características microestruturais presentes


na amostra. Por meio da utilização de soluções corrosivas específicas, o ataque químico reage
seletivamente com os diferentes constituintes do material, revelando suas características
estruturais de forma mais clara e evidente. Isso inclui a distinção de diferentes fases, a
revelação de inclusões, a identificação de contornos de grãos e outras características
importantes. Existem diferentes soluções para fazer o ataque da amostra como Nital (2%),
Picral (5%), Ácido Oxálico, Nital (5%), Água Régia em Álcool. No experimento, a solução
utilizada para fazer o ataque foi o Nital (2%).

Figura 4.4 - Exemplo de amostra de aço 1045 temperado a óleo sem ataque com ampliação de
100x (a) e atacada com Nital 2% com ampliação de 100x (b)

(a) (b)

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4.8. ANÁLISE DA ESTRUTURA E REGISTRO DA IMAGEM

Após fazer todo o processo de preparação da amostra, é feito o estudo em cima do


material analisado. Utilizando técnicas de microscopia, como o microscópio óptico ou
eletrônico, a estrutura interna do material é examinada. Isso envolve a visualização dos grãos,
inclusões, fases, defeitos, trincas e diferencia os tipos de tratamento que aquele material foi
submetido. O registro da imagem é feito pelo software do próprio microscópio que possui
câmera e está conectado a um computador.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. MICROSCOPIA ÓPTICA E ANÁLISE DE INCLUSÕES

5.1.1. INCLUSÕES EM AÇOS


As inclusões no aço são partículas ou impurezas presentes na estrutura do material.
Elas podem ser formadas durante o processo de fabricação do aço ou serem originadas de
elementos indesejáveis presentes nos ingredientes utilizados na sua produção. As inclusões
podem ser compostas por óxidos, sulfetos, silicatos, carbonatos e outros compostos. Pode
prejudicar a estrutura do material e está ligada à propagação de trincas. A figura 5.1 mostra os
tipos de inclusões presentes na estrutura do aço e suas características.

Figura 5.1 - Tabela dos tipos de inclusões presentes nos aços

FONTE: Hubertus Colpaert. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns.

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5.1.2. ANÁLISE DA AMOSTRA TEMPERADA A ÓLEO.
Figura 5.2. Micrografia óptica do aço 1045 temperado a óleo com ampliação de 50x (a) e
100x (b)

(a) (b)

Nas micrografias da amostra não atacada, as inclusões ficam evidentes e podemos


analisá-las de acordo com a figura 5.1, tabela de inclusões. Pelas imagens, há uma parte de
inclusões com formato de Sulfeto, tipo 2 de espessura grossa e Óxidos globulares, tipo 4 de
espessura grossa.

Figura 5.3 - Micrografia óptica do aço 1045 temperado a óleo e atacado com Nital 2%,
ampliações de 50x (a), 100x (b), 200x (c) e 500x (d)

(a) (b)

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(c) (d)

Como pode ser visto nas imagens atacadas com Nital, há a presença de martensita
pelas ripas ou placas um pouco escuras. A martensita, assim como dito na figura 3.1, é obtida
nas amostras temperadas devido a maior taxa de resfriamento, formando-se a partir da
austenita obtida em maiores temperaturas, assim como indica os diagramas das figuras 3.5 e
3.6. No entanto, como a têmpera a óleo tem uma taxa de resfriamento menor que a em água, a
microestrutura resultante tem uma combinação de martensita, bainita e perlita.

5.1.3. ANÁLISE DA AMOSTRA TEMPERADA À ÁGUA


Figura 5.4 - Micrografia óptica do aço 1045 temperado a água com ampliação de 50x (a) e
100x (b)

(a) (b)

De acordo com a figura 5.1 podemos analisar as inclusões. Pelas imagens, há uma
parte de inclusões com formato de Sulfeto, tipo 3 de espessura grossa e Óxidos globulares,
tipo 2 de espessura grossa.
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Figura 5.5 - Micrografia óptica do aço 1045 temperado a água e atacado com Nital 2%,
ampliação de 200x (a) e 500x (b)

(a) (b)

Pela figura 5.5, percebe-se a presença maior de martensita em detrimento dos outros
constituintes, justificada pela maior taxa de resfriamento conseguida ao temperar em água. A
têmpera é um tratamento que resulta em alta dureza e resistência mecânica, mas aumentando a
fragilidade do material. Há concentrações de tensões residuais, sendo menor no tratamento em
óleo devido sua menor taxa de resfriamento.

5.1.4. ANÁLISE DA AMOSTRA NORMALIZADA


Figura 5.6 - Micrografia óptica do aço 1045 normalizado com ampliação de 100x (a) e 500x
(b)

(a) (b)

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De acordo com a figura 5.1 podemos analisar as inclusões. Pelas imagens, há uma
parte de inclusões com formato de Sulfeto, tipo 1 de espessura grossa e Óxidos globulares,
tipo 2 de espessura grossa.

Figura 5.7 - Micrografia óptica do aço 1045 normalizado e atacado com Nital 2%, ampliação
de 100x (a), 200x (b), 200x com indicação de descarbonetação (c) e 500x (d)

(a) (b)

(c) (d)

A normalização é realizada em aços para refinar a microestrutura, eliminar tensões


residuais, com menor dureza que a têmpera, mas maior ductilidade e tenacidade, melhorando
a usinabilidade e homogeneizando a composição química. A seleção do processo de
normalização depende das propriedades desejadas e das características do aço em questão.

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5.1.5. ANÁLISE DA AMOSTRA RECOZIDA
Figura 5.8 - Micrografia óptica do aço 1045 recozido com ampliação de 100x (a) e 200x (b)

(a) (b)

De acordo com a figura 5.1 podemos analisar as inclusões. Pelas imagens, há uma
parte de inclusões com formato de Sulfeto, tipo 2 de espessura fina e Óxidos globulares, tipo
2 de espessura fina.

Figura 5.9 - Micrografia óptica do aço 1045 recozido e atacado com Nital 2%, ampliação de
100x (a), 200x (b), 500x (c) e 500x com análise de fases (d)

(a) (b)

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(c) (d)

Na amostra recozida, pode-se ver a distribuição homogênea da perlita em meio à


ferrita. Em resumo, o recozimento é realizado em aços para aliviar tensões, melhorar a
ductilidade, refinar a microestrutura, restaurar propriedades após tratamentos térmicos
anteriores e homogeneizar a composição química. A seleção do processo de recozimento
depende das propriedades desejadas e das características do aço em questão.

5.2. ANÁLISE QUANTITATIVA DA AMOSTRA RECOZIDA

Primeiro, a análise pelo software do microscópio óptico permite definir com


ajustabilidade as regiões de perlita e ferrita livre.

Figura 5.10 - Micrografia óptica do aço 1045 recozido e atacado com Nital 2%, ampliação de
500x e análise de fases pelo software do microscópio.

Na figura 5.10, à esquerda tem se a coloração das regiões, sendo verde a ferrita livre e
vermelho a perlita. Na direita, há a indicação de P para perlita e α para ferrita.

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Figura 5.11 - Resultados do software organizados em uma planilha.

Pelos resultados organizados na figura 5.11, verifica-se 47,02% de ferrita livre e


52,98% de perlita.

Agora, é possível calcular as quantidades pela regra da alavanca.

%𝑝α = (0, 77 − 0, 45)/(0, 77 − 0, 022) * 100 = 42, 8%

&𝑝𝑃 = (0, 45 − 0, 022)/(0, 77 − 0, 022) * 100 = 57, 2%

Então, pela primeira equação tem-se 42,8% de ferrita livre e 57,2% de perlita.

Em seguida, vale calcular as quantidades com o auxílio de um software de imagem (no


caso, o Imagej). Com ele é possível colocar uma grade e fazer a contagem de contornos de
grãos.

Assim, fazendo a contagem dos pontos, chegou-se a um resultado de 70 pontos que


coincidem com a perlita, a parte mais escura da imagem. No total, são 120 pontos na imagem
que correspondem a 100%. Fazendo uma regra de três, será possível calcular a porcentagem
de perlita.

120/70 = 100/𝑥

120𝑥 = 7000

𝑥 = 58, 33%

Na amostra que foi preparada no laboratório, foi encontrado 58,33% de perlita.


Subtraindo esse valor de 100%, encontra-se 41,67% de ferrita livre.
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6. CONCLUSÃO
Por meio da análise metalográfica de quatro amostras com tratamentos térmicos
diferentes do aço 1045, é possível observar diferenças microestruturais em cada amostra que
refletem em suas propriedades mecânicas. Para as amostras temperadas, há a maior
concentração de martensita devido ao resfriamento rápido, sendo maior para a temperada a
água, conferindo maior dureza e resistência mecânica, em contrapartida sendo mais frágil e
tendo mais tensões residuais. Na temperada a óleo, há maior presença de bainita e ferrita
devido a menor taxa de resfriamento. Em oposição, na amostra submetida a recozimento, há
maior ductilidade e tenacidade, com distribuição mais homogênea na microestrutura, mas
menor resistência mecânica. Já a amostra normalizada, apresenta um meio termo entre essas
propriedades. Na recozida e normalizada, há presença maior de perlita, com certa
homogeneidade no meio ferrítico.

Em seguida, foi possível utilizar três métodos diferentes para calcular as quantidades
de ferrita livre e perlita na amostra submetida ao recozimento. Entre os métodos, os resultados
do software foram os mais distantes, o que é esperado devido à ajustabilidade do software e a
imprecisão ao reconhecer os contornos.

Por fim, as micrografias se mostraram semelhantes à literatura, e os diagramas se


mostraram condizentes com as microestruturas observadas. Com isso, observou-se
experimentalmente a relação entre os tratamentos térmicos na alteração das microestruturas e,
consequentemente, as propriedades mecânicas para um mesmo material. Estudou-se também
a transformação hipoeutetóide desse material e os métodos para o cálculo dos
microconstituintes da amostra recozida resultantes do tratamento térmico.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CALLISTER, W. D.; RETHWISCH, D. G. Materials Science and Engineering an
Introduction 9ed, 2014.

HUBERTUS COLPAERT. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns, 1974.

L. E. Samuels. Light Microscopy of Carbon Steels. ASM International, 1999. Disponível em:
https://bdec.dotlib.com.br/bases.

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