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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

PEDRO HENRIQUE COSTA SARAIVA

Disciplina: Materiais de Engenharia


Laboratório Experimento: Tratamentos térmicos
Turma: N765-79
Horário: M24AB

FORTALEZA
2023
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Experimento: Ensaio de Metalografia

Relatório técnico apresentado como


requisito parcial para obtenção da
aprovação na disciplina Materiais de
Engenharia, no curso de Engenharia
de Produção, na Universidade de
Fortaleza.
Prof. Me. Adroaldo José Silva de
Moura Filho.
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Fortaleza, 2023
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RESUMO

Palavras-chave: microestruturas, austenita, ferrita, cementita, perlita, resistência mecânica.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................
1.1 Objetivo geral.............................................................................6
1.2 Objetivos específicos.................................................................6
2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................
2.1 Ensaio Macrográfico ou Macrografia.........................................7
2.2 Ensaio Micrográfico ou Micrografia...........................................7
2.3 Diagrama Ferro – Carbono........................................................8
2.4 Microestruturas........................................................................12
3 METODOLOGIA......................................................................
3.1 Equipamentos e materiais utilizados.......................................14
3.2 Procedimentos Experimentais:................................................14
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................
5 CONCLUSÕES.......................................................................
7 ANEXO 1 – Maquina de corte...............................................
7.1 ANEXO 2 – Maquina de embutimento.....................................20
7.2 ANEXO 3 – Lixadeira...............................................................20
7.3 ANEXO 4 – Maquina de polimento..........................................22
7.4 ANEXO 5 – Amostra de vergalhão..........................................23
7.5 ANEXO 6 – Amostra do aço 1020...........................................23
REFERÊNCIAS.......................................................................
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1 INTRODUÇÃO
Antes de iniciarmos o estudo sobre ensaio de metalografia, precisamos entender
que este procedimento prescreve os conceitos gerais aplicados na preparação do corpo de
prova na análise microscópica. Aplica-se a todos os materiais e produtos metálicos ferrosos.
Às técnicas metalográficas dos não ferrosos são, em princípio, semelhantes ás utilizadas nas
ligas ferrosas, por exemplo, aços e ferros fundidos, exigindo, entretanto, preparação mais
meticulosa, alicerçardas na total atenção, paciência e imaginação do preparador. Portanto,
procura relacionar a estrutura interna do material com as suas propriedades físicas, com o
processo de fabricação, suas aplicações e o desempenho que é esperado do produto final.
Desse modo, o ensaio metalográfico apresenta dois subgrupos, o ensaio macrográfico ou
macrografia e o ensaio micrográfico ou micrografia, onde a principal divergência entre os
dois subgrupos é que a macrografia pode ser vista a olho nu ou com uma ampliação de 10
vezes, por outro lado a micrografia consiste na observação com auxílio do microscópio.

1.1 Objetivo geral


Determinar as propriedades dos materiais utilizados, como o vergalhão e o aço
hipoeutetoide.
1.2 Objetivos específicos
Observar o comportamento do vergalhão e do aço hipoeutetoide no ensaio
metalográfico.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Ensaio Macrográfico ou Macrografia


Ensaio macrográfico ou macrografia consiste na verificação a olho nu ou com
uma ampliação de no máximo 10 vezes, de uma superfície plana, preparada adequadamente
através de lixamento, a superfície é normalmente atacada por uma substância química que
reage com a superfície lixada e revela os detalhes macrográficos das estruturas do material.
Assim, a macrografia é aplicada para verificar o processo de fabricação ao qual o produto
siderúrgico foi submetido, se fundição, forjamento ou laminação, também permite verificar a
homogeneidade ou heterogeneidade do produto e constatar a existência de descontinuidades
inerentes ao próprio metal, como porosidades e segregações.
Por conseguinte, o ensaio ainda permite determinar a existência de soldas no
material, além de revelaras várias zonas existências na solda. As hetogeneidades podem ser
cristalinas, químicas e mecânicas, as cristalinas compreendem granulação grosseira,
profundidade de têmpera e zona afetada pelo calor, dessa maneira, as químicas abrangem
profundidade da carbonetação, zonas descabonetadas, secregação e inclusões não metálicas,
principalmente sulfetos. As mecânicas dizem a respeito das regiões encruadas, em que se
destacam a dissolução e coloração seletivas, provocadas pelo ataque, além de trincas e poros
imperceptíveis a olho nu que só podem ser evidenciadas por corrosão.

2.2 Ensaio Micrográfico ou Micrografia


O ensaio micrográfico ou micrografia são métodos que fazem parte das análises
metalogtáficas, que por sua vez é um estudo que tem como função analisar as características
estruturais dos metais e das suas ligas, relacionando-as com as suas propriedades físicas,
químicas e mecânicas.
Portanto, o ensaio é realizado normalmente em diversos tipos de materiais
metálicos, tais como, aços inoxidáveis, aço carbonos de baixa e alta liga, ferros fundidos.
Dessa maneira, a micrografia permite obter informações importantes sobre as estruturas
metalográficas dos diversos materiais, no caso do aço é importante para a verificação do
tamanho de grão, da qualidade dos tratamentos térmicos de normalização, recozimento,
têmpera e revenido. Desta forma, agir de maneira preventiva aumentando a qualidade do
produto em questão, e por consequência a sua durabilidade, deixando-o apto a atuar com
máxima eficiência.
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O ensaio pode ser aplicado para diversas finalidades, como por exemplo, detectar
as alterações na matriz da microestrutura, identificar alguns tipos de microconstituintes, como
martensita revenida, ferrita, bainita, fase alfa e fase sigma entre outros. Portanto, ao realizar o
ensaio de micrografia por meio de um laboratório especializado e assim o cliente terá a
certeza de que o processo ocorrerá da melhor maneira possível.

2.3 Diagrama Ferro – Carbono


O diagrama ferro-carbono, também conhecido como diagrama de equilíbrio ferro-
carbono, é um gráfico que descreve as fases que o ferro e o carbono podem assumir em
diferentes temperaturas e composições. Portanto, esse diagrama é fundamental para entender a
metalurgia do ferro e a formação de aços e ferros fundidos, dois dos materiais mais
importantes na engenharia e na indústria.
Desse modo, temos os principais componentes, que fazem jus ao nome do
diagrama, o ferro (Fe) e o carbono (C), assim o diagrama apresenta as suas principais fases
como ferrita (α) formada em baixas temperaturas de estruturas CCC, com baixíssima
solubilidade em carbono de aproximadamente 0,0218% à 727 °C, a austenita (γ) formada em
temperaturas intermediárias de estruturas CFC e dispõe uma solubilidade de 2,0% de carbono
à 1147 °C, a cementita (Fe3C) possui uma elevada dureza e estrutura e por fim, a perlita que
não é uma fase e sim uma combinação de duas fases na forma de lamelas, quando o teor de
carbono é de aproximadamente 0,76% à mais ou menos 727 °C (chamado de ponto eutético),
ao resfriarmos o aço obtemos que toda a fase austenita se torna em perlita.
Além dos principais componentes do diagrama, temos as principais regiões que
podem ser divididas em região hipoeutetóide, região hipereutetóide. A região hipoeutetóide se
localiza abaixo do ponto eutético, onde a quantidade de carbono dissolvido é menor que o do
ponto eutético, por outro lado a região hipereutetóide localiza-se acima do ponto eutético e
possui uma quantidade superior de carbono dissolvido em relação ao ponto eutético. Desse
modo, iremos aprofundar o nosso estudo sobre os principais pontos, como ponto eutetóide,
ponto eutético e ponto peritetico, assim o ponto eutétoide é a mudança da austenita para a
ferrita mais cementita (γ α + Fe3C) à 727 °C, e o ferro muda a sua estrutura cristalina de
CFC para CCC, diminui a solubilidade de carbono faz com que o Fe-α formado rejeite
carbono, uma vez que não consegue manter essa solução solida rica, isso faz com que forme
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duas fases sólidas. No ponto eutético parte da fase liquida e sendo resfriado lentamente, ao
atravessar o ponto eutético o liquido se solidifica em duas fases (L γ + Fe3C) à 1147 °C,
resultando em uma microestrutura lamelar, o último ponto é o ponto peritético que depende da
difusão de átomos pela fase formada, neste caso a ferrita δ, portanto reações desse tipo são
geralmente mais demorados.

Desenvolvimento da microestrutura de um aço eutetóide


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Desenvolvimento da microestrutura de um aço hipoeutetóide

Desenvolvimento da microestrutura de um aço hipereutetóide


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Formação de Perlita
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Mecanismo de formação da perlita a partir austenita. A seta indica a direção do crescimento


da perlita.

2.4 Microestruturas
Em ligas metálicas, a microestrutura é caracterizada pelo número de fases
presentes e pela maneira pela qual elas estão distribuídas ou arranjadas. E está diretamente
relacionada com a propriedade mecânica da liga, portanto ela depende de variáveis tais como
elementos de liga, concentrações dos elementos de liga e tratamentos térmicos. O foco desse
estudo é mostrar o desenvolvimento das microestruturas e sua correlação com o diagrama
ferro-carbono, dessa forma o aço resfria de forma muito lenta, mantendo o equilíbrio continuo
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e o carbono como único elemento de liga, e na seção sobre tratamentos térmicos trata sobre o
efeito da velocidade de resfriamento e dos elementos de liga sobre a formação de
microestruturas.
As principais microestruturas representadas no diagrama ferro-carbono incluem a
ferrita (α-ferro) é a fase metálica macia e dúctil que consiste em ferro puro (Fe), ela é estável
a baixa temperaturas e possui estruturas cristalinas cúbica de corpo centrado (CCC), temos
também a austenita (β-ferro), que representa a fase sólida do ferro-carbono a altas
temperaturas (geralmente acima de 700 °C), possui uma estrutura cúbica da face centrada
(CFC), desse modo a austenita é diferente da ferrita, pois a sua estabilidade é estável em altas
temperaturas, mas se transforma em outras fases à medida que a temperatura diminui.
A cementita (Fe3C) é uma fase dura e frágil que consiste em carbono (C) e ferro
(Fe), ela apresenta uma fase intermediária entre a ferrita e a perlita e possui uma estrutura
cristalina ortorrômbica. Assim, a perlita é uma microestrutura lamelar composta por camadas
alternadas de ferrita e cementita, ela se forma a partir da transformação eutetóide da austenita
(fase sólida do ferro-carbono a altas temperaturas), desta maneira a perlita é mais dura do que
a ferrita, mas não é tao dura quanto a cementita.
Portanto, essas são as principais microestruturas observadas no diagrama ferro-
carbono, a composição do aço e das taxas de resfriamento determinam qual dessas
microestruturas se formará em uma determinada condição. Compreender as microestruturas é
crucial para controlar as propriedades mecânicas e outras características dos metais metálicos.
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3 METODOLOGIA

3.1 Equipamentos e materiais utilizados


Vergalhão
Aço 1020 (hipoeutetoide)
Equipamento de corte – policorte
Embutimento (a quente em resina)
Lixas 320, 400, 600 e 1.200
Polidora
Pasta de diamante
Microscópio Óptico
Agente químico

3.2 Procedimentos Experimentais:


O procedimento realizado no laboratório consiste em 6 etapas, separados em
corte, embutimento metalográfico, lixamento e polimento, ataque químico e análise
metalográfica. Desta maneira, na etapa do corte a amostra a ser analisada deve ser cortada de
forma que não sofra alterações pelo método de corte, então usa-se o equipamento de corte
metalográfica que faz um corte mais preciso, afim de não provocar alterações por calor na
amostra. Na segunda etapa, embutimento metalográfico, o processo foi feito a quente, desse
modo, a amostra, após o corte, foi colocada dentro da máquina e aguardamos alguns minutos
até a temperatura da máquina atingir 170 °C, após isso esperamos mais 3 minutos à 170 °C,
em ambos os casos, tanto no frio como no quente, a amostra é envolvida por um polímero, a
fim de facilitar o manuseio nas posteriores etapas. Na terceira etapa, lixamento, a amostra
embutida no polímero segue para o lixamento, em que lixa refrigeradas com água e são
usadas lixas com granulações cada vez menores, como por exemplo lixas de 320, 400, 600 e
1.200, desse modo são utilizadas em dois sentidos perpendiculares de lixamento, garantindo a
uniformidade visual da amostra, afim de remover todos os riscos e marcas que poderiam
atrapalhar na visualização da análise metalográfica. A próxima etapa será a de ataque
químico, assim, a superfície da amostra é atacada quimicamente, sendo submersa no produto
químico rapidamente, realizando corrosão diferenciada para cada grão, contorno de grão e
fase da amostra. Portanto, após o ataque químico a amostra de é levada logo em seguida para
a água corrente e depois borrifada álcool e secada com um secador convencional. E por
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último, mas não menos importante, a análise metalografica onde finalmente podemos ver a
visualização da microestrutura do metal ou da liga e é possível analisarmos por completo a
análise metalográfica.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após realizar todas as etapas do procedimento com as duas amostras, o vergalhão
e o aço 1020. Podemos tirar alguns resultados a partir dos contornos de grãos dos, respectivos,
materiais observados no microscópio.

Vergalhão – ampliado 500 vezes

Aqui podemos observar com clareza os contornos de grãos do vergalhão, após o


tratamento térmico. A partir da imagem apliada, podemos retirar algumas informações como a
a quantidade de perlita e ferrita. Onde a formação de perlita é uma mistura de duas fases que
ocorrem em forma de lamelas, como a cementita e a ferrita proeutetóide.
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De maneira análoga, devemos analisar o aço 1020 no microscópio e retirar


algumas informações.

Aço 1020 – hipoeutetóide

Nesse caso, descobrimos que o aço 1020 se caracteriza como um aço


hipoeutetóide, devido à a sua baixa liga com menos de 0,77% de carbono, pode ser se prever a
microestruturas desses aços através do diagrama Fe-C, em resfriamento e condições de
equilíbrio.
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5 CONCLUSÕES
Neste momento iremos afirmar alguns pontos sobre os resultados obtidos. A partir
das imagens apresentadas, podemos afirmar que o vergalhão possui uma resistência mecânica
e uma dureza maior que o aço 1020, desse modo os vergalhões podem ter uma resistência
mecânica à tração entre 420 MPa a 690MPa ou até mais, por outro lado a resistência mecânica
à tração do aço 1020 varia entre 320 MPa e 430MPa.
A resistência mecânica de um material está diretamente proporcional à sua
microestrutura, incluindo os contornos de grãos. Assim, o tamanho dos grãos pode influencia
diretamente na resistência desse material, pois devido à alta quantidade de contornos de grãos
o movimento de discordância é mais rígida e apresenta uma deformação plástica maior,
consequentemente uma maior resistência.
A forma como os grãos se organizam dentro da microestrutura também influencia
na resistência mecânica, pois contornos de grãos bem definidos e contínuos ajudam a evitar o
movimento das discordâncias através dos grãos, com isso aumentando a sua resistência
mecânica, por outro lado, quanto mais desorganizadas e irregulares forem essas discordâncias
menos resistentes será esse material.
Outro ponto a ser levado em consideração, é o tratamento térmico, como
recozimento e têmpera, pode afetar o tamanho dos graus. Certos tratamentos térmicos podem
levar à recristalização, resultando em grãos de tamanhos uniformes e contornos de grãos bem
definidos.

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7 ANEXO 1 – Maquina de corte


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7.1 ANEXO 2 – Maquina de embutimento

7.2 ANEXO 3 – Lixadeira


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7.3 ANEXO 4 – Maquina de polimento


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7.4 ANEXO 5 – Amostra de vergalhão

7.5 ANEXO 6 – Amostra do aço 1020


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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 10719:


apresentação de relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro, 1989. 9 p.

https://c2lab.com.br/blog-metalografia-entenda-o-ensaio-e-seus-objetivos/

https://www.teclago.com.br/veja-as-etapas-do-processo-da-preparacao-de-amostras-para-
metalografia/

https://tecnologiadosmateriais.com/introducao-ao-diagrama-fe-c/desenvolvimento-da-
microestrutura/

https://monferrato.com.br/ensaio-de-metalografia-o-que-e-e-para-que-serve/

https://infosolda.com.br/219-ensaio-macrografico/

https://www.mcontroleng.com.br/ensaio-micrografia

Livro – Ciência e Engenharia de Materiais (8ª edição), CALLISTER

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