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SÃO MATEUS
2014
FILIPE DONDONI RAMOS
WELBER TONETO MOTA
SÃO MATEUS
2014
R175c Ramos, Filipe Dondoni
CDD – 669.85
Bibliotecária responsável Sheila Guimarães Martins CRB6/ES 671
Filipe Dondoni Ramos
Para Magno Ramos, Zeni Dondoni Ramos e Polyana Dondoni Ramos, aqueles que
amo eternamente.
Para Ademilson Mota, Vani Mota, Suzane Mota e Nayara Luz, aqueles que sempre
estiveram ao meu lado.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos, em primeiro lugar, a Deus por ter nos dado toda sabedoria,
capacidade e determinação, pois sem Ele não teríamos vencido essa grande etapa.
Lembramos ainda dos nossos familiares, em especial, aos pais, que sempre
estiveram ao nosso lado, sendo o nosso porto seguro em momentos difíceis.
Reconhecemos os esforços de nossos professores e amigos que contribuíram de
forma direta e indireta para a nossa formação.
“Bem sei eu que tudo podes,
e nenhum dos teus pensamentos
pode ser impedido.”
Jó 42:2
RESUMO
The industrial use of thermochemical treatment assisted by cold plasma has been
widely employed in recent years, mainly oriented to the excellent results obtained in
the surface modification of engineering materials, when compared to more traditional
methods. In this work, we studied the plasma carburizing of a steel AISI 304
mechanical parts used in construction. The thermochemical treatment which were
applied at a fixed gas atmosphere containing 7% CH4(g) and 93% H2(g) at a
temperature of 350 °C and variations in time of 1, 3 and 5 hours. Samples being
tested for hardness, abrasive microdesgaste, microscopy and XRD. The results
indicate significant improvement in the surface hardness and wear resistance, the
effect achieved by the carbon adsorption on the surface of the sample present in the
gas atmosphere during the process, maximizing the range of applicability of this
process.
1 OBJETIVO...................................................................................................... 14
2 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 15
4 MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................. 30
6 CONCLUSÃO ................................................................................................. 45
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 47
14
1 OBJETIVO
2 INTRODUÇÃO
O mais popular desta classe é o AISI 304, composto por aços austeníticos com
estrutura cúbica de face centrada, oriunda de ligas de Fe-Cr-Ni. Contendo, 18% de
cromo, 8% de níquel e no máximo 0,08% de carbono. Este aço apresenta excelente
soldabilidade, baixo limite de escoamento, alto limite de resistência e bom
alongamento. Algumas propriedades desse aço, por exemplo, resistência ao
desgaste e dureza, não são suficientes em várias aplicações.
Como a temperatura, é um fator que não pode ser elevado, para evitar instabilidades
corrosivas, o tratamento termoquímico de cementação a plasma dos aços
inoxidáveis reduz a temperatura e o tempo de processamento dos métodos de
cementação clássicos, diminui a energia fornecida no processo, aumenta a
eficiência da taxa de deposição na superfície do aço, e ainda, contribui com o
aprimoramento da aplicação, principalmente nos aços pouco temperáveis.
3 REFERENCIAL TÉORICO
comercial, a classe dos austenítico apropriada pela série 300, caracterizada por
conter elevados teores de Cr e Ni. (LOPES, 2014).
Comercialmente, podem ser encontrados nas mais diversas formas: perfis, bobinas,
folhas, barras, fios e tubos, sendo aplicados como: utensílios domésticos,
instrumentos cirúrgicos, em vários seguimentos da indústria deste a manufatura
automobilística, aeroespacial, química, naval, farmacêutica, têxteis, indústrias de
papel e celulose, refinarias de petróleo, material de construção, alimentícia, tanques
de fermentação de bebidas alcoólicas, indústria de laticínios, indústrias nucleares,
entre outros. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO AÇO INOXIDÁVEL, 2014).
Os aços inoxidáveis austenítico são ligas que possuem como elementos principais o
Fe, Cr e o Ni. São os tipos de aços inoxidáveis com maior aplicação e apresenta
microestrutura austenítica estável ou metaestável em temperaturas ambiente devida
a presença dos elementos austentizantes, por exemplo, Ni, Mn e N que tendem a
expandir o domínio da ilha austenítica no diagrama de equilíbrio Fe-Cr.
(HONEYCOMBLE, 1982).
= Eq. 1
Onde:
D = Coeficiente de difusão;
D0 = Constante característica do sistema de difusão;
Q = Energia de ativação para difusão;
R = Constante dos gases = 1,897 Cal/mol. K;
T = Temperatura em Kelvin;
3.4 CEMENTAÇÃO
ã + → Eq. 2
ã + → Eq. 3
+ ã → + + Eq. 4
2 ⇋ + Eq. 5
A cementação por via líquida é uma técnica que consiste em manter o aço de baixo
carbono em um banho de sal fundido com temperaturas entre 840 ºC até 955 ºC.
Durante o banho de sal ocorrem várias reações químicas que resultam na difusão do
carbono na superfície da peça. (GODDING, 1991).
Banhos para baixas temperaturas são indicados para camadas mais finas, com
espessuras de 0,13 mm a 0,25 mm. Nos banhos para altas temperaturas as
camadas variam de 0,5 mm a 3,0 mm. A formação das camadas cementadas é
bastante rápida, e o tempo da cementação líquida varia entre 0,5 a 10 horas.
(CHIAVERINI, 1986).
Composição do Banho, %.
Constituinte Camada de pequena espessura Camada de grande espessura
Baixa Temperatura (840ºC a 900°C) Alta temperatura (900°C a 955°C)
Cianeto de sódio 10 a 23 6 a 16
Cloreto de bário 0 a 40 30 a 55
Cloreto de potássio 0 a 10 0 a 10
Cloreto de sódio 20 a 40 0 a 20
Cianato de sódio 1,0 max. 0,5 max.
Eq. 6
2 ⇋ +
2 + →2 Eq. 7
+ ⇋ + Eq. 8
3 +2 ↔ + Eq. 10
3 + ↔ +2 Eq. 11
3 + + ↔ + Eq. 12
tanto receber ou perder carbono. Pode-se observa na figura 1, as relações entre CH4
e H2 para vários teores de carbono no aço.
= ×( − ) Eq. 13
26
Onde:
= Concentração de carbono no gás;
= Concentração de carbono no sólido/peça;
Eq. 14
= − ×
Onde:
D = coeficiente de difusão;
dC/dx = Taxa da concentração de carbono difundido.
Pela figura 2, é possível concluir que o balanço de energia do sistema será entre o
fluxo de carbono que é transportado para superfície do material e a taxa de difusão
no interior da peça é:
×( − )=− × Eq. 15
A equação (15) do balanço de energia do sistema nos mostra que para maximizar a
taxa de transferência de carbono para a peça deve-se aumentar a diferença entre as
concentrações de carbono na atmosfera cementante e o metal. No início do
processo, quando essa diferença das concentrações é máxima, existe uma maior
taxa de transferência de massa para o material e tende a diminuir com o passar do
tempo, pois essa diferença tende a cair com o aumento da quantidade de carbono
na superfície do metal.
O plasma pode ser obtido através de dois eletrodos metálicos dentro de um tubo de
vidro evacuado, no qual foi injetado gás a baixa pressão (da ordem de 1,0 torr) e
aplicando-se uma diferença de potencial nesses eletrodos. Dentro desse tubo irá
forma várias regiões de descargas visíveis. Para o tratamento de cementação,
apenas as descargas muito próximas do catodo são importantes, devido o grande
campo elétrico formado e as altas velocidades dos elétrons são suficientes para
provarem a dissociação das moléculas do gás contido no tubo. Como essas regiões
são mais próximas do catodo, ele o absorve facilmente. (SILVA, 2010).
29
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Para o estudo realizado foram utilizados oito corpos de prova com espessura
aproximada de 3,5mm oriundas de uma barra cilíndrica com diâmetro aproximado de
32 mm. Após a realização do corte das amostras teve inicio o processo de lixamento
do corpo de prova, com o objetivo de obter a superfície lisa e isenta de deformações
mais profundas, que foi realizado com lixas d’águas de granulometrias de 80µm, 180
µm, 220µm, 320µm, 400µm, 600µm, 800µm, 1000µm e 1200µm em uma politriz
manual, sendo que, cada lixamento foi realizado no sentindo contrario ao sentido
anteriormente utilizado. Terminado o processo com as lixa d’ água, utilizou-se a
politriz para executar o polimento da superfície, primeiro em rotação de 300 rpm e
em seguida em 600 rpm, utilizando-se de Óxido de alumínio (Al2O3) como agente
abrasivo, sendo a granulometria utilizada de 1µm e 0,3 µm.
4.3 CEMENTAÇÃO
A atmosfera do reator foi abastecida com gás Hidrogênio e Metano, nas proporções
fixas de 7% CH4 e 93% H2. Todos os tratamentos termoquímicos foram realizados a
uma temperatura de 350ºC, pressão de 680 Pa e tempos de cementação de 1 h, 3 h
e 5 h.
A superfície sofreu ataque químico com água régia para revelar a microestrutura
formada. As amostras foram então levadas a um microscópico ótico modelo
Metaluxx 3, marca Leitz do Laboratório de Engenharia de Superfícies do
33
Para a determinação das fases presente nas amostras foram realizado ensaio de
Raios-X. Os difratogramas apresentados foram realizados pelo equipamento
difratômetro Bruker D-phaser, do Laboratório de Engenharia de Superfícies do
Departamento de Engenharia Metalúrgica do IFES, empregados para todos os
ensaios tensão de 40 kV, corrente de 10 mA, passo de 0,05º e faixa de observação
compreendida entre 20°≤2θ≤90°, onde foram avaliadas a matriz e as amostras após
o tratamento.
Neste teste, a esfera utilizada foi confeccionada a partir do aço AISI 5120 com
diâmetro de 25,4 mm. Os coeficientes de desgaste (K), foram medidos como
abrasivo de lama de carbeto de silício (SIC), numa concentração 0,75 g/cm3,
34
A carga aplicada durante o ensaio foi de 0,24 N (± 0,02), com rotação do motor de
150rpm e intervalos de avaliação das crateras desgastadas de 5, 15, 30, 45 e 60
minutos.
Para cada bateria de amostras foi possível gerar o coeficiente de desgaste a partir
da media aritmética dos coeficientes, obtidos após a taxa de desgaste permanecer
constante. As calotas foram fotografadas em um microscópio ótico e realizada a
medição dos diâmetros.
Eq. 16
=
32
Onde “FN” é a força normal aplicada no ensaio dado em [N] e “L” é a distância de
deslizamento dada em [mm] e pode ser calculada conforme Equação 18:
19,95 Eq. 18
=
− 25
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4,5
μm
3,5
2,5
1 3 5
horas
5.3 DIFRATOGRAMA
Alguns dos pontos importantes foram a dureza superficial de 194 HV0,01, quando
testados os resultados para 1 hora de cementação apresentou 248HV0,01, 3 horas
279 HV0,01 e 5 horas 318 HV0,01. Sendo mais uma vez observada o aumento da
dureza conforme seguia o aumento do tempo de processo. Em 1 hora de ensaio a
superfície do material apresentava-se 22% mais duro que sua matriz sem
tratamento, já em 3 horas 30% e em 5 horas 39%.
A partir dos dados da tabela 3 foi possível plotar o gráfico que apresentam a dureza
conferida, auxiliando na visualização do perfil de dureza formado no interior da peça
cementada, assim, o comparativo pode ser observado na figura 7.
40
300
280
Dureza (HV 0,01)
260
1 hora
240
3 horas
220 5 horas
200
180
0 7 14 21 28 35 42 49
Distância do topo (µm)
Fonte: Autor, 2014
Para Barcelos et. al. (2013) os resultados foram semelhantes quanto dureza para o
aço AISI 304, trabalhando com a mesma concentração atmosférica, entretanto, com
temperatura de 410ºC atingiu dureza de 335 HV para o tempo de 5 horas de
tratamento, um aumento de 58% comparado com matriz.
Contudo, essas variações são observadas devido aos parâmetros utilizadas nos
processos. Na primeira houve aumento da temperatura do tratamento termoquímico,
fator que acelera a difusão de carbono na superfície do material, deixando mais
endurecido. No segundo caso, além de um tempo maior de ensaio, houve mudança
41
Figura 8 - Perfil de desgaste microabrasivo com parada nos tempos de 5, 15, 30, 45
e 60 min.
2,20E-12 1 hora
2,00E-12 3 horas
(K [m²/N])
5 horas
1,80E-12
1,60E-12
1,40E-12
1,20E-12
5 15 30 45 60
Tempo (min)
O tipo de desgaste foi analisado com ajuda de microscópio ótico após o ensaio de
desgaste microabrasivo de 60 min, sendo o mecanismo de desgaste presente por
rolamento,Assim como em Paiva e Viera (2014), o mecanismo de desgaste por
rolamento foi predominante no aço AISI 304, para tratamento de cementação a
plasma, pois não há marcações formando riscos, conforme pode ser observado na
figura 9.
44
6 CONCLUSÃO
8 REFERÊNCIAS
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM G77: Standard test
method for ranking resistance of materials to sliding using block-on-ring wear test.
Pensilvânia, 2010.
GEE, M. G. et. al. Progress towards standardisation of Ball cratering. Wear. v. 255, n
14, p. 1-13. Set. 2003. Disponível em:
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em: 23 fev. 2014.
GOBBI, S. J. et. al.; Endurecimento superficial dos aços AISI 316L e AISI 304 por
cementação a plasma em baixas temperaturas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS, 17º, 2006, Foz do Iguaçu. Anais... Foz
do Iguaçu: ABM, 2006.
JACK, D.H.; JACK, K.H. Invited review: Carbides and nitrides in steel. Materials
Science and Engineering, v. 11, p. 1-27, 1973.
LI, C. X; BELL, T. Sliding wear properties of active screen plasma nitride 316
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SILVA, André Luiz V. da Costa e; MEI, Paulo Roberto. Aços e ligas especiais. 3.
ed. rev. São Paulo: Blücher, 2010.
SHOHET, J. L. Plasma - aided manufacturing. IEEE Transactionson Plasma
Science, v.19, nº5, 220-224, 1991. Disponível em:
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SOUZA, Sérgio Augusto de. Composição química dos aços. 1. ed. São Paulo:
Edgard Blücher, 1989.