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RONDONÓPOLIS – MT
2017
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RONDONÓPOLIS – MT
2017
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente а Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, não somente nestes
anos como universitário, mas em todos os momentos da minha vida.
A Profa. Dra. Alexandra de Oliveira França Hayama / EM-ICAT-CUR-UFMT,
agradeço a disponibilidade e a oportunidade que me concedeu para a realização deste
trabalho. Agradeço acima de tudo o conhecimento bem como os concelhos pessoais que me
transmitiu e que se revelarão sem dúvida nenhuma na minha vida profissional.
A todos os meus amigos e colegas que sempre estiveram do meu lado apoiando
incondicionalmente e me dando força para continuar.
Aos meus pais Paulo Soares de Brito e Maria Nilda Bernardo de Brito, pela paciência,
conforto, amizade e sobretudo o enorme incentivo que me levou a superar todas as
dificuldades ao longo deste percurso.
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André Bernardo Brito, Projeto de um forno para fusão de alumínio, 2017. Trabalho de
Conclusão de Curso do Curso de Engenharia Mecânica – Instituto de Ciências Agrárias e
Tecnológicas do Campus Universitário de Rondonópolis da Universidade Federal de Mato
Grosso, Rondonópolis, 2017.
RESUMO
ABSTRACT
.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Algumas peças de alumínio que apresentaram defeitos após o processo de fundição:
(a) rechupe; (b) vazio. ............................................................................................................... 17
Figura 2. Forno de fusão de alumínio utilizado atualmente pela empresa Casa das Panelas: (a)
vista frontal; (b) vista superior. ................................................................................................ 18
Figura 3. Principais aplicações do alumínio e suas ligas .......................................................... 20
Figura 4. Diagrama esquemático simplificado do processo Bayer. ......................................... 26
Figura 5. Célula eletrolítica usada na produção de alumínio. .................................................. 27
Figura 6. Relação entre sucata de alumínio recuperada e consumo doméstico em 2015. ........ 29
Figura 7. Índice mundial de reciclagem de latas de alumínio. ................................................. 29
Figura 8. Ilustração de um forno cubilô. .................................................................................. 31
Figura 9. Esquema de um forno a cadinho, com cadinho fixo e que utiliza óleo como
combustível............................................................................................................................... 32
Figura 10. Esquema de um forno a cadinho basculante. .......................................................... 33
Figura 11. Esquema de um forno do tipo poço a cadinho, aquecido pela queima de coque e
com um soprador de ar. ............................................................................................................ 34
Figura 12. Forno de reverberação. ............................................................................................ 34
Figura 13. Forno de reverberação a arco elétrico. .................................................................... 35
Figura 14. Forno elétrico a arco direto. .................................................................................... 36
Figura 15. Esquema de um forno elétrico com resistência interna. .......................................... 37
Figura 16. (a) Esquema de um forno elétrico com resistência externa; (b) Interior de um forno
com resistência elétrica. ............................................................................................................ 37
Figura 17. Esquema de um forno de indução com núcleo magnético. ..................................... 38
Figura 18. Ilustração de um forno de indução sem núcleo magnético. .................................... 38
Figura 19. Condutividade térmica de materiais cerâmicos. ..................................................... 40
Figura 20. Esquema do circuito baseado no efeito Seebeck..................................................... 44
Figura 21. Cadinho modelo GA 060. ....................................................................................... 51
Figura 22. Tijolo circular. ......................................................................................................... 52
Figura 23. Revestimento externo do forno. .............................................................................. 54
viii
Figura 24. Revestimento externo da tampa do forno: (a) parte interna; (b) parte externa. ...... 55
Figura 25. Termopar tipo K e contato digital. .......................................................................... 55
Figura 26. Tubo para a injeção de ar/combustível. A seta indica a direção do fluido.............. 56
Figura 27. Manta de lã de vidro instalada na parte interna do revestimento externo do forno. 58
Figura 28. Parede interna de tijolos refratários circulares. ....................................................... 59
Figura 29. Cadinho montado no interior do forno. ................................................................... 59
Figura 30. Tampa com ganchos de aço soldados. .................................................................... 60
Figura 31. Tampa do forno após a sua montagem. ................................................................... 60
ix
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇAO........................................................................................................... 13
2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 15
5.1 ANTEPROJETO........................................................................................................... 46
7. CONCLUSÕES ........................................................................................................... 64
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 65
1. INTRODUÇAO
fundida, quantidade de material a ser fundido, disponibilidade de energia com custo acessível,
do acesso tecnológico da fundição, entre outros (BALDAM; VIEIRA, 2014).
As indústrias de fundição utilizam matérias-primas metálicas, tais como: ferro, aço e
ligas não ferrosas. Atualmente é um ramo industrial que gera 58.000 empregos diretos e
indiretos, tendo, no ano de 2015, faturamento de cerca de 5,5 bilhões de dólares, sendo este
referente à 1200 empresas, à maioria de pequeno e médio porte (ABIFA, 2016).
Com base em dados obtidos em 2014, o Brasil encontra-se em sétimo lugar como
produtor mundial de produtos fundidos (ABIFA, 2016). De acordo com ABIFA (2016), a
produção anual de fundidos no Brasil é de cerca de 3 milhões de toneladas.
Em Rondonópolis – MT existem pequenas empresas que fabricam peças fundidas,
entre elas algumas de forma informal, tal como a vinculada à loja denominada Casas das
Panelas, que fabrica utensílios domésticos, tais como panelas, pilões, conchas, entre outros,
utilizando alumínio e ligas de alumínio como matéria-prima. Tal fundição é uma empresa de
pequeno porte, que iniciou seu funcionamento no ano de 1993, e atualmente está localizada na
Rua Cajueiros, nº 600, no Jardim Dom Bosco, na cidade de Rondonópolis – MT, tendo como
proprietário o Sr. Paulo Soares de Brito, sendo que ele mesmo é o responsável pela fabricação
dos produtos fundidos, utilizando principalmente a fundição em coquilha e em areia verde.
A fundição em questão possui um forno de fundição para alumínio construído pelo
proprietário, o qual utiliza óleo de motor reciclado como meio de aquecimento e cadinho de
ferro fundido fixo, sendo o metal fundido retirado por meio de conchas metálicas. Uma das
dificuldades encontradas nesta fundição está relacionada ao controle da temperatura do metal
fundido e da composição química da liga de alumínio utilizada, pois para isso são utilizados
pedaços de alumínio de origens diversas, tais como, de panelas quebradas, utensílios
domésticos diversos, entre outros.
Dentro deste escopo, este trabalho visa projetar um forno de fusão de alumínio que
será posteriormente construído e utilizado pela Casa das Panelas, localizada na cidade de
Rondonópolis – MT. Este trabalho vai de encontro à dificuldade encontrada pela empresa em
fundir adequadamente os materiais de trabalho, sem que haja contaminação e também ser
possível realizar o controle da temperatura de trabalho do forno a fim de otimizar a sua
utilização. Para isso deve-se utilizar fornos adequados no tocante aos materiais dos mesmos e
também à sua capacidade de carga. No presente trabalho pretende-se projetar um forno de
fusão para a fundição de ligas de alumínio com materiais adequados e de fácil aquisição, que
seja ainda de fácil operação e construção.
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2. OBJETIVOS
A empresa Casa das panelas foi fundada, no início dos anos 1990, como uma pequena
empresa familiar que trabalhava com a fabricação de panelas e utensílios domésticos a partir
de matéria-prima reciclável, utilizando principalmente a fundição em coquilha e em areia
verde.
Após alguns anos, a empresa começou a trabalhar com a comercialização de materiais
reciclados, como alumínio, cobre e bronze, com o intuito de expandir seus negócios e também
economizar com a matéria-prima utilizada.
Em 2012 foi construída a loja Casa das Panelas, localizada na Avenida Rotary
Internacional, nº 1430, no bairro Núcleo Habitacional Participação, na cidade de
Rondonópolis – MT, para a comercialização dos itens fabricados.
A empresa possui muitas dificuldades em seu processo de fabricação, pois não
conseguiu desenvolver um processo produtivo eficiente, e possui problemas em fundir
adequadamente os materiais de trabalho, visto que os mesmos vêm de fontes diversas, sendo
utilizados materiais reciclados, tais como: panelas danificadas, utensílios domésticos, perfis
diversos, entre outros. As peças fabricadas, por sua vez, apresentam diversos defeitos como o
aparecimento de vazios, rechupes e trincas, concentração de óxidos e defeitos superficiais. A
Figura 1 apresenta algumas peças de alumínio que apresentaram defeitos após o processo de
fundição.
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Figura 1. Algumas peças de alumínio que apresentaram defeitos após o processo de fundição: (a) rechupe; (b)
vazio.
(a) (b)
Fonte: O AUTOR.
Outra dificuldade apresentada pela empresa é com relação ao forno utilizado para a
fusão do alumínio. Tal forno é composto por tijolos refratários em suas paredes, unidos por
argamassa refratária, sendo revestimento externo feito de chapa de aço. A tampa de tal forno
também é fabricada com tijolos refratários e revestida externamente com chapa de aço. No
centro da tampa existe uma abertura por onde é introduzida uma concha metálica para a
retirada do metal líquido e também para fazer o carregamento do forno. O cadinho utilizado é
de ferro fundido, sendo fixo no interior do forno, com capacidade de cerca de 20 kg de
alumínio. O combustível utilizado para aquecimento do cadinho e fusão do alumínio é o óleo
de motor reciclado. É importante ressaltar que o forno utilizado na fusão do alumínio não
possui nenhuma forma de controle de temperatura.
O forno em questão foi construído pelo proprietário da empresa, Sr. Paulo Soares de
Brito há aproximadamente 5 anos. A Figura 2 apresenta o forno de fusão de alumínio
utilizado pela empresa Casa das Panelas.
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Figura 2. Forno de fusão de alumínio utilizado atualmente pela empresa Casa das Panelas: (a) vista frontal; (b)
vista superior.
(a)
(b)
Fonte: O AUTOR.
Devido aos problemas apresentados pela empresa Casa das Panelas, este trabalho
pretende contribuir com o projeto de um forno de fusão para a fundição de alumínio com
materiais adequados e de fácil aquisição, que seja ainda de fácil operação e construção, com o
objetivo de diminuir ou eliminar os defeitos anteriormente citados. Tal forno deve ainda
apresentar um controle adequado de temperatura. Será proposta também uma metodologia de
trabalho para melhor aproveitamento da matéria-prima utilizada na fusão das peças e os
custos relacionados à construção do forno projetado.
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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Os materiais não ferrosos são aqueles que não apresentam ferro em sua composição
química. O alumínio é um material não ferroso amplamente utilizado na indústria, devido
principalmente à sua baixa massa específica. É o terceiro elemento mais abundante na crosta
terrestre, depois somente do oxigênio e do silício (ASKELAND; PHULÉ, 2008).
O alumínio e suas ligas são materiais que possuem um baixa massa específica (2,70
g/cm3), elevada condutividade térmica, limite de resistência à tração de 572 MPa
(ASKELAND; PHULÉ, 2008), baixo ponto de fusão, em torno de 660 ºC, e resistência à
corrosão em alguns ambientes, incluindo atmosfera ambiente (CALLISTER JR., 2006).
A Tabela 1 apresenta algumas propriedades físicas e mecânicas do alumínio
comercialmente puro.
As principais aplicações do alumínio e suas ligas são apresentadas na Figura 3.
Quando são aplicados tratamentos térmicos nas ligas de alumínio para trabalho
mecânico, a designação de tais ligas é feita da seguinte forma: após designação da liga é feita
a indicação do tratamento térmico separada por um traço, por exemplo, a liga de alumínio
3004-O possui o alumínio como base, 1,2% Mn e 1,0% Mg, sendo que a letra O indica que
esta liga passou pelo tratamento térmico de recozimento (ASKELAND; PHULÉ, 2008). As
subdivisões de um tratamento térmico básico são indicadas por um ou mais dígitos e em
seguida tem-se a letra que designa o tratamento básico, conforme é indicado na Tabela 3
(SMITH; HASHEMI, 2012).
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Entre as ligas de alumínio destinadas para trabalho mecânico, a liga Al-Mn, contendo
mais de 1% de Mn, possui considerável importância comercial, tais ligas não são endurecíveis
por precipitação, ou seja, não obtêm nenhum ganho de dureza mediante tratamento térmico,
podendo ser endurecida somente por trabalho mecânico. Entre suas aplicações está a
fabricação de panelas por meio de estampagem. (BALDAM; VIEIRA, 2014).
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As ligas de alumínio para fundição são desenvolvidas com o objetivo de melhorar suas
propriedades relacionadas ao vazamento, resistência mecânica, ductilidade e resistência à
corrosão. Essas ligas são comumente utilizadas nos três principais processos de fundição,
sendo eles: fundição em molde de areia, fundição em molde permanente e fundição sob
pressão (SMITH; HASHEMI, 2012).
As ligas de alumínio para fundição são classificadas de acordo com sua composição
química, como mostra a Tabela 4.
As ligas de alumínio têm grande aplicação em vários ramos da indústria, como nas
indústrias aeroespacial e automobilística. Mediante a utilização de elementos de liga pode-se
aprimorar as propriedades mecânicas do alumínio. Entre as principais ligas de alumínio para
fundição tem-se: Al-Si, Al-Cu, Al-Mg e Al-Sn.
As ligas do sistema Al-Si, são consideradas não tratáveis termicamente, são muito
utilizadas para a fabricação de peças fundidas, como pistões de motores de automóveis, mas
também encontram algumas aplicações como produtos trabalhados mecanicamente, como
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pistões forjados. O amplo uso dessa liga está ligado as características que o seu elemento de
liga, o silício, lhe confere (BALDAM; VIEIRA, 2014).
Nessas ligas o silício é comumente utilizado em teores de 12 ou 13%, que aumenta a
fluidez do alumínio líquido, permitindo fabricar com essas ligas peças fundidas com paredes
mais finas e formas mais complexas (BALDAM; VIEIRA, 2014). Em virtude disso essas
ligas são bastante utilizadas na fundição em areia, em coquilha ou sob pressão, apresentando
excelentes resultados (TORRE, 2004).
Alguns elementos de liga como o magnésio e o cobre podem ser adicionados às ligas
Al-Si com o intuito de torná-las tratáveis termicamente, entretanto um elevado teor de
magnésio pode dificultar a fusão da liga, devido à oxidação excessiva do banho (BALDAM;
VIEIRA, 2014).
De um modo geral, as ligas Al-Cu apresentam elevada resistência mecânica, que após
o tratamento térmico de endurecimento por precipitação, lhe permite aumentar ainda mais sua
resistência, entretanto elas apresentam algumas desvantagens quando comparadas com outros
tipos de ligas de alumínio, que vão desde a resistência à corrosão relativamente baixa, a
conformabilidade limitada e a soldabilidade restrita (BALDAM; VIEIRA, 2014). Devido a
esses fatores elas ligas são utilizadas na fabricação de peças que devem ter grande resistência
e dureza a quente, como por exemplo, no caso de pistões para motores de combustão
(TORRE, 2004).
As ligas de alumínio com alto teor de magnésio, possuem alta resistência à corrosão e
uma excelente usinabilidade. Porém essas ligas tendem a oxidar-se facilmente e absorver
hidrogênio durante sua fusão, tornando necessário um rigoroso controle de temperatura e
utilização de desgasificantes e fundentes (TORRE, 2004).
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Nos processos de fundição podem ser utilizados vários tipos de fornos, a determinação
do tipo de forno utilizado depende de fatores como: tipo de material que será fundido e
quantidade de material necessária no processo de fundição. Atualmente existem vários tipos
de fornos, que utilizam diferentes combustíveis e tipos de aquecimento, como por exemplo,
combustíveis líquidos, gasosos e sólidos, e ainda resistência elétrica.
Dentre os fornos utilizados em fundição têm grande aplicação os fornos cubilô, a
cadinho, de reverberação, elétricos e a vácuo.
acelerada pela injeção de ar por intermédio das ventaneiras. (BALDAM; VIEIRA, 2014). A
Figura 8 apresenta uma ilustração de um forno cubilô.
Figura 9. Esquema de um forno a cadinho, com cadinho fixo e que utiliza óleo como combustível.
Nos fornos a cadinho, como o combustível não entra em contato com o metal, são
amplamente utilizados na fundição de ligas leves, aços, ferros fundidos e outros metais que
necessitam de um certo controle em sua composição (BALDAM; VIEIRA, 2014).
Este tipo de forno pode ter o cadinho fixo ou móvel em relação ao forno. No caso
fornos com cadinhos fixos, eles devem ser construídos de forma que facilite a retirada do
metal líquido, devido a isso muitas vezes são construídos de forma basculante (TORRE,
2004), conforme mostra a Figura 10.
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De acordo com Baldam e Vieira (2014), esse tipo de forno possui as seguintes
características:
• Formato normalmente cilíndrico;
• Estrutura externa formada por chapas de aço;
• Revestimento interno de material refratário;
• Possui em seu interior um cadinho, sendo que este pode ser de material refratário, de
ferro fundido, aço, grafita ou carbeto de silício.
Os cadinhos de aço ou ferro fundido são utilizados na fusão de ligas de alumínio e
chumbo. Os cadinhos de grafita ou carbeto de silício são utilizados na fusão de ligas de cobre,
de alumínio, zinco e ferros fundidos (BALDAM; VIEIRA, 2014).
Esses fornos possuem um soprador de ar para melhorar a combustão no seu interior,
conforme pode ser visto na Figura 11, que apresenta o esquema de um forno a cadinho, do
tipo poço, com cadinho fixo e aquecido pela queima de coque.
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Figura 11. Esquema de um forno do tipo poço a cadinho, aquecido pela queima de coque e com um soprador de
ar.
A principal característica dos fornos de reverberação é o fato do calor, que pode ser de
fonte elétrica ou combustível, ser irradiado para carga metálica (BALDAM; VIEIRA, 2014).
A Figura 12 mostra um esquema de uma seção de u forno de reverberação.
utilizados para a fusão de ligas que tem uma alta reatividade com o oxigênio, porém apresenta
um baixo rendimento térmico (BALDAM; VIEIRA, 2014). A Figura 13 apresenta de forma
esquemática um forno de reverberação a arco elétrico.
Esses fornos podem ser construídos de formas estacionária ou rotativa, sendo que os
rotativos são constituídos por um cilindro de chapa de ferro com revestimento interno
refratário e com um dispositivo mecânico de rotação, onde em uma de suas extremidades é
colocada o queimador de combustível e na outra encontra-se uma chaminé (TORRE, 2004).
Figura 16. (a) Esquema de um forno elétrico com resistência externa; (b) Interior de um forno com resistência
elétrica.
(a) (b)
Fonte: BALDAM; VIEIRA (2014).
Nos fornos elétricos de indução uma corrente elétrica variável gera um campo
magnético, que por sua vez, gera uma corrente elétrica induzida na carga metálica. Essa
corrente induzida aquece a carga metálica por resistividade (SENAI, 1987). Esses fornos
podem ser divididos basicamente em dois tipos, fornos elétricos de indução a canal e a
cadinho.
• Forno de indução a canal: também conhecido como forno de indução de núcleo
magnético, possui um núcleo de aço magnético que é enrolado com uma bobina, na
qual será aplicada uma diferença de potencial em suas extremidades gerando uma
corrente alternada, que induz um campo eletromagnético alternado no campo
preenchido pelo metal (BALDAM; VIEIRA, 2014). A Figura 17 mostra o esquema de
um forno de indução com núcleo magnético.
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• Forno de indução a cadinho: Também conhecido como forno de indução sem núcleo
magnético. Durante o funcionamento desses fornos, é gerada uma corrente por meio
de uma bobina, a qual gera um campo magnético variável, sendo que este campo
magnético gera uma corrente variável induzida no secundário, que nesse caso é o
próprio metal que será fundido (BALDAM; VIEIRA, 2014). A Figura 18 mostra uma
ilustração de um forno elétrico de indução a cadinho (sem núcleo).
Fornos de fundição são equipamentos que atingem altas temperaturas e, devido a isso,
é necessário que o forno seja revestido com material que suporte as temperaturas de trabalho
do forno e que não prejudique a qualidade da operação e nem tampouco gere falta de
segurança ao seu operador.
Uma das formas de fazer o isolamento térmico dos fornos de fundição é pela utilização
de materiais cerâmicos refratários, pois estes possuem baixa condutividade térmica, como
pode ser verificado na Figura 19, porém, o principal motivo para a escolha desses materiais é
o fato deles resistirem a altas temperaturas sem serem degradados ou reagirem com o
ambiente onde operam (SMITH; HASHEMI, 2012).
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5. METODOLOGIA DE PROJETO
5.1 ANTEPROJETO
Nesta etapa será realizada a escolha da melhor solução por meio da comparação dos
itens apresentados na revisão bibliográfica com o necessário para a construção do forno em
questão. Para isso serão considerados alguns parâmetros, tais como:
• Seleção do tipo de forno mais adequado;
• Quantidade do alumínio a ser fundido;
• Temperatura máxima do forno;
• Consumo e custo de aquisição do combustível a ser utilizado no aquecimento do
forno;
• Seleção dos materiais dos revestimentos interno e externo do forno;
• Seleção do tipo do tipo de pirômetro mais adequado à temperatura de trabalho.
• Forno Cubilô: este forno foi descartado, pois ele é utilizado na fundição de ferro
fundido;
• Forno a vácuo: o custo de produção deste tipo de forno é elevado, pois é necessário
perfeito sistema de vedação, a fim de ser possível a realização de vácuo no interior do
mesmo, a operação é mais complexa e o sistema de vácuo demanda maior custo de
manutenção.
Para a escolha do cadinho utilizado no forno foram analisados dois tipos de materiais
empregados em sua composição, sendo eles o carbeto de silício e o grafite.
Os cadinhos feitos de carbeto de silício são muito empregados na fusão de metais não
ferrosos, tais como alumínio, cobre, latão e bronze, sendo utilizados em fornos elétricos, em
geral, e em fornos aquecidos por combustíveis líquidos ou gasosos. Esses cadinhos
apresentam boa condutividade térmica, resistência química, resistência ao choque térmico e à
oxidação.
Os cadinhos de grafite também são bastante utilizados na fusão de metais não ferrosos,
aplicados em fornos de indução e em fornos aquecidos por combustíveis líquidos ou gasosos.
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Esses cadinhos possuem uma boa resistência mecânica, porém apresentam uma menor
condutividade térmica.
Entre os tipos de cadinho citados, optou-se pela utilização do cadinho de grafite, pois
apresenta menor custo de aquisição, apresentando um preço 40% menor que um cadinho de
carbeto de silício com a mesma capacidade de carga.
O alumínio e suas ligas possuem baixo ponto de fusão, sendo que o alumínio
comercialmente puro apresenta temperatura de fusão de 660°C, devido a isso não há
necessidade de que o forno aqui projetado alcance temperaturas muito elevadas. Os fornos
comerciais utilizados na fusão de alumínio e suas ligas alcançam temperaturas da ordem de
1200°C, sendo essa temperatura adequada ao material que será fundido e também será a
temperatura máxima considerada neste projeto.
O sistema de aquecimento dos fornos a cadinho pode ser por intermédio da queima de
combustíveis líquidos, sólidos ou gasoso, e ainda por meio de resistência elétrica. Entre as
formas de aquecimento disponíveis no mercado local, os combustíveis líquidos são os mais
promissores, pois apresentam baixo custo, sua queima alcança temperaturas elevadas, são
amplamente disponíveis no mercado e sua queima é mais lenta do que a dos gases. Os
combustíveis sólidos, como o carvão coque não são encontrados no mercado local. Desta
forma, combustíveis líquidos como o óleo diesel são a melhor escolha, pois este possui um
custo relativamente baixo quando comparados com os demais combustíveis, possuindo
simples instalação e controle, necessitando apenas do auxílio de um soprador para a
alimentação da chama.
Para o revestimento interno do forno optou-se pela utilização de tijolos refratários pré-
moldados sílico aluminosos, contendo teores de alumina entre 22 a 46%, pois este possuem
baixa condutividade térmica, baixa densidade e apresentam uma alta resistência à
temperatura, podendo trabalhar em temperaturas de até 1400 ºC. Entre esses tijolos será
aplicado argamassa refratária com a intenção de unir e impermeabilizá-los.
Para o revestimento externo do forno optou-se pela utilização de chapas de aços
ABNT 1020 com espessura de 5 mm, devido a sua boa soldabilidade, baixa resistência
50
mecânica, podendo ser ainda ser deformado plasticamente com facilidade, assumindo assim a
forma desejada. Além disso esses aços são facilmente encontrados no comércio local e
possuem baixo custo de aquisição quando comparado aos demais aços.
As chapas de aço ABNT 1020 serão curvadas e unidas pela técnica de soldagem com
eletrodo revestido, que apresenta baixo custo, sendo adequado na soldagem de aços de baixo
teor de carbono com espessuras superiores a 3 mm.
6. PROJETO EXECUTIVO
6.1 CADINHO
Após a seleção do cadinho foi realizada a definição do espaço interno necessário para
que haja a circulação da chama e o aquecimento do mesmo. De acordo com Morganite do
Brasil Industrial Ltda e Carbosil Industrial Ltda (2008), o espaçamento entre a parede interna
do forno e a parede externa do cadinho deve ser de no mínimo 70 mm, sendo essa o
espaçamento recomendado para fornos de combustão que utilizam combustíveis líquidos ou
gasosos.
Para o revestimento interno das paredes do forno optou-se pela utilização de tijolos
refratários, pois eles são facilmente encontrados no comércio local e não apresentam custos
elevados de aquisição, sendo que a argamassa que deverá ser utilizada também é de fácil
aquisição.
Há vários modelos de tijolos refratários no mercado, entre eles optou-se pelo modelo
circular, que apresenta uma curvatura em seu perfil, conforme exemplificado na Figura 22.
A geometria escolhida do forno foi a circular, pois proporciona melhor facilidade para
a circulação da chama e, consequentemente aquecimento mais homogêneo do cadinho.
Para a determinação do diâmetro externo considerou-se o tamanho do cadinho, o
espaço interno necessário para a circulação da chama, a largura do revestimento externo
formado por tijolos refratários, a espaço entre os tijolos refratários e a chapa de aço externa no
qual será instalada a lã de vidro para isolamento térmico.
Para o revestimento externo do forno será utilizada uma chapa de aço ABNT 1020 de
5 mm de espessura, 510 mm de largura e 2.330 mm de comprimento, que será curvado e
posteriormente soldado. O tubo formado possui formato cilíndrico com 742 mm de diâmetro
externo, 510 mm de altura e espessura de 5 mm. Em um dos lados desse tubo será soldada
uma chapa de aço de 5 mm de espessura e 742 mm de diâmetro, dessa forma de um lado tem-
se a abertura do forno e do outro o fundo do mesmo.
Após a soldagem do fundo, será feito um fuso de 28 mm de diâmetro, localizado a XX
mm do fundo do forno, sendo posteriormente soldado um tubo de aço de 25 mm de diâmetro
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Fonte: O AUTOR.
Para construção da tampa do forno serão utilizadas duas chapas de aço ABNT 1020,
com as seguintes dimensões: chapa 1: 5 mm de espessura, 102 mm de largura e 2.330 mm de
comprimento; chapa 2: 5 mm de espessura, 102 mm de largura e 942 mm de comprimento.
Essas chapas serão curvadas e posteriormente soldadas com o formato de dois cilindros
concêntricos, ambos com 102 mm de altura, o maior possuindo diâmetro externo de 742 mm
e o menor um diâmetro externo de 310 mm. Na parte superior desses tubos será soldada uma
chapa de aço de 3 mm de espessura e 742 mm de diâmetro externo com uma abertura de 300
mm de diâmetro em seu centro. Ao lado da abertura, será feito um furo de 57 mm de diâmetro
e posteriormente soldado um tubo de aço ABNT 1020 de 51 mm de diâmetro interno e 3 mm
de espessura, tubo este colocado para a eliminação dos gases provenientes da queima do
combustível.
A Figura 24 apresenta o revestimento externo da tampa do forno após os
procedimentos de soldagem. O Apêndice A apresenta os desenhos técnicos correspondentes
ao revestimento externo da tampa do forno.
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Figura 24. Revestimento externo da tampa do forno: (a) parte interna; (b) parte externa.
(a) (b)
Fonte: O AUTOR.
6.5 PIRÔMETRO
Para o controle da temperatura optou-se pelo pirômetro de contato, sendo ele mais
conhecido como termopar. O modelo de termopar escolhido foi o tipo K NR81530, que será
conectado a um Contato Digital DT1311. Contudo, devido ao seu método de funcionamento,
é necessária a realização da medição de temperatura de forma periódica para que seja possível
obter um bom controle de temperatura. A Figura 25 apresenta um termopar tipo K juntamente
com o contato digital.
6.6 SOPRADOR DE AR
Devido ao fato do óleo diesel ter sido escolhido como o combustível para o
aquecimento do forno, tornou-se necessário o uso de um soprador de ar para a alimentação da
chama. Para isso será utilizado o mesmo soprador de ar já utilizado pela empresa Casa das
Panelas, sendo este um ventilador centrífugo de 330 mm de diâmetro, 80 mm de largura, com
um motor elétrico WEG NBR.7097, de 3 CV e 3.465 rpm, podendo atingir vazões de até 25
m³/min com pressões de até 400 mm.c.a.
Devido ao fato do óleo diesel ter sido escolhido como o combustível para o
aquecimento do forno, se fez necessário a criação de um sistema de injeção de ar/combustível.
Para a sua criação serão utilizados dois tubos de aço ABNT 1020, um tubo de 20 mm de
diâmetro, por onde passará o óleo diesel, e o outro tubo de 51 mm de diâmetro, por onde
passará o ar. O tubo com a menor circunferência deverá ser curvado, posicionado no centro do
outro tubo e posteriormente soldado junto ao furo que deve ser feito no tubo de maior
circunferência.
A Figura 26 apresenta uma ilustração do tubo de injeção de ar/combustível.
Figura 26. Tubo para a injeção de ar/combustível. A seta indica a direção do fluido.
Fonte: O Autor.
57
Para a construção do corpo do forno, a manta de lã de vidro será colocada nas laterais
internas do revestimento externo do mesmo, de forma que cubra toda a lateral interna deste,
conforme mostra a Figura 27.
Figura 27. Manta de lã de vidro instalada na parte interna do revestimento externo do forno.
Fonte: O AUTOR.
Após a instalação da manta de lã de vidro, será feita junto a ela uma parede de tijolos
refratários circulares, sendo colocados 9 tijolos em cada fileira para completar a
circunferência interna do forno, deixando o espaçamento de 70 mm entre o diâmetro interno
da parede de tijolos e o diâmetro externo do cadinho, sendo esses tijolos unidos por argamassa
refratária, conforme pode ser verificado na Figura 28. É importante ressaltar que o furo para
injeção de combustível juntamente com ar deve ser respeitada, não sendo tampada por
nenhum dos elementos internos do revestimento externo (manta de lã de vidro, tijolos,
argamassa).
59
Fonte: O AUTOR.
Com toda a parede do forno completa serão instalados os tijolos refratários paralelos
no fundo do forno, tijolos esses que também serão unidos com a argamassa refratária.
Após a cura da argamassa refratária, a base cilíndrica S1 de carbeto de silício deve ser
posicionada no centro do forno e o cadinho colocado sobre ela, também centralizado,
conforme é apresentado na Figura 29.
Fonte: O AUTOR.
60
Fonte: O AUTOR.
Fonte: O AUTOR.
61
Durante a primeira utilização do forno ou após ele passar longos períodos desligado, o
cadinho deve ser aquecido vazio, lentamente e de forma homogênea e em potência baixa até
200°C, nesta temperatura o cadinho deverá ficar vermelho brilhante. Em seguida deve-se
elevar a potência do forno e carregá-lo lentamente com metal até que cerca de 70% do
cadinho contenha metais fundidos. Com o cadinho carregado com o metal fundido, deve ser
realizada a medição da temperatura de forma periódica até que o metal líquido atinja a
temperatura desejada (MORGANITE BRASIL, 2012). Este procedimento é importante para
evitar que o forno sofra choque térmico e seja danificado.
Durante a utilização diária do forno deve ser realizada a operação recomendada para a
sua primeira utilização, sendo que após esta, para a realização de mais fusões em sequência, o
cadinho pode ser aquecido em potência máxima até ficar na cor vermelho brilhante. Podendo
em seguida ser carregado com metal até que cerca de 70% dele contenha metais fundidos,
sendo posteriormente realizada a medição de temperatura de forma periódica, até que o metal
líquido atinja a temperatura desejada.
No final do expediente deve-se realizar limpeza do cadinho, retirando todo o material
não utilizado, para que essas sobras não venham a danificá-lo nem contaminar a próxima liga
a ser fabricada.
Para um melhor controle da liga de alumínio que será utilizada pela empresa Casa das
Panelas foi criada uma metodologia de separação da matéria-prima.
Para isso, seguiu-se os seguintes passos:
1. Separação prévia da sucata de alumínio adquirida pela empresa. Tal material será
separado de acordo com o tipo de sucata de alumínio mais utilizado pela fábrica,
sendo: blocos, cabos, chaparias, panelas, perfis e pistões;
2. Classificação das peças produzidas pela fábrica, para que se possa produzir lotes de
peças com características semelhantes que utilizem ligas com composições químicas
próximas, pois não é possível fazer o controle exato da composição química, visto que
62
7. CONCLUSÕES
Neste trabalho foi realizado o projeto de um forno para a fusão de alumínio, para isso
utilizou-se de metodologias aplicadas em projetos, tais como definições dos principais
parâmetros a serem analisados e também definições de materiais, dessa forma conclui-se que:
• A etapa inicial deste trabalho constou com a definição da capacidade de carga do
forno, sendo considerados 30 kg de alumínio fundido, a partir dessa definição foi
possível dimensionar os demais componentes do forno;
• Mediante pesquisas utilizando bibliografia especializada realizou-se o levantamento
dos diferentes tipos de fornos utilizados em fundição, juntamente com os diferentes
materiais utilizados no isolamento térmico e no revestimento externo desses fornos.
Esta etapa proporcionou a seleção do tipo de forno mais adequado, sendo este o forno
a cadinho fixo e também a seleção dos materiais isolantes térmicos utilizados em sua
construção, tais como lã de vidro e tijolo refratário e do revestimento externo, sendo
utilizadas chapas de aço ABNT 1020;
• Os diferentes tipos de aquecimento utilizados em fornos de fundição também foram
pesquisados, sendo selecionado o forno que utiliza óleo combustível, visto que é de
fácil acesso e de baixo custo;
• O controle de temperatura do metal fundido será realizado utilizando termopar tipo K
e contato digital. Desse modo descartou-se a instalação de um controlador de
temperatura mais sofisticado, visto que o controle de temperatura adotado é de fácil
operação, baixo custo e não demanda nenhum tipo de instalação;
• Os custos de fabricação também foram considerados, tendo sido feito o levantamento
dos mesmos, indicando uma economia de cerca de 60% em relação aos fornos
disponíveis no mercado;
• Mediante as definições dos parâmetros de projeto, realizada na etapa de pré-projeto,
fez-se o projeto executivo, que constou com todas as informações necessárias para a
construção do forno proposto.
65
REFERÊNCIAS
(ABIFA, 2016) ABIFA. Anuário ABIFA 2016 Guia ABIFA de Fundição. [S.l.]. 2016.
F A 25
F
345
E E
D A SEÇÃO A-A D
220 ESCALA 1 : 5
C C
B B
A
TÍTULO: Cadinho GA 60 A
UNIDADE DE MEDIDA:
mm
A4
MATERIAL:
Grafite
05/04/2017 ESCALA:1:5 FOLHA 1 DE 1
4 3 2 1
4 3 2 1
F F
E E
70
234
23
4
D D
C C
B B
A
TÍTULO: Base S1 A
UNIDADE DE MEDIDA:
mm
A4
MATERIAL:
Carbeto de Silício
05/04/2017 ESCALA:1:5 FOLHA 1 DE 1
4 3 2 1
4 3 2 1
F F
R4
19
217
E E
R305
114
D D
102
C C
B B
A
TÍTULO: Tijolo Circular 24 33 A
UNIDADE DE MEDIDA:
mm
MATERIAL:
A4
51% SiO2 + (22% - 46%) Al2O3
05/04/2017 ESCALA:1:5 FOLHA 1 DE 1
4 3 2 1
4 3 2 1
F F
229 114
E E
76
76
D D
229
C C
114
B B
A
TÍTULO: Tijolo Paralelo 229x114x76 A
UNIDADE DE MEDIDA:
mm
A4
MATERIAL:
51% SiO2 + (22% - 46%) Al2O3
05/04/2017 ESCALA:1:5 FOLHA 1 DE 1
4 3 2 1
4 3 2 1
375
F 225 F
56
E E
D D
742
C C
518
742
B B
4 3 2 1
4 3 2 1
F F
E E
D D
5
A
C C
3
A SEÇÃO A-A
5
B B
ESCALA 1 : 10
4 3 2 1
4 3 2 1
F F
5
742 3 5
A
102
E E
5
A SEÇÃO A-A
ESCALA 1 : 10
57
D D
0
31
C C
B B
4 3 2 1
4 3 2 1
F F
E E
20
A 51
D D
5°
13
400
C C
300
B A 3
B
SEÇÃO A-A
INSTITUIÇÃO DE ENSINO / EMPRESA:
4 3 2 1
4 3 2 1
F F
E E
D A D
70 25
4 7
3
6
C C
2
5
25
A
B SEÇÃO A-A B
ESCALA 1 : 10
INSTITUIÇÃO DE ENSINO / EMPRESA:
4 3 2 1