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SERVOCOMANDOS E

SISTEMA HIDRÁULICO
SERVOCOMANDOS
GENERALIDADES

Os esforços de comando (força necessária


para deslocar o platô cíclico do RP e o platô de
comando do RC), são da ordem de 10 daN para
o RP e alguns N para o RC. O aparelho é
pilotável nessas condições, porém o esforço
exigido do piloto é considerável e difícil de ser
dosado.
Os servocomandos, inseridos em cada
sistema de comando do RP e do RP eliminam
esses esforços de pilotagem, substituindo a
energia muscular do piloto pela energia
hidráulica.
O Esquilo/Fennec AvEx pode ser equipado
com servos de diversos tipos (SAMM e
DUNLOP), mas o princípio de funcionamento é
o mesmo.
• Usaremos o servo SAMM para ilustrar a
explicação funcional geral dos servocomandos.
Qualquer servo compreende:
• Atuador hidráulico: É o órgão de
potência, nota-se que o pistão (1) é
fixo e é o cilindro (2) que se desloca
provocando as variações do passo do
rotor.
• Seletora hidráulica (3), que permite
controlar a alimentação do atuador
em função do comando do piloto.
Nesse caso a seletora é rotativa,
comandada por uma alavanca (4),
chamada de entrada, ligada ao
comando do piloto (6).
• A folga (j) que permite ao comando
piloto girar a seletora é chamada de
“folga de entrada”. É determinada por • Chama-se movimento de entrada o
dos batente (5), nos quais a alavanca deslocamento do comando do piloto.
de entrada se apoia em caso de • Chama-se movimento de saída o
pilotagem manual (sem pressão deslocamento do atuador.
hidráulica).
PROPRIEDADES DOS SERVOCOMANDOS

• 1- O movimento de saída é subordinado ao movimento


de entrada. O deslocamento do atuador segue
exatamente o deslocamento do comando.
• 2- Os servos-comandos são irreversíveis. Isso significa
que os esforços do rotor suportados pelo atuados, na
saída, não são transmitidos para o comando do piloto.

Princípio de Funcionamento do Servocomando


O pistão divide o atuador em duas câmaras:
• Câmara “B”, submetida à pressão
constante do circuito hidráulico.
• Câmara “A” submetida à pressão variável,
cujo o valor é regulado pela posição da
seletora.
• A seletora não se comporta como uma simples
válvula “abre e fecha”.
• A válvula determina na entrada da câmara “A” um
fluxo de pressão e um fluxo de escape (retorno)
variáveis de acordo com a posição da alavanca de
entrada, portanto, do comando do piloto.
Princípio de Funcionamento do Servocomando (continuação)

• Quando o fluxo de pressão se torna


preponderante, a pressão P aumenta.
• Quando o fluxo de escape (retorno) se torna
preponderante, a pressão P diminui.
• Quando os fluxos se equilibram, a pressão P
adquiri valor médio.

• Observa-se que o núcleo da válvula não é


estanque. Mesmo sem movimento do servo, há
consumo de líquido, o que é conhecido como
consumo permanente
ASPECTO DINÂMICO DO SERVOCOMANDO

• A seção da câmara “A” é duas vezes maior


que a da câmara “B”. Sejam S e S/2 essas
seções.
• A pressão em “A” é variável.
• A pressão em “B” é constante.

• Essas pressões determinam duas forças:


• FA = p x S FB = p x S/2,
opostas que, apoiadas no pistão fixo, se
exercem no fundo do cilindro do atuador.
EQUILÍBRIO DO SERVOCOMANDO
Quando as duas forças FA e FB são iguais, o servo-comando
está em equilíbrio, permanecendo imóvel. Temos :

• O valor P = P/2, é obtido quando a seletora se encontra


em posição neutra. (equilíbrio do fluxo de escape e de
pressão da câmara A)

DISTENSÃO DO SERVOCOMANDO
• ATUAÇÃO DO SERVOCOMANDO: Quando
acionado pela ação do piloto. A seletora
gira no sentido “aumento de p”, a força FA
aumenta em função de p, isto é em função
da abertura da seletora. FA>FB + a
resistência da superfície de comando o
servo inicia a movimentação.
• DESLOCAMENTO DO SERVOCOMANDO: A
distensão do servo dura enquanto o
comando do piloto se deslocar. Com o efeito,
a seletora e o comando do piloto se
deslocam no mesmo sentido e com o mesmo
valor.
• O ângulo ᾳ não varia (para uma determinada
velocidade de deslocamento do comando do
piloto) e a força FA se mantém constante.

• NOTE: a velocidade do servo é em função da


abertura ᾳ da seletora, ou seja, a velocidade
do movimento de entrada.
• PARADA DO SERVOCOMANDO: No momento em que o
piloto imobiliza o comando, a seletora permanece aberta
num ângulo ᾳ. Portanto, o servo não obedece
imediatamente à ordem do piloto. Continua a se
deslocar, fechando a seletora, uma vez que o comando
do piloto encontra-se em posição fixa.

• Quando ᾳ = 0, voltou-se a posição de equilíbrio p = P/2. O


servo para.

• Observe o tempo de resposta do servo:


• Da abertura da seletora até o ângulo ᾳ para permitir a partida do servo e do fechamento da
seletora de ᾳ a 0° é muito curto, podendo considerar que os movimentos de entrada e saída
são simultâneos.
RETRAÇÃO DO SERVOCOMANDO

• O mecanismo é o inverso ao da
distensão:
• p diminui (escape na câmera A).
• P se torna predominante.

• Chama-se zero mecânico do servo a


posição central da alavanca de entrada
em relação aos batentes.
• Chama-se zero hidráulico a posição da
seletora que coloca o servo em
equilíbrio.
• Quando o servo está regulado, o zero
hidráulico se confunde com o zero
mecânico, o que dá ao comando do
piloto a mesma autoridade nos dois
sentidos (mesmo ângulo de rotação ᾳ
a partir do zero mecânico. A não
concordância dos zeros hidráulico e
mecânico é apontada pelo servo que
fica a deriva.
• Considere-se que há deriva quando,
com a alavanca de entrada mantida
imobilizada no zero mecânico
(contrapinado) o servocomando
parte lentamente num ou noutro
sentido até chocar-se contra o pistão.
FUNCIONAMENTO SEM PRESSÃO
HIDRÁULICA

• Mesmo em caso de perda de pressão


hidráulica a pilotagem continua
possível.
• Após a recuperação da folga de entrada,
o comando do piloto atua diretamente
no corpo do servo que se desloca como
um bloco deslizante. A abertura
consecutiva da seletora permite deslocar
o líquido contido nas câmeras A e B.
• Mas para reduzir os esforços devidos à
laminagem do líquido, é acrescentado
um by-pass que, na ausência de pressão
coloca as câmeras em contato direto.
• Quando ha pressão no circuito, o by
pass, evidentemente, isola as câmeras A
e B.
Servocomando SAMM
Servocomando SAMM - Funcionamento
Montagem dos Servocomandos
• Os quatros servos são idênticos,
exceto na sua fixação nos
sistemas de comando.
• Os 3 servos do rotor principal
são fixados por terminais no
cárter do mastro e no platô
cíclico fixo. O terminal da rótula
deve ser orientado de maneira
que a alavanca de entrada fique
na vertical da haste de
6 comando.

7
• O servo traseiro é fixado do lado da estrutura pelo mesmo terminal de rótula.
• No braço de saída está ligada a haste de comando de rotor de cauda.
• Um dos dois parafusos de fixação da haste guia o corpo do servo.
Sistema hidráulico dos servocomandos

Sejam:
- Q0 a vazão constante das bombas
- Q1 a vazão consumida pelos servocomandos (variando
em função do trabalho exigido aos servocomandos)
- Q2 a vazão desviada pela válvula reguladora.
A relação que liga essas vazões é: Q0 = Q1 + Q2
Quando Q1 aumenta, a pressão no circuito tende a diminuir;
a válvula, ao se fechar, reduz a vazão Q2 mantendo a
pressão no seu valor nominal. O processo inversos se produz
quando Q1 diminui. A CADA VALOR DE Q1 CORRESPONDE
UMA ABERTURA DA VÁLVULA, TAL QUE P = CONSTANTE.
Informações sobre o fluido hidráulico
• Utilizar apenas o autorizado pelo fabricante.
• As características desse fluido garantem o bom funcionamento e a
confiabilidade do sistema.
• Apesar de estável, o fluido se altera com o tempo e deve ser substituído
dentro dos prazos previstos.
• O fluido poluído ou contaminado significa desgaste prematuro dos
servos (riscos de grimpagem e entupimento).
• Portanto, só completar o tanque com o fluido rigorosamente limpo e
inspecionar os filtros conforme o programa de manutenção.
COMPONENTES DO SISTEMA
1. Botão BUZINA (HORN)
2. Alarme sonoro
3. Reservatório hidráulico
4. Filtro tipo tela
5. Bomba de engrenagens
6. Eletroválvula dos servocomandos
principais
7. Bloco do filtro
8. Manocontactor “baixa pressão”
9. Acumuladores de segurança
10.Válvulas unidirecionais dos
servocomandos principais
11. Válvula reguladora
12. Eletroválvula (principal)
13. Eletroválvula de descarga do
acumulador
14. Acumulador do compensador
15. Atuador hidráulico
16. Alavanca multiplicadora
17. Válvula unidirecional 14
18. Válvula de sobrepressão 15
19. Cadensor (pós-mod 07-3317)
20. A - Botão “TESTE HIDRÁULICO”
21. B - Botão “Corte hidráulico” PÓS-MOD 07 3317
Cadensor
COMPONENTES
DO SISTEMA
1 - BOTÃO BUZINA (HORN) NA PARTE
INFERIOR DO PAINEL, PERMITE
DESLIGAR A BUZINA.
2 – ALARME SONORO, FUNCIONA EM
VIRTUDE DE QUEDA DE PRESSÃO
HIDRÁULICA .
COMPONENTES
DO SISTEMA
3-TANQUE HIDRÁULICO
4-FILTRO DE SUCÇÃO DA BOMBA.
5-BOMBA DE ENGRENAGENS
ACIONADA PELA CTP VAZÃO DE 6 l/m.

3
4 5
COMPONENTES DO SISTEMA
6 - ELETROVÁLVULAS DOS SERVOS
PRINCIPAIS, COMANDAS PELO BOTÃO B NO
COLETIVO. PERMITE EM CASO DE PANE
HIDRÁULICA OU TRAVAMENTO DE UMA
SELETORA, CONECTAR A ENTRADA DE
FLUIDO DOS SERVOS A LINHA DE RETORNO
DO TANQUE (CORTE HIDRÁULICO)
DIMINUINDO OS ESFORÇOS DE PILOTAGEM.
7 - FILTRO METÁLICO DE LINHA DE 10µ OU 3µ.
8 – MANOCONTACTOR DE BAIXA PRESSÃO,
ACENDE A LUZ HID COM A PRESSÃO MENOR
QUE 30 bar.
COMPONENTES DO SISTEMA

9 - ACUMULADORES DE SEGURANÇA DOS SERVOS PRINCIPAIS.


EM CASO DE PANE HIDRÁULICA CONSTITUEM UMA PEQUENA
RESERVA DE ENERGIA QUE PERMITE AO PILOTO ATINGIR UMA
VELOCIDADE DE SEGURANÇA, PASSANDO A PILOTAGEM
MANUAL.
COMPONENTES DO SISTEMA
10 - VÁLVULAS UNIDIRECIONAIS
DOS SERVOCOMANDOS PRINCIPAIS,
EM CASO DE PANE SÃO FECHADAS
PELOS ACUMULADORES
11 – VÁLVULA REGULADORA DE
40bar

10

11
12 - Eletroválvula (principal)
13 - Eletroválvula de descarga do
acumulador (Teste hidráulico).
COMANDADA PELO BOTÃO “A”,
CONECTA O CIRCUITO AO RETORNO
DIMINUINDO A PRESSÃO DO
SISTEMA. PERMITE TESTAR O
FUNCIONAMENTO DOS
ACUMULUDARES DOS SERVOS
PRINCIPAIS.
14 – Acumulador do compensador.
Constitui a reserva de pressão para
o atuador do compensador.
15 – Atuador Hidráulico. Associado
a uma alavanca (16) ajuda na
mudança de passo do rotor de
cauda em caso de perda da geração
hidráulica.
16 – Alavanca Multiplicadora.
Permite um grande curso do ponto
de ligação da haste do
servocomando por um pequeno
curso do pistão do atuador.

14
15
17 – Válvula Unidirecional. Mantém a
carga do acumulador em caso de perda
de pressão hidráulica.
18 – Válvula de sobrepressão. Permite
uma descarga parcial de líquido
hidráulico quando o pistão do
compensador retorna da posição
extrema, evitando calço hidráulico
quando o sistema está sob pressão.
19 – Cadensor. Responsável por fazer a
luz piscar por ocasião do teste hidráulico
ou quando ocorrer baixa pressão.

14
15
A – Botão “TESTE HIDRÁULICO”.
Localizado na parte inferior do
painel, aciona as eletroválvulas 12 e
13.
B – Botão “CORTE HIDRÁULICO”.
Localizado no coletivo, aciona as
eletroválvulas 6 e 12.

14 15
Funcionamento do Sistema Hidráulico
Funcionamento Normal
l
> O BOTÃO “A” E “B” ESTÃO
SOLTOS, AS ELETROVÁLVULAS
6,12 e 13, NÃO ENERGIZADAS,
ENCONTRAM-SE FECHADAS.
l
> A BOMBA 5 FUNCIONA
(ROTOR GIRANDO).
l
> A VÁLVULA 11 MANTEM A
PRESSÃO EM 40 bar, LUZ HYD
APAGADA E SEM ALARME
SONORO.
l
> OS SERVOS E O
COMPENSADOR DE ESFORÇOS
ESTÃO PRESSURIZADOS.
l
> O NITROGÊNIO DOS
ACUMULADORES ESTÁ
COMPRIMIDO PELO
HIDRÁULICO.
Funcionamento do Sistema Hidráulico
Funcionamento Normal
Funcionamento do Sistema Hidráulico

Queda de Pressão Hidráulica

l
A queda de pressão
(vazamento do
líquido ou ruptura
da correia da
bomba) é
assinalada pela luz
HYD e pelo alarme
sonoro.
l
O piloto toma
conhecimento que
Funcionamento do Sistema Hidráulico

Queda de Pressão Hidráulica

l
DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA DOS SERVOS:
l
Os esforços do rotor dependem da velocidade do
helicóptero.
l
Assim em caso de queda de pressão , o piloto deve
diminuir a velocidade (redução do passo coletivo) de
forma a obter esforços de comando aceitáveis para a
pilotagem manual.
Funcionamento do Sistema Hidráulico

Queda de Pressão Hidráulica

l
FUNCIONAMENTO DO DISPOSITIVO
DE SEGURANÇA:
l
Logo que a pressão do sistema
cai os acumuladores restituem
(expansão do nitrogênio) a
energia que armazenam.
l
As válvulas unidirecionais se
fecham e os servos vão continuar
a ser alimentados até que os
acumuladores estejam
descarregados.
Funcionamento do Sistema Hidráulico

Queda de Pressão Hidráulica

(6)

NOTA: com a chave B acionada, o alarme sonoro para de soar.


Bloqueio de uma Seletora do Servocomando

PERIGO
TESTE DOS ACUMULADORES DOS SERVOCOMANDOS PRINCIPAIS

> No solo, com o rotor


girando, o acionamento do
botão A “Teste HYD” provoca:
- A abertura das
eletroválvulas (12 e 13),
causando a queda imediata
de pressão; a luz “HYD” se
acende e o alarme soa.

A partir desse momento, o


piloto deve poder comandar o
manche cíclico sem esforço
antes de sentir o
endurecimento do mesmo,
indicando que os
acumuladores se 14
15
descarregaram. Os pedais
ficarão duros nesta condição
ATENÇÃO:
Após o pouso, com o rotor parado, é necessário pressionar o botão A durante alguns
segundos a fim de descarregar o acumulador do compensador de esforços (14) com
a abertura da eletroválvula (13) para facilitar a manobra ou o alinhamento dos
pedais.
TESTE HIDRÁULICO

Tem a finalidade de verificar o


bom funcionamento da
sinalização e dos acumuladores
de segurança

(12)

12

O alarme soa

13 14
TESTE DE CORTE HIDÁULICO

> No solo, com o rotor


girando, o acionamento do
botão B “Corte Hidráulico”
provoca a abertura das
eletroválvulas (6 e 12),
causando a queda imediata
de pressão; a luz “HYD” se
acende e os esforços de
comando do piloto surgem
instantaneamente, exceto nos
pedais onde devem 14
15
permanecer pequenos (ação
do compensador).
LOCALIZAÇÃO DOS COMPONENTES DO SISTEMA
PÓS-MOD
07-9555

POLY “V”
Mangueiras dos servos laterais Mangueiras do servo longitudinal
CADENSOR

Após a MOD. 07 3317

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