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AULA 4

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES


FINANCEIRAS APLICADAS AO
SETOR PÚBLICO

Profª Bruna dos Santos


INTRODUÇÃO

Em outras ocasiões conhecemos as demonstrações contábeis aplicadas


ao setor público e agora vamos aprender como podemos analisar essas
informações. Os temas tratados serão:

• análise das contas públicas – conceitos e objetivos;


• análise orçamentária pública;
• análise de caixa no setor público;
• análise da dívida pública; e
• análise financeira e do patrimônio no setor público.

TEMA 1 – ANÁLISE DAS CONTAS PÚBLICAS: CONCEITOS E OBJETIVOS

A análise das contas públicas é interessante para entendermos de que


forma são alocados os recursos arrecadados por meio dos impostos pagos. Há
sempre questionamentos sobre a falta de eficiência do governo na prestação de
serviços públicos e isso pode estar relacionado à aplicação dos recursos.
Essas análises são possibilitadas a partir da exigência de prestação de
contas à sociedade por parte dos órgãos públicos. Os cidadãos têm direito de
conhecer a atuação do governo nas mais variadas áreas e cobrar resultados
efetivos.
Existem várias análises que podem ser feitas com base nas informações
disponibilizadas pelos entes públicos: arrecadação, despesa mais comum (por
função), investimentos, endividamento e outros.
A Lei de Responsabilidade Fiscal reforça a necessidade de informar a
sociedade sobre as finanças públicas e atinge diretamente os gestores que não
cumprirem com a transparência mínima1.
Agora, responda à questão relacionada ao tema:

1. (IF-TO - 2015 - IF-TO - Técnico em Contabilidade) Pedro é contador público.


Constantemente analisa as contas públicas do órgão no qual trabalha. Marque

1 Assista o vídeo a seguir, que menciona uma das formas de análise das contas públicas:
resultado primário e nominal.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=cmmm-hk31Yo>. Acesso em: 2 ago.
2021.

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a alternativa correta referente aos demonstrativos contábeis que Pedro deve
utilizar para análise das contas públicas, segundo a Lei n. 4.320/64:
a) Balanço patrimonial, balanço orçamentário, balanço financeiro e
demonstração das variações patrimoniais.
b) Balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício.
c) Balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício e fluxo de caixa.
d) Fluxo de caixa e balanço orçamentário.
e) Balanço financeiro, balanço orçamentário, fluxo de caixa e balanço
patrimonial.

Resposta após a seção ‘referências’ deste material.

TEMA 2 – ANÁLISE ORÇAMENTÁRIA PÚBLICA

A análise orçamentária se faz necessária para que se verifique a


capacidade de o ente público gerar receita suficiente para arcar com suas
despesas, sem ter a necessidade de utilizar o superávit gerado em exercícios
anteriores ou ainda recorrer a empréstimos.
Essa análise pode ser realizada na previsão e na execução orçamentária.
O resultado na previsão é verificado confrontando a previsão de receita
atualizada e a dotação orçamentária atualizada, podendo ser obtidas as
seguintes posições:

Dotação Atualizada = Previsão de Receita Atualizada ➔ Equilíbrio


Orçamentário

Dotação Atualizada > Previsão de Receita Atualizada ➔ Déficit de previsão

Dotação Atualizada < Previsão de Receita Atualizada ➔ Superávit de previsão

O balanço orçamentário é a demonstração utilizada para essa avaliação,


já que nela consta a previsão inicial de receita, previsão atualizada, receita
realizada, dotação inicial, dotação atualizada, despesa empenhada, liquidada e
paga.
Vamos analisar um caso prático.
O Município “X” apresentou os seguintes dados no balanço orçamentário
em 31 de dezembro de 2020.

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Receita total Receita total
prevista na LOA atualizada

54.240.000,00 59.239.923,76

Dotação inicial Dotação


fixada na LOA atualizada

54.240.000,00 66.570.079,04

No caso hipotético a receita total atualizada (R$ 59.239.923,76) é menor


do que a dotação atualizada (R$ 66.570.079,04), e assim temos um déficit de
previsão. E como é possível a despesa estar maior que a receita? Como foi
aprovada a alteração orçamentária sem recursos para fazer frente a despesa?
A explicação está no uso de superávit do exercício anterior, ou seja, os recursos
financeiros que sobraram em caixa e nem foram comprometidos por empenhos.
A execução orçamentária também será observada com base no balanço
orçamentário e considerando a receita arrecadada (recebida) e a despesa
empenhada. Os possíveis resultados, assim como na previsão, são:

Receita Arrecadada = Despesas Empenhadas ➔ Execução Equilibrada

Receita Arrecadada > Despesas Empenhadas ➔ Superávit de Execução

Receita Arrecadada < Despesas Empenhadas ➔ Déficit de Execução

Vamos voltar ao exemplo do Município “X”.


Para a receita, tem-se as seguintes informações.

Receita total Receita realizada


Receita total Diferença
atualizada (recebida)
prevista na LOA (A - B)
(A) (B)

54.240.000,00 59.239.923,76 52.436.150,07 6.803.773,69

Para a despesa, verifica-se:

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Despesa Dotação Despesas Despesas Despesas
% realização
orçamentária atualizada empenhadas liquidadas pagas

Despesa corrente 55.363.340,41 42.927.018,07 41.472.815,25 41.469.724,45 74,91

Despesa de
11.141.433,63 4.962.523,87 3.031.339,41 3.031.339,41 27,21
capital
Reserva de
65.305,00 0,00 0,00 0,00 0,00
contingência
Total 66.570.079,04 47.889.541,94 44.504.154,66 44.501.063,86 66,85

Nota-se que a receita arrecadada (R$ 52.436.150,07) é maior que a


despesa total empenhada (R$ 47.889.541,94), o que significa que ocorreu um
superávit de execução, apesar de ter ocorrido um déficit de previsão.
Cabe analisar se o superávit de execução é algo bom para a entidade,
uma vez que teve sobra de recursos. Se foi algo planejado, pode ser positivo.
Caso não tenha sido programado, o ente não está atendendo as demandas da
população ou a carga tributária está muito alta. Nesses dois casos a
administração não está atingindo o bem-estar da população, que é o seu objetivo
principal.
O resultado de déficit não é necessariamente uma condição financeira
ruim, apesar de demonstrar que o valor da despesa do exercício é maior que a
receita desse ano, pois pode acontecer a utilização de superávit do exercício
anterior para pagamento das despesas excedentes. Porém, déficits na execução
não devem ocorrer por vários anos seguidos.
A análise do equilíbrio adequado é complicada. Para uma melhor
investigação, é interessante separar em receita corrente e de capital e despesa
corrente e de capital, confrontando a receita realizada corrente com as despesas
empenhadas correntes e a receita realizada de capital com as despesas
empenhadas de capital. Isso também porque é vedada a utilização da receita de
capital para pagar despesas correntes, e a Constituição Federal, no inciso III do
artigo 167, impede a realização de operação de crédito que excedam o valor das
despesas de capital.
Seguindo esse raciocínio, quatro exames devem ser feitos.

1. Receita de Operação de Crédito deve ser menor que as Despesas de


Capital.

O ente não deve fazer empréstimo para pagar despesa corrente. Por
exemplo, se a receita de operação de crédito for de R$ 100,00 (cem reais), a
despesa de capital deve ser de R$ 100,00 (cem reais) ou mais. Caso a despesa

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de capital seja de R$ 80,00 (oitenta reais), significa que o valor de R$ 20,00 (vinte
reais) a mais que foi emprestado pagará despesa corrente. Por outro lado, se a
despesa de capital for de R$ 120,00 (cento e vinte reais), revela que o ente
utilizou R$ 20,00 (vinte reais) de receita corrente para investir.

2. Receita de Capital deve ser menor que as Despesas de Capital.

As receitas de capital são cinco: receita de amortização de empréstimos,


operação de crédito, alienação de bens, transferências de capital e outras
receitas de capital. O ente não deve utilizar receita de capital para pagar despesa
corrente. O que isso significa? Ele não deve utilizar, por exemplo, o valor da
venda de um bem para pagar despesa de custeio, seguindo o mesmo raciocínio
de não gastar recursos de empréstimos (operação de crédito) para custeio. As
receitas de capital devem ser gastas com despesas de capital.

3. Receita de Operação de Crédito deve ser menor que a Amortização da


Dívida.

Se a receita de operação de crédito for maior do que a despesa com


amortização da dívida, sugere que o ente aumentou sua dívida. Por exemplo, na
LOA tem-se a previsão de R$ 200,00 (duzentos reais) com operação de crédito
e na fixação de despesa com amortização da dívida com empréstimos o valor de
R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), revelando que R$ 50,00 não será pago no
exercício.

4. Receita Primária deve ser maior que a Despesa Primária.

O resultado primário é outra ferramenta para medir a eficiência do ente


público. Para se obter a receita primária, é retirado da receita total o valor da
receita de operação de crédito, alienação de bens e rendimento de aplicação
financeira. A despesa primária é encontrada diminuindo a despesa com juros e
amortização da dívida da despesa total. Isso é feito para identificar se o ente
consegue sobreviver financeiramente apenas com os recursos arrecadados no
curso normal das atividades, sem precisar fazer um empréstimo, nem vender um
bem e depender de rendimentos de aplicação financeira. E como as receitas
financeiras não constam na receita primária, as despesas financeiras (juros e
amortização) também não são consideradas para o cálculo. Se a receita primária
for maior que a despesa primária, tem-se um resultado positivo.

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Vamos ver um exemplo prático. A seguir temos um balanço orçamentário
simplificado de um município “Y”. A análise será apenas da parte de previsão,
não da execução orçamentária.
Receita Despesa
Descrição Previsão Execução Descrição Fixação Execução
Receitas Correntes 300.000 350.000 Despesa Corrente 250.000 250.000
Tributária 150.000 200.000 Pessoal 200.000 190.000
Patrimoniais 50.000 30.000 Juros 50.000 60.000
Contribuições 100.000 120.000
Receitas de Capital 200.000 175.000 Despesa de Capital 250.000 200.000
Operações de crédito 150.000 100.000 Investimentos 125.000 100.000
Alienação de bens 50.000 75.000 Amortização da Dívida 125.000 100.000
TOTAL 500.000 525.000 TOTAL 500.000 450.000

1 – Receita de Operação de Crédito deve ser menor que as Despesas de Capital


R$ 150.000,00 é menor do que R$ 250.000,00. Obedece a regra.
2 – Receita de Capital deve ser menor que as Despesas de Capital
R$ 200.000,00 é menor que R$ 250.000,00. Obedece a regra.
3 – Receita de Operação de Crédito deve ser menor que a Amortização da Dívida
R$ 150.000,00 é menor que R$ 125.000,00. Obedece a regra.
4 – Receita Primária deve ser maior que a Despesa Primária
Receita total = 500.000,00
Receita de operação de crédito = (150.000,00)
Receita de alienação de bens = (50.000,00)
Rendimento de aplicação financeira = (50.000,00) (é a receita que está na receita
patrimonial)
Receita Primária = 250.000,00
Despesa total = 500.000,00
Despesa com juros = (50.000,00)
Despesa com amortização = (125.000,00)
Despesa Primária = 325.000,00
Como a despesa primária (325.000,00) é maior que a receita primária
(250.000,00), o ente não obedeceu a regra.
Para praticar, faça a verificação dos pontos na parte de execução
orçamentária.
Outras análises ainda podem ser feitas com o Balanço Orçamentário,
como a Receita Executada x Receita Prevista ou Despesa Executada x Despesa
Fixada. O ente também pode verificar qual natureza de despesa teve maior

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impacto dentro das despesas realizadas em um determinado período. Considere
as informações abaixo do Município “Z”.
Despesa corrente (a) 41.472.815,25 93,19 %
Pessoal e encargos 27.394.520,64 61,55 %
Juros e encargos da dívida 238.061,09 0,53 %
Outras despesas correntes 13.840.233,52 31,10 %
Despesa de capital (b) 3.031.339,41 6,81 %
Investimento 2.574.262,72 5,78 %
Inversões financeiras 0,00 0,00 %
Amortização da dívida 457.076,69 1,03 %
Total (a + b) 44.504.154,66 100,00

O total de despesas empenhadas foi de 44.504.154,66 (quarenta e quatro


milhões, quinhentos e quatro mil, cento e cinquenta e quatro reais e sessenta e
seis centavos) e na terceira coluna há os percentuais por natureza de despesa,
identificando maior gasto em “pessoal e encargos”.

TEMA 3 – ANÁLISE DE CAIXA NO SETOR PÚBLICO

A execução financeira é o recebimento das receitas nos cofres públicos e


o pagamento das despesas, ao longo do exercício. A solvência de caixa é
alcançada quando o ente tem recursos financeiros suficientes para atender as
obrigações, a curto prazo. Para atingir a solvência, é preciso que seja realizado
um cronograma de execução mensal de desembolso, exigido pela Lei de
Responsabilidade Fiscal (n. 101/2000), em seu artigo 8º, em que será definido a
média de entradas e saídas de caixa em cada mês, de acordo com a realidade
do ente. Por exemplo, em um município terão meses em que a arrecadação será
maior do que em outros devido ao vencimento do IPTU (Imposto Predial e
Territorial Urbano). Também o valor total de despesas de um município em
dezembro será maior devido ao 13º salário dos servidores. Assim, entende-se
que esse cronograma deve ser bem estudado antes de finalizado.
A demonstração dos fluxos de caixa é a mais adequada para averiguar a
movimentação do caixa, como o próprio nome sugere. A posição operacional
constante nessa demonstração revela o saldo das disponibilidades gerado pelas
atividades operacionais do governo. Quando essa posição é positiva, significa
que as receitas operacionais arrecadadas foram suficientes para manutenção e
ainda pode-se usar parte para pagamento de investimento e financiamento. O
fluxo negativo é preocupante e não deve ocorrer por vários exercícios.
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Veja a seguir um exemplo simplificado de DFC.

Descrição Exercício Exercício Variação


Atual Anterior
Fluxos de caixa das atividades das operações

Ingressos 57.860.971,94 55.084.705,10 5,04

Desembolsos 58.032.057,73 52.854.316,47 9,80

Pessoal 27.394.085,49 21.862.990,09 25,30

Juros 238.061,09 332.663,00 -28,44

Transferências 30.399.911,15 30.658.663,38 -0,84


intergovernamentais
Fluxo de caixa líquido das -171.085,79 2.230.388,63 -107,67
atividades das operações
Fluxos de caixa das atividades de investimento

Ingressos 0,00 0,00 0,00

Desembolsos 0,00 0,00 0,00

Fluxo de caixa líquido das 0,00 0,00 0,00


atividades de investimento
Fluxos de caixa das atividades de financiamento

Ingressos 0,00 2.367.318,85 -100,00

Desembolsos 459.661,49 588.100,33 -21,84

Fluxo de caixa líquido das -459.661,49 1.779.218,52 -125,84


atividades de financiamento
Apuração do fluxo de caixa do período

Geração líquida de caixa e -630.747,28 4.009.607,15 -115,73


equivalente de caixa
Caixa e equivalente de caixa inicial 17.650.593,93 13.640.986,78 29,39

Caixa e equivalente de caixa final 17.019.846,65 17.650.593,93 -3,57

Nota-se que o fluxo de caixa operacional está negativo no exercício


corrente. Isso é preocupante se ocorrer por mais exercícios. Quando comparado
com o exercício anterior verificamos uma variação negativa de 107,67% e em
valores o caixa operacional diminuiu 2.401.474,42 (dois milhões, quatrocentos e
um mil, quatrocentos e setenta e quatro reais e quarenta e dois centavos) de um
ano para o outro. O ingresso operacional teve aumento, porém a despesa com

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pessoal aumentou também, e em um percentual elevado (25,30%). Essa é a
maior explicação para o fluxo negativo.
Nesse caso, não teve nenhuma movimentação no fluxo de investimento.
Já o fluxo de financiamento também ficou negativo no ano atual, porque
ocorreram apenas pagamentos da dívida e a entrada do recurso dessa operação
de crédito ocorreu em anos anteriores. Esse fluxo será negativo até que se
contrate novo empréstimo. Assim, é melhor que seja negativo, pois significa
pagamento da dívida, e não novo endividamento.
Além de acompanhar a DFC, faz-se necessário acompanhar a execução
orçamentária. Quando é feito o orçamento (LOA), faz-se apenas a previsão de
receita e despesa, porém não se sabe se esse previsto será realizado. Assim,
pelo menos mensalmente, deve-se verificar as receitas recebidas no exercício e
compará-las às despesas empenhadas nesse mesmo período, que é quando se
assume o compromisso com o fornecedor.
Há um relatório em que se pode verificar o resultado financeiro por mês,
o balancete financeiro por fonte de recurso, que é outra forma de controlar o
saldo de disponibilidades e ainda por fonte. As fontes de recursos constituem-se
de determinados agrupamentos de naturezas de receitas, atendendo a uma
determinada regra de destinação legal, e servem para indicar como são
financiadas as despesas orçamentárias. Porém, nesse relatório não se tem
apenas entradas e saídas do exercício, e sim informações do ano anterior,
conforme exemplo simplificado a seguir.
Balancete de Fonte de Janeiro de 2021
Fonte 102 – Fundeb 40%
Saldo do Exercício anterior (2020) 491.410,28
Receita Orçamentária 194.990,16
Despesa Orçamentária (44.465,27)
Restos a Pagar (pagamento efetuado) (27.398,65)
Saldo final em banco/caixa 614.536,52
Empenho do exercício (2021) 0,00
Restos a Pagar (em aberto) (81.773,51)
Saldo Financeiro Gerencial 532.763,01

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O resultado total por fonte também é visualizado no quarto quadro do
balanço patrimonial – demonstrativo do superávit/déficit financeiro apurado no
balanço patrimonial.
Essas verificações devem ser feitas periodicamente para evitar que o ente
público entre em uma situação financeira crítica e de difícil recuperação.

TEMA 4 – ANÁLISE DA DÍVIDA PÚBLICA

Para que os entes públicos não constituam uma dívida excessiva, é


preciso que acompanhem o fluxo de receita e gasto, pois se o volume de gasto
é maior que a receita, gera-se um déficit, e assim inicia o processo de
endividamento na administração pública. O governo tem que conciliar seus
gastos com sua capacidade de arrecadação para que não tenha problemas
futuros. Também é preciso analisar a dívida para determinar o impacto do
endividamento na condição financeira do governo e se é possível contrair novas
dívidas dentro dos limites determinados na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Quando as habituais fontes de recursos para financiar os gastos dos
governos não são suficientes para manutenção da administração e
investimentos, o ente necessita buscar novas fontes. Umas das saídas é a
realização de operação de crédito, mas que deve ser feita com muito cuidado
para não prejudicar o ente financeiramente posteriormente.
O empréstimo para investimento é interessante porque permite que
projetos importantes de capital sejam realizados, podendo ampliar o atendimento
aos cidadãos. Sendo assim, a dívida constitui uma fonte de recurso essencial
para o setor público.
No entanto, a teoria clássica da dívida pressupõe que o empréstimo é uma
fonte destinada a investimentos de longo prazo em que os benefícios gerados
atendem gerações, ou seja, não se deve fazer operação de crédito para pagar
despesas correntes, apenas para despesa de capital (investimento).
Existe a dívida de curto prazo, também conhecida como dívida flutuante.
Ela é composta por restos a pagar, que já sabemos que são os empenhos de
determinado exercício que não foram pagos dentro desse mesmo ano; os
serviços da dívida a pagar, que são as dívidas que têm prazo de finalização até
o final do exercício seguinte; os débitos de tesouraria, que são as operações de
crédito por antecipação de receita (ARO) (empréstimos de curto prazo,

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realizados e devolvidos dentro do mesmo exercício); e depósitos, que são os
depósitos caução e consignação. Veja um exemplo com valores de um Município
“T”.
Restos a pagar do exercício de 2020 3.388.478,08
Serviços da dívida – curto prazo 0,00
ARO 0,00
Consignação - depósito caução 16.112,07
TOTAL 3.404.590,15

A dívida de longo prazo, chamada de dívida fundada, representa as


obrigações exigíveis após o final do exercício subsequente. Geralmente, é
composta por empréstimo e outras dívidas de longo prazo, por exemplo, com
impostos devidos aos demais entes e precatórios. Veja um exemplo com valores
do mesmo Município “T”.

Operação de crédito 4.296.767,58


Parcelamento do Pasep 538.200,11
Provisões a longo prazo 306.606,73
Precatórios 302.090,41
TOTAL 5.443.664,83

4.1 Limite Legal de Endividamento (LLE)

O Limite Legal de Endividamento é um teto máximo estabelecido em lei


para evitar o uso exagerado de capital de terceiros. Um conceito apresentado
pela LRF e importante para o cálculo dos limites de endividamento é a dívida
consolidada líquida, que é a dívida total menos o valor constante em caixa.
O Senado Federal, em sua Resolução n. 40/2001, estabelece os
percentuais de limite de endividamento total para os Estados e Distrito Federal,
que é 200% da Receita Corrente Líquida (RCL), e, para os Municípios, 120% da
RCL. Também foram definidos limites para operação de crédito, operação de
crédito por antecipação de receita e concessão de garantia, todos com base na
RCL, conforme detalhado a seguir:

OBJETO DE LIMITE
ESFERA Dívida Operação Concessão de
ARO
Consolidada Crédito Garantia
UNIÃO - 60% - 60%
ESTADO 200% 16%** 7% 22%***
MUNICÍPIO 120% 16%** 7% 22%***

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A RCL, utilizada para calcular os limites, é o somatório das receitas
tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de
serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes,
deduzidos alguns itens. É apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês
em referência e nos onze anteriores, ou seja, receita de doze meses. Para os
municípios é a toda receita corrente. Nos Estados, para encontrar a RCL, deve-
se diminuir as parcelas entregues aos Municípios por determinação
constitucional, por exemplo, 50% do IPVA pertence aos Municípios. E já para o
Governo Federal, há outras regras, redução dos valores transferidos aos
Estados e Municípios por determinação constitucional ou legal (como o Fundo
de Participação dos Estados e o Fundo de Participação dos Municípios) e de
outras contribuições mencionadas pela Constituição Federal. O importante é
saber que a RCL é a base para encontrar os limites, aplicando os percentuais
determinados pelo Senado Federal.
Quando elaborada a resolução, foram estabelecidas duas regras para
recondução ao limite da dívida, quando ultrapassado por algum ente: a
Transitória e a Permanente.
A Transitória era direcionada para os Estados, DF e Municípios que
estavam desenquadrados no final de 2001, que foi o ano inicial da resolução
(40/2001). O retorno ao limite máximo deveria ocorrer em até 15 anos, à razão
de 1/15 ao ano. Se o ente descumprisse a trajetória seria vedada a realização
de operação de crédito, inclusive ARO.
Vamos analisar a situação hipotética abaixo para melhor compreensão.

Um determinado estado no final do exercício de 2001 ultrapassou o limite


máximo com endividamento, com base nas seguintes informações levantadas:
Dívida Pública Consolidada – 20.700.000,00
Receita Corrente Líquida Apurada – 5.500.000,00
Disponibilidades Financeiras (caixa) – 2.250.000,00
Qual é o excesso de endividamento sobre o limite legal que deverá ser
reduzido a cada ano?
Resolução: como o referido estado estava fora do limite no primeiro ano
de validade da resolução, ele teria mais tempo para se enquadrar novamente
(15 anos), conforme regra transitória.

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Primeiro devemos encontrar a dívida líquida (Dívida menos
Disponibilidades).
Dívida Pública Consolidada 20.700.000,00
Disponibilidades Financeiras (2.250.000,00)
Dívida Consolidada Líquida 18.450.000,00
O valor de 18.450.000,00 é o endividamento do ente.
Estados, segundo resolução do Senado, podem se endividar até 200% da
receita corrente líquida.
5.500.000,00 (RCL dada no exercício) x 200% = 11.000.000,00
O Ente está com uma dívida de 18.450.000,00 e só poderia ter
11.000.000,00.
O excesso da dívida do ente é de 7.450.000,00 (18.450.000 (-)
11.000.000).
Este excesso deve ser diminuído 1/15 em 15 anos.
Assim, dividimos o 7.450.000 por 15, que dá 496.667.
O valor 496.667 deverá ser diminuído em cada ano até voltar ao limite.
Essa é a resposta.
A permanente é para entes que vierem a se desenquadrar a qualquer
tempo. A volta ao limite deve acontecer em três quadrimestres (1 ano), sendo
pelo menos 25% no primeiro quadrimestre e o restante nos dois quadrimestres
seguintes.
Vamos analisar a situação hipotética a seguir para melhor compreensão.

Um determinado município no final do exercício de 2008 ultrapassou o


limite máximo com endividamento, com base nas seguintes informações
levantadas:
Dívida Pública Consolidada – 15.200.000,00
Receita Corrente Líquida Apurada – 3.500.000,00
Disponibilidades Financeiras – 2.800.000,00
Qual é o excesso de endividamento sobre o limite legal que deverá ser
reduzido, no primeiro quadrimestre de 2009?
Resolução: o exercício agora envolve um município e em um ano após o de
2001, em 2008. A regra para o ente é a permanente, que retorne ao limite
máximo em até três quadrimestres (1 ano), sendo pelo menos 25% no primeiro
quadrimestre e o restante nos dois quadrimestres seguintes.

14
Primeiro, devemos encontrar a dívida líquida (dívida menos
disponibilidades).
Dívida Pública Consolidada 15.200.000,00
Disponibilidades Financeiras (2.800.000,00)
Dívida Consolidada Líquida 12.400.000,00
O valor de 12.400.000,00 é o endividamento do ente.
Municípios, segundo resolução do Senado, podem se endividar até 120%
da Receita Corrente Líquida.
3.500.000,00 (RCL dada no exercício) x 120% = 4.200.000,00
O Ente está com uma dívida de 12.400.000,00 e só poderia ter
4.200.000,00.
O excesso da dívida do ente é de 8.200.000,00 (12.400.000 (-) 4.200.000).
O município precisa reduzir esse excesso 25% no próximo quadrimestre
e o restante nos outros dois quadrimestres do ano.
8.200.000,00 x 25% é 2.050.000,00.
2.050.000,00 é o valor que deverá reduzir no primeiro quadrimestre de
2009.
Essa é a resposta.

4.2 Relatórios relacionados à Dívida

A Secretaria do Tesouro Nacional determina o envio do conjunto de


informações relativas ao Cadastro da Dívida Pública (CDP) no Sistema de
Análise da Dívida Pública, Operações de Crédito e Garantias da União, Estados
e Municípios (Sadipem), de todos os entes subnacionais (Municípios, Estados e
DF). Lá o ente deve informar, entre outras informações, a dívida contratual
(interno e externa), parcelamento de tributos, precatórios, restos a pagar. É um
relatório anual e o prazo para preenchimento do CDP é 30 de janeiro do exercício
subsequente.
O CDP é realizado com base no anexo 16 – demonstrativo da dívida
fundada interna, que é um dos relatórios da execução orçamentária da Lei
4320/64. Abaixo temos exemplos de dívidas que constam nesse demonstrativo.

Exemplo 1
Num/Ano: 8/2013 PARCELAMENTO PASEP
Origem: Interna

15
Grupo: Parcelamento
Natureza: Contratual
Tipo Dívida: Pasep
Saldo Anterior: R$ 560.644,71
Inscrição PIS/Pasep a recolher – parcelado R$ 20.362,66
Baixa BB (5301-5) – PM Balsa Nova Movimento R$ 18.587,12
Baixa outras variações patrimoniais aumentativas - financeiras - consolidação -
R$ 10.938,54
Saldo Atual: R$ 551.481,71

Exemplo 2
Num/Ano: 16/2014 Contrato 64717 Agência de Fomento
Origem: Interna
Grupo: Empréstimo
Natureza: Contratual
Tipo Dívida: Outras Operações de Crédito
Saldo Anterior: R$ 1.440.196,43
Inscrição juros de operações de crédito internas – em contratos: R$ 130.884,77
Baixa BB (5301-5) – PM Balsa Nova Movimento - R$ 524.148,18
Saldo Atual: R$ 1.046.933,02

TEMA 5 – ANÁLISE FINANCEIRA E DO PATRIMÔNIO NO SETOR PÚBLICO

A análise financeira revela a situação confrontando o ativo circulante e o


passivo circulante do balanço patrimonial. Já a posição patrimonial é a
confrontação entre ativo e passivo total.
Não se deve entender que basta analisar um índice para conhecer a
situação financeira e patrimonial de um ente. Primeiramente, é preciso fazer uma
leitura detalhada das demonstrações contábeis, que inclui as notas explicativas.
O balanço patrimonial é a demonstração base para análise de liquidez,
endividamento, solvência, posição financeira e patrimonial e estrutura financeira.
A liquidez está relacionada à capacidade de pagamento no curto e longo
prazo. Temos fórmulas para analisar a liquidez, conforme abaixo especificado.

16
Liquidez (Ativo Circulante (-) Almoxarifado (-) VPDs antecipadas (-) Investimento no RPPS)
Corrente Passivo Circulante

Liquidez __Disponibilidades__
Imediata Passivo Circulante

Liquidez Ativo Circulante (-) Almoxarifado (-) VPDs antecipadas (-) Investimento no RPPS) (-)
Seca Estoques
Passivo Circulante

Vamos analisar a liquidez imediata de um Município “B”, que tem o valor


de R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais) em “Disponibilidades” e R$ 1.300.000,00
(um milhão, trezentos mil reais) de “Passivo Circulante”.
800.000,00 ÷ 1.300.000,00 = 0,6153
O resultado de 0,6153 mostra que para cada R$ 1,00 de dívida de curto
prazo, tem-se R$ 0,6153 disponível para pagamento imediatamente, ou ainda
que o ente pode pagar 61,53% da sua dívida de curto prazo com o que tem
disponível na data em questão. Se a liquidez imediata fosse maior que 1, o órgão
público teria capital imediato suficiente para fazer frente as suas obrigações de
curto prazo. Caso fosse igual a 1, o capital e obrigações seriam equivalentes.
Os índices de endividamento evidenciam a forma de financiamento das
atividades do ente, ou seja, o quanto é utilizado de recursos próprios e de
terceiros. Uma das fórmulas indicadas para essa verificação é a seguinte.
Participação de (Passivo Circulante (+) Passivo Não Circulante)
capitais de terceiros Patrimônio Líquido

Fazendo um exemplo prático, tem-se que o “Passivo Não Circulante” do


Município “B”, citado anteriormente, é de R$ 1.500.000,00 (um milhão e
quinhentos mil reais), e o patrimônio líquido é de 3.000.000,00 (três milhões). O
cálculo fica assim:
(1.300.000,00 + 1.500.000,00) ÷ 3.000.000,00 = 0,9333
O valor de 0,9333 indica que para cada R$ 1,00 de capital próprio a
empresa utiliza R$ 0,9333 de recursos de terceiros. Quanto maior esse índice,
mais o ente depende de terceiros para manter suas atividades.
A solvência verifica a capacidade de cumprir as obrigações de longo prazo
e também há indicadores para sua avaliação.
São diversos os índices para análise financeira e patrimonial. É
imprescindível que os gestores públicos os conheçam e utilizem para identificar
a real situação do ente. Cada índice revela algo diferenciado, por isso, além de
conhecê-los, deve-se saber interpretá-los dentro da realidade do órgão.

17
5.1 Análise vertical e horizontal

A análise vertical compara cada elemento da demonstração em relação


ao total do conjunto, destacando em percentual a participação mais e menos
expressiva dentro do todo. Vejamos um exemplo para maior compreensão. A
seguir consta o balanço patrimonial do ente “Z”.
ATIVO
Exercício Análise
Especificação Atual Vertical
Ativo circulante 19.762.750,05 26,96
Caixa e Equivalentes de Caixa 17.019.846,65 23,22
Créditos a Curto Prazo 2.329.200,28 3,18
Demais Créditos e Valores a Curto Prazo 298,75 0,00
Estoques 413.404,37 0,56
Ativo não-circulante 53.543.494,97 73,04
Créditos a Longo Prazo 0,00 0,00
Investimentos 6.580,84 0,01
Imobilizado 53.536.914,13 73,03
Total do ativo 73.306.245,02 100,00
PASSIVO
Exercício Análise
Especificação Atual Vertical
Passivo circulante 3.863.091,65 70,71
Obrigações Trabalhistas 0,00 0,00
Empréstimos e Financiamentos 3.541.590,41 64,83
Fornecedores e Contas a Pagar 2.863,61 0,05
Demais Obrigações a Curto Prazo 318.637,63 5,83
Passivo não-circulante 1.599.984,01 29,29
Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo 755.177,17 13,82
Obrigações Fiscais a Longo Prazo 538.200,11 9,85
Provisões a Longo Prazo 306.606,73 5,61
Total do passivo 5.463.075,66 100,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 67.843.169,36 100,00
Total do patrimônio líquido 67.843.169,36 100,00
Total do passivo e patrimônio líquido 73.306.245,02

Na coluna análise vertical na parte do ativo, foi feita a variação em relação


ao Ativo Total. Pode-se perceber que a maior parte do ativo está concentrada no
“Ativo Não Circulante” (73,04%), mas necessariamente no “Imobilizado”
(73,03%).
Em relação ao passivo, a divisão foi pelo passivo total. Nota-se que
70,71% do passivo total está no “Passivo Circulante” e grande parte em
“Empréstimos e Financiamentos” (64,83%).

18
A análise horizontal está voltada à evolução dos saldos das contas ao
longo dos anos, ou seja, compara os mesmos elementos em exercícios
diferentes. A seguir verifique o exemplo que demonstra o balanço patrimonial do
ente “Z” para o exercício atual e o anterior.
ATIVO
Exercício Exercício Análise
Especificação
Atual Anterior Horizontal
Ativo circulante 19.762.750,05 21.282.901,19 -7,14
Caixa e Equivalentes de Caixa 17.019.846,65 17.650.593,93 -3,57
Créditos a Curto Prazo 2.329.200,28 3.276.360,93 -28,91
Demais Créditos e Valores a Curto Prazo 298,75 263,56 13,35
Estoques 413.404,37 355.682,77 16,23
Ativo não-circulante 53.543.494,97 48.949.866,64 9,38
Créditos a Longo Prazo 0,00 0,00 0,00
Investimentos 6.580,84 6.573,70 0,11
Imobilizado 53.536.914,13 48.943.292,94 9,39
Total do ativo 73.306.245,02 70.232.767,83 4,38
PASSIVO
Exercício Exercício Análise
Especificação
Atual Anterior Horizontal
Passivo circulante 3.863.091,65 4.302.169,60 -10,21
Obrigações Trabalhistas 0,00 43.620,66 -100,00
Empréstimos e Financiamentos 3.541.590,41 3.600.370,07 -1,63
Fornecedores e Contas a Pagar 2.863,61 51.790,58 -94,47
Demais Obrigações a Curto Prazo 318.637,63 606.388,29 -47,45
Passivo não-circulante 1.599.984,01 2.257.782,84 -29,13
Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo 755.177,17 1.017.163,09 -25,76
Obrigações Fiscais a Longo Prazo 538.200,11 551.481,71 -2,41
Provisões a Longo Prazo 306.606,73 689.138,04 -55,51
Total do passivo 5.463.075,66 6.559.952,44 -16,72
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 67.843.169,36 63.672.815,39 6,55
Total do patrimônio líquido 67.843.169,36 63.672.815,39 6,55
Total do passivo e patrimônio líquido 73.306.245,02 70.232.767,83 4,38

Identifica-se que no ativo o que mais teve variação de um ano para o outro
foi o “Créditos a Curto Prazo”, diminuindo o valor em 28,91%. Disso pode ser
entendido que o ente recebeu esse valor ou ainda perdeu o direito de cobrança.
No passivo, várias contas tiveram alterações relevantes. “Obrigações
Trabalhista” teve uma diferença de 100%, ou seja, no ano atual não ficou nada
pendente de pagamento e no exercício anterior havia a pagar. “Fornecedores e
Contas a Pagar” reduziu em 94,47%, o que indica diminuição nos restos a pagar
processado. As “Provisões a Longo Prazo” também baixaram 55,51%. No geral,
o passivo teve contração, o que é algo positivo, por se tratar de baixa de
obrigações com terceiros.
19
A análise horizontal e vertical pode ser feita com as demais
demonstrações, como a demonstração das variações patrimoniais, para
identificar o que mais influencia o resultado positivo ou negativo do exercício, e
qual conta de resultado variou mais quando comparada ao exercício anterior,
impactando na alteração do resultado total.

20
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do
Brasil. DF: Senado Federal, 1988.

BRASIL. Lei n. 4320/1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para


Elaboração e Controle dos Orçamentos e Balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm>. Acesso em: 2 ago. 2021.

BRASIL. Lei Complementar n. 101 de 04 de maio de 2000. Estabelece normas


de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá
outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm.> Acesso em: 2 ago.
2021.

BRASIL. Resolução n. 40/2001. Dispõe sobre os limites globais para o montante


da dívida pública consolidada e da dívida pública mobiliária dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, em atendimento ao disposto no art. 52, VI e
IX, da Constituição Federal. Disponível em:
<https://www2.camara.leg.br/legin/fed/ressen/2001/resolucao-40-20-dezembro-
2001-429320-normaatualizada-
pl.html#:~:text=Resolu%C3%A7%C3%A3o%2040%2F2001&text=Disp%C3%B
5e%20sobre%20os%20limites%20globais,e%20IX%2C%20da%20Constitui%C
3%A7%C3%A3o%20Federal.>. Acesso em: 2 ago. 2021.

21
RESPOSTA
1. A

22

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