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Vamos analisar esse conceito de PPA para melhor fixação.
Notem que o PPA é feito de forma regionalizada, e o que isso significa?
As diferentes regiões do país, de um estado ou município, apresentam
necessidades diversas, ou seja, os problemas da região Nordeste do país que
necessitam de uma atuação do poder público são diferentes das da Sul. O
mesmo ocorre nos bairros de um município, em que a região central tem
determinadas peculiaridades, e as regiões periféricas possuem outras.
O conceito dado pela CF/1988 menciona ainda três palavras que
merecem destaque sobre o PPA, que podemos memorizar por “DOM” (D –
Diretrizes, O – Objetivos e M – Metas). As diretrizes são as normas amplas que
mostram uma direção a seguir em relação à gestão dos recursos. Os objetivos
estão ligados ao que será buscado com maior destaque. E, por fim, as metas
são as medidas dos objetivos realizados, podendo ser qualitativas ou
quantitativas. Exemplo: a Diretriz é melhorar a saúde do município, o Objetivo é
ampliar os atendimentos médicos diários, e a Meta é aumentar de 20 (vinte)
atendimentos diários para 30 (trinta).
As despesas de capital citadas são as de investimento, como a construção
de uma escola, aquisição de veículos, de bens móveis (computadores, mesas,
equipamento etc.), pavimentação de uma via, ou seja, o que for ampliar o
atendimento à população. As despesas decorrentes das despesas de capital são
para manter esses investimentos, por exemplo, a pavimentação de uma via é
despesa de capital, e o procedimento de “tapa buracos” dessa via é a despesa
que decorre dela, é uma despesa de manutenção, chamada também de despesa
corrente.
O Plano Plurianual, em resumo, é um planejamento das ações de governo
para um período de quatro anos. É feita uma estimativa da receita que será
arrecadada para cada um desses quatro anos e esse valor é distribuído em
ações. Um exemplo de ação de um município é a “Aquisição de um veículo para
a Secretaria de Educação” e outro a “Aquisição de Medicamentos para a
distribuição gratuita”. A receita total para cada ano deve ser igual à despesa total
para cada ano, que são as ações de governo. Assim, é definido onde o poder
público aplicará os recursos nesse período, que são arrecadados por meio dos
tributos e taxas cobradas dos cidadãos.
Esse planejamento é para um período de quatro anos, mas não tem a
vigência igual aos quatro anos de mandato do prefeito, governador ou
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presidente. No primeiro ano de mandato do prefeito ele executa o último ano do
PPA do prefeito anterior, e assim é no Estado e na União. Nesse exercício, o
prefeito elabora o PPA para os próximos quatro anos. Isso ocorre dessa forma
para que a máquina pública não pare e a prestação de serviços à população
tenha continuidade. Imagine como seria se esse prefeito tomasse posse em
primeiro de janeiro e não tivesse um caminho a seguir, ou seja, ainda tivesse
que elaborar um plano para ser cumprido.
Saiba mais
Assista ao vídeo para entender o PPA de modo descontraído. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=gnJv9dFhMdw>. Acesso em: 20 ago.
2021.
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1.3 Lei Orçamentária Anual (LOA)
a) Deve estar compatível com o PPA. Isto significa, que não pode ter uma
despesa na LOA que não esteja no PPA.
b) Precisa ter Reserva de Contingência. A Reserva de Contingência é uma
ação específica para uma despesa inesperada. Por exemplo, pode
ocorrer uma enchente na cidade e ser preciso fazer doações para famílias
que ficaram desabrigadas. Por isso é preciso deixar um recurso separado
para esse tipo de caso.
c) Conter as despesas relativas à dívida pública. Alguns entes públicos têm
dívidas de longo prazo como operações de crédito (empréstimos
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bancários) ou parcelamento de tributos. O pagamento dessas dívidas tem
que estar previsto na LOA em ação específica.
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se a estimativa de receita mensal está sendo atingida. Pode, ainda, acontecer o
contrário, ter receita e não estar fixada a despesa no orçamento, como no caso
de convênios.
Por último, acontece a avaliação da execução orçamentária, para verificar
se estão sendo alcançadas as metas definidas no orçamento e analisar o que
deu certo ou errado no planejamento.
Saiba mais
Como complemento, assista ao vídeo a seguir. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=_rJJ6rGFB-w>. Acesso em: 20 ago. 2021.
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por meio do SIM – Sistema de Informação Municipal, até o final do mês
subsequente. Essas informações são divididas em módulos e as informações
são variadas: Planejamento e Orçamento, Contábil, Tesouraria, Contratos,
Patrimônio, Folha de Pagamento, Tributário, Obras Públicas, entre outras. Além
disso, até em torno de março do ano seguinte, é preciso fazer a Prestação de
Contas Anual ao TCE-PR eletronicamente, que exige um rol de documentos.
Dentre eles, estão: ofício assinado pelo gestor da entidade encaminhando à
Prestação de Contas; Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/2018 emitido
pelo sistema de contabilidade, assinado pelo contabilista responsável; Relatório
do Controle Interno atestando o fiel cumprimento das exigências contidas no
artigo 74 da Constituição Federal; Certificado de Regularidade Previdenciária
(CRP) do município, entre outros. No momento desse envio para o TCE-PR, o
Poder Executivo afirma em um dos documentos que já entregou essa mesma
prestação de contas ao Poder Legislativo. Isso ocorre com os outros municípios
do Brasil e seus respectivos tribunais de contas estaduais, por meio dos sistemas
específicos.
2.2 Transparência
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1 - (Quadrix - 2017 - Conter - Auxiliar Administrativo - CRTR) Nos termos da Lei
n. 12.527/11 (acesso à informação), qualquer interessado poderá apresentar
pedido de acesso a informações a órgãos e entidades referidos nessa lei, por
qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e
a especificação da informação requerida. Relativamente ao tema, avalie as
seguintes afirmativas.
I. Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do
requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação.
II. Os órgãos e as entidades do poder público devem viabilizar alternativa de
encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na
internet.
III. São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da
solicitação de informações de interesse público.
Está correto o que se afirma em:
a) todas.
b) I e II, somente.
c) II e III, somente.
d) I e III, somente.
e) nenhuma.
2 - (CCV-UFC - 2018 - UFC - Assistente em Administração) Tem por objetivo
aumentar a transparência da gestão pública, permitindo que o cidadão
acompanhe o uso do dinheiro público ajudando a fiscalizá-lo.
a) Prefeituras municipais.
b) Portal da transparência.
c) Supremo Tribunal Federal.
d) Tribunal de Contas da União.
e) Secretaria de Controle do Dinheiro Público.
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O Controle está separado em 1 - Controle interno de cada ente, 2 -
Controle Parlamentar, ainda subdividido em 2.1 - Político e 2.2 - Financeiro, e 3
- Controle Social. O Político é o realizado pelas casas parlamentares (Senado e
Câmara de Deputados, Assembleias Legislativas, Câmara de Vereadores), e o
Financeiro pelos órgãos especializados (Tribunais de Contas).
O Controle Interno é o realizado pela própria instituição com o objetivo de
proteger o patrimônio, dar fidedignidade às demonstrações financeiras e
promover eficiência operacional. Dentre as atividades dessa área pode-se citar:
apoiar o controle externo, assessorar a administração, realizar auditorias
internas, avaliar o cumprimento das metas previstas no PPA, LDO e LOA, revisar
e emitir parecer de prestações de contas.
Há princípios reguladores desse controle que afetam a prática da função
de controlador interno:
a) Segregação de funções: o indivíduo que exerce o controle não pode
realizar outra função administrativa. É preciso separar as funções de
autorização, execução, contabilização e controle. Exemplo: se um
servidor faz as previsões de pagamento, outro deve fazer a conferência
do pagamento efetuado.
b) Independência técnico-funcional: quem exerce controle de possuir
liberdade para realizar as suas atividades, analisar documentos e emitir
relatórios. Exemplo: existe a necessidade de fazer um levantamento em
gastos com manutenção de veículos de determinado ente. O controlador
pode e deve exigir documentos que demonstrem esses gastos para as
áreas competentes e ser atendido prontamente. Lembrem-se! O controle
interno tem a função de auxiliar a gestão.
c) Relação custo-benefício: ao iniciar determinado controle é preciso
analisar se o custo para realização do controle não é mais elevado do que
o retorno que esse controle trará. Exemplo: controlar o estoque de canetas
de um município, baixando do estoque apenas quando estas acabarem,
e não quando ocorrer a distribuição para o servidor. O valor da hora de
trabalho do servidor que fará esse controle rigoroso é maior do que o valor
das canetas que serão mais economizadas.
d) Qualificação adequada para o cargo: para exercer a função de
controlador interno ou participar da equipe, é preciso ter formação nas
áreas relacionadas (Administração, Contabilidade, Economia, Direito) e
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ter experiência no setor público. Se a controladoria é composta por
servidores que não têm esse perfil, acarreta problemas para todas as
outras áreas, que precisam de suporte da controladoria, em casos
atípicos, principalmente. Outro ponto é que essa equipe precisa sofrer
rodízio para evitar vícios nos procedimentos e fiscalizações realizadas.
Exemplo: não se pode ter na equipe de controle interno uma pessoa
formada em educação física, outra em pedagogia e um contador que
acabou de ingressar na área pública. Faltará conhecimento para dar
continuidade às atividades.
e) Seguimento de normativas: os servidores do controle interno devem ter
suas atividades pautadas no cumprimento das normas e diretrizes do
ente. Exemplo: um servidor do controle interno deve seguir as regras de
solicitação de documentos como qualquer outro servidor. Caso nas
normas do ente esteja definido que é necessário protocolar a solicitação
de documentos, é esse o procedimento que o servidor do controle interno
fará.
f) Definição de responsabilidades: o ente precisa ter normas que deixem
claro a autoridade exercida pelo controle interno, bem como sua
responsabilidade e competência, devido à relevância desse cargo.
Exemplo: o controlador pode definir que as receitas do município deverão
ser contabilizadas diariamente. O setor de contabilidade terá que acatar
devido à hierarquia. A área de Controle é superior ao Departamento de
Contabilidade. Caso isso gere algum tipo de problema futuro, a
responsabilidade será também do controlador por alterar um
procedimento sem analisar todos os pontos negativos e positivos.
g) Instruções formalizadas: o controle interno deve elaborar instruções
para melhorar procedimentos que considera falho, sempre com o objetivo
de maior eficiência das atividades. Exemplo: os pagamentos de
fornecedores são feitos antes da assinatura do prefeito nas notas de
pagamento. O controlador pode definir, por instrução normativa, que antes
de ocorrer o pagamento aconteça a assinatura, alterando o fluxo dos
processos.
h) Controle sobre as transações: deve-se existir controle sobre atos e fatos
financeiros, patrimoniais, orçamentários e operacionais. Ou seja, o
controle interno precisa se envolver em todas as áreas. Além disso, esse
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controle não deve ser apenas depois de ocorrido o fato ou ato. É preciso
prevenir “erros” e fazer o controle concomitantemente, dando suporte aos
servidores técnicos. Em resumo, a atuação do controle interno é realizada
a priori (previamente), concomitantemente e a posteriori (subsequente).
Exemplo: o controle interno analisa as previsões de pagamento dentro do
mês em que elas estão sendo feitas, antes de acontecer o fechamento
contábil desse mês, para que seja possível orientar em relação a algum
equívoco identificado em relação ao procedimento ou execução.
Apesar da notável essencialidade do Controle na Administração, há
algumas dificuldades em seu estabelecimento. Uma delas é a falta de risco
financeiro e de descontinuidade, ou seja, o investimento vem do povo e a
organização pública não está sujeita à falência, e assim, muitos podem pensar
que não há necessidade de tratar com zelo os recursos e o patrimônio público.
Para realizar o controle externo, a Constituição Federal previu os tribunais
de contas e o Ministério Público, que são dedicados exclusivamente a essa
função. O Controle Externo nos municípios, por exemplo, será exercido pelo
Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do
município, segundo artigo n. 31 da CF/1988. Também a Lei n. 4320/64,
considerada de alta relevância para elaboração e execução orçamentária no
país, afirma que o Poder Executivo Municipal prestará contas ao Poder
Legislativo, anualmente, com parecer Prévio do Tribunal de Contas ou órgão
equivalente.
A finalidade do Controle Externo é garantir a integridade dos atos da
administração pública, a correta aplicação dos recursos (gastos) e bens públicos
e o cumprimento da execução da lei orçamentária.
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Porém, o simples fato de uma pessoa ter o interesse em analisar os dados
do seu município, estado ou país, já é considerado controle social. Talvez essa
pessoa acesse as informações e não encontre nada que considere inadequado,
mas dará esse suporte ao poder público, “cuidando” e se importando com a
atuação da administração pública.
A participação da população é necessária para indicar problemas que,
muitas vezes, a administração pública não consegue identificar.
Saiba mais
Esse vídeo resume os três tipos de controle existentes. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=crSPhmWaqjc>. Acesso em: 20 ago. 2021.
Saiba mais
O vídeo esclarece de forma simples o que é a governança. Assista para
melhor entender o conteúdo. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=kGYdT1mJ-0c>. Acesso em: 20 ago. 2021.
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3 – (Cespe - 2016 - Funpresp-EXE - Especialista - Área Investimentos) Com
relação aos princípios fundamentais de governança corporativa, julgue o item a
seguir. A equidade, entendida como tratamento justo e igualitário a todas as
partes interessadas, faz parte dos princípios de governança corporativa.
Certo
Errado
4 – (Cespe - 2008 - CGE-PB - Auditor de Contas Públicas) O Instituto Brasileiro
de Governança Corporativa define as linhas mestras das boas práticas de
governança corporativa, relacionando-as em quatro vertentes. Assinale a opção
que não corresponde a essas quatro vertentes.
a) Entidade (entity)
b) Prestação de contas (accountability)
c) Transparência (disclosure)
d) Equidade (fairness)
e) Responsabilidade corporativa na conformidade com as regras (compliance)
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objetivo de obter melhores resultados, flexibilizando alguns procedimentos e
aumentando a prestação de contas.
Com base no exposto, analise as afirmativas abaixo e indique se estão
certas ou erradas.
5 - (Cespe - 2012 - Anac - Técnico em Regulação de Aviação Civil - Área 2)
Preservando-se o caráter rígido da administração burocrática, foram
introduzidas, com a nova administração pública, novas práticas gerenciais,
direcionadas à criação de condições para elevar o controle social sobre o gestor
público.
Certo
Errado
6 - (Cespe - 2012 - PRF - Técnico em Assuntos Educacionais - Classe A Padrão
I) A nova gestão pública privilegia o incremento no desempenho voltado à
satisfação da sociedade e à elevação da qualidade do serviço prestado,
assemelhando-se, nesse aspecto, à gestão privada.
Certo
Errado
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REFERÊNCIAS
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DENHARDT, R. B. Teorias da administração pública. São Paulo: Cengage
Learning, 2011.
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GABARITO
Questão 1
Resposta correta: A
Questão 2
Reposta correta: B
Questão 3
Questão 4
Resposta correta: A
Questão 5
Questão 6
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