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DIREITO FINANCEIRO

Poderíamos dizer que é o ramo do direito que estuda/regula e normatiza a atividade financeira do
Estado, ao falarmos de atividade financeira nos referimos ao estudo das receitas, despesas,
orçamento e do crédito público. Portanto será um ramo do direito eminentemente público.

A CF/88 inovou, pois criou duas novas leis orçamentárias que não tinham previsão na
constituição orçamentária, então hoje temos 3 grandes leis (são leis ordinárias):

1. Plano Plurianual (PPA): terá vigência por 04 anos, começa a viger no primeiro ano
seguinte ao mandato, nesse caso seria 1º de janeiro de 2024, e pega o primeiro mandato
do próximo presidente. Nesta lei o governo vai estabelecer o planejamento estratégico
para os próximos 04 anos, o Presidente ganha a eleição e aquele programa político
apresentado teria que em tese ser constituído em uma lei que será a PPA (ex: quero
investir x em ações sociais, etc.), essa é uma lei muito genérica, eu pego isso e transformo
em uma lei jurídica que vai cuidar do próximo ano de exercício que é a LDO.

2. Lei de diretrizes orçamentárias (LDO): deve ser enviada pelo presidente até o dia 15 de
abril para o congresso apreciar até o dia 17 de julho quando se encerra a primeira sessão
legislativa. A LDO que vai estabelecer, principalmente para o próximo ano, como vou
transformar o PPA em coisas reais/factíveis. Muitas vezes o congresso não aprova o LDO
na primeira sessão legislativa e isso amarra o orçamento.

3. Lei orçamentária anual (LOA - já existia): essa lei vai tratar dos valores que serão
utilizados em cada programa, dessa forma ela deve estar baseada na lei de diretrizes
orçamentárias, portanto o orçamento deve traduzir essas escolhas políticas do parlamento
e do poder executivo. A LOA repete a LDO e o que interessa nela são os anexos onde
descobrimos para onde vai o dinheiro, existem pessoas especializadas em traduzir o
orçamento. → A LOA é que chamamos de lei especial, é temporária, pois vai viger por 01
ano ou menos.

● Obs.: No Brasil o orçamento deverá ser executado durante o ano civil, ou seja, do
dia 1º de janeiro a 31 de dezembro.

Além dessas leis temos pelo menos mais duas que são importantes: LRF - Lei 100/2001 e a Lei
4.320/64.

→ Em matéria de direito financeiro a competência é concorrente porque todo mundo tem que ter
orçamento, tanto Estados como Municípios têm seus orçamentos, então na medida de suas
competências eles tem que legislar sobre o tema, mas em matéria de norma geral quem tem que
legislar é a União e ela faz isso pela LRF - lei 100/2001 e a Lei 4.320/64.

18/09/2023
A Constituição de 1988 inovou ao criar três leis orçamentárias. Até então trabalhavam apenas
com o orçamento anual, hoje há o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e a lei
orçamentária anual.

O plano plurianualirá fazer o planejamento estratégico para os próximos 04 anos. O governo


que for eleito estabelece quais são suas prioridades em planos futuros. Por exemplo, no atual
plano plurianual ressuscitou o programa de reestabelecimento do crescimento). É uma lei
eminentemente política.

A lei de diretrizes orçamentáriasé a lei que transforma a proposta política em um documento


jurídico. Alguns autores costumam dizer que tem mais importância que o plano plurianual.

Por fim, a lei orçamentária anualdisciplina realmente o que será gasto naquele plano de
governo, transforma o jurídico em financeiro contábil econômico.

Além das exigências constitucionais, a lei de responsabilidade fiscal também trouxe exigências
extras para a LDO e para a LOA.

A lei de diretrizes orçamentárias trouxe dois anexos que devem constar na lei necessariamente,
são eles:

 Anexo de metas fiscais

Vou estabelecer quais são as metas de arrecadação para o próximo exercício. Estabelecem,
portanto, a previsão e as medidas. Ao longo do ano seguinte começo a comparar o anexo das
metas fiscais que está na LDO, com isso consigo acompanhar como está a arrecadação e se ao
longo do tempo irá precisar contingenciar as despesas. É a ideia de que se a arrecadação não
está se comportando como deveria, devo diminuir os gastos, denominado de contingenciamento.

 Anexo de riscos fiscais

Analise sobre possíveis riscos na arrecadação, para que se tenha a reserva de contingencia. Por
exemplo, vai ter furacão? Quanto será necessário gastar com despesas extrafiscais. Conjuga o
anexo de metas e riscos fiscais com a sua realidade no outro ano, sabendo se precisa
implementar novos métodos de arrecadação ou diminuir as despesas. Serve principalmente para
avaliar as condições do ano seguinte.

Esses anexos nos fazem perceber o conceito de resultado primário, que é a receita primária
menos as despesas primárias.Eu excluo receitas e despesas de capital e com juros, tudo
que diga respeito a empréstimo ou financiamento é excluído deste cálculo. A análise do resultado
primário é uma análise de quanto se arrecada e quanto gasta, na prática se gasta muito mais do
que arrecada, pois se emite título da dívida pública.

Se a receita primária for maior do que a despesa primária, tem-se superávit primário. Por outro
lado, se a receita primária for menor do que a despesa primária tem-se déficit primário. O ideal
para o país é que haja superávit primário, mas isso não é mais factível no atual contexto
econômico dos países, no pós-crise de 2008 e pandemia.

Na prática os governos não buscam mais superávit primário atualmente, o que nós vamos
observar é o que chamamos de resultado nominal, que é a receita nominal menos despesas
nominais.Inclui na conta as despesas e receitas com juros, empréstimos, dívidas, com o que
chamamos de receita e despesa de capital. As receitas nominais são todas as despesas
tributárias e não tributárias mais a divida de capital.

O resultado nominal indica quanto que está efetivamente gastando. Se tiver o resultado primário
baixo, déficit primário, menos tributos, a despesas vai aumentar. A proposta do governo para o
ano que vem é ter resultado primário zero, ou seja, zerar o déficit, está querendo que as receitas
(excluídas de dívidas da dívida pública) sejam iguais as despesas. Estão tomando uma série de
medidas para arrecadação, como a proposta de arrecadação de apostas eletrônicas. O governo
irá tentar taxar as empresas offshores, diminuir os juros com capitais próprios, reforma no imposto
de renda para taxar os dividendos. No resultado nominal não pode ter déficit, se tiver o país está
quebrado.

Espécies de orçamentos

Tradicionalmente há três modelos de orçamento, o orçamento tradicional (em que apenas de


dizia quanto iria receber e quanto iria gastar), o orçamento de desempenho (que tentava
disciplinar onde iria mais gastar, mas está superado), o orçamento programa (incluo o
orçamento central e passo a disciplinar os planejamentos de governo. Por exemplo, o governo no
ministério da saúde tem vários programas, como o de fornecimento de remédios.).

O orçamento programa é o vigente no mundo todo, inclusive no Brasil. Existe um orçamento de


base zero em que é um orçamento programa que ao invés de renovar os programas, todo ano
começa com novas bases orçamentárias. Não existe no Brasil. O chamado orçamento
participativo que alguns municípios tentaram implementar, mas não é o orçamento de base zero.

Controle de constitucionalidade do orçamento.

A lei orçamentária anual é uma lei temporária, especial, de efeitos concretos e assim como as
demais, é ordinária. Sempre a jurisprudência do nosso Supremo Tribunal Federal foi no sentido
de que seria possível o controle difuso de constitucionalidade, mas havia uma resistência em
aceitar o controle abstrato, a propositura de ADIN por omissão em matéria de orçamento público.
Essa resistência está superada, hoje o STF entende que em casos estritos, específicos, com
base na proporcionalidade e razoabilidade, pode sim controlar o orçamento por meio de ADIN.
Por exemplo, quando há uma política pública e o governo não coloca recursos neste meio. É
possível utilizar do controle de constitucionalidade abstrato para fazer cumprir as medidas
constitucionais.
25/09

Princípios Orçamentários Financeiros

I. Legalidade – a matéria orçamentária se exterioriza por meio da lei.


II. Exclusividade – princípio específico que irá nos remeter a seguinte circunstância: a nossa
Constituição proíbe expressamente que nas leis orçamentárias haja assuntos estranhos à
receita e a despesa. Na lei orçamentária só posso constar receitas e despesas. Existem
duas exceções constitucionais ao princípio da exclusividade, dando autorização para a
abertura de créditos suplementares e operações de crédito por antecipação de receita.
III. Programação – o orçamento deve ser baseado em programa e devo respeitar a
programação. Envolve tanto a fixação dos programas quanto a programação de
desembolso, de gastos.
IV. Equilíbrio Orçamentário. O orçamento é uma peça que basicamente estima receitas e
fixa despesas.Em nenhum orçamento do mundo as despesas tem que ser maior que as
receitas.
V. Anualidade – por este princípio, a lei orçamentária anual vai viger do dia 01 de janeiro ao
dia 31 de dezembro do ano corrente. No ano seguinte teremos que ter um novo
orçamento. Às vezes confundem anualidade com unidade e universalidade, mas não é a
mesma coisa.
VI. Unidade – A Constituição Federal expressamente estabelece que o orçamento é uma
peça única, ainda que se tenham subdivisões, o orçamento é um só. Dentro do orçamento
geral há três sub orçamentos (fiscal, seguridade social e de investimentos das empresas
estatais) e depois da emenda, dentro da seguridade social há subdivisões em três
orçamentos ainda, de previdência, assistência e saúde.
VII. Universalidade – todas as receitas e despesas, não interessa sua natureza, devem
constar do orçamento.

Orçamento bruto

Todas as receitas e todas as despesas devem constar no orçamento por seus valores brutos.
Uma parte das receitas de impostos federais é repassada para os fundos de participação dos
estados e municípios. Não posso fazer deduções dos gastos, deve constar o orçamento bruto,
por exemplo, 100 e não 50 que repassa para os estados.

O produto da arrecadação de imposto de renda da pessoa física dos funcionários públicos


estaduais e municipais vai para o estado e para o município, muito embora seja a união a
competente para legislar sobre esse tributo.

VIII. Transparência
Relatório resumido de execução orçamentária – Entre os instrumentos de transparência, a lei
de responsabilidade fiscal estabelece o relatório resumido de execução orçamentária. Esse
relatório é bimestral e deve conter entre outras informações o balanço orçamentário.

Relatório de gestão fiscal - é apresentado a cada quatro meses. Irá repetir a análise do outro
relatório de execução orçamentária, mas irá incluir expressamente quais medidas serão tomadas
para evitar que se gaste mais do que arrecade.

IX. Não afetação

O CTN diz que a natureza jurídica do tributo é independente da destinação de onde será gastado
o dinheiro. Não importa onde gasta para dizer se é imposto, taxa ou contribuição de melhoria.
Mas, com o surgimento de novas categorias tributárias, isso se tornou importante. Basicamente
este princípio irá dizer que não vou vincular os recursos dos impostos a despesas específicas do
orçamento, porque os impostos são tributos não vinculados, salvo nas situações em que a própria
Constituição Federal autoriza tais vinculações, por exemplo, 25% deve ser gasto com saúde.

X. Especificação ou especialização

Quando vamos elaborar o orçamento devo fazer uma previsão geral de receitas e despesas e
não vou especificar as despesas diretamente. É vedada a vinculação específica, no entanto, a
própria Constituição Federal traz duas exceções ao princípio da especificação, quais seja, os
programas especiais de trabalho e reserva de contingência.

XI. Proibição do estorno

Veda que uma despesa que fica sem justificativa seja mexida livremente como se simplesmente
fosse possível utilizar o dinheiro que sobrou em qualquer despesa. Deve ter lei específica ou
remanejamento para que seja possível utilizar, não é possível estornar dinheiro que fique sem
despesa.

XII. Unidade de tesouraria

A Constituição Federal diz expressamente que os valores da união devem constar na conta única
do tesouro. Tudo que a União recebe a título de imposto, contribuição, multa, transferência de
valores, é depositado em uma única conta, a conta única de tesouro, que está no Banco Central e
é operacionalizada pelo Banco do Brasil.

XIII. Diferenciação das fontes de financiamento - Tenho que diferenciar se as fontes vêm
dos impostos, contribuições, de títulos de dividendos, tudo isso deve constar na lei
orçamentária.

Ciclo Orçamentário

O ciclo orçamentário abrange mais do que um ano, para valer ano que vem, está sendo planejado
desde hoje. A iniciativa em matéria orçamentária é privativa do chefe do executivo (presidente,
governador, prefeito). Isso significa que não pode ter ação popular, por exemplo. No entanto, uma
vez que o orçamento for enviado, os parlamentares podem mudar o orçamento, através de
emendas modificativas, mas não podem extinguir o programa.

No âmbito federal, quando é apresentada a proposta de orçamento, ela irá direto para a comissão
mista de orçamentos, formada por 30 deputados e 10 senadores que vão discutir a proposta de
orçamento. Depois de consolidada nessa comissão mista, é votado em uma sessão conjunta,
mas com contagem separada dos deputados e senadores, sendo o orçamento aprovado por
maioria simples, já que lei ordinária. Após esse processo, vai para sanção ou veto do presidente.
Uma vez publicada a peça orçamentária, passa o governo a executá-la. Na última fase do ciclo
orçamentário está o controle, que só se encerra com a aprovação ou a rejeição das contas do
gestor público.

02/10/2023

Créditos adicionais:

Ao longo do ano o governo vai mexendo no orçamento e para isso ele se vale dos créditos
adicionais, transposição, remanejamento e transferência.

Os créditos adicionais são instrumentos orçamentários utilizados para alterar as previsões


orçamentárias iniciais. Segundo a lei 4.320/64 créditos adicionais são autorizações de despesas
não computadas ou insuficientemente dotadas na lei orçamentária anual.

Não é apenas por meio dos créditos adicionais que mexemos no orçamento ao longo do ano,
podemos utilizar também a transposição, remanejamento ou transferência, acontece que a
Constituição Federal proíbe que se faça transposição, remanejamento e transferência sem lei
autorizativa, ocorre que tanto a lei de diretrizes orçamentárias quanto a LOA poderá prever que
uma parte do orçamento seja alterada por transposição, remanejamento e transferência.
Normalmente essa autorização fica na faixa de 10 a 20% (ver artigo 167, inciso VI, da CF - a
transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação
para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa).

O orçamento brasileiro é o que chamamos de orçamento programa, onde é destinada a despesa


para programas. Exemplo: não é colocado 100 milhões de reais genérico para o Sistema de
Saúde, é colocado, por exemplo, 3 milhões para tal programa, 3 milhões para outro, e assim por
diante.

Dentro do mesmo ministério é permitido que se retire de um programa para passar para outro,
mesma coisa com os programas (programas do ministério da educação, saúde, enfermagem,
etc.).
Muito embora haja a possibilidade de remanejar despesas o instituto correto são os créditos
adicionais e temos 3 modalidades:

Crédito suplementar: tenho uma despesa prevista no orçamento, por exemplo, aqui que eu vou
gastar no programa de oferecimento de medicamentos, chega no meio do ano e eu percebo que
ao invés de gastar R$ 10.000,00 vou gastar R$ 15.000,00, dessa forma eu uso o crédito
suplementar, vou suplementar uma despesa que já existe no orçamento.

Crédito especial: Caso o governo queira instituir um programa novo que não existia, por
exemplo, temos agora a proposta de criação de um programa para manter os alunos no ensino
médio, mais ou menos como a proposta da candidata Tebet. Caso seja aprovado precisará de
dinheiro e essa despesa não estava prevista no orçamento, então vamos usar o crédito especial
que vai arrecadar recursos para esse novo instituto.

Esses 2 créditos precisam ser aprovados por lei e não por medida provisória, então, em tese, são
aprovados por projeto de lei em regime de urgência, entretanto o LDO e LOAS podem autorizar
que um percentual das despesas para abertura de crédito suplementar e parte da doutrina
defende o crédito especial também.

Crédito extraordinário: crédito que se abre baseado na circunstância que houve uma situação
extraordinária, como, por exemplo, uma calamidade pública, guerra, comoção externa.

Esse crédito pode ser aberto por medida provisória em razão da sua urgência e
extraordinariedade, é uma MP específica para abrir créditos extraordinários.

Essa medida provisória não segue o rito normal, ela vai direto para comissão mista do orçamento,
como se fosse uma lei orçamentária e sendo ou não aprovada essa medida provisória tem
vigência durante o exercício financeiro, independentemente do fim do prazo.

→ Fontes de Abertura:

Superávit financeiro do exercício anterior: Superávit financeiro do exercício anterior esse


dinheiro que será a origem para poder abrir um crédito extraordinário

Excesso de arrecadação: ver analisa se está sobrando ou não dinheiro.

Produto das operações de crédito autorizadas de forma juridicamente correta: ou seja, me


permite gastar esse dinheiro para abrir créditos suplementares, especiais e extraordinários.

Resultantes da anulação total ou parcial de dotações orçamentárias ou de créditos


adicionais, autorizados em lei: eu posso cancelar uma despesa e abrir este saldo em outra
despesa, essa é a principal fonte de abertura de créditos adicionais, ou seja, o cancelamento de
dotações já existentes.

→ Transposição: a transposição é o mecanismo de realocação orçamentária que assegura


mudança entre categorias programáticas de um mesmo órgão orçamentário.
Por exemplo, dentro do ministério da saúde ao longo do ano percebemos que vamos gastar
menos do que o previsto com a questão da Covid, então passo a transposição desse plano para o
de combate a endemias ou de entrega de medicamentos gratuitos, ou seja, tudo dentro do
mesmo ministério.

→ Remanejamento: o remanejamento é o instrumento de realocação orçamentária utilizado para


realocar verbas entre distintos órgãos orçamentários.

Por exemplo, tiro do ministério da saúde e mando para educação, ou como aconteceu agora, foi
criado o ministério do empreendedorismo e da pequena empresa, faremos um remanejamento
das verbas de um ministério para o outro (isso pode ser feito por mero decreto do presidente).

→ Transferência: a transferência é o mecanismo de realocação orçamentária que possibilita a


troca entre categorias econômicas (corrente e capital), situadas na mesma atividade, projeto ou
operação especial existentes no mesmo órgão orçamentário.

Aqui eu mudo a natureza da despesa, temos as despesas correntes (aquelas que usamos para
custear a máquina administrativa - papel, água, luz, gasolina para os carros, funcionários, etc) e
as despesas de capital (aquelas que temos com juros e com empréstimos), quando eu preciso
transferir uma despesa de corrente para uma de capital usaremos a transferência. É diferente do
remanejamento porque no remanejamento tiramos de conta corrente para conta corrente, não
modificamos a natureza, já na transferência sim.

→ O governo entrou com uma ADIN contra a EC que parcelou os precatórios no âmbito da União,
então até 2020 os precatório nunca foram parcelados, agora parcelamos e esse parcelamento vai
até 2026, o governo agora quer que essa emenda seja parcialmente inconstitucional autorizando
pagar uma parte das parcelas já esse ano mas eles querem que se mude a categoria desses
precatórios, quer que uma parte seja despesa primária e outra despesa nominal (precatórias são
sempre despesas primárias).

RECEITAS
Estamos falando de receitas tributárias e de receitas não tributárias. Qualquer governo hoje em
dia se utiliza de diversos instrumentos para financiar suas despesas, especialmente por cŕedito
adicional.

Então receitas são aqueles valores que ingressam nos cofres públicos em caráter definitivo, uma
empresa quer questionar um tributo e faz um depósito judicial esse valor não ingressa em caráter
definitivo, enquanto não Transitar em Julgado ele não é definitivo, então não é receita, mas o
governo pode utilizar esse dinheiro para custear suas despesas.

→ Classificações

1. Quanto à origem:
a. Originárias: receita que o estado tem no exercício de atividade econômica, no
mundo capitalista atual as receitas originárias tendem a ficar cada vez menos
relevantes.

b. Derivadas: são aquelas em que o Estado age no poder de impeŕio, vai no


patrimônio do particular e toma o dinheiro dele, por meio de tributos e quando o
Estado cobra multas na cobrança de penalidades.

c. Transferidas: a CF obriga transferências constitucionais de Estados para


Municípios e da União para os Estados e Municípios, é a transferência de um ente
jurídico para o outro, por 2 maneiras: fundo de participação dos Estados e fundo de
participação dos Municípios, que são gerenciados pelo Tribunal de Contas da União
pelos gráficos demográficos.

50% do IPI arrecadado e do IR (tanto da PF quanto da PJ) é transferida para os Estados e


Municípios na seguinte proporção: 21,5 % vai para o FP dos Estados, 22,5% vai para o FP dos
Municípios, 3% vai para os fundos setoriais para reduzir a desigualdade (fundos do Norte,
Nordeste e Centro-Oeste) e 1% extra ao FP dos Municípios em julho, setembro e dezembro.

Produto da arrecadação do imposto de renda da PF de seus servidores: então tudo que o


servidor do Estado de São Paulo (Estadual) paga vai para o Estado de São Paulo. Da mesma
forma que todo o IR de PF dos servidores municipais vai para o Município.

29% da CIDE combustíveis vai para o FP dos Estados.

10% do IPI vai para estados exportadores, limitado a um percentual de até 20% no máximo para
um Estado no ano.

20% dos tributos novos criados na forma do 154, I, CF vão para Estados e Municípios.

50% do ITR vai para o Município onde está localizada a propriedade rural, podendo ser de 100%
do ITR se o Município aderir a arrecadação própria, ou seja, se ele fizer todo o trabalho de
arrecadação ele pode receber 100% do valor de ITR, mas em regra é 50%.

09/10/2023

As transferências de ICMS… (vai continuar na próxima aula as transferências estaduais para o


Município).

Estados devem repassar aos Municípios

1 – 25% do IPI recebido da União.

2 – 25% do CIDE combustível.

___________________________________

1 – 50% do IPVA.
2 – 25% do ICMS.

OBS: Esses repasses são coordenados pela coordenadoria do Estado. Além disso, a CF
estabelece sobre os repasses indicados abaixo, que retornam 50% do IPVA para o próprio
município, bem como 25% em relação ao ICMS.

- Valor do FPE e do FPM, em regra, não pode ser retido.

A CF estabelece que os valores do fundo de participação dos estados e do fundo dos municípios
não podem ser retidos, e isso em regra, pois em alguns casos poderá ser retido, como por
exemplo o pagamento de dívidas com a previdência social. Outra exceção aqui é a
vinculação dos valores do fundo para o pagamento de empréstimos.

Classificação das receitas quanto ao motivo de entrada:

- Receitas Correntes: são aquelas receitas que vão financiar despesas correntes, como o custeio
da máquina pública (salário, manutenção dos prédios públicos, insumos do dia a dia, etc.). São
aquelas despesas que não aumentam o patrimônio do estado, mas sim, só mantêm o patrimônio
que já existe.

- Receitas de Capital: São receitas que estão vinculadas a dívida pública, ou seja, a emissão da
dívida pública, e empréstimos (como exemplo um empréstimo do Banco para construir uma
hidrelétrica). a doutrina diz que a receita de capital indica um elemento novo, que acaba por
aumentar o patrimônio do Estado, por mais que este seja aumentado “em troca de dívida”.

Despesas Públicas: basicamente é tudo aquilo que o Estado dispende para custear os seus
gastos. A CF deixa claro que só pode ter despesa se tiver fonte de receita que financie essa
despesa. E também tem que ter autorização legítima para realizar essa despesa, por meio da
LOA.

- Despesas Correntes: são aquelas despesas que mantêm a máquina funcionando.

- Despesas de Capital: aqui tem 3 modalidades:

Investimentos: quando, por exemplo, se constrói um prédio do 0. Ou quando se duplique uma


rodovia, ou seja, tudo que é construído ou reformado, aqui agrega valor ao PIB, diferente da
inversão financeira que apenas mantém aquilo que já existe, como exemplo comprar um prédio já
construído.

Inversões financeiras: explicada acima.

Transferências de capital: aqueles valores recebidos para custear despesas de capital a título de
transferência. Como exemplo aqui, tudo aquilo que será gasto com investimentos públicos,
financiamento da dívida pública, pagamento de impostos, etc.

Subvenções: são na verdade de 3 modalidades também:


Consideram subvenções as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades
beneficiadas.

3 modalidades:

- Econômicas: se destinam a empresas públicas ou privadas, de caráter industrial, comercial,


agrícola ou pastoril. tudo que o governo transfere para os bancos públicos financiarem, como o
banco safra, BNDS, etc. (juros abaixo do mercado)

- Sociais: se destinam as instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem


finalidade lucrativa.

- De investimento: normalmente é uma subvenção de caráter tributário voltada para a atividade


produtiva.

OBS: as subvenções devem ser classificadas como transferência de capital, pois é uma
despesa gasta com terceiros. É uma despesa/compromisso que o governo tem com outros.

Quanto à obrigatoriedade das despesas: existem as chamadas despesas vinculadas, e as


discricionárias.

- Vinculadas: são aquelas que são obrigatórias para os entes políticos.

- Discricionárias: são aquelas que não sendo obrigatórias, pode se dar por entender a mais
adequada.

FUNDEB – foi instituído para ser transitório, agora se tornou permanente, criado para a
manutenção e desenvolvimento da educação básica e a valorização dos profissionais da
educação.

OBS: Apesar da ideia de o governo ter facilidade para mexer no orçamento, isso não é
verdadeiro, pois boa parte do orçamento já está destinado a certas despesas, então “não tem
tanta liberdade”. E da parte que sobra, existem algumas vinculações constitucionais, como
exemplo impostos que devem ser vinculados a saúde e educação.

Educação:

- 18% das receitas de impostos da União;

- 25% das receitas de impostos de Estados e Municípios;

Saúde:

- União 15% da Receita Corrente Líquida (como exemplo, é aquilo que se arrecada com tributos e
multas, se extrai as despesas e se tem o valor da receita corrente líquida);

- Estados 12% dos impostos estaduais;

- Municípios 15% dos impostos municipais.


Renúncia das receitas:

Tanto a lei de responsabilidade fiscal quando a própria CF, estabelece que o gestor público
não pode abrir mão de receitas tributárias. E quando ele for fazer isso, terá de indicar da onde
irá sair a complementação dessa receita. E aqui, como o congresso pode legislar por conta
própria, temos uma política dos parlamentares renunciar certas despesas, como exemplo
renúncia de receita para comprar veículos, como isenções para quem é PCD e quem tem
fazendas na compra de veículo. na visão do professor, a lei aqui está muito ampla.

Modalidades de renúncia de receita:

- Anistia: é sempre voltada para as penalidades, como multas e juros.

- Remissão: perdão dos valores de dívidas tributárias e não tributárias, salvo quando o custo de
cobrança é superior ao valor da dívida.

- Redução de base de cálculo: básica redução também.

- Redução de alíquota: simples redução. Só é renúncia de receita nos casos em que a própria lei
NÃO estabelece essa redução.

- Créditos presumidos: nos casos em que pode gerar um crédito fictício em determinada
operação. abatimento dos créditos presumidos de ICMS (PESQUISAR).

Entre outras;

Todas as modalidades de renúncia devem ser acompanhadas da demonstração de outro tributo


para compensar, ou do cancelamento de outra despesa.

Quando o governo pode aumentar despesa com salário: precisa de previsão em LDO e LOA.

Para que haja qualquer aumento de despesa público pessoal é necessário vencer as seguintes
etapas:

1 – Prévia dotação orçamentária  ter dinheiro no orçamento;

2 – Autorização específica na lei de diretrizes orçamentarias;

3 – Respeito as regras constitucionais que vedam a vinculação ou equiparação de quaisquer


espécies remuneratórias para fim de remuneração pessoal;

4 – Observância dos limites legais de comprometimento com o pessoal ativo e inativo;

5 – Não ser concedido nos últimos 180 dias de mandato.

16/10/2023

O orçamento é uma receita ordinária anual que vai fixar as despesas e estimar as receitas. Ao
fixar as despesas, está fazendo um prognóstico do que pode ser gasto durante o ano.

Estágios de Realização das Despesas


 Programação – vai desde o requerimento até a programação efetiva no orçamento de
valores para pagar essa despesa.
 Licitação – toda despesa exige licitação. Quando não é possível, pois é inviável do ponto
de vista técnico ou jurídico, tem que documentar por meio da inexigibilidade. Por exemplo,
quando só há um fornecedor exclusivo. A lei também autoriza a dispensa da licitação,
quando por razões econômicas ou de interesse social, apesar de ser viável, é dispensada.
Tudo deve ser formalizado.
 Empenho–vai documentar a despesa, através da nota de empenho. “Segundo a lei
4.320/1964, o empenho da despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria
para o estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.”

A lei diz pendente ou não de implemento de condição, pois algumas despesas podem não ter
sido realizadas ainda ou estão de vias a serem cumpridas, a condição é o cumprimento da
obrigação.

Qual a autoridade competente? O servidor público responsável pelo pagamento, comumente


chamado de ordenador de despesa e cria uma condição de pagamento, pendente ou não de
condição. Quem tem a obrigação é o Estado. O empenho não dá o direito adquirido de entregar o
pagamento, pois tem que entregar o produto, realizar a obra. Por exemplo, uma obra pública, o
gesto gera o empenho, mas deve fiscalizar a obra se foi feita nas condições corretas.

“O empenho é ato meramente formal, que não cria nem extingue nem modifica nada;
Simplesmente registra, certifica, verifica e especialmente reserva recursos para o pagamento da
despesa”.

Quando o servidor entra no sistema orçamentário do órgão e gera a nota de empenho, por
exemplo, preciso gastar mil reais de galão de água. Este valor será bloqueado, reservado para
fins de futuro pagamento.

“O empenho produz dois efeitos jurídicos: autoriza a disponibilidade da soma empenhada com o
encargo registrado; segundo efeito jurídico: torna essa soma indisponível para outros fins ou
espécie de encargo”.

A Lei 4.620/1964 veda a realização de despesa sem empenho.

Vamos imaginar que eu tenha empenhado uma verba da repartição pública, mas ao fazer a
verificação, a empresa não cumpriu totalmente.

“O empenho poderá ser cancelado, total ou parcialmente nas seguintes hipóteses: I) Quando o
valor empenhado exceder ao montante da despesa realizada; II) Quando o serviço contratado
não tenha sido prestado; III) Quando não ocorrer a entrega, no todo ou em parte, do material
encomendado; IV) Quando a obra não for executada; V) Se tiver sido emitido incorretamente.”.
 Liquidação – verificar efetivamente se quem está prestando este serviço para a
Administração Pública se efetivamente o realizou.

“A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base
os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.”

 Ordem de pagamento – “a ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade


competente determinando que as despesas sejam pagas.”.
 Suprimento – “É a entrega pelo tesouro aos agentes pagadores dos meios de pagamento
para liquidação (quitação) dos débitos.”.
 Pagamento

Tomada de contas – documentação para o órgão externo e interno dos valores gastos. Monta
um processo e remete para os órgãos de fiscalização. Caso tenha algum problema terá que abrir
o que se denomina de tomada de contas especial.

Regime de adiantamento de fundos

“O regime de adiantamento de fundos, também conhecido como suprimento de fundos, é


aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de
numerário a servidor, a critério do ordenador de despesas que sob sua inteira responsabilidade,
sempre precedida de empenho na dotação própria, para o fim de realizar despesas que não
possam subordinar-se ao processo normal de atendimento.”.

Todo ano esse servidor abre uma conta vinculada a um banco oficial onde recebia em torno de 10
mil reais. Ao longo do ano iria pagando as despesas que não era viável a licitação, por exemplo,
comprar caneta BIC, consertar uma torneira. Pagam as despesas e pega nota fiscal. Os valores
vão variar, cada escola, cada posto de saúde, tem um responsável para cuidar das despesas do
dia a dia que tem que ser atendidas com urgência.

Crédito Público

Estamos analisando os empréstimos que o governo estadual, federal e municipal podem tomar
para financiar suas atividades.

Natureza jurídica– mesmo tendo um viés financeiro-econômico clássico, consideramos que se


trata de um contrato administrativo de natureza especial.

Requisitos para a contratação:

 Autorização legislativa
 Previsão orçamentária
 Controle do Congresso Nacional
Normalmente os limites do crédito vão ser definidos pela Resolução do Senado Federal.

Todos os Estados e todos os municípios podem tomar empréstimos tanto dos bancos de fomente
nacionais, como internacionais. Ocorre que quando se trata de bancos internacionais, a União dá
um aval, se o Estado não pagar quem pagará será a União e depois bloqueará o fundo de
comércio desse Estado.

Fora dessas hipóteses, o governo federal se financia pela emissão da dívida pública. Estado e
municípios, entretanto, não podem emitir títulos da dívida pública, salvo se previstos
constitucionalmente. São elas: Desapropriação sanção para fins de reforma agrária; A
propriedade urbana para fins de interesse social deve cumprir a função social, se não cumpriu
pode utilizar três medidas: IPTU; IPTU progressivo no tempo; Desapropriar a propriedade urbana
que não cumpre a sua função social para pagar dívidas. Apenas a União emite títulos da dívida
pública no dia a dia.

Classificação do crédito público

Quanto à coercitividade - forçados ouvoluntários.

Uma parte dos títulos da dívida pública deve ser obrigatoriamente emitida por bancos,
denominados forçados.

Quanto à temporalidadade – perpétuos ou temporários.

Hoje, a grande maioria dos títulos são temporários, com prazo de vencimento.

Dentro desta classificação, a lei estabelece que o crédito público temporário, pode ser de curto e
longo prazo. A própria lei não diz o que seria a curto e longo prazo.

A lei mais a frente vai dizer que a dívida é classificada em: flutuante (aquela em que vai ser
paga, resgatada nos doze meses do ano financeiro, vence no próprio ano orçamentário);
fundada(mais de doze meses).

Existem inúmero modelos e tipos de título da dívida pública. Por exemplo, letra de crédito
imobiliária, letra de crédito agrária, título da dívida agrária, letra do tesouro nacional. Vários
desses títulos são emitidos diariamente pelo governo, quem faz a gestão desses títulos é o Banco
Central do Brasil, responsável por emitir e resgatar, gerenciando-os. Todos os títulos pagam
remuneração, juros. De uns tempos para cá, o mínimo que o título paga é o valor da SELIC,
embutida nela tanto juros quanto correção monetária, é uma taxa híbrida.

“A dívida flutuante é aquela em que há previsão de reembolso para um prazo inferior a doze
meses. A dívida flutuante visa atender necessidades momentâneas e, nos termos da lei
4.320/1964, se refere a”:

I) Restos a pagar, excluídos os serviços da dívida; “Restos a pagar são as despesas


empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as
processadas das não processadas. As processadas são as liquidadas e não pagas e as
não processadas são as não liquidadas”.
II) Serviços da dívida a pagar;
III) Depósitos; Quando você tem uma empresa, você pode depositar os valores dos
tributos para afastar a mora e esse dinheiro cai na conta do governo que poderá usar.
Se ganhar a ação, a pessoa terá 24 horas para pedir que o governo estorne o seu
dinheiro.
IV) Débitos de tesouraria:“Débitos de tesouraria são receitas provenientes de contratos
de operação de crédito por antecipação de receita ou outros tipos de empréstimo.”.

Existem inúmeros títulos circulando no mercado, no entanto, o governo só aceita e reconhece


resgatar os títulos cetipados (que são aqueles da CETIP), que atestam a liquidez do título. É
muito comum pessoas caírem no “golpe dos títulos prescritos”, por isso devem ser comprados os
títulos de bancos e corretoras oficiais, para não cair nesse tipo de golpe.

A Constituição remete a lei complementar uma série de questões relacionadas às finanças


públicas, como, por exemplo, a sustentabilidade da dívida, ou seja, estabelece o que podemos
emprestar ou não a título de financiamento, que é o crédito público.

23/10

Novo Arcabouço Fiscal

O teto de gastos tornou permanente o que se chamava de desvinculação da receita da União, ou


seja, não respeitar os tetos constitucionais de saúde e educação. Em 2019, já houve pela
primeira vez um desrespeito ao teto. 2020, em tempo de pandemia, o Congresso Nacional criou
um orçamento paralelo para financiar as despesas. O atual governo propõe uma emenda
constitucional dizendo que a partir de agora vai acabar o teto de gastos quando for aprovado um
novo arcabouço fiscal por meio de lei complementar, advindo um novo modelo de
responsabilidade fiscal. Isto foi feito e a emenda foi aprovada (LC 200/2023).

Resultado primário = receita primária – despesa primária

Receita primária é tudo que se arrecada de tributos, multas/penalidades e dividendos.

Tendo ganho na arrecadação é possível pegar uma parte do dinheiro (cerca de 30% dos extras) e
jogar para investimento. No antigo arcabouço fiscal, tudo que havia de extra tinha que ser
utilizado para abater a dívida. Hoje em dia, é possível utilizar 70% para abater as dívidas e 30%
pode ser utilizado para investimento. O objetivo do novo arcabouço fiscal é tornar a dívida
sustentável a médio e longo prazo.Criaram-se mecanismos para que a dívida não exploda,
mas ao mesmo tempo não impeça de criar novos programas.

Metas Fiscais
 Zerar déficit em 2024,excluídas as exceções que não entraram neste cálculo, ou seja, o
resultado primário será 0. Existe uma banda de tolerância de 0,25% do PIB. Para o ano
que vem o governo pode ter um resultado primário positivo de 0,25% do PIB ou um déficit
primário de 0,25% do PIB.
 Superávit de 0,5% em 2025;
 Superávit de 1% em 2026;
 Peso de investimento de 0,6%.

Exceções que ficam de fora do novo arcabouço

 FUNDEB;
 FCDF;
 Transferências constitucionais (feitas para os estados e municípios através do fundo de
estados e municípios);
 Crédito extraordinários;
 Uma parte dos precatórios;
 Parte da verba destinada a ciência e tecnologia.

O novo arcabouço fiscal substitui o teto de gastos, torna mais flexível estipulando metas ou
bandas e principalmente estabelece um regime de sustentabilidade da dívida e médio e longo
prazo e não em curto prazo como era o antigo teto de gastos.

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