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Geral de Processo
3° Bimestre
Princípios Orçamentários:
Princípio da Unidade – Determina que o orçamento público seja
materializado em uma única peça (documento). Com isso, tem-se uma
transparência maior do assunto orçamentário, que deve apresentar
claramente as origens (receitas) e destinações (despesas) dos
recursos em determinado período.
Princípio da Universalidade – Todas as receitas devem estar
contidas no orçamento, não sendo admitidos orçamentos secretos ou
que desobedeçam a tramitação regular (existe, porém, a exceção para
com os tributos que podem ser cobrados de um ano para outro sem
previsão na lei orçamentária, pois os mesmos podem ser previstos
posteriormente à aprovação e sanção da lei própria. Tributos estão
sujeitos ao princípio da anterioridade, bastando que tenha sido instituído
no exercício anterior para que seja cobrado no exercício seguinte). Tal
como o princípio da unidade, é indispensável ao controle parlamentar
sobre as finanças públicas, buscando assim exatidão das finanças do
Estado, evitando omissões ou imperfeições. A diferença entre o
princípio da unidade para o da universalidade encontra-se no aspecto
formal do documento (unidade) enquanto este refere-se ao conteúdo.
Princípio da Anualidade ou Periodicidade – O Orçamento, de
acordo com esse princípio, deve referir-se a um período de tempo
determinado. O prazo da vigência da lei orçamentária será anual,
devendo esta ser elaborada, votada e devidamente aprovada
anualmente. Isso serve para que o Executivo reveja anualmente suas
prioridades e metas. Devemos destacar também, paralelamente ao LOA,
o PPA (que acontece de 4 em 4 anos) que estabelece de forma
regionalizada as diretrizes, objetivos e metas das administrações
públicas.
Princípio da Exclusividade – As leis orçamentárias devem
apresentar exclusivamente matéria relacionada às finanças, excluindo
assim qualquer texto estranho para com as mesmas. A exceção para tal
princípio encontra-se na abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de créditos.
Princípio de Legalidade – O Orçamento encontra-se sujeito a
exame e deliberação do Poder Legislativo. Deve haver licitude e a
administração pública deve realizar suas atividades segundo previsões
das leis orçamentárias.
Princípio de Limitação – Condiciona a realização das despesas e
utilização de créditos ao montante previsto pelo orçamento.
Princípio de Equilíbrio – O montante de despesas não pode ser
superior às receitas previstas para o exercício. Para tanto, propõem-se
um equilíbrio financeiro. Logo, para toda despesa deve haver uma
receita que a financie, evitando assim o surgimento de déficits.
Princípio da Especificidade – Determina-se que as dotações
figurem de forma descriminada, visando assim facilitar o controle
legislativo. Exige que as receitas e despesas sejam
pormenorizadamente expostas nas peças orçamentárias, sendo este um
requisito para uma maior eficiência na gestão.
Princípio da não afetação (não vinculação) das receitas –
Nenhuma parcela da receita global pode ser reservada visando ao
atendimento de dispêndios específicos. Tal princípio evita o
engessamento da execução orçamentária. Isso significa que o gestor
deve procurar os ajustes necessários de acordo com as prioridades.
Algumas receitas, porém, são naturalmente vinculadas à execução de
determinadas despesas (empréstimos compulsórios, taxas e fundos
orçamentários). Há as exceções quando se diz respeito ao ensino
público, saúde e atividade administrativa tributária.
Princípio da Publicidade – Exige que os orçamentos sejam
levados a público. As decisões devem ser abertas à sociedade, para que
esta possa ter participação nas finanças públicas. Presume-se que as
principais peças orçamentárias sejam publicadas nos órgãos oficiais de
imprensa, não apenas buscando a divulgação, mas a compreensão das
informações.
Princípio da Exatidão – As peças orçamentárias devem refletir a
realidade orçamentária do Estado. A verdade é a premissa moral e fator
de segurança dos modelos atuais de orçamento.
Princípio da Clareza – Os princípios devem ser inteligíveis para as
pessoas comuns, logo, é necessário que as peças sejam apresentadas
com clareza e de forma compreensível.
Princípios
Natureza do Orçamento:
A questão posta diz respeito em saber se as previsões orçamentárias
feitas nas respectivas LOs imprimem a obrigação do Poder Público em
realizar os gastos ali previstos ou se então se trata de uma sugestão,
sem que haja o dever de implementá-los.
No Brasil, em regra, o orçamento é de natureza autorizativa e não
impositiva, de modo que o gestor faz previsões de gastos que podem ou
não ser realizados de acordo com a disponibilidade de receitas
arrecadadas no exercício.
Contudo, mesmo sendo o orçamento não impositivo, é importante
destacar que em grande parte das receitas do Estado há uma
destinação própria vinculada a finalidades específicas, como por
exemplo acontece com as contribuições sociais, cuja finalidade
vinculada é o financiamento da Seguridade Social.
É certo que atualmente tem-se vivenciado manobras políticas para
desvincular parte dessas contribuições de modo a conferir ao
administrador maior mobilidade no manejo destas receitas. Trata-se
da prática denominada desvinculação das receitas da União, prática
essa que se iniciou com a EC n. 27/2000 que permitiu a desvinculação
de 20% dos impostos e contribuições sociais até o exercício de
2003. Entretanto tal manobra foi prorrogada sucessivamente pelas ECs
42/2003 e 56/2007 e mais recentemente pela EC 68/2011 que a
prorrogou.
Vedações:
A) Emissão de títulos mobiliários (de dívida pública) pelo Banco Central
após maio de 2002;
B) Proibição de realização de operações de crédito dos entes da
federação entre si (SP não pode emprestar do PR). Tal vedação visa
evitar insanidade financeira passar de um ente passar para outro;
C) Proibição da realização de operações de crédito entre uma
instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle
(BANESPA, sendo seu maior devedor SP, não podendo dizer não ao
mesmo);
D) Realização de operações de antecipação de receitas de tributos
cujo fato gerador não ocorreu (apenas sujeitas a termo, ou seja, o
futuro é certo que o individuo receberá o montante em questão). Não se
aplica a condição (na qual o futuro é incerto, como por exemplo no caso
de um tributo).