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Matheus Mattioli Moro – Direito Civil – 1º Ano

Direito Civil
Sumário
1 - Nome Civil.............................................................................................. 3
1.1 - Conceito.............................................................................................. 3
1.2 – Prenome............................................................................................. 3
1.3 – Sobrenome ou Patronímico.................................................................3
1.4 – Agnome.............................................................................................. 3
1.5 – Pseudônimo, Codinome ou Nome Vocatório.......................................3
1.6 – Possibilidade de Alteração do Nome Civil...........................................3
1.6.1 – Prenome que Exponha seu Portador ao Ridículo..........................4
1.6.2 – Prenome que Contenha Erro Gráfico............................................4
1.6.3 – Alteração de Prenome para Incluir Apelido Público Notório ou
Nome....................................................................................................... 4
1.6.4 – Alteração do Prenome pelo uso Prolongado e Constante.............4
1.6.5 – Alteração do Prenome por Conta da Pronúncia............................4
1.6.6 – Alteração do Prenome pelo Casamento, Separação, Divórcio e
União Estável........................................................................................... 4
1.6.7 – Alteração do Prenome para Proteção da Vítima ou Testemunha. .5
2 – Direitos da Personalidade...................................................................5
2.1 – Conceito............................................................................................. 5
2.2 – Características.................................................................................... 5
2.3 – Classificação dos Direitos da Personalidade.......................................6
2.3.1 – Direito à Vida................................................................................ 6
2.3.1.1 – Aborto....................................................................................... 6
2.3.1.2 – Eutanásia.................................................................................. 6
2.3.2 – Dano Moral................................................................................... 6
2.3.3 – Direito à Integridade Física...........................................................7
2.3.4 – Direito ao Corpo Vivo....................................................................7
2.3.5 – Direito ao Corpo Morto.................................................................7
2.3.6 – Direito à Voz................................................................................. 8

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2.3.7 – Direito à Privacidade....................................................................8


2.3.8 – Direito ao Segredo Pessoal, Profissional e Doméstico..................8
2.3.9 – Direito à Integridade Moral...........................................................9
2.3.10 – Direito à Imagem........................................................................9
3 – Pessoa Jurídica...................................................................................... 9
3.1 – Conceito............................................................................................. 9
3.2 – Requisitos para a Constituição da Pessoa Jurídica..............................9
3.2.1 – Vontade Humana..........................................................................9
3.2.2 – Observância das Condições Legais...............................................9
3.2.3 – Objeto Lícito................................................................................. 9
3.3 – Surgimento da Pessoa Jurídica............................................................9
3.4 – Classificação das Pessoas Jurídicas....................................................9
3.4.1 – Pessoa Jurídica de Direito Público.................................................9
3.4.1.1 – Pessoa Jurídica de Direito Público Externo...............................10
3.4.1.2 – Pessoa Jurídica de Direito Público Interno................................10
3.4.2 – Pessoa Jurídica de Direito Privado..............................................10
3.4.2.1 – Associações............................................................................. 10
3.4.2.2 – Fundações............................................................................... 10
3.4.2.3 – Sociedade................................................................................ 11
3.4.2.3.1 – Sociedade Simples...............................................................11
3.4.2.3.2 – Sociedade Empresária..........................................................11
3.4.2.3.3.1 – Sociedade Irregular...........................................................11
3.4.2.3.3.2 – Sociedade de Fato.............................................................11

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1 - Nome Civil
1.1 - Conceito
É o sinal exterior mais visível de sua individualidade, sendo através dele que
a identificamos no seu âmbito familiar e no meio social.

O nome civil é formado basicamente pelo nome individual (conhecido como


prenome) e nome de família (patronímico, apelido, sobrenome ou
cognome), devendo o declarante mencioná-lo de forma completa no ato do
registro do recém-nascido.

O nome é direito da personalidade e como tal protegido, pois individualiza a


pessoa, distinguindo-as de outras, devendo de preferência incluir o
sobrenome da mãe e do pai.

1.2 – Prenome
É o nome próprio de cada pessoa e tem como função a distinção de
membros da própria família, podendo ser simples (João, José) ou composto
(Carlos Eduardo, Pedro Henrique).

Deve-se prevalecer o bom senso na escolha para não expor o filho ao


burlesco. Isso porque a Lei 6.015/73, denominada Lei dos Registros
Públicos – LRP aduz que os oficiais de registro civil não registrarão nomes
suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores.

1.3 – Sobrenome ou Patronímico


É o sinal que define e identifica a origem da pessoa, de forma a indicar sua
filiação ou estirpe. É característico da família sendo, assim, transmissível
por sucessão.

Recomenda-se o registro duplo (sobrenome do pai e da mãe), a fim de


reduzir os riscos de uma possível homonímia, comum nos grandes centros.

Em casos de adoção e casamento, existe a possibilidade de aquisição de


patronímico familiar mediante um ato jurídico de efeitos reflexos no nome,
em que a inscrição do apelido de família tenha eficácia constitutiva.

1.4 – Agnome
Tem a função de diferenciar pessoas da mesma família que possuem o
mesmo prenome e sobrenome. São nomes do tipo Filho, Neto, Sobrinho, ou
ainda Segundo, Terceiro. Ele não se transmite e deve ser inscrito ou no
momento do registro de nascimento ou por meio de autorização judicial.

1.5 – Pseudônimo, Codinome ou Nome Vocatório


Caracteriza-se por ser aquele pelo qual o indivíduo é conhecido. Pode ser
escolhido pela própria pessoa ou por terceiros, sendo certo que o sujeito
poderá insurgir-se contra esse nome quando utilizado de forma indevida ou
ofensiva.

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1.6 – Possibilidade de Alteração do Nome Civil


No direito brasileiro, a regra predominante é a da imutabilidade do nome
civil, composto pelo prenome e nome de família.

A LRP traz algumas exceções a essa regra, possibilitando a alteração do


nome civil das pessoas naturais. Essas situações excepcionais que
permitem a alteração do prenome são:

1.6.1 – Prenome que Exponha seu Portador ao Ridículo


O portador deve sentir o drama humano e compreender que a lei não possui
uma vontade única, mas várias vontades. E, diante da complexidade da
vida, deverá aplicar a lei na realização do mais justo. O parágrafo único do
art. 55, da LRP, a recuso somente poderá ocorrer em relação ao prenome,
não sendo licita eventual impugnação aos nomes de família pelo oficial.

1.6.2 – Prenome que Contenha Erro Gráfico


É caso de retificação e não alteração. Ocorre quando nome é grafado
incorretamente. A simples dificuldade de grafia não dá ensejo a retificação.
A partir da nova lei art. 110, a autorização judicial não é mais exigida,
fazendo surgir, no âmbito do Registro Civil de Pessoas Naturais, a
possibilidade de retificação extrajudicial de assentos quando ocorrer erro de
grafia e outros erros evidentes resultantes quando da feitura do registro, no
próprio cartório, sem a necessidade de sentença proferida pela autoridade
judicial competente.

1.6.3 – Alteração de Prenome para Incluir Apelido Público Notório ou


Nome
É a permissão legal acrescentar apelido público notório ou substituir
prenome por ele, desde que o apelido seja lícito. Dispõe o capitulo do art.
58, da LRP.

1.6.4 – Alteração do Prenome pelo uso Prolongado e Constante


Com base na jurisprudência extrai-se que “o uso do nome por longo tempo,
sem dolo e com notoriedade, outorga ao seu portador, independentemente
de sua posição social, o direito de obter a retificação do registro civil”.

1.6.5 – Alteração do Prenome por Conta da Pronúncia


A jurisprudência entende-se que a simples dificuldade de grafia e pronuncia
não é por si só bastante para retificação, porem se for pela correta e melhor
pronuncia, os julgadores tem entendido que deve ser feita a correção do
prenome para que fique mais harmônico.

1.6.6 – Alteração do Prenome pelo Casamento, Separação, Divórcio e


União Estável
O casamento traz ao nubente a oportunidade de acrescer, ao seu nome, o
sobrenome do outro. Já com a separação ou divórcio poderá o cônjuge
retirar do seu nome o do ex-marido ou da ex-mulher.

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A Lei do Divórcio (Lei n. 6.515/77) já estabelecia a possibilidade de


acrescer o nome do marido ao nome da mulher. A inclusão do sobrenome do
nubente se fará por declaração pessoal quando da habilitação de
casamento, não sendo necessária autorização judicial.

O Código Civil traz as possibilidades do uso do nome quando da separação


do casal, facultando ao cônjuge a opção de conservar o nome de casado
quando sair vencedor na ação de separação judicial, cabendo-lhe a opção
de renunciar a qualquer momento ao direito de usar o sobrenome do outro.
Poderá haver, ainda, a conservação do sobrenome do outro em se tratando
de separação consensual.

Já quando o cônjuge for declarado culpado na ação de separação judicial,


havendo requerimento do cônjuge inocente, aquele perderá o direito de
usar o sobrenome do outro, desde que não acarrete: I - evidente prejuízo
para a sua identificação; II - manifesta distinção entre o seu nome de família
e o dos filhos havidos da união dissolvida; III - dano grave reconhecido na
decisão judicial. (Art. 1578, capitulo, do Código Civil).

1.6.7 – Alteração do Prenome para Proteção da Vítima ou Testemunha


O parágrafo único do art. 58 da LRP estabelece que a medida foi adotada
com a finalidade de proteger vítimas e testemunhas de fatos criminosos e
que são ameaçadas.

2 – Direitos da Personalidade
2.1 – Conceito
Conceitua-se como aqueles que tem por objeto os atributos físicos
(corpo/imagem), psíquicos (honra) e morais da pessoa em si e suas
projeções sociais.

2.2 – Características
Os direitos da personalidade são dotados de características especiais, na
medida em que destinados à proteção eficaz da pessoa humana em todos
os seus atributos de forma a proteger e assegurar sua dignidade como valor
fundamental. Constituem, segundo Bittar, "direitos inatos (originários),
absolutos, extrapatrimoniais, intransmissíveis, imprescritíveis,
impenhoráveis, vitalícios, necessários e oponíveis erga omnes (vale para
todos)".

O nosso Código Civil faz referência apenas a três características dos Direitos
da Personalidade:

1) Intransmissibilidade: não podem ser transferidos a alguma outra


pessoa.

2) Irrenunciabilidade: não podem ser renunciados, ou seja, ninguém


pode dizer que não quer mais fazer uso dos seus direitos.

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3) Indisponibilidade: ninguém pode usá-los como bem entender.

Há também outras características propostas pelos doutrinadores como


Venosa (2005) e Gonçalves (2007).

1) Originalidade: são inatos ao ser humano e assegurados desde a


formação do nascituro.

2) Extrapatrimonialidade: não podem ser mensurados, atribuídos valores


para o comércio jurídico, mas há a autorização de uso de determinados
direitos personalíssimos para que o seu titular possa obter algum
proveito econômico.

3) Vitalícios: são direitos que permanecem até a morte, há também os


que ultrapassam a existência física da pessoa, o post mortem, o direito
ao cadáver e as suas partes separadas e o ad eternum, direito moral do
autor, direito à imagem, direito à honra.

4) Oponibilidade: são absolutos e devem ser defendidos contra qualquer


pessoa devendo ser respeitados pela coletividade e assegurados pelo
Estado.

5) Impenhorabilidade: são direitos que não podem ser utilizados para o


pagamento de obrigações.

6) Imprescritibilidade: ou seja, não tem “prazo de validade”. Podem e


devem ser defendidos em juízo ou fora dele a qualquer tempo.

7) Absolutismo: o caráter absoluto dos direitos da personalidade é


consequência de sua oponibilidade erga omnes. São tão relevantes e
necessários que impõem a todos um dever de abstenção, de respeito.
Sob outro ângulo, têm caráter geral.

8) Não limitação: é ilimitado o número de direitos da personalidade,


malgrado o Código Civil, artigos 11 ao 21, se referindo expressamente
apenas a alguns. Reputa-se tal rol meramente exemplificativo, pois não
esgota o seu elenco, visto ser impossível imaginar-se um numerus
clausus nesse campo.

9) Não sujeição a desapropriação: os direitos de personalidade não são


suscetíveis de desapropriação, por serem inatos a se ligarem a pessoa
humana indestacável.

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2.3 – Classificação dos Direitos da Personalidade

2.3.1 – Direito à Vida


2.3.1.1 – Aborto
O art. 5º da Constituição considera a vida como um direito fundamental
do homem, subentendida fica então a proibição do aborto, pois o conceito
de vida abrange o embrião e o feto. Também entre os direitos e garantias
individuais está a inviolabilidade do direito à vida e estes direitos não
podem ser objeto de proposta de emenda. Diante do rigor constitucional só
há dois caminhos lícitos: convocar plebiscito ou colocar o aborto eugênico
como subespécie do aborto necessário, espécie de estado de necessidade.

O aborto permitido e dividido em duas categorias. A primeira, trata-se do


aborto terapêutico ou necessário, em que há a interrupção da gravidez
realizada por recomendação médica, a fim de salvar a vida da gestante. Já a
segunda, trata-se do aborto sentimental ou humanitário, quando há
autorização legal para interromper a gravidez nos casos de a gestante ter
sito vítima de estupro.

2.3.1.2 – Eutanásia
No Brasil a eutanásia está tipificada como um crime no art. 121 do Código
Penal, uma vez que se enquadra como homicídio privilegiado, ou seja, o
homicídio ocorre motivado por piedade, podendo-se considerar o motivo de
relevante valor social ou moral, capaz de reduzir a pena de um sexto a um
terço.

2.3.2 – Dano Moral


Não só a pessoa natural possui tais direitos, mas também a pessoa jurídica,
regra expressa do art. 52 do novo Código Civil, que apenas confirma o
entendimento jurisprudencial anterior, pelo qual a pessoa jurídica poderia
sofrer um dano moral, em casos de lesão à sua honra objetiva, com
repercussão social (súmula 226 do STJ).

Dano moral - Pessoa jurídica - Impossibilidade. A indenização a título de


dano moral só se justifica quando a vítima é pessoa física, pois
caracterizando-se esse tipo de dano por um sofrimento de natureza
psíquica, não há como considerá-lo em relação a uma pessoa jurídica.

A pessoa jurídica não pode ser sujeito passivo de dano moral. O elemento
característico do dano moral é a dor em sentido mais amplo, abrangendo
todos os sofrimentos físicos ou morais, só possível de ser verificada nas
pessoas físicas. O ataque injusto ao conceito da pessoa jurídica só é de ser
reparado na medida em que ocasiona prejuízo de ordem patrimonial.

2.3.3 – Direito à Integridade Física


Amparado pela Constituição Federal de 1988 (art. 1º, inciso III dentro do
rol dos princípios fundamentais inclui a dignidade da pessoa humana e art.
5º, inciso X relaciona os direitos da personalidade) o Código Civil vem

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ampliar este rol, pois disciplina os atos de disposição do próprio corpo (arts.
13 e 14), o direito à não-submissão a tratamento médico de risco (art. 15),
o direito ao nome e ao pseudônimo (arts. 16 a 19), a proteção à palavra e
à imagem (art. 20) e a proteção à intimidade (art. 21). Essas garantias são
asseguradas às pessoas físicas e as jurídicas, no que lhes for aplicável ( art.
52).

O direito à integridade física é composto pela proteção jurídica à vida, ao


próprio corpo, esteja ele vivo ou morto, a tecidos, órgãos e partes separadas
ou passíveis de divisão, incluindo o direito de se submeter ou não a exames
médicos para tratamento de moléstias.

O respeito ao direito à vida envolve uma ampla proteção ao seu


titular. Porém toda a proteção se inicia desde a concepção, ou seja, com o
início da personalidade, e só se extingue com a morte.

2.3.4 – Direito ao Corpo Vivo


Previsto no artigo 13 no CC, a integridade física é um direito da
personalidade, portanto, é indisponível e irrenunciável. Por isso a pessoa
não pode dispor do próprio corpo da forma que bem entende, porque a
integridade física é tutelada pelo Estado.

A pessoa pode dispor do próprio corpo desde que não aja diminuição
permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.

A decisão de doação dos órgãos para transplante deve ser uma decisão
tomada em vida. A lei 9.434/97 e Decreto regulamentar 2.268/97, permitem
ao juridicamente capaz a disposição gratuita de partes do próprio corpo
desde que não sejam comprometidas suas funções vitais.

Sendo as partes do corpo que podem ser transportadas entre pessoas vivas
são: o fígado, medula, sangue e rim.

2.3.5 – Direito ao Corpo Morto


A pessoa que dispor do corpo após a morte, com objetivo a fins científicos,
ou seja, doar o seu próprio corpo para uma universidade para fazer estudos,
ou laboratórios de pesquisa cientifica. Ou altruístico, para fazer bem para
outrem, como no caso de doação de órgãos.

Este ato pode ser revogado a qualquer tempo, ou seja, se a pessoa


determinou que ela vai ser uma doadora de órgãos, a qualquer momento
ela pode revogar esta sua disposição.

A doação do corpo para depois da morte pode ser realizada por ato de livre
vontade do doador ou pela vontade de seus familiares.

2.3.6 – Direito à Voz


 CF, Art.5, XXVIII – são assegurados, nos termos da lei: a) a
proteção às participações individuais em obras coletivas e à

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reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades


desportivas;
 CC, Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração
da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de
escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição
ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a
seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe
atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se
destinarem a fins comerciais.
 O Brasil, através do Decreto nº 57.125, de 19 de outubro de 1965,
promulgou a Convenção Internacional para proteção aos artistas
intérprete ou executantes, aos produtores de fonogramas e aos
organismos de radiodifusão, atribuindo proteção do direito à voz
cantada
 A Lei nº 6.533, de 24 de maio de 1978, traz a proteção à
dublagem do artista, no parágrafo único, do artigo 16º, exigindo
autorização, por escrito, do profissional. Referida proteção não se
dará se a dublagem for realizada em língua estrangeira

2.3.7 – Direito à Privacidade


Compreende uma das manifestações do direito à intimidade, garantindo a
vida privada da pessoa natural.

Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a


requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para
impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.

O fundamento principal dessa garantia é a exigibilidade do respeito ao


isolamento de cada ser humano, que não pretende que alguns aspectos de
sua vida cheguem ao conhecimento de terceiros.

2.3.8 – Direito ao Segredo Pessoal, Profissional e Doméstico


Conceitua-se segredo como “o círculo concêntrico de menos raio em que se
desdobra a intimidade”.

O segredo na esfera das comunicações abrange a inviolabilidade epistolar,


telefônica e telegráfica. No âmbito doméstico, trata-se da inviolabilidade do
domicílio, impondo-se, inclusive, entre parentes (salvo no caso dos pais
perante os filhos). E, por fim, em seara profissional, protege-se o direito de
não revelar segredo de terceiro que tomou conhecimento em face de sua
profissão (médicos, padres, advogados, psicólogos).

2.3.9 – Direito à Integridade Moral


Os direitos da personalidade, na esfera moral, também objetivam tutelar os
direitos da pessoa natural quanto à sua honra, imagem e identidade.

Quanto à honra, é um dos direitos mais significativos, que acompanha o


indivíduo, desde a sua concepção até depois de sua morte. Compreende a

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forma objetiva (reputação, seu nome e fama perante a sociedade) e a


forma subjetiva (sentimento de estima e consciência da própria dignidade).

2.3.10 – Direito à Imagem


Já quanto à imagem, constitui a expressão exterior sensível da
individualidade humana, digna de proteção jurídica. Didaticamente, divide-
se em imagem-retrato (aspecto físico) e imagem-atributo (como é visto
socialmente).

3 – Pessoa Jurídica
3.1 – Conceito
É uma entidade formada pelo conjunto de pessoas ou bens, constituída na
forma da lei, capacitada a ser sujeito de direito, contraindo deveres e
obrigações, objetivando uma finalidade lícita e de acordo com uma função
social.

3.2 – Requisitos para a Constituição da Pessoa Jurídica


3.2.1 – Vontade Humana
Concentra-se na intenção de criar uma entidade com personalidade distinta
da de seus membros.

A vontade humana materializa-se no ato de constituição através do


estatuto, contrato social ou escritura pública; ou testamento, estes no caso
das fundações.

3.2.2 – Observância das Condições Legais


Instrumento particular ou público, registro, autorização ou aprovação do
Governo, etc.

3.2.3 – Objeto Lícito


A constituição da pessoa jurídica de ter por escopo objetivo lícito.

3.3 – Surgimento da Pessoa Jurídica


A pessoa jurídica passa a ter existência legal a partir do registro dos seus
atos constitutivos, que podem ser o Estatuto ou Contrato Social, na forma
do que dispõe o art. 45, do Código Civil. Em geral, estes atos
constitutivos da pessoa jurídica são registrados ou na junta comercial, ou no
CRPJ (Cartório de Registro da Pessoa Jurídica).

3.4 – Classificação das Pessoas Jurídicas


3.4.1 – Pessoa Jurídica de Direito Público
Pessoas jurídicas de direito público são aquelas geralmente criadas por lei,
constituindo-se na representação jurídica de países, estados e municípios,
além de outros entes que formam a chamada Administração Pública.

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3.4.1.1 – Pessoa Jurídica de Direito Público Externo


São os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo
direito internacional público, a exemplo das várias nações, a Santa Sé, a
ONU, etc. (art. 42 - CC).

3.4.1.2 – Pessoa Jurídica de Direito Público Interno


São a União, os Estados membros, o Distrito Federal, os Territórios, os
Municípios, as autarquias e as demais entidades de caráter público criadas
por lei (art. 41, IV e V - CC).

3.4.2 – Pessoa Jurídica de Direito Privado


As pessoas jurídicas de direito privado dividem-se em duas categorias: de
um lado, as estatais; de outro, as particulares. Para essa classificação
interessa a origem dos recursos empregados na constituição da pessoa,
posto que são estatais aquelas para cujo capital houve contribuição do
Poder Público (sociedades de economia mista, empresas públicas) e
particulares as constituídas apenas com recursos particulares. A pessoa
jurídica de direito privado particular pode revestir seis formas diferentes: a
fundação, a associação, a cooperativa, a sociedade, a organização religiosa,
os partidos políticos e as empresas individuais de responsabilidade limitada.

3.4.2.1 – Associações
São agrupamentos de indivíduos sem finalidade lucrativa, como os clubes
esportivos, os centros culturais, as entidades pias, etc.

São entidades formadas pela união de indivíduos com o propósito de


realizarem fins não econômicos. Note-se que, pelo fato de não perseguir
escopo lucrativo, a associação não está impedida de gerar renda, porém os
seus membros não pretendem partilhar lucros ou dividendos, como ocorre
entre os sócios nas sociedades civis e empresárias. A receita gerada deve
ser revertida em benefício da própria associação visando à melhoria de sua
atividade.

3.4.2.2 – Fundações
São entidades resultantes de uma afetação patrimonial, por testamento ou
escritura pública, que faz o seu instituidor, especificando o fim para o qual
se destina. Para a criação de uma fundação, há uma série ordenada de
etapas que devem ser observadas, a saber:

1) Ato de dotação ou de instituição:


 É o ato pelo qual o instituidor especifica os bens livres que
comporão o acervo da fundação e os fins a que se destinam.
Faz-se por escritura pública ou testamento. Se quiser, o
instituidor poderá declarar a maneira de administrar a
fundação.
2) Elaboração dos estatutos:
 A elaboração pode ser direta ou própria (pelo próprio
instituidor) ou fiduciária (por pessoa de sua confiança, por ele
designada). Se o instituidor não elabora os estatutos, não

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indica quem deva fazê-lo, ou ainda, se a pessoa designada não


cumprir o encargo no prazo de 180 dias, o Ministério Público
poderá tomar a iniciativa de elaborar os estatutos.

3) Aprovação dos estatutos:


 Os estatutos são encaminhados ao Ministério Público para
aprovação, que verificará se:
i. O objeto é lícito;
ii. Se foram observadas as bases fixadas pelo instituidor;
iii. Se os bens são suficientes;

O Ministério Público, em 15 dias, aprovará o estatuto, indicará as


modificações que entender necessárias ou lhe denegará
aprovação.

4) Registro:
 Indispensável o registro, que se faz no Registro Civil das Pessoas
Jurídicas. Só com ele começa a fundação a ter existência Legal;

As fundações extinguem-se em dois casos:

1) Se a sua finalidade se tornar ilícita (nociva), impossível ou inútil;


2) Se vencer o prazo de sua existência;

3.4.2.3 – Sociedade
São as entidades formadas pela união de pessoas que exercem atividade
econômica e buscam o lucro como objetivo. Dependendo do tipo de
atividade realizada, as sociedades podem ser simples ou empresariais.

3.4.2.3.1 – Sociedade Simples


A sociedade simples remete a parcerias entre profissionais prestadores de
serviços, constituindo casos nos quais eles mesmos exercem a atividade
para a qual a sociedade existe. Exemplos são sociedades entre médicos,
advogados e outros profissionais cujas atividades, ou seja, profissões,
correspondem à própria finalidade da união.

3.4.2.3.2 – Sociedade Empresária


A Sociedade Empresária tem por objeto o exercício de atividade própria
de empresário sujeito ao registro, inclusive a sociedade por ações,
independentemente de seu objeto, devendo inscreve-se na Junta Comercial
do Respectivo Estado.

3.4.2.3.3.1 – Sociedade Irregular


As Sociedades Irregulares são aquelas que possuem um ato constitutivo,
mas não registrado, ou aquelas em que o prazo de existência da empresa
expirou sem a renovação de seus registros junto ao órgão competente.

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Matheus Mattioli Moro – Direito Civil – 1º Ano

No caso de uma empresa irregular, a pessoa jurídica não existe, logo não é
possível separar as obrigações dos sócios da obrigação da empresa, pois
essa não existe. Por isso o patrimônio dos sócios fica exposto o tempo todo.

3.4.2.3.3.2 – Sociedade de Fato


As Sociedades de Fato são aquelas que desempenham atividade
empresarial, atuam como uma sociedade, mas nem sequer possuem um
contrato ou estatuto social.

É pertinente ressaltar que as sociedades de fato reger-se-á na forma da


sociedade simples, ponto esse que destacamos a responsabilidade do sócio
nesse tipo societário, o qual poderão ter seus bens pessoas executados
depois de liquidados os bens sociais.

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