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Faculdade de Direito
Delegação de Nampula
RELAÇÕES JURÍDICAS
Faculdade de Direito
Delegação de Nampula
RELAÇÕES JURÍDICAS
Marcelino Costa
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 4
2. Relações jurídicas ................................................................................................................... 5
2.1. Noção ................................................................................................................................... 5
2.2. Formação da Relação Jurídica ............................................................................................. 5
2.3. ELEMENTOS DE RELAÇÕES JURÍDICAS .................................................................... 6
2.4. Incapacidade jurídica ........................................................................................................... 9
2.5. Tutela jurídica da personalidade ........................................................................................ 10
2.6. Tutela pública e Tutela privada ......................................................................................... 11
2.7. Tutela privada .................................................................................................................... 11
3. Conclusão ............................................................................................................................. 12
Referencias bibliograficas ........................................................................................................ 13
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1. Introdução
No entanto, no séc. XIX surgiu na Alemanha a denominada Escola das Pandectas. Tal Escola
baseava-se na interpretação da norma jurídica buscando a finalidade almejada pelo legislador
no momento de tipificação e regulamentação do fato social. Foi por meio desta filosofia que
surgiu o conceito de relação jurídica.
O Código Civil Alemão de 1900 - BGB, passou a incorporar a relação jurídica como fonte de
observação do Direito, separando em uma parte geral sua constituição, seus efeitos e suas
vicissitudes, abordando o Direito como mediador social e instrumento do bem comum.
A partir daí, portanto, o Direito passou a ser observado sob o prisma da relação jurídica como
meio de formação de direitos e deveres entre sujeitos.
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2. Relações jurídicas
2.1. Noção
O convívio humano é marcado por relações interpessoais que são reguladas pelo Direito, que
as ordena, proíbe ou permite. Assim, os actos humanos são classificados como actos devidos
(ordenados ou proibidos) ou actos permitidos. Os actos são ordenados, proibidos ou
permitidos no sentido de proteger e beneficiar a comunidade, os grupos, ou indivíduos
determinados ou indeterminados. Nessa perspectiva, pode-se afirmar que relações
interpessoais regulada pelo Direito são conhecidas como relações jurídicas que, segundo
Amaral (1998:156), são definidas como relações sociais disciplinada pelo direito e,
concretamente, é uma relação entre sujeitos, um titular de um poder, outro, de dever.
Bem (2004) conceitua a relação jurídica como a ligação entre dois ou mais sujeitos, em razão
de um facto previsto no ordenamento jurídico em que um dos sujeitos tem o direito de exigir
uma prestação e o outro, o dever de cumpri-la. Assim vê-se que a exigência de uma relação
jurídica pressupõe o posicionamento de duas ou mais pessoas dotadas de poderes e deveres
resultantes das normas jurídicas, dai porque só interessam ao direito as relações que estejam,
de alguma forma, prevista num modelo jurídico.
De acordo com REALE (2002), para existir relação jurídica é preciso a presença de dois
requisitos. "Em primeiro lugar uma relação intersubjectiva, ou seja, um vínculo entre duas ou
mais pessoas. Em segundo lugar, que esse vínculo corresponda a uma hipótese normativa, de
tal maneira que derivem consequências obrigatórias o plano da experiência. (p. 216).
“A relação jurídica tem como pressuposto um fato que adquire significação jurídica se
a lei o tem como idóneo à produção de determinados efeitos, estatuídos ou tutelados.
Assim todo evento, já um acontecimento natural, já uma acção humana, converte-se
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De acordo com Venosa (2013), são quatro os elementos da relação jurídica, que passamos a
abordar: Sujeito; Objecto; Facto e Garantia.
Os sujeitos das relações jurídicas são pessoas. As pessoas podem ser individuais o
colectivas.
Mesmo nos casos em que a inteligência e a vontade não se encontram presentes num
determinado ser humano, ou só dificilmente existem, por razões de menoridade ou
anomalia psíquica, a capacidade de ser titular de direitos e obrigações mantém-se,
exigindo embora formas de suprimento que a lei prevê.
Pessoas colectivas
A personalidade colectiva é uma ficção jurídica, se assim pode dizer-se, construída para
regular certos centros de interesses, patrimoniais ou de outra natureza, que a lei considera
titulares de direitos e obrigações, com autonomia relativamente aos indivíduos que
eventualmente as componham.
As pessoas colectivas podem ser de Direito público, como é o caso do Estado, Regiões
Autónomas, Autarquias e Institutos Públicos, ou de Direito privado: Associações,
Fundações e Sociedades.
obrigações necessárias à normal prossecução dos seus fins estatutários e que não
repugnem a sua natureza (artigo 160.o). Por exemplo, o casamento é um contrato apenas
possível entre pessoas individuais.
O objecto imediato da relação jurídica é o binómio direito/dever. Diz-se sujeito activo o titular
do direito e passivo o titular do dever. Isto, nas relações jurídicas simples. Há também
relações jurídicas, ditas sinalagmática, em que existe um complexo de direitos e deveres
recíprocos. Isto é, cada um dos sujeitos da relação é simultaneamente credor edevedor. Por
exemplo: A encomenda a B a construção de uma casa (contrato de empreitada). A tem
direito a que B construa a casa, B tem direito a que A pague o preço nas condições
estipuladas. A falta de cumprimento por parte de um dos devedores fundamentara a
recusa de cumprimento por parte do outro. É o que se designa como “exceptio non
adimpleti contractus”, característica dos contratos sinalagmáticos.
O facto juridico
Não define a lei o que sejam estes actos jurídicos simples, dos quais se poderá dar como
exemplo a ocupação de uma coisa abandonada, a entrega de uma declaração de
rendimentos para efeitos fiscais, a solicitação de um bilhete de identidade.
A matéria do negócio jurídico vem regulada nos artigos 217.o a 294.o do Código Civil. O
negócio jurídico, que a lei não define, é um acto voluntário de autonomia privada, que
regulamenta os interesses do seu autor. Se o negócio jurídico for bilateral haverá então uma
convergência de vontades destinada a regular interesses complexos e interdependentes.
Estaremos perante um contrato (artigo 405.o do C.C.).
A garantia
Consiste a garantia no conjunto de meios que a lei oferece ao titular de um direito para a sua
efectivação e conservação. Numa sociedade civilizada, organizada em estado, a este cabe
disponibilizar os meios acima referidos só por excepção cabendo aos interessados a auto-
tutela dos seus direitos.
Dispõe o artigo 1.o do Código do Processo Civil: “A ninguém é lícito o recurso á força com o
fim de realizar ou assegurar o seu próprio direito, salvo nos casos e dentro dos limites
declarados na lei”. Por seu lado o artigo 2.o n.o 2 do mesmo código dispõe: “A todo o direito
corresponde uma acção adequada a fazê-lo reconhecer em juízo, a prevenir ou reparar a
violação dele e a realiza-lo coactivamente, bem como os procedimentosnecessários para
acautelar o efeito útil da acção”.
A Auto-tutela vem contemplada nos artigos 336.o e segs. Do Código Civil, sob a
designação de “acção directa”, a qual consiste no recurso á força para realizar ou
assegurar o direito próprio. Esclarece o n.o 2 deste artigo que “a acção directa pode
consistir na apropriação, destruição ou deterioração de uma coisa, na eliminação de
resistência irregularmente oposta ao exercício do direito, ou noutro acto análogo.
Este meio de tutela encontra-se rigorosamente limitado, atentos, alem do mais, o seu
carácter excepcional. Assim, dispõe o n.o 3 do artigo 336.o: “A acção directa não é lícita,
quando sacrifique interesses superiores aos que o agente visa realizar ou assegurar”. Bem se
compreende quanto será difícil ponderar o valor relativo ao direito ou interesse que se
pretende acautelar, face aquele que será sacrificado. Isto muito especialmente, em
situações de emergência, como são geralmente as que configuram os casos de acção
directa. A lei porém assim dispõem.
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Como dissemos antes, a garantia visa realizar, mas também acautelar a realização do
direito. Dai que existam meios preventivos como, por exemplo, a polícia com o seu efeito
dissuasor, as vezes de simples presença.
A garantia pode ainda ser específica ou substitutiva. No primeiro caso o tribunal substitui-se
ao devedor na realização da prestação. Supondo que se trata de uma obrigação
pecuniária o tribunal apreende os bens do devedor necessários, vende-os e, com o produto da
venda, paga ao credor, depois de satisfeitas as custas judiciais.
De acordo com Fermentão (2009:104), ressalta que "por meio dos direitos da personalidade o
ser humano tem tutelado pelo Direito a garantia e o respeito a todos os elementos,
potencialidades e expressões da personalidade humana", e ainda destaca que "essa garantia
corresponde a toda esfera individual, acrescentando-lhe o respeito aos valores como
sentimento, a inteligência, a vontade, a igualdade, a segurança e o desenvolvimento da
personalidade."
Zavascki (2000:5), afirma que "quando se fala em tutela jurisdicional se está a falar
exatamente na assistência, no amparo, na defesa, na vigilância, que o Estado, por seus órgãos
jurisdicionais, presta aos direitos dos indivíduos." Assim, a tutela jurisdicional também deve
ser entendida como um dever estatal que deve ser cumprido de forma eficaz, para que não
ocorra a falência do convívio social e do Estado de Direito. Teori Albino Zavascki conclui:
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[...] o conceito de tutela jurisdicional está relacionado com o da atividade propriamente dita de
atuar a jurisdição e com o de resultado dessa atividade. Prestar tutela jurisdicional, ou, para
usar a linguagem constitucional, apreciar as lesões ou ameaças a direitos, significa, em última
análise, formular juízo sobre a existência dos direitos reclamados e, mais que isso, impor as
medidas necessárias à manutenção ou reparação dos direitos reconhecidos.
Este processo divide-se em dois, a tutela pública e privada. A pública é controlada pelo
estado, e pode ser administrativa, quando é tratada pela administração pública, ou judiciária,
quando é tratada pelos tribunais.( Fermentão, 2009:32).
tutela privada é realizada pelos particulares na defesa dos seus próprios direitos, isto no
entanto acontece apenas em situações excecionais e previstas pela lei, pois como sabemos
não existe uma justiça privada, e por isso o estado não permite a autodefesa, como está escrito
no artigo 1 do código do processo civil. Assim a ordem jurídica dispõe de meios legais para
essa defesa, na qual os cidadãos podem recorrer para se defender.
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3. Conclusão
Terminado a trabalho, conclui-se que segundo Amaral (1998:156), são definidas como
relações sociais disciplinada pelo direito e, concretamente, é uma relação entre sujeitos, um
titular de um poder, outro, de dever.
De acordo com REALE (2002), para existir relação jurídica é preciso a presença de dois
requisitos. "Em primeiro lugar uma relação intersubjectiva, ou seja, um vínculo entre duas ou
mais pessoas. Em segundo lugar, que esse vínculo corresponda a uma hipótese normativa, de
tal maneira que derivem consequências obrigatórias o plano da experiência.
São quatro os elementos da relação jurídica, que passamos a abordar: Sujeito; Objecto; Facto
e Garantia.
tutela pública e privada. A pública é controlada pelo estado, e pode ser administrativa, quando
é tratada pela administração pública, ou judiciária, quando é tratada pelos tribunais.
Referencias bibliograficas
Bem, L. S. (2004). Teoria da relacao juridica: analise da parte geral do novo Codigo Civil.
Reale, M. (2002). Lições Preliminares de Direito. 26º ed. Saraiva: São Paulo.
Venosa, S. de S. (2013). Direito Civil. Parte geral. 13ª Ed. Rio de Janeiro: Atlas.
Zavascki, T. A. (2000). Antecipação da tutela. e. ed. rev., ampl. São Paulo: Saraiva.