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Título do Tema

Sempre Dentro do
Triângulo Verde
(máximo 4 linhas)
INTRODUÇÃO
Nome do Autor no Triângulo
AO
DIREITO
MARÍLIA RODRIGUES MAZZOLA
Introdução ao Direito

Apresentação
Ao longo da disciplina Introdução ao Direito, iremos abordar os elementos essenciais
para que você compreenda o que é o Direito e as relações jurídicas. Noções básicas
sobre alguns ramos do direito, tais como constitucional, civil, trabalho e comercial
serão estudados nesta unidade para que você adquira os conhecimentos necessários
para a aplicação desses conceitos em seus estudos posteriores e específicos de
cada disciplina. 

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Unidade 1 – Introdução ao
Introdução ao Direito
Direito

Introdução
Olá, aluno. Na unidade 1, iremos dar início a disciplina de Introdução ao Direito. Ao
compreendermos o conceito de Direito e das normas jurídicas e estudarmos os
principais ramos do Direito e as suas fontes, seremos capazes de compreender
melhor as relações jurídicas e identificarmos seus elementos. Esperamos que seja
uma leitura proveitosa e que agregue em seu caminho profissional.

Objetivos da Aprendizagem
Ao final do conteúdo, esperamos que você possa:

• Conceituar o ramo do Direito.


• Distinguir o que é direito público e direito privado.
• Demonstrar os ramos do direito.

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Conceito de Direito
A palavra “direito” carrega muitos significados. De origem latina, significa direto, reto,
de acordo com a lei.

Normas, regras e leis sempre estiverem presente na humanidade, permitindo com


que os indivíduos atuem e mantenham relações diversas, entre si e com o ambiente
ao seu redor, estabelecendo limites necessários à coexistência.

Direito

Fonte: Freepik (2023)


#pratodosverem: uma mulher, um quebra cabeça montado e um homem,
representando a harmonia que o Direito é na sociedade.

Assim, o direito surge da sociedade para a sociedade. Partindo dessa máxima,


podemos entender a razão da existência do direito: a criação e determinação de
regras que permitem a vida em sociedade e a resolução dos conflitos que podem
surgir dessa convivência.

Como nos ensina Francisco Amaral (apud GONÇALVES, 2013, p. 20), a palavra direito

[…] é usada, na acepção comum, para designar o conjunto de regras com que
se disciplina a vida em sociedade, regras essas que se caracterizam pelo
caráter genérico, concernente à indistinta aplicação a todos os indivíduos,
e jurídico, que as diferencia das demais regras de comportamento social
e lhes confere eficácia garantida pelo Estado.

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Como o direito depende de condutas, que serão reguladas por ele, as fontes do direito
são as leis, os costumes, os princípios gerais do direito, a jurisprudência e a doutrina.

Vamos entender melhor as fontes do direito?

Costume

princípio ou regra não escrita que se introduziu pelo uso, com o consentimento
tácito de todas as pessoas que admitiram a sua força como norma a seguir na
prática de determinados atos (SILVA, 1993, p. 577).

Lei

no conceito jurídico, é a regra jurídica escrita, instituída pelo legislador,


obrigatória a todos e que institui a regulamentação de direitos e deveres.

Jurisprudência

conjunto de decisões, sucessivas e uniformes, fruto da interpretação e


aplicação das leis aos casos concretos, advindas do Poder Judiciário.

Princípios gerais do direito

alicerces do direito, são preceitos de conduta e fundamentos da ciência jurídica


entre os quais estão: igualdade, liberdade, boa-fé, contraditório e ampla defesa
etc.

Doutrina

conjunto de estudos sobre o direito.

Negócios jurídicos

segundo Miguel Reale (2002), os negócios jurídicos expressam a autonomia da


vontade e, sendo processos legitimados pelo direito, são fatos com valoração
capazes de emanar soluções normativas e serem considerados fontes de
direito.

Se o Direito trata de condutas, ou seja, faculdades ou poderes que uma pessoa tem
ou pode exigir, podemos dividir o direito em direito natural e direito positivo.

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O direito natural traz o direito ideal, correlacionado à justiça, abstrato, pois liga-se
a princípios superiores, da natureza e da ética do ser humano, sendo estudado pela
escola jusnaturalista.

Já o direito positivo é o direito que está em vigor (escrito ou não escrito) em um


ordenamento jurídico, em um certo país, em uma certa época, para um certo povo,
abrangendo suas leis, costumes, enfim, suas disposições normativas como um todo,
sendo estudado pela escola positivista.

Direito positivo e Direito natural

Fonte: Freepik (2023)


#pratodosverem: estátua vendada segurando uma espada com a mão esquer-
da e uma balança com a mão direita, representando a justiça. A justiça é um
forte elemento do jusnaturalismo, uma das escolas que estudam o direito.

Por se tratar de um conjunto de regras de atuação na sociedade, o direito pode ainda


ser entendido como uma ciência, cujo objeto é o estudo de sistemas, ordenamentos
e normas jurídicas, dentro de um contexto social, histórico, cultural.

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Saiba mais
O estudo do direito e de seus esquemas teóricos é conhecido
como dogmática jurídica. Quer saber mais sobre o direito como
uma ciência? Clique aqui e veja o vídeo.

As regras do direito podem ser feitas para regular as condutas sociais e para organizar
a própria sociedade que irá se estabelecer (iremos falar mais sobre isso em uma
outra unidade).

Nesse sentido, podemos ainda compreender as condutas e normas sob a óptica do


direito objetivo e direito subjetivo:

Direito objetivo e subjetivo

Direito objetivo Direito subjetivo


Prerrogativa de um indivíduo decorrente da
Normas impostas por um Estado
norma geral para executar certo ato.

Vale para todos (caráter geral) Indivíduo age em busca de seus interesses.

É assegurado pelo Estado e invocado pelo


Coercitiva
indivíduo.

Fonte: elaborado pela autora (2023).


#pratodosverem: a tabela tem duas colunas e 4 linhas. As informações estão
divididas na seguinte sequência: linha 1, “Direito objetivo” e “Direito subjetivo”;
linha 2, “Normas impostas por um Estado” e “Prerrogativa de um indivíduo
decorrente da norma geral para executar certo ato”; linha 3, “Vale para todos
(caráter geral)” e “Indivíduo age em busca de seus interesses.”; e linha 4,
“Coercitiva” e “É assegurado pelo Estado e invocado pelo indivíduo.”.

A intervenção e a regulação do Estado nas relações dos indivíduos e nas condutas é


um ponto muito importante para o Direito. Como nos ensina Arnaldo Wald (1992, p.
25-26):

[…] o direito objetivo abrange, na sua classificação, dois grandes ramos


que são o direito privados e o direito público. A distinção entre esses dois
ramos foi encontrada no direito romano e jurisconsultos daquela época
definiam o ius publicium (direito público) como aquele que se refere
aos interesses do Estado e o direito privado como sendo o referente aos
interesses particulares.

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Apesar da distinção ser bem clara e ainda atual, existem algumas relações particulares
nas quais há regulação e/ou interferência do Estado, por exemplo, o casamento.

Com base nessa divisão entre direito público e direito privado, podemos compreender
ainda algumas relações sociais:

Direito público e privado

Direito público Direito privado


Relações entre Estados. Relações entre os particulares.

Organização e funcionamento do Estado. Indivíduo como membro da sociedade civil.

Relação entre o Estado e o indivíduo. Conflito de interesse entre particulares.

Fonte: elaborado pela autora (2023).


#pratodosverem: tabela apresenta relações e condutas existentes na socieda-
de e as classifica em direito público e direito privado. Tem 2 colunas e 4 linhas,
com as informações na seguinte ordem: linha 1, “Direito público» e «Direito
privado”; linha 2, “Relações entre Estados.” e “Relações entre os particulares.”;
linha 3, “Organização e funcionamento do Estado.” E “Indivíduo como membro
da sociedade civil.”; e linha 4, “Relação entre o Estado e o indivíduo.” e “Confli-
to de interesse entre particulares.”.

Assim, podemos compreender que definir o direito não é uma tarefa simples por haver
diversos sentidos (ciência, regra de conduta e prerrogativa).

A Relação Jurídica e seus Elementos


Até o momento, pudemos ver que o Direito é um fenômeno social que trata da
realidade. Por isso, é preciso compreender a forma como o ele entende as relações
sociais.

Vejamos agora as relações jurídicas e seus elementos.

Reflita
Pense em um contrato de compra e venda. Quem comprou algo
(o comprador) tem a obrigação de pagar certo preço pela coisa
comprada e tem o direito de exigir essa coisa de outrem (o
devedor). O devedor, por sua parte, tem a obrigação de entregar a
coisa ao comprador e o direito de exigir o pagamento pelo negócio
de compra e venda.

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Veja que essa relação tem uma estrutura imperativa-atributiva para as duas partes.
Se nenhuma delas cumprir sua parte, haverá intervenção do Estado, por meio de
normas impositivas em razão do descumprimento.

Contratos - Exemplos de relações jurídicas

Fonte: Plataforma Freepik (2023).


#pratodosverem: a imagem apresenta duas pessoas apertando as mãos e um
contrato ao fundo.

O Direito disciplina os comportamentos das pessoas e, assim, parte de suas normas


têm estrutura bilateral. Além disso, suas normas, em razão de uma estrutura pré-
determinada, dão eficácia para as relações da vida, dando forma e vinculação para
esses laços.

Normas jurídicas, por definição, são regras que disciplinam condutas de maneira
bilateral, imperativa, geral e abstrata por meio da coercibilidade.

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Vejamos o que cada um desses elementos significa:

Bilateral

as normas jurídicas criam enlaces, direitos para uma parte e deveres para
outras.

Imperativo

a norma jurídica estabelece um comando, uma ordem, impõe uma conduta


a ser observada. Estabelece, ainda, uma condição que força a produção de
um efeito: obter uma capacidade, adquirir algo, modificar, perder, extinguir,
dissolver etc.

Geral

a norma jurídica não regula casos específicos, singulares; estabelece princípios


que são aplicáveis a diversos casos, a diversos destinatários.

Abstrato

por ser aplicável a diversos destinatários, a norma ter um padrão genérico,


permitindo sua aplicabilidade a todos.

Coercitivo

a norma jurídica, se não observada, gera efeitos impostos pelo Estado.

Por sua vez, relações jurídicas são relações reconhecidas pelos legisladores, ou seja,
tuteladas por estes, tutelando interesses legítimos de pessoas.

Vejamos agora os elementos da relação jurídica.

Norma

para que haja uma relação jurídica, é necessária a existência prévia de uma
norma, uma regra jurídica previamente delimitada pelo legislador. Sem a regra
de direito, não há relação jurídica, mas sim relações sociais controladas por
outras forças como a moral, a religião, a etiqueta etc.

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Fato

a relação jurídica supõe um fato, um acontecimento jurídico, previsto em


alguma norma ou regra, e que, assim, vincula duas pessoas, permitindo a
exigência de comportamentos determinados na regra.

Consequência

toda relação jurídica produz efeitos jurídicos que geram vínculos entre as
pessoas dessa relação jurídica. Desse vínculo, há a possibilidade de exigência
de condutas, segundo os comportamentos previstos na norma.

Podemos perceber que as relações jurídicas são relações sociais nas quais os
sujeitos de direito têm direitos subjetivos tutelados pelo Direito. Assim, há um vínculo
(relação jurídica) entre pessoas (sujeito passivo e sujeito ativo) regulado por uma
norma (jurídica).

Ramos do Direito
As normas jurídicas, apesar de constantemente mutáveis em razão da evolução da
sociedade, podem ser envelopadas em subdivisões, os ramos do direito, para facilitar
o estudo da ciência do direito.

Atenção
Essa divisão é meramente fictícia, para fins de estudo, uma vez
que o direito, em si, é uno.

Assim, temos um sistema de classificação de divisões da ciência do direito em ramos


que permite seu estudo por áreas.

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Podemos, dessa forma, indicar algumas áreas de atuação do Direito:

Direito administrativo

disciplina e organiza a administração pública e os serviços públicos.

Direito financeiro/econômico

disciplina e organiza as finanças públicas e a economia.

Direito penal/criminal

disciplina e organiza as normas penais estabelecendo os crimes, os delitos e


as penas a serem aplicadas aos autores de crimes e delitos.

Direito processual

disciplina e organiza as regras processuais, os ritos e os procedimentos para a


organização das ações judiciais e do sistema processual.

Direito civil

disciplina e organiza as relações privadas, envolvendo as pessoas, os bens, os


negócios jurídicos, as obrigações, os contratos, as famílias, os direitos reais e
as sucessões.

Direito do trabalho

disciplina e organiza as relações de trabalho, levando em conta empregados e


empregadores.

Direito Internacional

disciplina e organiza normas aplicáveis aos países, solucionando conflitos de


leis no espaço (ex: conflito de leis brasileiras com leis estadunidenses).

Direito comercial/empresarial/societário

disciplina e organiza as relações empresariais e comerciais existentes na


prestação de serviços, comércio e indústrias.

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Direito constitucional

disciplina e organiza o Estado e o governo.

Direito tributário

disciplina e organiza os tributos.

Direito ambiental

disciplina e organiza o meio ambiente, as interações entre os elementos


naturais e o ser humano.

Além da divisão do Direito em ramos, para fins de estudo da sua ciência, devemos
ressaltar a sua diferença da moral.

Ramos do Direito

Fonte: Plataforma Freepik (2023).


#pratodosverem: a imagem apresenta diferentes brasões com figuras que
representam diversos ramos do direito.

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O Direito tem uma característica importante, que o diferencia da moral, que é a
coercibilidade. Significa dizer que o Direito é pautado pela sanção, imposta pelo
Estado, enquanto a moral esta é unicamente imposta pela consciência dos seres
humanos (remorso, arrependimento, sem qualquer coerção).

Ainda no campo de divisão dos ramos do direito, uma importante divisão é a entre
direito material e direito processual.

O direito processual diz respeito ao direito que disciplina o processo, qual seja
os atos processuais, que são os ritos e procedimentos destinados as prestações
jurisdicionais.

Atenção
Quer dizer: para que uma tutela (um direito) seja obtida, é necessário
uma série de procedimentos em sequência (por exemplo, dar
entrada no processo por meio de petição inicial, apresentar defesa,
haver audiência, sentenciar etc.) que são disciplinados pelo direito
processual, havendo inclusive legislação específica para tanto
(por exemplo, os códigos de processo civil e processo penal).

As tutelas, ou seja, os direitos, são disciplinados pelo direito material, que disciplina
e trata as garantias e os fatos jurídicos estudados por meio dos diversos ramos do
direito.

Assim, o direito material pode ser entendido pelo conjunto de normas que atribuem
direitos aos indivíduos e que endereçam as relações jurídicas e que, ao serem
violados, serão endereçados pelo direito processual, para sua obtenção, por meio da
tutela jurisdicional do Estado.

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Conclusão
Nesta unidade, fizemos uma reflexão inicial sobre o Direito. Estudamos o direito como
ciência e o conceituamos, além de verificarmos suas fontes. Pudemos compreender
as relações jurídicas e conhecemos alguns dos principais ramos de estudo do Direito,
que serão mais bem explorados ao longo desta disciplina.

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Referências
INTRODUÇÃO ao Estudo do Direito – Perfil Histórico I. [S. l.: s. n.], 2021. 1 vídeo (8:46
min). Publicado pelo canal Trilhante. Disponível em: https://youtu.be/IMkehzkz_iA.
Acesso em: 5 jan. 2023.

GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro. Volume 1: parte geral. 11. ed. rev. atual. São
Paulo: Saraiva, 2013.

GUSMÃO, P. D. Introdução à ciência do direito. 6. ed. reestruturada. rev. e ampl. Rio de


Janeiro: Forense, 1973.

MASCARO, A. L. B. Introdução ao estudo do direito. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.


E-book.

REALE, M. Lições preliminares do Direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. E-book.

SILVA, De P. e. Vocabulário Jurídico. Rio de Janeiro: Forense, 1993.

WALD, A. Curso de Direito Civil Brasileiro: introdução e parte geral. 7. ed. São Paulo:
Editora dos Tribunais, 1995.

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